CONSERVAÇÃO IN VITRO E EX SITU E VALORIZAÇÃO DE ENDEMISMOS IBÉRICOS DAS APIACEAE PORTUGUESAS

Ana Cristina Pessoa Tavares dos Santos

Conservação in situ

As ações de conservação ex situ deverão ter subjacente a necessidade de preservação do património genético de uma espécie e, como fim último, a implementação de uma ação de conservação in situ (Heywood e Dullo, 2005), que deve ser prioritária nos programas de gestão dos recursos genéticos vegetais (Dobson, 1998; Jarvis et al., 2000; Graudal et al.,2001; Heywood e Dullo, 2005). No entanto, quando a aplicação destes programas se revela mais difícil, a conservação ex situ (fora do habitat natural) é um recurso complementar e, por vezes, indispensável (Maxted et al., 1997; Ekiert, 2000; Echenique et al., 2004; Canhoto et al., 2010).
A erosão genética, frequentemente resultante da fragmentação do habitat, é um dos principais problemas das populações de espécies ameaçadas (Aguilar et al., 2008). Esta ocorre devido ao aumento da deriva genética e inbreeding e à diminuição do fluxo genético e pode resultar na perda de alelos específicos ou de combinações de alelos nas populações (Young et al., 1996; Sork et al., 1999; Lowe et al., 2005).
A introdução de novos genótipos numa população alvo de ações de conservação e o cruzamento destes com os genótipos da população original poderá igualmente conduzir à erosão genética e ao fenómeno designado por outbreeding depression (Templeton, 1986). Assim, a caracterização genética das populações-alvo e dos genótipos dadores é essencial à prossecução de uma ação de reforço populacional.
Um dos aspetos descurados na maioria destas ações, embora justificado por limitações de tempo e financeiras, é a monitorização do seu sucesso. Contudo, esta é imprescindível não só para assegurar que o objetivo de conservação foi atingido bem como para tirar ilações para o futuro (Lowe et al., 2005).
As medidas de conservação in situ devem ser acompanhadas por uma adequada preservação ex situ em Jardins Botânicos ou instituições similares, para assegurar que todas as espécies prioritárias e ameaçadas estejam a ser ativamente conservadas. Na verdade, os Jardins Botânicos e unidades de investigação associadas são instituições particularmente qualificadas para a preservação de germoplasma, quer seja em bancos de sementes ou em bancos de outro tipo de material vegetal, preservado a baixas temperaturas ou sob a forma de coleções de culturas in vitro. Estes bancos podem ter um caráter mais geral ou restringirem-se a espécies particulares, como sejam espécies de interesse agrícola, espécies silvestres e de interesse ecológico ou plantas ameaçadas ou em perigo de extinção (Benson, 1999; Panis et al., 2001; Bacchetta et al., 2008; Corvelo, 2010; Bilz et al., 2011).
A cultura de espécies raras, de plantas medicinais e aromáticas foi sempre valorizada no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC), desde a época da sua fundação pelo Marquês de Pombal em 1772, até hoje, em que é prioritária a sua preservação (Tavares et al., 2010c). Na verdade, o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, membro do BGCI, está envolvido em ações de conservação e em 2007 estavam conservados no banco de sementes do JBUC e inscritos no Index Seminum (catálogo das sementes e esporos recolhidos anualmente para as coleções do jardim) cerca de uma centena de espécies, subespécies e variedades endémicas da Península Ibérica, sendo onze endemismos exclusivamente portugueses (Almeida et al., 2007).
Portugal faz parte de uma região muito rica em endemismos (Parker, 1981; Gimenéz et al., 2004; Bilz et al., 2011), bem representados na família das Apiaceae, plantas aromáticas produtoras de óleos essenciais, de reconhecidas potencialidades medicinais.

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