LAZERES ATIVOS I

LAZERES ATIVOS I

Paulo Carvalho. Coordenação (CV)

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PARQUES CULTURAIS, LAZER E TURISMO: UMA PROPOSTA PARA A SERRA D’OSSA (ALENTEJO)

Maria João Valente

Paulo Carvalho

Resumo
A temática dos parques culturais tem merecido pouca atenção da comunidade científica nacional e internacional, designadamente as dimensões relacionadas com os lazeres turísticos contemporâneos.
A presente reflexão pretende analisar o conceito de património cultural, explicitar a sua ligação ao turismo e ao desenvolvimento local, bem como apresentar uma proposta de valor operativo aplicada à Serra d’Ossa (no Alentejo Central – Portugal), uma área geográfica de matriz rural com elevado valor paisagístico e patrimonial.
Palavras-chave: Parques Culturais. Turismo. Serra d’Ossa. Alentejo.

Abstract
The theme of cultural parks has earned little attention from national and international scientific community, in particular the dimensions related to the leisure interest.
This reflection analyzes the concept of cultural heritage, explaining his connection to tourism and local development, as well as submit a proposal of operating value applied to the Serra d'Ossa (Central Alentejo – Portugal), a geographical area of rural high array landscape and heritage value.
Keywords: Cultural Parks. Tourism. Serra d'Ossa.Alentejo.
 
1. Parques culturais, lazer e turismo

1.1 Parques Culturais
Como refere Valente (2012), o conceito de parque cultural, associado ao panorama do turístico, é relativamente recente. Articulado com a proteção e valorização do património cultural, surge como um elemento chave de ligação entre património, cultura e paisagem, e assim a preservação da memória do território é um “requisito base” para a criação desta tipologia de parque.
De acordo com Aguilar (2007: 8) “un Parque Cultural está constituido por un territorio que contiene elementos relevantes del Patrimonio Cultural, integrados en un marco físico de valor paisajístico y/o ecológico singular, que gozará de promoción y protección global en su conjunto, con especiales medidas de protección para dichos elementos relevantes”.
Segundo Carvalho (2005: 125), citando Telles (2002: 9), o parque cultural persegue o objetivo de defesa de um significativo arquivo histórico e biológico bem como estético e responde aos “propósitos museológicos e pedagógicos, não apenas como refúgio cultural, mas também como laboratório que proponha soluções para um ordenamento coerente que considere as potencialidades naturais e culturais do território”.
Uma vez que um dos objetivos primordiais dos parques culturais é o correto aproveitamento dos recursos de forma a configurar um instrumento de ordenamento do território, estes pretendem articular a paisagem com o ordenamento do território, pressupondo assim novas formas de proteção ambiental.
O desenvolvimento rural é considerado como um objetivo a alcançar nas áreas delimitadas pelos parques culturais, sendo assim possível por em prática estratégias de ordenamento e desenvolvimento local.
Dada a importância de diversificação turística e criação de novas tipologias de mercados os parques culturais surgem como um novo meio de (re)funcionalização do espaço cultural e natural. Na definição de parque cultural contam como dados fundamentais o património construído e o património natural, ao serem relacionados os dois funcionam como intervenientes na construção da paisagem cultural, permitindo uma gestão integrada e sustentável entre eles, para que se possa apresentar uma nova forma de proteção e valorização patrimonial (Valente, 2012).
Na perspetiva de Bombico (2009: 2) “os parques culturais pretendem por isso contribuir de forma sustentável para a preservação da paisagem e do seu valor patrimonial e arqueológico. Tendo em conta o local onde se insere o parque pode ser um meio de promoção turística, museológica, pedagógica, educacional, científica e lúdica”. Os parques surgem assim como uma nova solução para a proteção patrimonial, assim como de novas atividades que possam vir a ser desenvolvidas.
Para Barata e Mascarenhas (2002: 20) este modelo de parque apresenta-se como sendo uma oposição “às políticas conservacionistas e restritivas” tradicionais, pois apresentam “uma dupla realidade: as restrições de acesso e usufruição dos bens históricos e naturais só são socialmente aceites se bem compreendidas e justificadas” e a “defesa destes bens depende também de uma atitude de empenhamento por parte do Estado e do cidadão”.
A implementação pressupõe envolvimento e articulação entre o Estado e as entidades dispostas a atuarem de forma a desenvolverem estratégias de promoção e desenvolvimento conjuntas, bem como ter em conta um conjunto de premissas que controlem e regulem todas as atividades que ocorram dentro do parque. Por outro lado, e gestão desta tipologia de parque deve ser efetuada em articulação com a população local, que deve ter uma participação ativa na formulação de estratégias essenciais para o desenvolvimento e manutenção do parque.
Comparativamente com os parques naturais, a principal diferença encontra-se no objetivo da sua criação e de funcionamento, pois enquanto o primeiro se foca na proteção e conservação da vida natural, o segundo pretende com a sua criação formar uma “nova escola” na qual a relação de aprendizagem entre o património e quem o estuda ou faz uso dele está presente.
O turismo está presente na conceção dos parques culturais, demonstrando assim a sua forte componente de desenvolvimento, o que pressupõe planear e regular a atividade turística dentro do parque no sentido de minimizar as externalidades negativas e salvaguardar os recursos nomeadamente o património.
Barata e Mascarenhas (2005: 17) apresentam um conjunto de indicadores para monitorizar o turismo dentro dos parques culturais, de que destacamos a satisfação do turista, a satisfação da população local, a contribuição do turismo a favor da economia local, a presença dos novos residentes (índice de estabelecimento/fixação) assim como o número de novas instituições culturais e clubes criados (índice de diversão/satisfação).
Estes indicadores são relevantes no sentido da atividade turística contribuir para a proteção e preservação do património e induzir o desenvolvimento do local onde o parque se encontra localizado e das áreas envolventes, que deverão também ser beneficiadas com o aumento de turistas, assim como o crescimento do número de empregos e de infraestruturas turísticas.

1.2 Exemplos de Parques Culturais
O conceito de parque cultural tem-se desenvolvido em diversos países como por exemplo em Espanha. Em Portugal, embora não exista legislação específica para estes parques, encontramos já alguns exemplos como o Parque Cultural da Cava do Viriato e o Parque Cultural de Tourega/Valverde, que ainda se encontra em fase de estudo.
O Parque Cultural Cava do Viriato, em Viseu (Beira Alta), resultou de uma intervenção do programa ViseuPolis (no contexto da estratégia nacional de requalificação urbana e ambiental, com início no período 2000-2006). Com uma área aproximada de 45 hectares, localiza-se nos arredores da cidade e carateriza-se por uma paisagem histórica dentro de uma muralha octogonal com funções defensivas (acampamento). Os vestígios arqueológicos estão datados como pertencentes à Época Medieval de arquitetura islâmica. Este acampamento está classificado como monumento nacional desde 1910.
A paisagem natural apresenta uma grande diversidade ecológica, é constituída por carvalhos, eucaliptos e plátanos e diversos cursos de água que se tornam habitat de diversas espécies, principalmente avifauna.
Situada entre a malha urbana, na Cava do Viriato é possível verificar que os habitantes e proprietários das quintas ainda utilizam práticas agrícolas tradicionais.
O Parque Cultural de Tourega/Valverde localiza-se na área rural de Évora, com uma área aproximada de 2400 hectares. Este parque apresenta uma variedade de estruturas arqueológicas datadas dos períodos Neolítico e Calcolítico, como por exemplo, a Villa romana de Tourega que se encontra em processo de classificação. O património edificado é constituído por diversos conventos e igrejas, embora alguns se encontrem em ruínas.
Com um elevado valor paisagístico este parque reúne uma diversidade de espécies naturais como o carvalho, montado de azinho e de sobro, eucaliptos, urze, sargaço e esteva. A nível da avifauna destacam-se espécies como os morcegos, o gavião, milhafre-negro, águia-calçada, o corvo e a rola. Os habitantes desta área subsistem, maioritariamente, da agricultura e da pastorícia.
Para além da preservação do património este parque desenvolve estudos sobre a vegetação e a arqueologia, promove ações de educação ambiental entre população local e turistas, e incentiva os habitantes a manterem os edifícios com as características locais.
O Parque Cultural de Maestrazgo encontra-se em Espanha, na comunidade de Aragão, estende-se por 43 municípios, enquadrado num território rural com graves desequilíbrios demográficos e uma paisagem cultural onde se destacam os conjuntos de arte rupestre classificados como Património Mundial pela UNESCO.
Este parque é responsável por implementar estratégias que ajudaram ao desenvolvimento regional e turístico através da gestão sustentável do património e dos recursos para a criação de uma “marca-território” onde o património e a identidade territorial são dinamizados de forma sustentável e estratégias de conservação de forma a dinamizar o território.
O parque aposta na formação continua, por exemplo organização de seminários onde a população local tem voz ativa para poder participar e divulgar ideias. As escolas são outro público-alvo que se pretende alcançar através de estratégias de educação patrimonial.
A gestão deste parque é feita por um grupo de ação local, a ADEMA (Asociación para el Desarrollo del Maestrazgo) e é financiado por fundações, pela administração local e associações culturais e pela ajuda do Programa LEADER. O parque cultural de Maestrazgo, também pertencente à rede europeia de Geoparques.
Este difere da realidade portuguesa pois em Espanha os parques culturais encontram-se ao abrigo da Lei 12/1997 de 3 de diciembre (Parques Culturales), que é única no mundo e tem como objetivo definir e esclarecer os objetivos, definir a planificação integral e a gestão dos parques (Valente, 2012).
Esta estabelece quatro princípios fundamentais para a implementação destes parques: proteger, conservar e difundir o património natural e cultural; fomentar a informação e difusão cultural e turística dos valores patrimoniais; contribuir para o ordenamento do território, corrigindo os desequilíbrios socioeconómicos e impulsionar um uso adequado dos solos; fomentar o desenvolvimento rural sustentável e a melhoria do nível e qualidade de vida das áreas envolventes (Navarro e Abad, 2002: 200).
Neste quadro normativo, para além de figurarem estes quatros princípios e a definição de parque cultural, é determinado que todos os parques têm que possuir uma declaração para que o parque possa ser registado no Registo de Parques Culturais de Aragão.
Para que o registo seja aceite é necessário uma planificação integral do parque onde constem os objetivos de cada parque e as suas obrigações assim como a gestão do respetivo parque. A gestão é feita através de funções repartidas entre três órgãos administrativos: “Patronato”, “Consejo Rector” e a “Gerencia del Parque”.
Relativamente ao financiamento desta tipologia de parques a lei indica que este é da responsabilidade do Governo de Aragão e aos municípios que figurem nas áreas dos parques através de acordos e protocolos entre eles. Considera-se a possibilidade de existir um financiamento externo através de donativos particulares e de fundos estatais e da União Europeia.
Como afirmam Navarro e Abad (2002: 202) “esta ley de Parques Culturales plantea, como otras políticas de desarrollo, que para la consecución de estos objetivos se deben coordinar las políticas territoriales con las sectoriales, especialmente las de patrimonio natural y cultural, fomento de la actividad económica, turismo rural, infraestructuras y equipamientos”.

2. Serra d’Ossa: território e turismo

2.1 Retrato territorial
A Serra d’Ossa (Alentejo Central), com uma orientação NW-SE, reparte-se pelos concelhos de Alandroal, Borba, Estremoz, Redondo e Vila Viçosa (figura 1). Abrange uma área de aproximadamente 26 km de comprimento e 10 km de largura, e regista a altitude mais elevada em Evoramonte e S. Gens (653 metros). Nas palavras de Feio (1983: 5) “a forma geral lembra um triângulo alongado com um vértice no poente, do outro lado um corpo atravessado por fundas depressões enviesadas”.
A Serra d’Ossa encontra-se localizada no maciço antigo, na zona de Ossa-Morena. É atravessada pela falha de Messejana e as rochas predominantes são os xistos. Segundo a ADMC (2001: 22) “predominam rochas metamórficas do complexo xisto-grauváquico. Em termos geológicos e geomorfológicos pode subdividir-se esta unidade fisiográfica em dois blocos distintos; o compartimento oriental, de relevo mais vigoroso e altitudes mais demarcadas, onde predominam Xistos Silicosos e o compartimento ocidental formado por Xistos Micaxistos e Gnaisses Pré-câmbricos, apresentando menores altitudes e vertentes menos prenunciadas”.
A grande maioria dos solos pertencente à área da Serra não são adequados para a prática da agricultura pois não possuem as capacidades necessárias, sendo que os solos mais férteis se encontram nas margens das ribeiras existentes. De acordo com a ADMC (2001: 23) “os Litossolos derivados de xisto cobrem a quase totalidade da Serra (…) estes solos são de fraca potencialidade produtiva, não tendo matéria orgânica, são providos de textura arenosa, muito secos e permeáveis, daí apresentarem um fraco potencial para a atividade agrícola”.
A principal ocupação do solo é o eucalipto, sendo esta serra uma das maiores áreas de plantação contínua desta espécie em Portugal, contando com mais de 11 milhões de árvores (ADMC, 2001). Para além desta espécie que foi introduzida na serra nos anos 50 do século XX com a finalidade de produção de celulose o solo está ocupado pelo montado de sobro, mato (esteva, cistos e rosmaninho), pinhal bravo, montado de azinho, olival e vinha.
Relativamente aos recursos hídricos da Serra d’Ossa, existem diversos riachos e linhas de água, de carater temporário. Destacam-se, no entanto, a Ribeira de Lucefecit e a Ribeira de Têra, a primeira desagua no Rio Guadiana enquanto a segunda para o rio Sorraia.
A fauna e a flora são fatores importantes para a avaliação e caracterização de diversos tipos de ambientes e de biodiversidade. A Serra d’Ossa através do seu clima, dos solos e até da ação humana é o habitat de muitas espécies, algumas delas sinalizadas como sendo espécies ameaçadas ou mesmo em perigo de extinção.
A Serra d’Ossa não se encontra classificada por nenhum estatuto de proteção nacional ou internacional. No entanto, encontra-se abrangida pelo Programa Corine (Coordination Information Environemant) elaborado pela Comissão Europeia em 1985, que “tem como objetivo desenvolver um sistema de informação que possibilita comunicar sobre o estado do ambiente na Europa. Esta comunicação é realizada via mapas representativos do território europeu, baseado em bases de dados pan-europeia sobre a cobertura vegetal, biótopos (habitats), mapas de solo e chuva ácida”, Instituto Geográfico Português (s.d.). Em Portugal a gestão deste programa é feita pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente), representante da EEA (European Environmental Agency).
Inserido no Projeto Biótopos onde “qualquer área terrestre ou aquática que, apesar da ausência de proteção legal, constitui-se uma unidade ecológica de significância comunitária, para conservação da natureza”, (ADMC, 2001: 31), esta serra foi sinalizada por este programa devido à “presença de espécies de flora e fauna vulneráveis e presença de habitats vulneráveis (unidades fitossociológicas)” (ADMC, 2001: 31). Designada pelo código C14300123, o Sítio Serra de Ossa engloba uma área de 9000ha aproximadamente.
A Serra d’Ossa tem sido objeto de diversos estudos arqueológicos dos quais se tem verificado a existência de um vasto espólio arqueológico pertencente a diversas épocas. Alguns destes artefactos podem ser encontrados em museus da região e outros no próprio local como é o caso das antas e dólmenes.
Em 2011 residem na área da Serra d’Ossa 42824 habitantes, repartidos de forma desigual pelos cinco municípios (quadro 1). Estremoz é o concelho mais populoso, seguido de Vila Viçosa e Borba. O que regista um menor número de população residente é o Alandroal.
No período 1991-2011 a variação da população é negativa (-10,9%) o que equivale a uma redução de 5254 habitantes, mais acentuada em 2001-2011, quando o decréscimo dos efetivos demográficos ultrapassou os 7% (cifrando-se em menos 3374 habitantes). O concelho do Alandroal é o que regista maior diminuição da população residente (-20,5%, em 1991-2011) e por oposição Estremoz é o município com menor perda demográfica (-7,5%) em igual período. Ao mesmo tempo, regista-se uma tendência para o envelhecimento da população.
Nos cinco concelhos da Serra d’Ossa os setores de atividade primário e secundário assumem ainda uma importância elevada. O setor primário é mais significativo em Redondo (19,7%) e Alandroal (17,2%) e apresenta uma menor contribuição para o emprego no município de Vila Viçosa (5,4%), ainda assim acima da média nacional (3,1%), de acordo com os dados definitivos dos Censos 2011 (quadro 2). Na agricultura destaca-se o cultivo de vinha e cereais e horticultura em regime extensivo e de sequeiro, sendo que a primeira tem registado um aumento desde a última década, tendo até substituído o cultivo de outros produtos. Neste tem ainda lugar a criação de gado ovino.
O setor secundário apresenta uma maior capacidade de oferta de emprego nos concelhos de Borba (27,8%), Alandroal (30,3%) e Vila Viçosa (31,8%), quando comparado com o valor registado em Portugal (26,5%) – quadro 2. Neste domínio assume relevância a indústria extrativa e de transformação de mármores, que apresenta uma maior importância para o concelho de Vila Viçosa, conhecido como “Capital do Mármore”. Também se destaca a construção civil e pequenas oficinas mecânicas e de instalação de equipamentos e a indústria agroalimentar, nomeadamente nos concelhos de Estremoz e Borba (Valente, 2012).
O setor terciário, definido no intervalo de variação de 52,5% (Alandroal) a 70,4% (Estremoz), regista um aumento nomeadamente no comércio e nos serviços relacionados com a Administração Central (autarquias locais e serviços públicos), embora com valores abaixo da média nacional (70,5%) – quadro 2. O turismo também tem contribuído para o crescimento deste setor principalmente com aumento nos números de estabelecimentos hoteleiros e de restauração (Valente, 2012).
Estes cinco municípios encontram-se ligados através de estradas nacionais e existem ligações que permitem uma comunicação a Évora e Elvas ambas classificadas como o estatuto de Património Mundial pela Unesco. Também para Badajoz e Lisboa existem vias que permitem um acesso rápido e cómodo.
 Atualmente na Serra d’Ossa existe apenas uma povoação, a Aldeia da Serra, no entanto por toda a extensão desta é possível verificar a existência de inúmeros montes (cerca de 70, em 2001, de acordo com um levantamento realizado pela Associação de Desenvolvimento de Montes Claros). Destes a grande maioria encontrava-se ao abandono e degradados, os restantes eram utilizados como depósitos de utensílios agrícolas ou casas de campo.

2.2 Turismo e lazer 
A oferta turística no Alentejo tem verificado alterações ao longo dos tempos. De acordo com o Plano Estratégico Nacional de Turismo (2007) esta região deve desenvolver produtos turísticos baseados na oferta de Touring Cultural e Paisagístico, Gastronomia e Vinhos e Resorts Integrados e Turismo Residencial.
Os indicadores hoteleiros relativos ao Alentejo e ao Alentejo Central, no ano 2011, apresentam ainda valores baixos em comparação com os indicadores para Portugal (quadro 3). O indicador que mais perto se encontra do enquadramento nacional corresponde às dormidas entre julho e setembro, a denominada época alta.
O Alentejo é um destino que atrai essencialmente turistas nacionais, no entanto a nova versão do PENT estima que para o ano de 2015 os hóspedes estrangeiros representem 200 mil e as dormidas 1,1 milhões.
No caso da Serra d’Ossa, em 31 de julho de 2011, existiam 13 estabelecimentos hoteleiros e 803 camas, o que corresponde a 8,2% do número total de estabelecimentos e a 6,2% da capacidade de alojamento do Alentejo (de acordo com o Anuário Estatístico da Região Alentejo – edição de 2012). O município de Estremoz concentra 61,5% dos estabelecimentos e 58,7% das camas desta área, destacando-se ainda Vila Viçosa com 23,1% e 21,2%, respetivamente (quadro 4).
Quanto ao número total de alojamentos “turísticos” por concelho, através de folhetos informativos e dos sites dos municípios, podemos indicar que a vila de Alandroal possui 15 alojamentos, Borba 9, Estremoz 14, Redondo 10 e Vila Viçosa 8. Destes destacam-se as duas pousadas existentes, a Pousada Rainha Santa Isabel e a Pousada D. João IV.
De acordo com o registo nacional dos agentes de animação turística, no início de maio de 2013 estão registadas 21 empresas de animação turística e 4 operadores marítimo-turísticos no Alentejo Central (no primeiro caso corresponde a 28,3% do total do Alentejo e a 2,3% do total nacional). As empresas de animação turística estão sediadas nos municípios de Alandroal (1), Viana do Alentejo (1), Montemor-o-Novo (1), Estremoz (2), Portel (2), Reguengos de Monsaraz (3) e Évora (11), portanto, na Serra d’Ossa encontramos 3 destas empresas.
Os municípios da Serra d’Ossa apresentam um vasto património histórico-cultural o qual é reconhecido através de sessenta e dois imóveis classificados, sendo que vinte e sete (43,5%) são monumentos nacionais, vinte e oito (45,2%) são imóveis de interesse público e sete (11,3%) são imóveis de interesse municipal (quadro 5). Estremoz é o município mais relevante neste domínio, com um total de vinte e dois bens classificados, destacando-se os onze que têm estatuto de monumento nacional, seguido de Vila Viçosa, com quinze imóveis classificados.
Em relação à arquitetura dos imóveis classificados têm destaque os de tipologia religiosa (44,2%) e militar (15,4%), seguindo-se os de arquitetura civil (30,8%) e por fim os arqueológicos (9,6%).
A gastronomia e vinhos é também um dos principais motivos de visita para degustar as tradicionais sopas de pão temperadas com ervas aromáticas (poejos, coentros, salsa, hortelã), a carne de porco, de borrego, o peixe do rio, assim como os queijos, os enchidos, pão, mel e o azeite, os licores, a doçaria de herança conventual onde a amêndoa, as ameixas e a gila são os principais ingredientes. Estes podem ser acompanhados com os vinhos brancos, tintos, roses ou abafados produzidos nas adegas espalhadas pelos cinco concelhos. Muitos destes produtos estão certificados com uma nomenclatura que assegura a boa qualidade e tradição destes como Denominações de Origem Protegida (DOP), Indicações Geográficas Protegidas (IGP) e Especialidades Tradicionais Garantidas (ETG), Agricultura Biológica (AB) e Proteção Integrada (IP).
Para a divulgação gastronómica existem certames que se realizam anualmente como é o caso no concelho de Estremoz da Cozinha dos Ganhões que decorre no fim do mês de novembro e das semanas gastronómicas, onde cada restaurante dispõe de diversos pratos relativos à temática gastronómica, que são frequentes durante todo o ano (como por exemplo a semana gastronómica do porco e a semana gastronómica do borrego). No concelho de Borba realiza-se anualmente a Festa da Vinha e do Vinho, a Feira do Queijo e a Feira das Ervas Alimentares.
O artesanato local é bastante variado e tendo sempre presente as características alentejanas, por exemplo, o buinho e palhinha, cantaria artística, cerâmica, chocalharia, cortiça e madeira (figura 2), estanho e tapeçarias, ferro, latoaria, mosaico hidráulico, meias de linha da Aldeia da Serra, peles e couros, pintura alentejana, quadros em matérias-primas naturais, registos e maquinetas e vidro. De toda esta variedade de artesanato destacam-se os famosos Bonecos de Estremoz, pequenas figuras feitas em barro e pintadas com cores garridas que representa figuras típicas da vida e trabalho quotidiano alentejano (trabalhos do campo, vida rural e representação das estações do ano). No concelho de Redondo, o barro ganha forma pelas mãos dos barristas locais que produzem diversos objetos de uso quotidiano como as loiças.
As festas religiosas têm lugar durante quase todo o ano, sendo as mais apreciadas as que se realizam durante os meses de verão como é o caso das Festas dos Capuchos em Vila Viçosa e a Romaria de Nossa Senhora da Boa Nova em Terena (Alandroal), esta é uma das maiores festas do Alentejo.
Para além das festas religiosas realizam-se festas civis como é o caso das Ruas Floridas em Redondo, e outros eventos, como a FIAPE (Feira Internacional de Agropecuária de Estremoz/Feira de Artesanato), em Estremoz.
Por outro lado, importa referir os museus. Todos os municípios, exceto o Alandroal, possuem unidades museológicas que perfazem mais de duas dezenas na área geográfica da Serra d’Ossa. Estas correspondem, maioritariamente, à museologia tradicional, onde a tipologia de museus etnográficos é dominante. Existem também museus de arqueologia, de ciência e técnica de história e um ecomuseu.
As principais entidades gestoras destes museus são as autarquias ou entidades privadas, existem também dois museus que são da responsabilidade das respetivas paróquias. Neste conjunto de vinte e dois museus as datas de fundação são muito dispersas, há museus que foram inaugurados nas décadas de 80 e 90 do século XX e outros que foram criados na primeira década do século XXI. Algumas destas unidades, principalmente as mais antigas, encontraram-se fechadas durante alguns anos por motivos de fata de espaço para as coleções ou por degradação dos edifícios onde se encontravam e foram reabertas posteriormente.
Destas vinte e duas unidades destacamos o Ecomuseu de Redondo, o Palácio Ducal de Vila Viçosa e o Museu Municipal Professor Joaquim Vermelho.
O Ecomuseu de Redondo foi inaugurado em março de 2009, tem como missão divulgar o património arqueológico e ambiental, de modo a funcionar como instrumento de valorização patrimonial e cultural, ocupando uma área de cerca de 6000 ha. O ponto principal localiza-se na antiga Escola de São Bento do Zambujal. Este encontra-se no interior da Serra d’Ossa e tem implementado dois percursos pedestres que se prolongam até à Aldeia do Freixo.
O Paço Ducal de Vila Viçosa (figura 3), pertencente à instituição privada Fundação da Casa de Bragança, encontra-se aberto ao público desde final dos anos 40 (do século XX), inserido na corrente museológica tradicional, dispõe de cerca de cinquenta salas visitáveis. As temáticas aqui representadas são a história, arqueologia e a arte. Muito do espólio apresentado data do século XVIII. Espaço de exposição permanente foi alvo de vários restauros, tanto das peças como do próprio edifício. Para além das visitas aos núcleos é possível assistir a concertos realizados mensalmente na capela do Paço e a visitas temáticas organizadas periodicamente.
O Museu Municipal Professor Joaquim Vermelho, localizado em Estremoz, foi inaugurado em maio de 1880 e inicialmente encontrava-se num anexo da biblioteca. A sua coleção é composta por bonecos típicos de Estremoz da Escola Industrial, peças de arte sacra, mobiliário e faiança do Antiquário Chambel, e uma coleção de barrística de Estremoz pertencente ao Engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira. Em 1979 o museu é transferido para o local onde se encontra hoje em dia e em 2003 é-lhe atribuído o nome do Professor Joaquim Vermelho, figura estremocense que se dedicou à escrita e estudo do artesanato local.
Em 2011 os Postos de Turismo dos concelhos de Estremoz, Redondo e Vila Viçosa registaram cerca de 30 mil visitantes, o que traduz um crescimento progressivo desde 2008 (quando registaram quase 20 mil visitas/ano). Relativamente às nacionalidades dos visitantes, só dispomos de informação relativa ao Posto de Turismo de Estremoz, mas podemos afirmar que a grande maioria que procura informação são portugueses, seguido de Espanha e França. Verifica-se também uma procura por parte de outras nacionalidades como do Reino Unido, Alemanha e Brasil (Valente, 2012).
Para estes municípios o turismo é uma atividade considerada em crescimento e consolidação na qual se tem apostado na divulgação e participação em diversos eventos, como por exemplo, na Bolsa de Turismo de Lisboa (Alandroal, Estremoz e Vila Viçosa), com a transmissão de programas televisivos de entretenimento. Também a nível de infraestruturas relacionadas com o turismo é notório o seu aumento e preocupação na qualidade de serviços que estas prestam.

3. Parque Cultural da Serra d’Ossa: proposta e sua relevância para o lazer, turismo e desenvolvimento local
Como já referimos, a Serra d’Ossa representa um local de simbolismo arqueológico e de uma grande diversidade biológica. É necessário que decorra um processo de classificação da serra como paisagem protegida de interesse local para que se possam definir todas as ações a desenvolver neste território, nomeadamente o Parque Cultural da Serra d’Ossa (Valente, 2012).
O Parque Cultural da Serra d’Ossa pretende-se que seja uma mais-valia para esta área, tanto a nível turístico, como de desenvolvimento local. Este parque deve estar delimitado por toda a área da serra, aproximadamente 12000 ha.
Para uma otimização do parque é necessário que a gestão territorial seja constituída por uma equipa multidisciplinar que integre um protocolo de cooperação entre membros dos municípios e/ou das juntas de freguesia, com o envolvimento da comunidade científica, membros da população local, Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.
Esta equipa deverá ter como responsabilidade elaborar uma “Carta do Parque Cultural” para que se explicite a definição e objetivos, planificação integral do parque, organismos de gestão, delimitações, enumeração de áreas especiais de proteção, e também um “Plano de Desenvolvimento Turístico do Parque Cultural” onde se identifiquem: “objetivos globais de longo prazo; objetivos de ação e de natureza regulamentar; objetivos sustentáveis de conservação do património, da natureza e da paisagem; objetivos sustentáveis de gestão dos visitantes e de turismo; objetivos de investigação” (Almeida, 2005: 86).
Neste plano deve constar uma lista de todos os bens de interesse cultural e um catálogo descritivo do património arquitetónico, arqueológico e etnológico.
Deverá ser também da responsabilidade desta equipa a elaboração de material cartográfico e informativo, assim como a realização de estudos de monitorização das espécies e estado de conservação do património.
A implementação deste parque devera ser feita “através de um processo puramente administrativo, apoiado em legislação restritiva e num planeamento detalhado; dando-se prioridade a ações interventivas, a curto prazo, como a sensibilização e persuasão dos proprietários dos terrenos e responsáveis autárquicos, ou até a expropriação, em situações extremas; através de uma intervenção, a médio/longo prazo, junto principalmente da população local e apoiada na difusão da informação, na experimentação e na formação” (Barata e Mascarenhas, 2002: 64).
Quanto aos equipamentos e infraestruturas necessários para a equipa poder desenvolver o seu trabalho consideramos pertinente a existência de um centro de investigação e informação com um auditório e uma biblioteca. A nível turístico o parque deve oferecer um espaço interpretativo que poderá funcionar no centro de investigação e um parque de merendas, produção de material informativo e de divulgação turística e sinalética e instalação de equipamentos complementares, como por exemplo, distribuição de recipientes para o lixo.
Uma parceria com o Ecomuseu do Redondo parece ser pertinente pois estando o parque cultural ligado à nova museologia e sendo os ecomuseus os seus melhores representantes, faz sentido que estes juntem sinergias na promoção turística e no desenvolvimento local.
Ao nível dos recursos económicos o parque deverá contar com financiamento vindo das autarquias locais e apoios do Estado e da União Europeia, nomeadamente a nível do PRODER, um instrumento estratégico e financeiro de apoio ao desenvolvimento rural, que pretende apoiar as “atividades turísticas e de lazer, nomeadamente na criação ou desenvolvimento de produtos turísticos, alojamento turístico de pequena escala e infraestruturas de pequena escala, tais como, centros de observação da natureza/paisagem, rotas/percursos, animação turística” (PRODER, 2011) para que assim se assista à “valorização dos produtos locais e do património cultural e natural, contribuindo para o crescimento económico e criação de emprego” (PRODER, 2011).
Poderá contar, também, com apoio financeiro de instituições privadas através de patrocínios e ações de mecenato.
Relativamente às atividades turísticas que se poderão desenvolver dentro do parque serão consideradas todas as que se podem ter lugar em espaço natural como caça fotográfica, birdwatching, desportos de natureza (pedestrianismo, orientação, escalada, rapel, BTT, hipismo, geocaching), desportos radicais (paint-ball e tiro ao arco). No caso do pedestrianismo, outrora a Serra d’Ossa foi uma área onde era possível fazer diversos percursos pedestres. Atualmente só o município de Redondo mantém os seus dois percursos ativos, o resto encontra-se em mau estado e sem a devida sinalização. O município de Estremoz tem em estudo três percursos mas que ainda não estão aprovados. Como parte das atividades do parque cultural poderia ser elaborado um guia com todos os percursos pedestres existentes e reativação ou criação de novos percursos.
Pretende-se que o parque alcance um público variado com gosto pela natureza, pelo património arqueológico e que fique alojado vários dias na região.
Com a implementação deste parque pretende-se que este sirva como mecanismo de desenvolvimento funcionando com um incentivo para a fixação de população nos concelhos da área da Serra d’Ossa e que possa ser um potenciador de empregos diretos e indiretos. Nas palavras de Almeida (2005: 91) o parque proporcionará “o desenvolvimento de uma economia de emprego, a manutenção de serviços e de melhorias da qualidade de vida, o reforço da oferta de habitação e de acomodação, a afirmação da identidade do território”.
Segundo Lopes e Rodrigues (2009: 4213), citando Sabaté (2004), “a gestão inteligente dos recursos patrimoniais constitui em diversos territórios um dos fatores chave para o seu desenvolvimento económico, porque atrai turismo, pode gerar ou diversificar atividades económicas e postos de trabalho, contribuindo para um reforço da autoestima das populações locais”.
Para além do aumento de empregos e da fixação de população o parque poderá ser um importante meio para o fomento de práticas agrícolas tradicionais e de tradições ligadas à agricultura, assim como de medidas de conservação e restauro que sejam impulsionadoras de uma melhoria para a população.
Espera-se que exista um número crescente de associações culturais que promovam diversas atividades de animação sociocultural, em que se valorizem os recursos endógenos da área envolvente do parque.
O Parque Cultural da Serra d’Ossa deverá promover programas de formação pedagógica entre as escolas locais, onde se ensinem e divulguem práticas de proteção patrimonial e da sua importância para o desenvolvimento das populações.
Espera-se que o número de alojamentos de Turismo em Espaço Rural (TER) tenha um aumento, assim como a procura dos produtos turísticos específicos da Serra d’Ossa. É necessário salvaguardar a qualidade de vida dos habitantes e reduzir os impactos negativos através da monitorização dos visitantes.
Citando Lopes e Rodrigues (2009: 4215) “mais do que promover o turismo em espaço rural o objetivo passa pela promoção e divulgação da cultura dos lugares refletida nos seus modos de vida e na sua materialização”. Assim, esta proposta pretende servir como promoção turística e ao mesmo tempo permitir ações diversificadas entre diversas entidades dedicadas à valorização e proteção do património.
Com a relação que se pretende criar entre património, paisagem e cultura neste território com uma identidade muito própria pretende-se, que se otimizem todos os recursos disponíveis, e que isso se traduza numa relação de multifuncionalidade territorial, para além de constituir um meio capaz de criar emprego, fixar população (principalmente jovem), melhorar as acessibilidades e atrair novos investimentos.
De igual modo configura pode desempenhar um papel de relevo como meio de desenvolvimento de parcerias entre diversas entidades e a população local; promotor de divulgação cultural e da preservação ambiental e paisagística; criador de conteúdos culturais, museológicos e educativos e de pacotes turísticos únicos.

4. Conclusão
De forma a permitir uma conservação do património cultural e natural surgem os parques culturais que se definem como um elemento primordial da ligação existente entre património, cultura e paisagem. Esta relação permite assim a preservação da memória do território.
Para além da preservação patrimonial estes parque pretendem divulgar o correto aproveitamento dos recursos e da proteção ambiental de forma a que possam intervir como um instrumento de ordenamento do território através da articulação entre a paisagem e o ordenamento do território.
Os parques culturais assumem-se como promotores do desenvolvimento rural e ao mesmo tempo como novo meio de (re)funcionalização do espaço cultural e natural com. A gestão destes espaços deve ser repartida entre entidades públicas, privadas de cariz multidisciplinar e a população local.
A Serra d’Ossa é um exemplo de interesse para a implementação de um parque cultural pois é detentora de um vasto património cultural e natural que necessita ser protegido e valorizado. Nesta área o desenvolvimento rural é também um meio a atingir. Situada entre os concelhos de Alandroal, Borba, Estremoz, Redondo e Vila Viçosa onde os setores primário e secundário assumem uma importância elevada, principalmente no cultivo de vinha e cereais e na extração de mármores, respetivamente.
Esta serra tem sido objeto de diversos estudos arqueológicos dos quais se tem verificado a existência de um vasto espólio arqueológico relativo às épocas do Neolítico e Calcolítico. A fauna e flora são bastante variadas, onde se destaca a existência de espécies raras como o Orvalho-do-sol (Drosophyllum lusitanicum) e a Rosa-albardeira (Paeonia broteroi).
A nível turístico evidencia-se a importância do turismo cultural e de gastronomia e vinhos. A gastronomia típica, o artesanato, as feiras, os mercados e as festas religiosas são os principais recursos turísticos desta área.
Por fim é necessário para que a Serra d’Ossa se assuma como um parque cultural que implemente um plano estratégico de ações a desenvolver, elabore um inventário do património natural e cultural existente, monitorize todas as ações que decorram dentro do parque. É também necessário desenvolver atividades lúdicas tanto para os visitantes como para a população local.
Todos os municípios devem intervir na gestão do parque através de uma equipa multidisciplinar para que todos os valores do parque se mantenham e não corram o risco se sofrerem perdas tanto ambientais como patrimoniais. É importante que a Serra d’Ossa seja classificada como paisagem protegida de interesse local para que se possam definir todas as ações a desenvolver neste território.

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