SAÚDE DO TRABALHADOR: UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA EM BELÉM-PA

SAÚDE DO TRABALHADOR: UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA EM BELÉM-PA

Maria Estrela Costa de Sousa (CV)
Marcelo Santos Chaves
(CV)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

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1.3 AS TRANSFORMAÇÕES DO TRABALHO NO SISTEMA CAPITALISTA E O SERVIÇO SOCIAL

De acordo com Oliveira (1998) as transformações que o sistema capitalista veio sofrendo nas últimas décadas trouxeram consequências tanto no processo de produção quanto no trabalho e nas suas estratégias de organização. Uma das consequências foi à globalização, fase da internacionalização da economia em nível mundial.
No contexto da globalização houve a revolução tecnológica cuja base é a pesquisa científica, as quais associadas à produção provocaram profundas alterações nas forças produtivas que possibilitou cada vez mais a produtividade do trabalho. Ainda segundo Oliveira (1998) o ponto de destaque deste processo produtivo foi a substituição da automação mecânica pela a eletrônica. Na verdade, trata-se da inserção da tecnologia de informação como algo central no processo de valorização da produção no capitalismo contemporâneo. Assim, com o uso de computadores, do cabo de fibra ótica e da internet foi possível à melhoria de técnicas de produção, mas também de gestão no ambiente de trabalho. Com essas mudanças sucedeu o que Oliveira chamou de reestruturação do mercado de trabalho, representada pela robotização que veio substituir o trabalho humano.
Para compreender essas mudanças é preciso observar, de um lado, as alterações ocorridas no mercado de trabalho, seja pela redução do trabalho humano concreto, seja pela sua precarização. Oliveira (1998) afirma que a chamada produção flexível exige um trabalhador:
 (...) polivalente, altamente qualificado, com grau mais alto de responsabilidade e de autonomia, recompensado em seu trabalho porque estimulado pela própria reestruturação do processo produtivo a desenvolver sua imaginação criativa anteriormente atrofiada por um sistema de produção que fazia dele um mero apertador de botões ou um parafusador (OLIVEIRA, 1998, p. 168).

O trabalhador polivalente, segundo Antunes (2006) caracteriza-se pelo uso cada vez mais de inovações tecnológicas como a robótica, a automação e a microeletrônica. Sob este mesmo paradigma ocorre mudança nas formas de inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho mediante a “(...) expansão do trabalho parcial, temporário, precário, subcontratado, terceirizado, que marca a sociedade no capitalismo avançado” (Idem, p.).
Enquanto que para Iamamoto (2004) esse trabalhador polivalente é aquele que é chamado a exercer diversas funções, no mesmo tempo de trabalho e com o mesmo salário.
Nesse sentido, busca-se incorporar a iniciativa e a criatividade do trabalhador ao processo de produção, assim como empregar cada vez mais a força de trabalho flexível, ou seja, aquela que pode alterar facilmente suas ações/atividades de acordo com o próprio movimento de valorização do capital, ou seja, que possa se adaptar até nos momentos mais difíceis do processo produtivo.
De acordo com Santos (2005) o aprendizado de novas técnicas integra-se à angústia e à ansiedade de ser um trabalhador polivalente e que esteja preparado para o pleno funcionamento da empresa a qual trabalha. Sob essa nova exigência ao trabalhador acentua a necessidade de uso das faculdades cognitiva e mental, pois há maior atenção na atividade desenvolvida, em que a mesma pode envolver números, cálculos, além de acessórios como teclados e monitores para facilitar a rapidez no resultado do trabalho.
Diante disso, Oliveira (1998) afirma que o trabalho foi e é até agora o elemento central no processo de automação, de integração social e também do caminho de ascensão social. Nessa perspectiva, o trabalho se coloca como fonte de satisfação das necessidades do homem. Assim, é na atividade laborativa que: “(...) o ser humano ultrapassa-se como ser puramente natural, adquire consciência, produz conhecimento, constrói socialmente e, tornando-se membro de uma coletividade, dá origem à regulamentação da sua convivência social, ou seja, cria a moral” (FORTI, 2006, p. 46).