SAÚDE DO TRABALHADOR: UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA EM BELÉM-PA

SAÚDE DO TRABALHADOR: UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA EM BELÉM-PA

Maria Estrela Costa de Sousa (CV)
Marcelo Santos Chaves
(CV)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

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2.3 O SERVIÇO SOCIAL NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA

O Serviço Social iniciou no Departamento de Câncer, na década de 50. Segundo Ribeiro (2004) isso se deu pela necessidade de um melhor acompanhamento com os doentes, conforme as especialidades médicas e manifestação dos problemas sociais. Nesse contexto, o assistente social tinha como atividade desempenhar auxílio aos pacientes que chegavam ao hospital. Em 1955, de forma sistematizada, o Departamento de Câncer contou com os trabalhos da aluna da Escola de Serviço Social do Pará Josefa Monteiro Brito1.
                          Para Brito (apud Ribeiro, 2004) a prática do Serviço Social era baseada nos métodos de: Serviço Social de Caso, de Grupo e de Comunidade. Quanto aos instrumentos de intervenção utilizavam a: entrevista social, relatório social, diagnóstico e tratamento social.
              Ainda de acordo com Brito (apud Ribeiro, 2004) o Serviço Social também participava da chamada mesa redonda composta pela presença da equipe médica e a presença do paciente. Essa metodologia de trabalho interpessoal com a participação do paciente era essencial para a decisão do tratamento do mesmo.
                          O Serviço social passou a assumir várias atividades no Instituto em curto período de tempo, para que o mesmo conseguisse suprir a grande demanda contou com o apoio de Lucy Pedreira, assistente social do Hospital dos Servidores do Estado-HSE.
Nesse contexto, já na década de 60, havia também o atendimento do Serviço Social 2 pelo Hospital dos Servidores do Estado-HSE, o qual realizava intervenções junto às clínicas.  Posteriormente foi desenvolvido diversos programas, objetivando a qualidade de atendimento do paciente.
É importante esclarecer que havia o crescimento da demanda, proveniente do IOL, de pacientes portadores de patologias malignas, e do HSE, que atendia portadores de patologia benigna, diante disso, logo exigiu aumento do quantitativo de profissionais3 , a partir de então, foi contratando mais assistentes sociais.
A atuação do Serviço Social desde então vem contribuindo para as ações do hospital, onde este tem sido campo de estágio para estudantes da Universidade Federal do Pará-UFPA e para a Universidade da Amazônia-UNAMA.
Hoje, a Divisão do Serviço Social é composta por 33 assistentes sociais4 , sendo que duas foram recentemente contratadas e três atuam no Núcleo de Apoio ao Enfermo Egresso – NAEE do HOL. As assistentes sociais que atuam no hospital são servidoras do IOL e outras do HSE, com vínculos empregatícios diferenciados, ratificando assim, o que já foi mencionado quanto à divisão administrativa destes dois hospitais que estão unificados na ação, mas não administrativamente.
O Serviço Social está inserido em diversos espaços: ambulatório, triagem, central de leitos, radioterapia, quimioterapia, demanda espontânea e nas clínicas. A intervenção do profissional no hospital se dá de várias formas, entre as quais destacam-se: atendimento ambulatorial; convocação de pacientes para internação, encaminhamentos, entrevista social, evolução social no prontuário, intervenção junto aos médicos, programação cirúrgica, orientações aos pacientes e a familiares quanto às regras do hospital, orientação do Tratamento Fora de Domicílio – TFD, visitas às enfermarias, viabilização de casa de apoio e orientações de estagiários.
Diante disso, a atuação do Serviço Social é de fundamental importância para as atividades do hospital, uma vez que a grande demanda possui problemas de ordem não apenas físico, mas emocional e social.

1 Primeira estagiária a realizar de forma intensa as atividades no Departamento de Câncer. É importante frisar que assistente social no Instituto Ophir Loyola foi advindo da Escola de Serviço Social vinculada a Fundação Paulo Eleutério, que por sua vez doou a escola aos cuidados do Instituto. 

2 A criação da Divisão do Serviço Social se deu com a criação do HSE a qual foi se organizando e solidificando ao logo dos anos, tanto que nos anos 80 já era referência no sentido de intervenção profissional.

3 Para solução do problema a chefia do Serviço Social reuniu com a direção do HSE e IOL e foi então contratado o serviço da assistente social Terezinha Madeiros para atuar nos serviços de atendimento do Instituto Ophir Loyola. E assim, o Serviço Social foi ganhando espaço e reconhecimento como profissão.

4 A nova chefia é chamada de Karla Rachel Nunes Abadessa.