Laura de Oliveira Sêia (CV), Glauber Lima Moreira (CV) y André Riani Costa Perinotto (CV)
INTRODUÇÃO
Muitos  autores citam o Turismo Pedagógico como um segmento novo e que vem sendo  utilizado no currículo escolar por meio de aulas práticas, aulas passeios,  aulas de estudo, visitas ou, ainda, atividades extracurriculares que contribuem  com o conhecimento já adquirido ou que venha a ser adquirido nas aulas  teóricas. Segundo Swarbrook e Horner (2002, p.64 apud MILAN, 2007, p.13) este segmento se caracteriza por viagens de  estudos do meio ambiente e tem como objetivo transportar o conhecimento teórico  assimilado em sala de aula para a realidade concreta, oferecendo, ainda,  momentos de descontração e socialização. 
Nesse  sentido, os estudantes têm a oportunidade de saírem da sala de aula e ampliarem  seus conhecimentos mediante a visitação aos locais conhecidos somente em livros  ou outros meios de comunicação e divulgação. É com caráter interdisciplinar que  o Turismo Pedagógico atua, e assim, apontando e comprovando que teoria e  prática devem andar sempre juntas. 
 É importante atentar que já se vive uma nova realidade,  não muito difícil de ser percebida quanto às propostas pedagógicas e um exemplo  disso é, a internet (mundo digital) que se faz presente e colabora com o  ensino. O uso do Turismo Pedagógico como alternativa de produção de  conhecimento já vem sendo adotado em algumas escolas. Um exemplo disso é o  Projeto Viaja Mais Jovem da UnB-CET com a parceria e apoio do Ministério do  Turismo, Ministério da Educação, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis  (ABIH), Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Brastoa), BrasiliaTur e  Secretaria de Educação do Distrito Federal.
            O Turismo Pedagógico constitui-se  como um instrumento para os educadores, pois segundo Perinotto (2008, p.2), nesse  contexto o professor atinge objetivos didáticos de forma lúdica, pois as  atividades são desenvolvidas através de brincadeiras e entretenimento. Podemos  ainda acrescentar que além disso, gera o fortalecimento do setor turístico,  evitando a sazonalidade que de acordo com Raykil e Raykil2004, p.12) aflige grande parte das  cidades turísticas. 
                        Foi proposto junto aos educadores neste  estudo, a obtenção do Turismo Pedagógico de forma mais precisa, com o intuito  de desenvolver a qualidade no ensino, a utilização de métodos inovadores, visto  que até o presente momento desta pesquisa as escolas não utilizavam o Turismo  Pedagógico ou utilizava-o timidamente. Além disso, propôs contribuir para  aprofundar as discussões em geral sobre a importância do Turismo Pedagógico nas  atividades de ensino e aprendizagem nas escolas. Ressaltando-se ainda, dos  benefícios que o turismo pode vir a trazer para a região. 
            O público alvo deste estudo foram  alunos, professores e gestores que praticam ou não o Turismo Pedagógico no  ensino médio de duas escolas públicas da cidade de Parnaíba. Para resguardar os nomes das escolas neste estudo são  aqui citadas como: A. Escola Técnica  do Estado (que realizava algumas  atividades de Turismo Pedagógico) e B. Escola  Estadual Pública (que apresentava um número significativo de alunos  matriculados e não praticavam o Turismo Pedagógico). 
Tratou-se  de um estudo que apontou para a sociedade um alerta de que o fenômeno turístico  pode vir a ser um instrumento positivo e capaz de contribuir no processo de  construção do conhecimento do indivíduo e, consequentemente, no possível  desenvolvimento de sua formação estudantil e humana.
2. TURISMO PEDAGÓGICO: DAS VIAGENS AO PROPÓSITO
                No período do século XIV ao século XVII  ligado ao período do Renascimento à ideia de viagem conecta-se as artes, as  ciências, as letras, as viagens da nobreza, do prazer de conhecer lugares, etc.  Milan (2007, p.20) aborda que o propósito do Grand Tour era educacional voltado para  visitas a lugares culturais e históricos, observando ainda maneiras e costumes  das nações estrangeiras. 
              Para que os jovens aristocratas britânicos ingressassem em  uma carreira na política, no governo ou no serviço diplomático, eles aperfeiçoavam  seus estudos realizando viagens com média duração de três anos pelo continente  europeu, acompanhados de seus tutores. OGrand  Tour europeu tinha o seguinte roteiro,  a saber:
                Iniciava pela Holanda, passando  depois a Bélgica e Paris de onde os turistas passavam ao sudeste francês e daí  a Sevilha, via Madri e Lisboa. A etapa seguinte se caracterizava pelos  deslocamentos por pontos importantes da França não contemplados na etapa  anterior, pela Suíça pela Itália e pela velha Grécia. Conhecidos os pontos  remanescentes da riqueza da civilização helênica, os nobres cultos subiam o  Danúbio, desde Viena, atingido Munique e, passando através da Alemanha, ao  longo do Reno. Depois, exaustos de tanto vagar, estudar e divertir - se,  discípulos e mestres retornavam à Inglaterra, via Bremen e Hamburgo. Quando o  roteiro europeu passou a ser familiar à nobreza e à aristocracia, as atenções  dos cidadãos da alta sociedade passaram - se a voltar-se aos que chegavam de  viagem ás Américas, às Índias Orientais, ao Extremo Oriente, ao Egito e às  áreas portuárias da África do Norte. Os mais esnobes, no entanto, eram os  poucos que haviam estado no Rio de Janeiro ou Colônia do Cabo (ANDRADE, 2004,  p.09).
                Nesta época, as viagens eram  principalmente representadas pela nobreza masculina e pelo clero, as quais significavam  status social. Os passeios demonstravam ser de qualidade e os atrativos  prazerosos. Antecedendo o turismo de lazer, o Turismo Pedagógico se oficializou  de forma organizada a partir da metade do século XIX.
                Bonfim (2010, p.122-123),  apresenta algumas características do Turismo Pedagógico como algo que  “compartilha com a ideia e uma educação diferenciada, voltada principalmente  aos interesses de um mundo melhor, da busca pela qualidade de vida e da  conservação de bens e recursos naturais, culturais e ambientais”. O que se  percebe é que este segmento sofreu adaptações no decorrer dos anos. No Brasil,  por exemplo, ele se utiliza de aulas passeios, visitas de campo, estudo do meio  e, com isso, tornando as aulas mais interativas lúdicas.
                Em se tratando do conceito de Turismo  Pedagógico, percebe-se que ele se confunde com outros segmentos do  turismo, como mostra Milan (2007, p.26):
                (...) o Turismo Pedagógico  apresenta como uma das recentes modalidades do mercado turístico relacionados  às viagens de estudo. Entretanto exibe em seu aspecto conceitual uma série de  confusões de ordem semântica e metodológica, sendo denominado como Turismo  Educativo, Turismo Educacional, Turismo Estudantil, Turismo do Meio, entre  outros.  
E sobre a promoção de  interdisciplinaridade do Turismo Pedagógico, Peccatiello (2005, p.06) ressalta  que:
                Sendo uma estratégia de  ensino-aprendizagem que utiliza o ambiente como material didático, o Turismo  Pedagógico tem a capacidade de promover a abordagem de conteúdos de  diversificadas disciplinas simultaneamente, ou seja, promove a  interdisciplinaridade. Esta característica compreende a inter-relação entre as  disciplinas e também a interação entre ciência e ser humano, confluindo para a  formação de pessoas mais críticas, com condições para, ao invés de reproduzir,  produzir conhecimento e, por conseguinte, capazes de desenvolver a ciência e  não, simplesmente, absorvê-la. 
Essa interdisciplinaridade que o  turismo provoca é benéfica e relevante para a educação, para fomento do ensino,  para a ciência e para o indivíduo. 
                A  prática do Turismo Pedagógico pode ser conhecida por alguns educadores como  aula passeio, estas possuem três objetivos primordiais como apresenta Elias (1996,  p.180):
                Uma maior autonomia vivendo situações reais e assumindo  novas responsabilidades, descobrindo suas próprias capacidades em situações  desconhecidas; Ampliar o campo das investigações, chegando a descobertas  múltiplas, inesperadas e interessantes; Privilegiar, sobretudo o encontro como  o outro de maneira diferente daquela do dia- a -dia na escola. Encontro com o  coleguinha que não brinca com ninguém, com a professora sempre apressada, com  os acompanhantes carinhosos e os monitores atenciosos, promovendo uma troca  afetiva e a tomada de consciência de valores sociais importantes para a vida de  todos. 
É  com caráter interdisciplinar que se trata a execução do Turismo Pedagógico,  utilizando-se de conhecimentos dinâmicos de cunho recreativo, sociointerativo:  de forma que se possa trazer a sociedade a interagir direto e indiretamente com  a sociedade, ecoeducativo: de forma que o envolvimento com o meio ambiente seja  mais aprofundado e educativo com olhares atencioso e cuidadoso,  ampliando/unindo os aspectos sociológicos, culturais, políticos, econômicos,  territoriais e ecológicos e, também, de cunho psicológico, que inclusive são os  pilares e/ou dimensões da sustentabilidade, os quais são trabalhados por muitos  autores e estudiosos como, por exemplo, Sachs (2000, p.85-88 apud MAIA, 2011, p.04). 
                De  acordo com (SOUZA, MELO e PERINOTTO, 2011) a realização do Turismo Pedagógico  pretende reunir a atividade pedagógica, voltada para o desenvolvimento  cognitivo, social e afetivo do aluno, e a ludicidade encontrada naturalmente  nos passeios realizados pelos discentes.
                Assim,  o turismo que aparentemente nasceu com característica elitista, hoje, aos  poucos vem se tornando cada vez mais acessível. É necessário frisar que o  turismo precisa ser trabalhado sempre em conjunto com a comunidade, valorizando  e preservando os valores da sociedade em equilíbrio com o desenvolvimento  social e econômico.
3. BREVE CONTEXTO SOBRE A EDUCAÇÃO  BRASILEIRA
                A  Constituição Federal de 1988 traz no Capítulo III, artigos dedicados à educação,  mostrando-a como direito de todos e dever do Estado e da família. Carneiro  (2007, p.21-22) aponta o significado desta constituição para a sociedade:
                A  Constituição de 1998 significou a reconquista de cidadania sem medo. Nela, a  Educação ganhou lugar de altíssima relevância. O país inteiro despertou para  esta causa comum. As emendas populares calçaram a ideia da educação como  direito de todos (direito social) e, portanto deveria ser universal, gratuita,  democrática, comunitária e de elevado padrão de qualidade. Em síntese,  transformadora da realidade.
                                                                                   
                Aos  poucos perceber-se que as pessoas foram em busca de conhecimento, que as  propostas foram lançadas e as oportunidades sendo asseguradas pelos indivíduos.  Mas isso porque as pessoas foram tendo noção do que sejam educação e direitos  humanos, logo após a Constituição Federal, as leis e diretrizes da educação.
                Já a  Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996 apud BRASIL, 2007), dentre outros fatores, trata do direito da sociedade à formação  básica para a cidadania e condições de aprendizagem. E mostra no Art.4º incisos  I, II, VII e IX, dentre outros, que o dever do Estado com a educação escolar  pública será efetivado mediante a garantia de:
Assim,  a educação escolar brasileira está organizada na educação básica (Ensino Infantil,  Fundamental e Médio) e Educação Superior, conforme consta no Art. 21 da LDB. É  importante ressaltar que a Educação Profissionalizante articula com a Educação  Básica de forma que os alunos podem estar inseridos na educação profissional de  nível técnico. 
                Em  meados dos anos 1995/1996, o Ministério da Educação e do Desporto consolidou os  Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), instrumentos/documentos que tem como  propósito “apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo  atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus  direitos e deveres.” (BRASIL, 2007, p.10). Os PCN (Parâmetros Curriculares  Nacionais) têm como “função de orientar e garantir a coerência dos  investimentos no sistema educacional, além de subsidiar a participação de técnicos  e professores brasileiros;” 
                Foi  em 1999, que o MEC e a Secretaria de Educação Média e Tecnológica/SEMTEC  instituíram as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio cujo seus  princípios norteadores são a estética da sensibilização, a política da  igualdade e a ética da identidade. Carneiro (2007) menciona cada uma delas:
A  Estética da Sensibilização vem alertar que a prática da repetição não é  benéfica ao indivíduo e não contribui para o  desenvolvimento eficiente da educação. Neste caso, ela vem então estimular  a capacidade de inovar, de despertar a curiosidade, de incentivar, valorizando  a leveza, a amabilidade, a alegria. Como Política da igualdade, automaticamente  subentende-se que se fazem necessários direitos e deveres iguais a todos: a  educação, a saúde e ao bem estar. E por fim, a Ética da Identidade na formação  educacional do ser humano sensível na sua conduta e conhecedor de seus  direitos, deveres e obrigações. 
                Porém,  segundo Frigotto e Ciavatta (2004, p.93), no final da década de 1990, cerca de  37% (aproximadamente quatro milhões) de adolescentes, jovens na faixa etária de  15 a 17  anos, cursavam o ensino médio no Brasil. Um baixo percentual para a população  nesta faixa etária. Um percentual nada aprazível para o país. 
                Em  linhas gerais, o século XX e a educação no Brasil são analisados por Aranha  (2006, p.346) da seguinte forma, a saber:
                Persiste na  educação (e em outros setores, como a saúde) uma grande defasagem entre o  Brasil e os países desenvolvidos, porque a população não recebeu até agora um  ensino fundamental de qualidade. (...) Nas três últimas décadas, em vários  estados brasileiros educadores tentam implantar projetos inovadores.  Acrescentem-se os núcleos de estudos e pesquisas, fecundando uma geração de  educadores e de historiadores da educação capazes inclusive de elaborar teorias  adequadas à compreensão da realidade brasileira. 
A estrutura metodológica para o ensino/aprendizagem cada vez mais está sendo discutida pelos educadores por inúmeros fatores, inclusive, pelo momento atual que vivemos, é uma revolução que se faz necessária para obtenção de bons resultados na educação de qualidade que é tanto almejado por todos.
4. PROCEDIMENTOS  METODOLÓGICOS
                Inicialmente  realizou-se um estudo de caráter exploratório via internet, a fim de  identificar a quantidade de escolas de ensino médio existentes em Parnaíba e  quais praticam ou não Turismo Pedagógico. Investigou-se, ainda, em trabalhos e  projetos publicados, o total de escolas públicas do ensino médio na cidade de  Parnaíba, constatando um universo de 12 escolas Estaduais do ensino médio. 
   Analisou-se qual dessas escolas possuía um  considerado número de alunos matriculados no ano de 2011, os quais ainda não  tinham sido alvo de estudo ou pesquisas sobre Turismo Pedagógico, e que os  mesmos não praticavam este segmento em suas atividades escolares. Até chegar à  amostra de uma dessas escolas aqui citada como: (B) Escola Pública Estadual. Em seguida, utilizando-se da mesma  técnica e dialogando com as escolas, identificou-se uma escola que realiza  visita/passeios/aulas de campo. Assim, pode-se averiguar a Escola técnica aqui  identificada como escola (A).
                Os sujeitos da pesquisa foram  alunos e professores das Escolas (A) e (B). Os da escola (A) que  proporcionava a execução de algumas atividades fora da sala de aula. Já os da  escola (B) foram escolhidos para esta pesquisa, por se tratar de estudantes do  1º ao 3º anos que não utilizavam o Turismo Pedagógico.  E, por fim, o último sujeito desta pesquisa  foi a Gerente Regional de Educação de Parnaíba, importante representante do  ensino educacional na cidade pesquisada.
                A  abordagem seguida foi qualitativa e quantitativa cujos dados qualitativos  referem-se ao discurso dos sujeitos da pesquisa. Os quantitativos utilizados  para apresentar e caracterizar dados numéricos de uma amostra e foram tabulados  por meio de software que constroem  gráficos e tabelas.  Quanto à pesquisa  exploratória, por ter se submetido ao universo escolar e turístico. 
                Os instrumentos de pesquisa  utilizados foram questionários e entrevista. Os procedimentos seguiram as seguintes  etapas, a saber: 1-Aplicação dos  questionários nas duas escolas de caráter comparativo; 2-Entrevista para averiguaçãode  algumas informações levantadas pela internet com a Gerência Regional de  Educação; 
  4.1. Análise dos dados
   Os questionários continham perguntas abertas e  fechadas. Estes foram aplicados aos alunos e aos professores nas duas escolas  já supracitadas. Totalizaram-se 4 (quatro) questionários distintos, divididos  da seguinte forma: alunos Escola A (6  questões), professores Escola A  (6 questões), alunos Escola B (7 questões, por desejar saber se este aluno estaria  interessado em realizar futuramente passeios turísticos), professores Escola B  (6 questões).
                Foi  realizada uma entrevista estruturadaom  a Gerência Regional de Parnaíba, no dia 06 de maio de 2011. Este tipo de  entrevista seguiu um roteiro estabelecido pelos pesquisadores desta  investigação. 
                Quanto  aos procedimentos para consultar aos professores, investigou-se 03 (três)  educadores da Escola A, este fato é  devido ao número de professores de turismo ser reduzido (na época). Além disso,  considerada parte não se encontrava no local no momento da aplicação da  pesquisa, vale ressaltar que, trata-se de um curso técnico onde os alunos  recebem ensino de diversas disciplinas inclusive Primeiro Socorros da área da  saúde. Foram consultados também 10 (dez) professores da Escola B, todos estes ministravam diferentes disciplinas ou faziam  parte da coordenação da escola.
                O  total de questionários respondidos tanto por professores quanto por alunos da Escola B foram 100 (cem), ressaltando  foi uma escola com maior número de alunos e professores, enquanto os sujeitos  da Escola A responderam 13 (treze,)  ressaltando que apenas foram entrevistados aqueles relacionados ao curso  técnico de turismo e ainda o fato que se tratava de alunos e professores que já  tivessem experimentado a prática do Turismo Pedagógico. A escolha deste número  foi para melhor catalogação dos dados.
   Assim, pode-se observar que o total de  questionários aplicados entre as duas escolas foi de 113 (cento e treze), entre alunos e professores. É preciso ressaltar,  ainda, que foram questionários distintos tanto para os professores quanto para  os alunos, bem como para as duas escolas já citadas.                        
                Os  dados coletados foram analisados visando apresentar a discussão a respeito da  temática, avaliar as escolas e confrontar aspectos relevantes e pertinentes. O  procedimento de análise de conteúdo seguiu as seguintes etapas:       
                1-Contato prévio com as escolas (alunos, professores, direção);
                2-Organização das  informações: Tabulação em relação às pesquisas;
                3-Análise para resultados.     
| ALUNO | DISCURSO DO SUJEITO | 
| Nº1 | “Para absorver conhecimento no aprendizado e melhoria no meu currículo”. | 
| Nº2 | “Nós podemos ver na prática o que nós só víamos na teoria, e isso ajuda bastante para conhecer melhor o curso”. | 
| Nº3 | “Contribui muito, adquirimos muito mais conteúdo”. | 
| Nº4 | “De forma prática aprendemos como funciona dentro e fora dos hotéis, agências de viagens”; | 
| Nº5 | “As visitas servem para firmar conteúdos, faz com que lembremo-nos do que foi ensinado na sala de aula, só que lá podemos ver”. | 
| –––-–Nº6 | “Na aprendizagem o desenvolvimento é melhor e mais rápido”. | 
| Nº7 | “Quando conhecemos os locais que antes só conhecíamos na teoria”. | 
| Nº8 | “Faz com que o conhecimento em relação à área do turismo faz nos aprofundar e conhecer melhor, e faz-nos termos vontade de continuar”. | 
| Nº9 | NÃO RESPONDEU | 
| Nº10 | Facilitação à aprendizagem dos assuntos da área técnica. | 
Fonte: Dados coletados pelos autores, 2011.
5.1.2 Análises e resultados da pesquisa com professores da  Escola A 
  Questionou-se,  neste trabalho, como o Turismo Pedagógico tem contribuído como nova forma de  abordagem e metodologia de ensino nesta escola. O quadro 2, logo em seguida,  apresenta o discurso deste profissional, a saber:
  Quadro 2: Discurso  dos professores sobre a contribuição do Turismo Pedagógico
| PROFESSOR | DISCURSO DO SUJEITO | 
| Nº1 | “As aulas práticas tornam-se mais atrativas para os alunos e professores. Os alunos podem vivenciar e analisar todos os conteúdos abordados bem como se aproximarem do ambiente profissional”. | 
| Nº2 | “Auxilia no processo de ensino aprendizagem”. | 
| Nº3 | “Tem servido como forma de o aluno conhecer a realidade fora da sala de aula, observar como pode ser aplicada a teoria vista em sala, como realmente funciona o turismo que está sendo desenvolvido”. | 
Fonte: Dados coletados pelos autores, 2011.
Pode-se  constatar, também, que 100% dos professores acreditam que as visitas/passeios,  ou seja, a utilização do Turismo Pedagógico, na escola, tem auxiliado seus  alunos no processo de construção de conhecimento e no entendimento a respeito  do turismo em geral. Portanto, tal resultado significa um dado importante e  real onde os entrevistados afirmam sobre a contribuição dessas atividades  turísticas pedagógicas, ressalta-se, ainda, que este professor é conhecedor  deste segmento nas práticas pedagógicas.
  Os  docentes foram ainda questionados quanto à satisfação do ensino da cidade de  Parnaíba. A maioria (90%) dos entrevistados respondeu sim e os demais (10%)  pronunciaram estarem insatisfeitos com a qualidade do ensino local.      É importante ainda ressaltar a importância e  necessidade da aplicação e realização de novos estudos relacionados à educação  pública e demais assuntos pertinentes na temática que tratam da qualidade do  ensino das escolas do ensino médio e seus alunos.
  5.2. ESCOLA B
  A instituição aqui em debate, a Escola B, é  considerada como sendo o colégio que possui um número expressivo de estudantes  matriculados, totalizando 1.835 (mil oitocentos e trinta e cinco) discentes, os  quais são divididos em 36 (trinta e seis) turmas, em três turnos e a escola  dispõe de 80 (oitenta) professores que também lecionam em outras escolas da  cidade.
  Apesar de responderem que estão satisfeitos,  alguns alunos apontaram os gargalos da escola. Assim, justificaram que: 90  (noventa) alunos participaram da pesquisa e notou-se que as respostas entre  estes alunos são semelhantes. A análise dos dados apontou que a 48 (quarenta e  oito) destes informantes, responderam que os métodos de ensino/aprendizagem  precisam melhorar porque faltam aulas práticas. 
  Além disso, para estes referidos alunos, os  métodos de ensino/aprendizagem não são avançados e que há um excesso de  conteúdo apresentado em sala de aula; ausência de material; ausência de metodologia  nas aulas de Química e Física e, também, faltam professores e práticas  esportivas. Já 36 (trinta e seis) alunos justificaram que estão satisfeitos  porque os métodos são interessantes e os auxiliam, além disso, os professores  são bons profissionais que contribuem no desenvolvimento do ensino/aprendizagem  de seus alunos.  E 6 (seis alunos) não  justificaram a pergunta.
  Investigando se a escola de fato não oferece  passeios e visitas de campo relacionadas ao turismo, constatou-se que 83% dos  entrevistados disseram que a escola praticamente não oferece visitas/passeios  para contribuir no entendimento do aluno, comprovando o que foi dito no início  deste trabalho que seriam avaliadas duas escolas distintas quanto à prática do Turismo  Pedagógico, já 16% dos alunos entrevistados responderam que sim, ou seja, que  pelo fato de estarem mais tempo estudando na mesma escola lhes proporcionou  alguns passeios. 
  Os  alunos apresentaram o desejo de realizar visitas/passeios com a sua escola. O  que confirma Perinotto (2008), em seus estudos, se referindo ao Turismo  Pedagógico como uma prática prazerosa que dificilmente é recusada pelos  estudantes. Algumas escolas realizam pelo menos uma vez no ano, ou de dois em  dois anos a prática do Turismo Pedagógico conhecida como visitas fora da escola.     
  Foi  constatado, ainda, que a maioria dos alunos consultados (60%) não conhece e,  consequentemente, não ouviu falar sobre o segmento Turismo Pedagógico. A maioria  dos alunos (60%), responderam que não conhecem esta modalidade turística. O que  comprova que a escola não pratica o referido segmento e que os alunos não o  conhecem e, embora a cidade seja turística, este é também um segmento novo para  a cidade. E, 40% disseram que Sim, ou seja, tal resultado é um número  considerável, visto que esse público alvo é um público bem informado, apesar de  nunca ter praticado tal modalidade turística.
  5.2.1 Análises e resultados da pesquisa com professores da  Escola B 
  Analisando  o gráfico a seguir, (Gráfico 1), é possível constatar os métodos/ procedimentos  de ensino/aprendizagem adotados pelos docentes da escola em estudo durante a  sua prática pedagógica. É importante destacar que os professores citaram vários  destes itens em análise, e que a maioria dos docentes citam aulas expositivas e  participativas. 
  Percebe-se  através desta pesquisa que a maioria dos professores (89%) afirma não utilizarem  visitas e/ou passeios, aulas de campo, nesta escola. Os demais, totalizando um  percentual de 11%, disseram fazer uso deste segmento. Assim, percebe-se, ainda,  que os professores utilizam-se de outros métodos para contribuir no processo de  construção de conhecimento de seus alunos.   
  5.2.2  ENTREVISTA COM A GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PARNAÍBA PIAUÍ
  No  período desta pesquisa, a Gerente Regional de Educação de Parnaíba respondeu a entrevista  ocorrida no dia 06 de maio de 2011, na sala do gabinete da mesma. Esta  instituição está localizada no Bairro Nova Parnaíba.
  Ao  ser questionada sobre quais os métodos e procedimentos inovadores de ensino e aprendizagem  adotados pelas escolas do ensino médio em Parnaíba, a Gerente (2011) afirma que:
  Na base comum não implantamos métodos inovadores, ainda,  mesmo que a SEDUC - PI (Secretaria de Educação) já tenha um projeto que leva  esse nome: Ensino Médio Inovador, mas encontra-se em estágio de implantação. No  entanto, algumas escolas com práticas próprias têm feito de seus ambientes  escolares espaços que motivam o alunado com prática, digo, atitudes simples,  mas que inovam, fazem à diferença no ensino aprendizagem.
Ao  investigar se a Gerência Regional concordaria em incentivar visitas/passeios  fora da sala de aula, para melhoria das aulas, conteúdos das disciplinas e a  qualidade no ensino, a gerente respondeu que sim.
  Foi  perceptivo durante a entrevista que, normalmente as escolas do Ensino Médio não  utilizam de novos procedimentos e métodos de ensino e aprendizagem, contudo,  trata-se de algo que não se encontra distante de se efetuar, pois é sabido que  existe um projeto denominado “Ensino Médio Inovador” no qual não se teve acesso  (durante as pesquisas de campo e de gabinete), mas segundo a Gerência de  Educação, o projeto supracitado encontrava-se em processo de implantação. 
  Ainda  assim não nos foi repassado mais informações a respeito de tal projeto e se  este tem relação diretamente com o turismo pedagógico. Por isso, percebeu-se  que este ensino (aprendizado) está tentando se aprimorar, devido à criação de  projetos que visem sua melhoria DURANTE A SUA APLICAÇAO EM SALA DE AULA.
REFERÊNCIAS
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  ARANHA,  M. L. A. 2006. História da educação e da  pedagogia: geral e Brasil.3. ed. São Paulo/SP/Brasil: Moderna.
  BONFIM, M. V. S. POR UMA PEDAGOGIA DIFERENCIADA: Uma reflexão acerca do turismo pedagógico  como prática educativa. 2010. In: Revista Turismo Visão e Ação – Eletrônica, v. 12, nº 1, p. 114 – 129, jan/abr. 2010. Disponível em: <http://www.univali.br/revistaturismo>.  Acesso em 5 Jun. 2011.
  BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. 2007. Parâmetros curriculares nacionais:  introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF. Disponível  em:<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. >. Acesso  em: 15 Mai. 2011.
  CARNEIRO,  M. A. 2007. LDB fácil leitura crítico - compreensiva: artigo a artigo.  14.ed. RJ/Brasil: Vozes.
  CHEMIN, B. F. 2009. A educação para e pelo lazer no âmbito municipal. Porto Alegre, v.  32, n. 2, p. 165-175, maio/ago. 2009. Disponível em: <http://  www.revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/.../4012.>.  Acesso em: 06 nov. 2011.
  ELIAS,  M. D. C. (Org.). 2006. Pedagogia Freinet: teoria e prática. Campinas,  SP/Brasil: Papirus.
  FRIGOTTO,  C. (Org.). Ensino médio:ciência,  cultura e trabalho. Secretaria de educação média e tecnologia. Brasília/Brasil:  MEC, SEM TEC,2004.
  MAIA, C. M. 2005. As dimensões da sustentabilidade e a  multifuncionalidade da agricultura familiar. In: Revista Global  Tourism. v.2. Nov. 2005. p.01-15. Disponível em: <http://www.periodicosdeturismo.com.br>.  Acesso em: 05 Mai. 2011.
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Recibido: 24/03/2014
Aceptado: 10/05/2014
Publicado: Junio de 2014
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