LAZERES ATIVOS I

LAZERES ATIVOS I

Paulo Carvalho. Coordenação (CV)

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“ECO-LODGE WILD KALANDULA”: PROPOSTA DE UMA UNIDADE DE GLAMPING EM ANGOLA

Diana Ferreira

Paulo Carvalho

Resumo
O reconhecimento da atividade turística para o desenvolvimento sustentado, em particular em economias emergentes, e das novas tendências turísticas, que promovam um contacto saudável com o meio envolvente, constitui o ponto de partida para esta reflexão que pretende também deixar um contributo inovador para o desenho de um novo produto turístico. O “Eco-lodge Wild Kalandula” é uma proposta de unidade de Glamping na província de Malanje (Angola), para todos aqueles que desejam estar em contacto com a natureza sem perderem certas condições inerentes a um hotel, num local de excelência para este tipo de alojamento. Sem descurar uma prática de turismo sustentável, esta unidade inserida no âmbito do turismo de natureza promoverá ainda o contacto com a cultura local e a vivência de experiências únicas e inesquecíveis, tanto para o turista como para a população local.
Palavras-chave: Glamping. Turismo Sustentável. Angola. Eco-lodge Wild Kalandula.

Abstract
The recognition of tourism activities for sustainable development, in particular in emerging economies, and new tourist trends, that promote a healthy contact with the surroundings, constitutes the starting point for this reflection that aims to also leave an innovative contribution for the design of a new tourist product. The “Eco-Lodge Wild Kalandula” is a proposed unit of glamping in Malanje province (Angola), for all those who wish to be in contact with nature without losing certain conditions inherent to a hotel, a place of excellence for this type of accommodation. Without neglecting a practice of sustainable tourism, this unit inserted under the nature tourism will promote still contact with local culture and experience unique and unforgettable experiences, for both the tourist as for the local population.
Keywords: Glamping. Sustainable Tourism. Angola. Eco-lodge Wild Kalundula.

1. Enquadramento teórico
1.1 Glamping
            Como uma forma de alojamento alternativa ao convencional, surge-nos o Glamping, que mantém (quase) todas as comodidades de um hotel e, inclusive, algum luxo e requinte. "Glamorous Camping" é, então, um novo conceito de campismo, que promove o contacto com a natureza para turistas que não querem deixar de parte o conforto e uma estada de qualidade (Ferreira, 2013).
            Apesar de ser um conceito relativamente recente, tem as suas origens no início do século XX, com a popularização dos safaris. Os turistas de classes mais altas, que participavam em safaris em busca de trazer algum troféu de África, alojavam-se em tendas de lona que eram equipadas com todo o conforto e luxo a que estavam habituados: camas, roupas de cama luxuosas, tapetes persas e ainda com inúmeros empregados, desde chefes de cozinha a mordomos, porteiros, guias, entre outros.
            É um tipo de alojamento ecológico e sustentável, que concentra em si inúmeras valências. Existem diversos tipos de tendas que são utilizadas em unidades de Glamping: Yurts (tendas da Mongólia), tendas Safari (África do Sul), Tipis (tendas dos índios americanos), tendas Rajasthan (tendas indianas), tendas Bell (tendas britânicas, baseadas nos Tipis) e Eco-Pods (pequenas cabanas feitas de materiais altamente recicláveis). Estas unidades recorrem a técnicas de energia alternativas e sustentáveis, bem como a técnicas de construção ecológicas, de forma a manter um impacto ambiental reduzido. Para além do seu interesse pela proteção da biodiversidade ambiental, alguns destes empreendimentos destacam-se pelos retiros espirituais, recorrendo a terapias alternativas (como, por exemplo, o yoga e a meditação) e filosofias diferentes. São, portanto, muito mais do que serviços de alojamento; pode dizer-se que são infraestruturas amigas do ambiente, que têm como objetivo acolher pessoas que queiram estar em contacto com a natureza, de modo a fazerem uma espécie de retiro, que pode conter a vertente espiritual ou somente de descanso e visita ao local, prevendo atividades na região e promovendo a calma e tranquilidade. E são estes mesmos requisitos que correspondem às expectativas do “novo turista”, que procura precisamente este tipo de práticas.
            Os hóspedes podem cozinhar nas suas tendas e usufruem normalmente de casas-de-banho privativas, sendo que estas são normalmente casas-de-banho secas/de compostagem (a esclarecer posteriormente).

1.2 Técnicas de construção e tecnologias sustentáveis
1.2.1 Bioconstrução
            De acordo com o “eco-arquitecto” Filipe Francisco, a grande fatia de emissão de CO2 produzida no processo construtivo de um edifício concentra-se na sua utilização, sendo que “será aí que devemos fazer um esforço no sentido de reduzir a dependência energética e económica, diminuindo assim as emissões do famoso CO2”, e também o grau de impacto no ambiente. Assim, surge a bioconstrução, que é uma forma de construção que alia conhecimentos ancestrais a técnicas modernas e que apresenta um grau de sustentabilidade muito maior do que as casas contemporâneas, a variados níveis; ou seja, “não existem construções 100% ecológicas e sustentáveis, mas sim mais ecológicas e sustentáveis do que as actuais, com um mínimo de agressão ao meio ambiente” (Francisco, s/d).
            Apresentam inúmeras vantagens, como é o caso de um menor custo de construção, maior sustentabilidade e o facto de serem casas mais económicas ao longo do seu usufruto. Possuem ainda uma eficiência térmica e energética muito maior, uma grande liberdade nas formas das casas e também no tipo de construção escolhida, que pode variar bastante, de acordo com os materiais utilizados, como por exemplo: adobe (blocos de terra feitos à mão com formas metálicas ou de madeira); superadobe (enchimento de sacos de polietileno ou outro material durável com terra e montagem dos mesmos, formando paredes com formas orgânicas resistentes a sismos); cordwood (utilização de troncos cortados, unidos por um enchimento em terra, semelhante ao do adobe); fardos de palha (construções resistentes e duráveis, com altos padrões de conforto térmico, acústico e económico).
            A UNESCO encontra-se neste momento bastante empenhada na conservação e divulgação destes tipos de construção, mais propriamente as que recorrem à terra como matéria-prima, alegando que: “Studying and maintaining earthen architecture is important for the safeguarding of heritage sites but earthen architecture also offers attractive solutions for environmentally friendly buildings in the modern context. Indeed, earth is always available locally and using it reduces the need to transport heavy building materials.” (UNESCO, 2013).
Estima-se que um terço da população mundial habite em casas construídas em terra. “Earth is not just the ground we stand on, it is also the fabric with which to build our future.” (UNESCO, 2013).
1.2.2 Casas de banho de compostagem/secas
            De acordo com Ortiz (2005), uma casa de banho de compostagem ou seca "é um sistema integrado de uso e tratamento dos resíduos humanos sem o consumo de água". Não existe o típico autoclismo neste sistema, uma vez que se coloca somente serrim ou outro material natural no seu lugar; o papel higiénico pode ser também deitado para a sanita sem qualquer problema. Importa frisar que este sistema não deita qualquer cheiro. Desta forma, utiliza-se a biomassa que produzimos para a produção de composto, ou seja, fertilizante natural, para a agricultura, num processo que demora entre 6 a 8 meses.
1.2.3 Piscinas biológicas
            Segundo Mourão (2007), citando Kuhn (2005), “o conceito de piscina biológica surgiu da interpretação do funcionamento dos ecossistemas aquáticos em equilíbrio, partindo-se do princípio que esses sistemas podiam ser reproduzidos de modo a dar resposta às necessidades do Homem”.
            Assim, colocando os ecossistemas aquáticos – que albergam plantas, algas e animais – a funcionar dentro duma piscina, consegue-se água balnear de boa qualidade, sem recurso a produtos químicos prejudiciais à saúde e ao ambiente. Desta forma, ter-se-á ainda menores gastos de energia.
            A piscina é, então, constituída por duas partes: a parte “filtradora”, por assim dizer, constituída pelas plantas e animais que têm esse mesmo objetivo, e a parte livre à atividade.
1.2.4 Tecnologias sustentáveis
            De forma a proteger o ambiente e a economizar os gastos referentes à vida humana na Terra, as tecnologias sustentáveis surgem como a resposta ideal para a harmonia entre o Homem e o Planeta.
            São inúmeras as tecnologias à disposição, como é o caso da utilização de painéis solares fotovoltaicos, de aerogeradores e dos recursos hídricos para a produção de energia elétrica; de painéis solares térmicos para o aquecimento de águas; de sistemas de aproveitamento de águas pluviais e de formas de tratamento de desperdícios recorrendo à sua separação e reaproveitamento (como, por exemplo, o aproveitamento de óleos alimentares para a produção de biocombustível).

1.2 Turismo sustentável e ético
            Os impactos que a atividade turística induz para a região onde se instala são, muitas vezes, esquecidos, o que acaba por torná-la insustentável, trazendo consequências graves às localidades e aos próprios recursos turísticos, sejam eles naturais, culturais ou outros. Acompanhando as novas tendências da procura no turismo, vários esforços têm sido feitos para que esta atividade se revele portadora de benefícios para todas as partes constituintes.
            Surge-nos, assim, o conceito de turismo sustentável, que consiste num “elo de ligação harmonioso entre a Humanidade, o turismo e a natureza” (Mendes, 2011). Ou seja, pretende-se que o sector turístico se desenvolva de uma forma responsável, passando por “todos os segmentos envolvidos direta e indiretamente com a atividade turística, pois só assim se pode alcançar a sustentabilidade do turismo” (Mendes, 2011).
            Como tal, o princípio da capacidade de carga de uma área turística revela-se bastante pertinente, pois, segundo Cunha (2009), o seu objetivo é o de estimar o número máximo de visitantes, sem perigo para o local, que podem ser recebidos e para desenvolver as suas atividades correntes, objetivando sempre o desenvolvimento sustentável.
            Deste modo, importa conciliar as necessidades e os interesses dos turistas e dos residentes locais, de tal forma que o produto ou serviço turístico deve contribuir para salvaguardar e se possível valorizar recursos, minimizar externalidades negativas e melhorar a qualidade de vida das comunidades recetoras.
Intimamente ligado ao turismo sustentável, o conceito de turismo ético enfatiza (e contribui também) para a sustentabilidade da atividade turística pois tem subjacente responsabilidade em toda a cadeia (componentes e atores) do produto turístico. De acordo com Alonso (2012), “Más allá de un negocio, el turismo responsable se trata de una actividad económica basada en valores esenciales, que se comparten por parte de todos los integrantes de la cadena de valor de la producción turística y así se transmiten a la demanda. El turismo responsable se enmarca necesariamente en la filosofía del desarrollo sostenible, por lo que contempla al resto de las actividades productivas del destino, se complementa y se coordina con ellas”.
Como refere Nodar (2010), o Código Ético Mundial para o Turismo, adotado em 1999 no âmbito da Organização Mundial do Turismo, é um documento de referência que configura uma abordagem integral à problemática ética do turismo, em particular no que diz respeito ao turismo como fator de desenvolvimento sustentável de que resultaram recomendações em domínios como o planeamento, a educação dos promotores e agentes turísticos (que no caso de atividades realizadas em meios naturais frágeis devem aceitar a imposição de restrições às suas atividades), a participação das comunidades locais, entre outros. 
Contudo, incluir a problemática do turismo no contexto da ética significa também “su consideración en función del interés de la sociedad en propiciar la actividad turística como contribución al más pleno, plural e integral desarrollo de las personas y de la sociedad” (Mantero, 2013).
Na perspetiva de valorizar e promover as atividades turísticas suscetíveis de reduzir as externalidades negativas (sobretudo o consumo de recursos escassos ou não renováveis) é dada especial atenção ao ecoturismo, considerado uma “forma especialmente recomendável de fazer turismo” (Nodar, 2010).

 1.3 Turismo de natureza e ecoturismo
            O interesse em refugiar-se em áreas naturais, para fugir a diversos constrangimentos da vida contemporânea, é cada vez maior, o que faz com que o turismo de natureza esteja em crescimento constante. Este tipo de turismo tem em conta a aproximação humana ao meio ambiente de diversas formas e com os mais variados objetivos; é bastante relevante para a conservação da natureza, não só para a dar a conhecer, como também para demonstrar a importância da natureza para a vida do ser humano.
            Como tal, o turismo de natureza destina-se a quem procura aproximar-se do ambiente natural com o objetivo de experimentar novas vivências, emoções e sentimentos sem o prejudicar.
            De acordo com Mendes (2011), “atualmente, devido à saturação do turismo em zonas como a Europa ocidental, assiste-se a uma clara tendência para o deslocamento do turismo internacional para outras áreas do globo, como é o caso dos países em desenvolvimento onde a procura turística das suas paisagens naturais tem sido bastante expressiva”.
            Porém, importa distinguir turismo de natureza de ecoturismo, uma vez que o ecoturismo é uma das formas de turismo de natureza (tal como também o é o turismo de aventura, entre outras).
            Assim, ecoturismo é “a arte de viajar tendo por objetivo o encontro com a natureza e com outras culturas, perturbando o menos possível o ambiente, compreendendo e respeitando o equilíbrio social e económico local, e colaborando no seu desenvolvimento” (Oliveira, 2009). Tem, inclusiva e obviamente, em vista a satisfação dos turistas participantes, proporcionando-lhes experiências de aprendizagem e convívio únicas.
            O desenvolvimento do ecoturismo pode ainda ser uma boa oportunidade para que as comunidades locais tenham acesso a serviços básicos, como água potável, saneamento e infraestruturas de transporte; consigam a criação de emprego e de novas formas de gerar receita, como é o caso da produção e venda de artesanato, por exemplo, e ainda o incentivo à educação e à formação.

2. O turismo em Angola

2.1 Análise retrospetiva
O turismo é um sector que tem sido bastante conturbado em Angola, ao longo dos tempos. Antes, durante e após a guerra civil que aí se instalou, o sector turístico não era visto como uma área fulcral da economia, sendo que tem vindo a obter mais atenção há cerca de 30 anos.
Como tal, apesar de reconhecidas as potencialidades angolanas na época colonial, o turismo era um setor “desprezado”, pelo que não se deu um desenvolvimento turístico no país, nessa época.
Aquando da guerra, que eclodiu em 1975 (logo após o final da guerra pela independência e no mesmo ano em que se criou o primeiro Governo do Estado Angolano), ocorre a instituição da Secretaria de Estado do Comércio e do Turismo, o primeiro órgão angolano encarregue da administração turística do país, entre outras funções que em si albergava.
Nos dois anos que se seguiram, assistiu-se a uma degradação das infraestruturas turísticas, nomeadamente hotéis e restaurantes – mais de 90% das unidades hoteleiras e similares do país foram abandonadas pelos seus antigos proprietários.
Na década de 80, deram início a inúmeros projetos turísticos, incluindo a reabilitação e ampliação da Pousada das Quedas de Kalandula, mas que acabou por não ser concluída. Só em 1988 se cria a primeira empresa angolana de turismo, a ANGOTUR, Lda. – uma agência de viagens.
Em 1989, Angola adere à Organização Mundial do Turismo (OMT) no decorrer da 8ª Assembleia Geral da OMT realizada em Paris, entre Setembro e Outubro desse ano. Este facto trouxe benefícios imediatos ao país, concretizados na implementação do projeto “Reforço Institucional do Estado Angolano no Domínio do Turismo“, que foi financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e executado pela OMT. Este projeto previa diversas intervenções, como é o caso da elaboração de propostas de legislação turística, inexistente na altura, e o incentivo à criação de empresas e agências de viagens e turismo.
Assim, a organização turística nacional angolana culmina com a criação do Ministério de Hotelaria e Turismo (MINHOTUR), em 1996, que tem vindo a exercer a sua atividade de forma cuidada e faseada, com políticas de ordenamento e planeamento turístico, de promoção de Angola como destino turístico e de proteção, preservação e valorização do património diverso que Angola contém – tendo em vista um desenvolvimento harmonioso e sustentável da atividade turística, logrando uma melhoria da qualidade de vida da população residente.

2.2 Situação atual
Na atualidade, recorrendo a diversas fontes, é possível afirmar que o sector turístico em Angola está em expansão e com tendência a crescer ainda mais.
Em 2010, visitaram Angola 397.904 turistas, o que representa um crescimento de 8,8% face a 2009 (segundo a revista VIDA IMOBILIÁRIA, nº3); em 2012 o número aumentou para os 484.054 visitantes, pelo que se estima que em 2017 atinja os 700.000 turistas (de acordo com o Jornal SOL).
Neste momento, são as províncias de Benguela e Lobito que constituem os principais eixos turísticos, com a concentração de grande parte da oferta hoteleira angolana.
É ainda possível verificar que o sector da hotelaria tem apresentado, de ano para ano, elevado crescimento e competitividade, a considerar pelo aumento de unidades construídas no país nos últimos tempos e pela expansão prevista para os próximos anos: “no âmbito do Plano Diretor do Turismo, que já foi apreciado pelo Conselho de Ministros, consta a expansão da rede hoteleira. Daí que temos estado a mobilizar investidores nacionais e estrangeiros no sentido de virem investir no nosso sector” (conforme as declarações de CRUZ, diretora geral do Instituto de Fomento Turístico – INFOTUR, ao Jornal O PAÍS).
Segundo o MINHOTUR, o défice de oferta hoteleira concentra-se em hotéis de uma, duas e três estrelas, com preços mais acessíveis, que potencie o turismo para consumidores da classe média; de destacar também a ambição de construir um hotel com capacidade para 50 camas em cada município do país – mais uma meta do Plano Diretor de Turismo agora em vigor. Assim, com um aumento da oferta hoteleira, pretende-se uma descida dos preços praticados até agora.
Por outro lado, e ainda de acordo com o MINHOTUR, existem outros problemas de que se destacam como os mais relevantes: mão-de-obra pouco qualificada e preparada; quadro legal desatualizado; necessidade de meios de trabalho eficientes e da gestão das entidades do sector; necessidade de sistematização dos ativos turísticos (inventariação e caracterização); oportunidade de criar uma visão e de potenciar uma dinâmica integrada do turismo.
E é para colmatar estas deficiências que surge o programa PARTENON (que define a estratégia turística para o horizonte 2011-2020) e que o Plano Diretor do Turismo foi orientado; pretende-se ainda a criação de um Instituto Nacional de Formação Turística, para combater a falta de formação existente na área do Turismo, em Angola, bem como a elaboração de um Plano Estratégico de Marketing e Promoção Turística.
Através de todos estes esforços combinados, o governo angolano ambiciona que o sector do turismo represente cerca de 7% do PIB em 2020 (revista VIDA IMOBILIÁRIA, nº3).
As figuras 1 e 2, da autoria do MINHOTUR, permitem concluir que os angolanos representam dois terços do turismo do país, divididos em residentes e não-residentes. Nota-se ainda três mercados-chave que hoje alavancam o turismo em Angola, em muito alicerçado nas relações económicas e no turismo de negócios: Portugal, China e Brasil.

Existe, então a necessidade de diversificar e captar novos mercados, seguindo a estratégia apresentada na figura seguinte, ou seja, incidindo, numa segunda e terceira fases, no turismo regional e internacional.
Através do mapa seguinte (figura 3), bem como do gráfico que o acompanha (figura 4), segundo a referida fonte, é possível constatar que as províncias interiores têm uma oferta reduzida e consequentemente receitas menores. Quer no alojamento quer na restauração, a oferta é mais elevada nas províncias do litoral. Em toda a província de Malange, que compreende o local onde o projeto será implementado, podemos constatar que existem 8 pensões e 6 hotéis ou outros.
A visão estratégica do sector consiste na adaptação de uma solução à realidade do país, maximizando os seus principais ativos, que são a juventude, a história, a cultura, a tradição e os recursos naturais, de forma a criar produtos atrativos, tal como é possível observar no esquema abaixo apresentado (figura 5).
O desenvolvimento do turismo de Angola assenta, ainda, nas prioridades, regiões e polos de desenvolvimento turístico em curso, que são: Polo de Kalandula, em Malange; Polo de Cabo Ledo, na província do Bengo; Polo da Bacia do Okavango, em Kuando Kubango.
Concluindo, a capacitação do setor do turismo em Angola deverá, então, focar-se no desenvolvimento integrado, faseado e coerente de 6 eixos estratégicos, a saber:
– Mercados emissores, nos quais deve ser exercidas fortes ações de promoção e divulgação, e facilitando também o acesso dos turistas ao país com a atribuição mais fácil de vistos turísticos;
– Enriquecimento da oferta, aos vários níveis que necessitam de intervenção;
– Promoção e distribuição, apostando no marketing para o turismo angolano, bem como na participação e organização de feiras e festivais, de forma a captar turistas;
– Acessibilidades, prevendo a melhoria dos acessos ao país e das infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias;
– Serviços e competências, principalmente ao nível da formação dos recursos humanos;
– Qualidade urbana e ambiental, através da preservação dos ativos ambientais e culturais turísticos (MINHOTUR, 2009).

3. “Eco-Lodge Wild Kalandula”

3.1 Identificação e caraterização da área de estudo
A área geográfica de incidência deste projeto será o município de Kalandula, pertencente à província de Malanje (figura 6), que se localiza a Este da capital angolana, Luanda, a aproximadamente 420 km.
Este município possui uma superfície de 8.358 km2 e cerca de 116.640 pessoas. A temperatura média anual da província é de 22º C e o clima é tropical húmido.
A província possui vários minerais, como é o caso do manganês, cobre, ferro, diamantes, granito e calcário, e é composta por florestas e savanas, que fornecem diversas espécies vegetais de alto valor madeireiro, como é o caso do pau-preto.
Malanje é uma província essencialmente agrícola, destacando-se pela produção das seguintes culturas: mandioca, arroz, algodão, milho, batata-doce, amendoim, girassol, feijão, soja e hortícolas.
Apesar disso, Malanje possui uma pequena indústria, na qual são fabricados materiais de construção, produtos destinados à alimentação e tabacos.
É berço de uma vasta gama de produtos artesanais, como cestas, chapéus típicos e bonecos diversos.
A sua fauna e flora são riquíssimas, destacando-se a existência da Palanca Negra Gigante, um antílope que, pela sua raridade, é considerado símbolo nacional de Angola e Património da Humanidade.
Existem diversas áreas protegidas nesta província: Reserva Natural do Luando; o Parque Nacional da Kangandala, que é rico em aves e, portanto, propício à observação destas; a Reserva Florestal do Caminho-de-Ferro de Malanje; a Reserva Especial do Milando e, por último, a Reserva Florestal do Samba-Lucala. Também os rios que atravessam esta província angolana e as quedas de água que cada um apresenta lhe conferem um sentido natural especial. Assim, todas estas áreas naturais complementam a atividade turística e de lazer.
Existem imensos locais de interesse, tanto a nível de património natural como de património histórico e cultural (tais como as Pedras Negras de Pungo Andongo e as diversas ruínas existentes), o que é bastante útil para a questão da animação turística para os hóspedes do projeto.
No município de Kalandula, localizam-se as Quedas de Kalandula, que constituem uma atração turística muito forte. Antigamente conhecidas como Quedas do Duque de Bragança, deram origem à criação do já referido Polo de Desenvolvimento Turístico, devido à sua importância. Estas quedas de água, do rio Lucala, são as segundas maiores quedas de água de África, sucedendo-se às Cataratas Vitória, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe, com 105 m de altura e 401 m de largura. Recebem cerca de 1500 visitantes por semana e prevê-se que este número tenda a aumentar.
Em relação à capacidade de alojamento, conseguimos identificar nove unidades de alojamento em toda a província de Malanje, mas não foi possível analisar informação detalhada no decurso da presente investigação.

3.2 Concepção e operacionalização
Esta é, sem dúvida, a parte mais criativa do trabalho, onde se pretende dar a conhecer uma ideia de negócio para o sector turístico, que parece ser plausível de implementar.
Em Angola não existe ainda nenhuma unidade de Glamping, pelo que seria um projeto pioneiro e inovador no país, que poderia ainda dar origem à expansão do próprio empreendimento.
Assim, o “Eco-Lodge Wild Kalandula” localizar-se-ia nas margens do rio Lucala, perto da antiga pousada das Quedas de Kalandula, no município com o mesmo nome, de forma a ficar totalmente integrado com a natureza e em harmonia com a mesma, sem a prejudicar ou influenciar em larga escala.
Pretende-se, então, que seja um empreendimento com, pelo menos, 3 tendas de cada tipo apresentado; estas seriam dotadas de electricidade, mas sem televisão, e algumas delas com cozinha privativa, para uma maior liberdade e privacidade dos hóspedes; cada tenda seria equipada com casa de banho completa privativa, sendo que seriam casas de banho secas/de compostagem, tal como apresentado no enquadramento teórico do presente trabalho.
Para que tal seja possível, é necessário definir um perímetro para cada tenda, recorrendo à sua divisão com cercas ou vedações, para resguardar a privacidade dos clientes; têm também de ser afastadas umas das outras, no mínimo 10 metros.
De igual modo será necessário um perímetro alargado para o empreendimento turístico no geral, para que seja possível fazer passeios dentro deste e para o estabelecimento de alguns locais de relaxamento.
Existe uma questão bastante relevante no que toca à implementação do projeto: seria bastante interessante proceder à recuperação e reutilização da pousada das Quedas de Kalandula, que se encontra ao abandono neste momento, para que seja utilizada para o fornecimento dos serviços de spa, de restaurante (caso os hóspedes não queiram cozinhar nas suas tendas), de bar insonorizado e de sala de exposições de diferentes tipos – para artesanato e arte locais, de modo a que os turistas possam adquirir aí os produtos, para além de os poderem adquirir no próprio município.
Para esta recuperação e para todas as edificações necessárias, deveriam ser utilizadas as técnicas de construção já apresentadas, e estas deviam ser dotadas das tecnologias sustentáveis também já mencionadas.
Prevê-se, ainda, a construção de uma piscina biológica para usufruto dos hóspedes do “Eco-Lodge Wild Kalandula”, se possível aproveitando a água do rio Lucala; existem já técnicas que impedem os animais e os possíveis elementos poluidores de passarem para as águas da piscina, salvaguardando assim a saúde e o bem-estar dos utentes – há que considerar também que os rios não são poluídos como o são em Portugal e em outros países largamente industrializados.
Seria interessante a criação de parcerias para a animação dos hóspedes, com o Polo de Desenvolvimento Turístico e as empresas com ele relacionadas, ou ainda estudar-se a possibilidade de conceber os nossos próprios roteiros e/ou programas de animação e lazer turísticos.
Importa mencionar que o acesso ao local seria feito a partir de Malanje, que possui um pequeno aeroporto, capaz de receber voos vindos de Luanda (onde existe o aeroporto internacional) e posteriormente de carro, uma vez que são somente 80km por estrada que, ao que consta, está em boas condições.
            A unidade de Glamping “Eco-Lodge Wild Kalandula” pretende, então, ser um motor de desenvolvimento local e de desenvolvimento turístico em Angola, promovendo o que o país tem de melhor, o seu património e a sua cultura, ainda tão pouco explorados e aproveitados. Importa, sim, ter uma perspetiva holística da região e do país, ter consciência das suas potencialidades e procurar um crescimento evolutivo, faseado, mas positivo e sustentável.
            Pela importância que o turismo de natureza e o ecoturismo têm hoje em dia, direcionados para nichos de mercado específicos mas cada vez maiores, este empreendimento tem altas probabilidades de sucesso, até por se localizar nas imediações de um recurso turístico por excelência, um dos ex-líbris angolanos, e também pela curiosidade que Angola desperta cada vez mais na procura turística mundial da atualidade.

3.3 Exequibilidade
De acordo com a Proposta de Diploma sobre Empreendimentos Turísticos, componente da legislação angolana disponível no site do MINHOTUR, a unidade a projetar será um empreendimento de turismo de natureza.
Devido à especificidade do projeto, há áreas que não estão abrangidas pela lei ou a informação ainda não foi disponibilizada, como é o caso das tecnologias e técnicas de construção sustentáveis (que são temáticas muito recentes).
Ainda assim, a criação do Polo de Desenvolvimento Turístico de Kalandula revela-se muito importante no apoio e pertinência do presente projeto, uma vez que podemos inseri-lo nos projetos que serão apoiados pelo mesmo.
Este abrange uma extensão significativa e tem como objetivos, de entre muitos outros, apoiar o ecoturismo, aumentar a oferta de alojamento e melhorar as infraestruturas básicas da sua área correspondente. Assim, reforçando as infraestruturas hoteleiras e turísticas da região, pretende-se captar mais turistas e promover uma melhoria das condições de vida da população.
Mais especificamente, a oferta de alojamento deverá ser desenvolvida de acordo com os seguintes parâmetros: unidades até cinco estrelas; com 100 a 150 quartos, se se tratar de estalagens ou hotéis; destaque para Pousadas da Juventude e parques de campismo.
Pretende-se também a criação de miradouros e trilhos ao longo das margens do rio Lucala, a organização de passeios de barco, a criação de áreas de restauração e estacionamento, bem como de serviços de limpeza e segurança do Polo, que deverão estar todos integrados no seu ambiente natural, promovendo assim os lazeres turísticos da área. A construção e melhoria das infraestruturas básicas, já mencionadas em cima, consistem na intervenção ao nível das redes de água, eletricidade e saneamento e também no que toca às acessibilidades ao local, melhorando as estradas principais e secundárias e criando serviços de transporte para o aeroporto e para a estação de caminho-de-ferro de Malanje (capital de província).
Com todas estas intervenções e com os objetivos e diretrizes para as quais o Polo de Desenvolvimento Turístico de Kalandula está orientado, o projeto adequa-se ao que é pretendido e apoiado, podendo até ser alvo de parcerias público-privadas, para a sua implementação e desenvolvimento; ajudará ainda ao desenvolvimento do local e da região, tal como previsto.
 
3.4 Efeitos na região
Um empreendimento desta envergadura, tal como todos os empreendimentos turísticos que se estabelecem num determinado local, comportam influências e efeitos no território e na própria população e economia.
Como tal, é pertinente analisar as externalidades que a atividade turística pode trazer para o município de Kalandula e para a própria província de Malanje.
A melhor forma para os considerar é, sem dúvida, através de uma análise SWOT, refletindo acerca das suas Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats (quadro 1).
O facto de ser a primeira unidade de Glamping em Angola faz com que não haja concorrência direta e a sua inovação torna-o um produto único e especial. O desenvolvimento local que se prevê é, por exemplo, ao nível da criação de emprego e de desenvolvimento do próprio município, através da criação ou melhoramento das infraestruturas básicas, uma vez mais em parceria e com o apoio do Polo de Desenvolvimento Turístico de Kalandula.
Apesar das ameaças e das fraquezas constituírem um risco para o empreendimento, importa focarmo-nos nas forças e nas oportunidades, saber aproveitá-las e maximizá-las sempre que possível, prevendo também uma intervenção sustentada e sustentável a curto, médio e longo prazo.

4. Considerações finais
A presente reflexão incluiu o conceito de Glamping e de todas as suas vertentes inovadoras como, por exemplo, a bioconstrução, as piscinas biológicas e as casas de banho de compostagem; a importância da ética e da sustentabilidade da atividade turística, assim como da responsabilidade social perante a comunidade local; a realidade do turismo angolano, bem como as potencialidades deste projeto neste segmento de mercado e, por último, os seus principais componentes.
Apesar de diversas dificuldades, designadamente a impossibilidade de realizar trabalho de campo e os resultados negativos das tentativas de contacto com responsáveis regionais e locais, foi extremamente gratificante estudar esta temática e a sua aplicação em Angola.
A concretização desta ideia original tem subjacente uma relação estreita e de simbiose entre o Polo de Desenvolvimento Turístico de Kalandula e o “Eco-Lodge Wild Kalandula”.
Como todos os projetos inovadores, gostaríamos que este tivesse também o mérito de sensibilizar e despertar o interesse de atores públicos e privados para uma área de negócio emergente que pode diferenciar e tornar relevante um destino turístico.

Bibliografia e Fontes

Livros
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Lima, S. (2002). Novos turistas e a procura da sustentabilidade: um novo segmento de mercado turístico. Lisboa, GEPE.
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Legislação
. Ministério da Hotelaria e Turismo da República de Angola – Decreto Executivo nº001 de 2012 de 14 de Agosto, Luanda.
. Ministério da Hotelaria e Turismo da República de Angola – Despacho nº89/GMHT/2012 de 30 de Março de 2012, Luanda.
. Ministério da Hotelaria e Turismo da República de Angola – Proposta de diploma sobre empreendimentos turísticos, Dezembro de 1011, Luanda.
. Ministério da Hotelaria e Turismo da República de Angola – Proposta de diploma sobre o acesso ao emprego no sector da hotelaria e turismo, Junho de 2011, Luanda.
. Ministério da Hotelaria e Turismo da República de Angola – Proposta para regime jurídico das áreas de interesse e potencial turístico. Abril de 2011, Luanda.