André Riani Costa Perinotto (CV) y Dilene Magalhães Borges (CV)
INTRODUÇÃO
A imagem é uma das formas mais  utilizadas pelo ser humano para adquirir conhecimento e, uma das principais  maneiras de produzi-las é através de um importante mecanismo denominado: fotografia.
          A  fotografia, que desde o seu nascimento, tem se destacado e aperfeiçoado através  das novas tecnologias, permite reviver a memória dos lugares, influencia a vida  humana de tal forma que as imagens passam a ser idealizadas e vistas com um  novo olhar. 
Neste sentido, vale destacar que,  mediante às necessidades de interação entre as pessoas, os avanços e  aprimoramentos tecnológicos ocasionaram a origem de ferramentas comunicacionais  que complementam os canais distributivos mais tradicionais  e facilitam o acesso e o processo de  circulação de imagens e das informações de forma prática, rápida e eficiente.
Dessa forma, é perceptível a importância  que a comunicação estabelece na atividade turística, visto que, ao utilizar dos  meios comunicativos para promover um destino, permite-se uma maior motivação  dos turistas potenciais à visitação de uma localidade específica, no entanto, é  necessária a utilização de mídias e do marketing adequados de acordo com o  público que se almeja atingir.
Neste contexto, este trabalho se remete  à percepção e análise comunicacional das imagens fotográficas referentes à cidade  de Parnaíba, situada no estado do Piauí, na qual dispõe de vários produtos e  serviços turísticos que proporcionam aos turistas, lazer, descanso, contato com  as belezas naturais e exuberantes, igrejas, monumentos, praia, lagoa e o  notável Delta do Parnaíba. 
Por esta variedade de atratividades  peculiares da cidade, bem como o seu perceptível desenvolvimento populacional,  econômico e turístico, a sua importância dentre os mais relevantes destinos  turísticos do Brasil, como também, relacioná-la a função imprescindível da  mídia para se estabelecer uma efetiva comunicação que viabilize a percepção dos  turistas como um lugar turístico relevante que emerge com a criação de  imaginários por meio da circulação de imagens fotográficas em variadas  ferramentas comunicacionais.   
Dentro desta perspectiva, elaborou-se  esse artigo com o intuito de obter resultados mediante uma breve análise sobre  como as fotografias turísticas de Parnaíba na mídia folder, restringem especificamente, aos folders ou folhetos turísticos elaborados pelas agências de turismo  do município.
A propósito, vale argumentar que o folder é uma mídia fundamental e  potencial na propagação de uma determinada localidade, visto que, apresenta  maiores informações mediante os elementos verbais e imagéticos que proporcionam  ao turista um contato prévio com produtos e destinos turísticos que os  influenciarão na tomada de decisão por compras ou viagens. Neste sentido,  realizou-se um levantamento dos folders que continham apenas imagens e dados acerca dos atrativos de Parnaíba de forma  a constatar como as agências de turismo do município comunicam e promovem-no utilizando-se  dessa mídia.
Dessa forma, para o aporte teórico,  primeiramente, discutiu-se sobre temas relacionados à imagem fotográfica e a  relação que se estabelece com o turismo. No item seguinte, abordou-se sobre os folders turísticos como veículos de  comunicação e, na sequência, se insere alguns argumentos sobre processo e  comunicação da circulação midiática.
O amparo teórico relaciona-se às fontes  de pesquisa de alguns autores e vale destacar: Laplatine e Trindade (1997), Barthes  (1980), Sontag (2004), Fardin (2001), Balanzá e Nadal (2003), Kotler (1994), Ferreira  (2010), Silverstone (2002), entre outros, os quais trouxeram expressivos  embasamentos para o desenvolvimento e aprimoramento deste trabalho.
Diante do exposto, este trabalho  apresenta uma descrição e uma análise inicial dos folders turísticos, específicos do município de Parnaíba-PI, constando  as informações que evidenciam o seu papel no processo da circulação como um  fator comunicacional e na divulgação dos atrativos da cidade.
A IMAGEM FOTOGRÁFICA E SUA RELAÇÃO COM O TURISMO 
                Ao  falar sobre fotografia remete-se, de imediato, à imagem ali expressa. A imagem  possibilita um compartilhamento das informações adquiridas antes mesmo de haver  o deslocamento para determinado local devido ao contato visual obtido por algum  meio de comunicação, seja através da internet, ou mesmo por meio de revistas,  jornais, televisão ou folders. 
                Os conhecimentos que as  imagens fotográficas acarretam atingem, significativamente, a atividade  turística visto que, beneficiam e estimulam o consumidor/turista na tomada de  decisão por um destino específico, na compra de um determinado produto  ou mesmo proporcionam o reviver de lembranças que permanecem presentes e  inalteradas com o tempo. Assim, para Laplantine e Trindade (1997 apud SIQUEIRA e SIQUEIRA, 2011, p.5), as  imagens são identificadas como:
                Construções  baseadas nas informações obtidas pelas experiências visuais anteriores. Nós  produzimos imagens porque as informações envolvidas em nosso pensamento são  sempre de natureza perceptiva. Imagens não são coisas concretas, mas são  criadas como parte do ato de pensar. Assim, a imagem que temos de um objeto não  é o próprio objeto, mas uma faceta do que nós sabemos sobre esse objeto  externo.
          Quando  se fala em imagens vale mencionar sobre os imaginários os quais, segundo  Barthes (1980, p.27), apresenta relação de significância, pois “ao libertar-se  do real que são as imagens primeiras, pode inventar, fingir, improvisar,  estabelecer correlações entre os objetos de maneira improvável e sintetizar ou  fundir essas imagens.” Por isso, pode-se entender que o imaginário é uma forma  de modificar o que é real a partir da criação de uma identidade, como afirma Silva  (2001, p.75): 
                O imaginário, para mim, é essa aura, e da ordem da aura.  Algo que envolve e ultrapassa a obra. (...) nada se pode compreender da cultura  caso não se aceite que existe uma espécie de ‘algo mais’, uma ultrapassagem,  uma superação da cultura. Esse algo mais é que se tenta captar por meio da  noção de imaginário. 
Dentro desta perspectiva, é perceptível que as imagens  estabelecem uma ponte condutora para a criação de imaginários das  características que compõem os mais diversificados destinos turísticos. Assim,  a fotografia surge como uma nova maneira de conhecer e compreender visualmente  as imagens e ainda, atua como uma fonte influenciadora da mentalidade humana  que induz a criar, inventar, liberar ou mesmo construir imaginários. Desde  o seu surgimento, a fotografia tornou-se peça fundamental na vida dos seres  humanos e hoje, considera-se um costume bastante praticado tanto de forma  coletiva quanto de forma individual, como descrito por Fardin (2001 apud LÔBO, 2002, p. 8): 
                Em última instância toda fotografia é fruto de uma  saber e um desejo que é, ao mesmo tempo, individual e coletivo. Ë individual  pelas escolhas feitas por cada um de seus artífices: os fotógrafos e os  fotografados. É coletivo porque é influenciado pela necessidade de se fazer  entender e de atender as expectativas daqueles que serão os receptores da mensagem  visual construída. 
Vale  destacar que a fotografia com o passar do tempo adquire cada vez mais novas  técnicas de aperfeiçoamento e utiliza-se de novas tecnologias que possibilitam  um maior interesse e torna-se um instrumento de mais fácil acesso para a população  das diferentes localidades, como afirma Machado (2002, p.11): 
                Há ainda um outro aspecto da questão: a fotografia vem sendo  hoje largamente utilizada, no plano das mídias impressas ou eletrônicas, como  signo genérico, designador de uma classe  de imagens. Vide o exemplo dos bancos de imagens (analógicos ou  digitais), que alimentam a maior parte das publicações e produções icônicas do  presente. Em geral, as imagens, nesses bancos, são solicitadas pelo que elas  têm de poder de generalidade, não pela sua singularidade... Quanto mais  indefinidos e inidentificáveis forem o modelo, o cenário e a ocasião, tanto  melhor para a foto, pois ela terá maior poder generalizante... Essa nova  demanda tem incentivado o desenvolvimento de um outro tipo de fotografia, já  não mais “documental” no sentido habitual dessa palavra, mas uma fotografia que  busca, através de uma imagem singela, simbolizaruma classe, uma norma ou uma lei dotada de sentido generalizante. 
Sobre  imagem fotográfica Schaeffer (1996 apud SOUZA,  2006, p. 4), afirma que, “modificou profundamente as relações que o homem  mantém com o mundo dos signos, portanto, com a realidade”. E isso, tornou-se possível porque a imagem de um  determinado momento acarreta diversas informações que propiciam às variadas  formas de interpretação. E ainda vale destacar que as imagens expostas  na fotografia refletem as lembranças vivenciadas, em determinado momento, dos  lugares que com o tempo, sofreram modificações, mas permanecem guardados na  memória. 
                Dentro  desta perspectiva vale enfatizar que turismo e fotografia são duas atividades  que se complementam, como retrata Perinotto (2013a). É neste sentido que Sontag  (2004, p.19) afirma, "a fotografia desenvolve-se na esteira de uma das  atividades modernas mais típicas: o turismo”, uma atividade que vem crescendo e  se desenvolvendo e que, ao estabelecer essa troca de informações com as imagens  fotográficas, permite-se conhecer uma determinada localidade e alcançar novos  rumos por meio desta comunicação visual.
  É por meio da observância  relacional que imagem fotográfica e turismo estabelecem que se destaca uma  importante ferramenta comunicacional: os folders ou folhetos turísticos. Esta mídia que, além de ser mais acessível, veiculam  informações mais detalhadas e imagens acerca de um destino e/ou produto o que  impulsiona o fluxo e o consumo turístico.  
OS FOLDERS TURÍSTICOS COMO VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO
                Quando se trata de comunicação na área  de turismo, permite-se destacar um importante mecanismo de comunicação denominado  de folders ou folhetos turísticos, pois divulgam as características dos produtos  e dos locais, com o intuito de estimular aos visitantes a decisão por viagens  ou mesmo por compras, e assim, satisfazer aos seus anseios e necessidades. As imagens neles expostas apresentam um papel fundamental na propagação de uma  determinada localidade, visto que, incentivam na criação de perspectivas dos  diferentes destinos. 
                Com relação às fotografias  impressas em material de mídia turística, o filósofo britânico De Botton (2005,  p. 16, apud PERINOTTO, 2013b, p.  37-38) afirma “Os responsáveis pelo folheto tinham tido a sinistra intuição de  como transformar os leitores em presas fáceis por meio de fotografias cujo  poder insultava a inteligência e desrespeitava toda e qualquer noção de livre  arbítrio”. Assim, o marketing poderia  facilitar a demanda turística, através de imagens fotográficas e de paisagens  que os produtores de folhetos/folders queriam e que muitas vezes não condiziam com a realidade local. Muitas vezes, a  imagem que é passada no folheto/folder,  é a imagem que os produtores escolhem a partir de seus produtos oferecidos. Uma  questão interessante, ante o fato de que o observável nesse trabalho é a mídia folder.
                Segundo Ruschmann  (2003 apud GUARALDO, 2006, p. 4), os folders constituem-se por duas  categorias: informativa e comercial. A primeira apresenta as informações sobre  as localidades como a cultura, gastronomia, belezas naturais, entre outras, de  forma que sejam divulgadas e tornem-se importantes atrativos turísticos. E os  que pertencem à categoria comercial possuem a finalidade de estimular a venda  dos produtos dos mais variados destinos turísticos. 
                Dentro desta perspectiva, é pertinente  argumentar que os folhetos turísticos apresentam-se como materiais utilitários  para uma propagação mais efetiva de destinos e/ou produtos turísticos e  estabelecem uma íntima relação com o turista mediante as imagens neles  contidas, visto que estimula a criação de imaginários e atratividade por uma  localidade, conforme considera Middleton (1992 apud GARCIA e BALH, 2009, p. 10):
                As imagens  turísticas que o turista faz dos lugares são decisivas para a escolha de um  destino turístico. Estas, por sua vez, são baseadas mais em expectativas do que  na realidade e determinam se os turistas se sentem ou não atraídos pela  localidade. Cabe ao marketing turístico  manter, alterar ou desenvolver estas imagens, para influenciar os turistas em  potencial.
Com relação ao  marketing turístico, Kotler1  menciona como as imagens são determinantes quanto à forma que as pessoas reagem  com as informações obtidas de um determinado lugar.
                A imagem de um local é a soma  das crenças, das ideias e das impressões que as pessoas têm dele. As imagens  apresentam-se como uma simplificação de várias associações e informações ligadas  ao local. Elas são produto de uma mente que tenta processar e “tirar a  essência” de uma série de dados sobre um local. 
O marketing  permite que os mais variados gostos dos consumidores passem pelo processo de  identificação e análise, para então, reunir as informações que conduzirão à venda  de um determinado produto e, através de materiais publicitários, como os folders, torna-se possível  influenciá-los na obtenção dos produtos e serviços mediante as expectativas  criadas com as imagens expressas. 
  É com base neste contexto que Balanzá e  Nadal (2003 apud Zaidan, 2009, p. 57-58) descrevem algumas  técnicas e características essenciais para uma adequada confecção dos folhetos  turísticos conforme os produtos e serviços que se pretende oferecer de forma a instigar  e despertar o interesse do consumidor/turista, assim é válido que o folder:
Dessa forma, o intuito de confeccionar materiais publicitários como os folders turísticos é influenciar os turistas no processo de decisão por uma viagem ou por compras, entretanto, faz-se necessário um planejamento prévio e um estudo de mercado para identificar o perfil e as necessidades do público que se pretende atingir. Além disso, é válido acrescentar que, para se obter uma comunicação eficaz depende também do processo pelas quais as informações específicas acerca de uma destino turístico circulam nas mídias, o que torna-se base para que os diversos destinos relacionados ao turismo sejam valorizados e cada vez mais conhecidos e visitados.
CIRCULAÇÃO MIDIÁTICA:  PROCESSO E COMUNICAÇÃO
                Na  contemporaneidade observa-se que a busca pela aceleração processual da  circulação de informações é cada vez mais intensa e, devido a fatores como  globalização e os grandes desenvolvimentos da tecnologia permitiu-se que as  sociedades utilizassem variados canais midiáticos que favorecem a produção  rápida e eficiente de comunicação. 
                Segundo Ferreira (2010), “a comunicação  é uma possibilidade que se realiza quando se instala (se reconhece, em ato)  alguma modalidade de dispositivo (midiatizado ou em processo de midiatização)  nas interações”, e assim, interessa também argumentar, ainda conforme o  pensamento do autor, que o valor da comunicação como circulação nas diferentes  mídias baseia-se na questão do diálogo, como assegura com a seguinte citação: 
                A comunicação enquanto diálogo (conversa) é, enquanto  experiência social, superada, no mesmo processo em que a linguagem passa a  mediar as interações sociais, e, portanto, inscritas em dispositivos, passando  essa a regular processos de comunicação diferida (no tempo e no espaço). [...]  Em sociedades complexas, o que existe é a conversa midiatizada que busca  reproduzir as características da conversa dialógica presencial, ou conversas  presenciais que ocorrem no âmbito de paradigmas conversacionais midiatizado.
Com  o avanço tecnológico houve uma maior produção e acesso à informação e, a  utilização da internet, que segundo Alsina (2009, p.77) se “estende a outros  canais as funções que os meios já possuíam”, possibilitou uma  complementariedade entre os canais distributivos de informações mais tradicionais  facilitando assim, o processo de circulação e a acentuada demanda por maiores e  mais práticas comunicacionais que promovam à manutenção e criação de relações e  interações entre quem produz e recebe as informações e mensagens, como afirma  Braga (2004 apud LACERDA, 2006,  p.11):
  É porque a sociedade crescentemente gerou a necessidade,  para processar suas interações, de comunicações mais amplas e abrangentes, mas  específicas e especializadas, mais diversas, mais eficazes (etc.) que foi  desenvolvendo mais e mais procedimentos e tecnologias mediáticas.
Segundo  Perinotto (2013b) há uma emergência de uma cultura da convergência, pois existem  muitas mídias e muitos conteúdos – um ambiente plural que busca novas formas de  integração. Novos formatos de redes midiáticas – da ênfase na convergência de  máquinas/tecnologias para a convergência de conteúdos. Conteúdos que atravessam  várias mídias – conteúdos e plataformas. A convergência como lógica de  circulação de conteúdos nos novos ambientes digitais. É interessante ver que  imagens de uma mesma paisagem (de um mesmo local) podem estar em diferentes  mídias. 
  É  perceptível a importância da mídia nos âmbitos sociais e econômicos. A inserção  de novas ferramentas de comunicação às mais habituais, como as mídias impressas  (jornais, revistas, periódicos, folders, entre  outros) e de radiodifusão (rádio e televisão) vai além de uma simples propagação  e comercialização de produtos e serviços dispostos no mercado para a obtenção  de lucro, passa-se a se fundamentar também na questão simbólica e de agregação  social, em que culturas distintas passam a ser disseminadas, valores e opiniões  são expressados e interagidos, e se permite o vínculo entre as pessoas estejam  onde estiverem. Assim, ainda utilizando-se dos argumentos de Silverstone (2002 apud LACERDA, 2006, p.6) ressalta que:
                Precisaremos  examinar a mídia como um processo, como uma coisa em curso e uma coisa feita, e  uma coisa em curso e feita em todos os níveis, onde quer que as pessoas se  congreguem no espaço real ou virtual, onde se comunicam, onde procuram  persuadir, informar, entreter, educar, onde procuram, de múltiplas maneiras e  com graus de sucesso variáveis, se conectar umas com as outras.
Ainda, de acordo com Perinotto (2013b) vale  mencionar que a comunicação estabelece uma interação entre as pessoas por  facilitar o acesso às informações e as trocas de experiências vivenciadas.  Neste sentido, é válido argumentar sobre o valor comunicacional da circulação  como forma de diálogo visual, em nosso caso, que, quando inscrito em  dispositivos, media as interações sociais.
                No turismo o fator  comunicacional é imprescindível para o seu desenvolvimento, visto que, a  circulação de imagens e informações acerca de um destino turístico influencia  os turistas por compras e viagens. Dentro desta perspectiva, faz-se necessário  a utilização de mídias e estratégias adequadas que motivem o deslocamento e o  interesse dos consumidores na obtenção de produtos e serviços de uma localidade  específica de acordo com o público que se pretende atingir. 
PROCEDIMENTOS  METODOLÓGICOS          
                A escolha pelos folders se deu por conta de ser uma mídia que é utilizada para  demonstrar aos turistas/consumidores os passeios que a empresa realiza para as  viagens. Além disso, é um material que se apoia em produtos das agências de  turismo, que é pré-selecionado e já fabricado para ser, posteriormente, vendido  aos turistas, antes de o circuito turístico ocorrer. Assim, acontece a  tentativa de se comunicar, através das imagens, o que poderá ser possível ver e  “sentir” ao longo do passeio, comunicado na mídia folder.
                A pesquisa tem o intuito de contribuir  para a obtenção e o aprimoramento do conhecimento humano. Dessa forma, para a  sua efetiva realização, faz-se necessário a utilização de métodos e técnicas  que melhor se adéquam ao estudo que se pretende abordar. Por isso, é importante  que se siga cada passo da pesquisa de forma a obter subsídios e atingir  resultados para o problema proposto.
                Na  elaboração deste trabalho baseou-se em uma pesquisa bibliográfica que segundo  Kauark et. al. (2010, p. 28) é quando  “elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de  livros, artigos de periódicos e, atualmente, material disponibilizado na  Internet” a qual se remete aos assuntos sobre fotografia, imagens, turismo, folders ou folhetos turísticos,  comunicação e circulação mediante o uso de livros, artigos científicos,  dissertação e revistas eletrônicas, 
                Empregou-se  também uma pesquisa qualitativa que, ainda utilizando de Kauark et. al. (2010, p. 26) entende-se como  “uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo  indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode  ser traduzido em números” de forma a analisar as informações e dispor dos  resultados obtidos acerca da circulação das fotografias de Parnaíba/PI através  dos folders elaborados pelas  diferentes agências de turismo do município.
                Com base nos dados cadastrais, organizado  por Francisca Porto – SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas  Empresas), a cidade compõe-se de 16 Agências, porém  somente algumas trabalham turismo receptivo como: Clip Turismo, Igaratur,  Ecoadventure Tour, Morais Brito Viagens e Turismo e Check In. 
                A propósito, vale salientar que as  agências de turismo apresentam significativa relevância o desenvolvimento da  atividade turística em uma localidade específica devido à comercialização de  produtos turísticos. Além disso, caracteriza-se por auxiliar seus clientes na  escolha do destino e pelo fornecimento de informações que os permitem avaliar  as melhores opções que proporcionem bem-estar, qualidade nos serviços  oferecidos e preço. Para tal, faz-se necessário que as agências mantenham uma  interação com os turistas potenciais para que assim possam melhor conhecer e  satisfazer suas necessidades.
                Ao longo dos meses entre julho/2010 e  março/2012, foram coletados nas agências de turismo o quantitativo de apenas 09 folders. Essenúmero deve ao fato de poucas agências elaborarem materiais que  promovam e comuniquem à cidade de Parnaíba. Vale ainda acrescentar que, dentre  estes, apenas 04 foram submetidos à análise, devido à ausência de imagens e  informações relacionadas ao município nos materiais coletados, os quais ainda  se observa a promoção de outros destinos turísticos.
             Para facilitar a compreensão os folhetos  apresentam uma classificação que os diferenciam uns dos outros: O folder 1, confeccionado pela agência  Igaratur, compõe-se de duas partes: figuras a (capa) e figura b (parte  interior) as quais apresentam o Delta do Parnaíba; o folder 2, da agência Clip Turismo, representado pelas figuras c e d  a qual promove a chamada Rota das Emoções (Delta, Jericoacoara e Lençóis  Maranhenses) ; o folder 3 , da Ecoadventure  Tour , figuras e  e f, e o folder 4, identificado pelas figuras g e  h, caracterizando o atrativo Porto das Barcas. 
  DESCRIÇÃO  E BREVE ANÁLISE DOS FOLDERS TURÍSTICOS  DE PARNAÍBA/PI
                A  análise dos folhetos de Parnaíba, elaborados pelas agências de turismo do  próprio município, funcionam como fonte condutora para uma melhor compreensão  sobre o processo de circulação das imagens fotográficas dos seus atrativos  turísticos. Os elementos escritos e, principalmente, os elementos visuais,  permitem destacar os efeitos existentes e construir as imagens que caracterizam  as atratividades da cidade. Assim, os autores supracitados Balanzá e Nadal  (2003 apud GUARALDO, 2006, p. 3)  afirmam que “através do folheto o  consumidor pode, pelo menos, ver e estudar aquilo que talvez mais tarde resolverá  comprar”, o que favorece a propagação e venda de um produto.
                Durante  a pesquisa foram selecionados para análise apenas quatro folders relacionados à promoção de Parnaíba dentre os quais se  observou que, os atrativos turísticos que mais se sobressaem relacionam-se às  belezas naturais, como pode ser visto nos folders 1(figuras a e b) e 2 (figuras c e d). No folder 1, essa ênfase é maior por destacar-se a fotografia do Delta do Parnaíba na capa  e na sua parte interior, além de explicar de forma sucinta e objetiva sobre o  destino, como ter acesso através de mapa e um roteiro de atividades e os  serviços oferecidos pela agência. 
                A agência de turismo Igaratur apresenta  o Delta como o atrativo de maior importância e significância da cidade a qual  se utiliza de um texto descritivo e de imagens das belezas naturais, como a  fauna, a flora, dunas e praias que o compõe como forma de divulgação e um  diferencial para despertar o interesse dos turistas na escolha da agência. 
                Ao analisar sobre a ênfase em divulgar  as belezas naturais, percebe-se a redução do espaço que realmente deveria  destinar-se à atividade turística, pois a propaganda da cidade limita-se ao  Delta e, por isso, não apresenta os demais atrativos naturais existentes, os quais  também possuem grande potencial no turismo, como a praia, a lagoa, entre  outros. Diante disso, vale argumentar conforme Albuquerque (2009, p. 123) o  qual afirma que “o material promocional ajuda a compor a imagem da localidade,  por isso deve refletir a realidade local”, ou seja, se há apenas a elaboração  de folhetos relacionados ao Delta e em contínuas repetições, entende-se que a  cidade possui um único atrativo turístico o que dificulta o desenvolvimento do  turismo em Parnaíba.
                A confecção de folders ou de quaisquer materiais publicitários necessita,  previamente, de um planejamento baseado nas necessidades e nos anseios tanto da  própria população local como do público alvo. Além disso, faz-se necessário um  levantamento dos folhetos elaborados por outras agências, dispostos na mesma categoria,  de forma a identificar as suas peculiaridades e assim, dispor de um diferencial  ao passo que, caracterize a identidade local influencie na escolha por este  destino turístico.
                Nas  figuras posteriormente apresentadas (figuras c e d) observam-se os aspectos  naturais, as suas belezas, o contato e presença dos seres humanos com a flora e  a fauna e destaca-se que o passeio além de prazeroso e agradável remete a uma  aventura em meio à natureza os quais são utilizados como diferencial na  promoção do referido destino pela agência Clip Turismo. 
              Contudo,  fica claro que essas características apresentadas anteriormente não se  restringem aos atrativos de Parnaíba, mas à interação entre os três estados:  Ceará, Piauí e Maranhão, que divulgam os seus respectivos destinos turísticos,  Jericoacoara, o Delta e os Lençóis Maranhenses.
            A propósito, essas mesmas características  são apontadas no folheto elaborado por outra agência, a Ecoadventure Tour  (figuras e e f), os quais reafirmam que a divulgação do município de Parnaíba  através de suas agências ainda é mínima e não há o enaltecimento das demais  atratividades que a cidade possui. Soma-se a isto, que as agências de turismo  locais não elaboram pacotes que despertem o interesse dos turistas em conhecer  os outros destinos turísticos pertencentes à Parnaíba, além de transmitirem as  informações sobre outros locais. Dessa forma, vale ainda mencionar a afirmação  de Albuquerque (2009, p. 135) quando diz que “é necessário projetar uma imagem  forte, original, agradável e diferenciada para atrair compradores” e que  favoreça a promoção do destino turístico específico, neste caso a cidade de  Parnaíba. 
             Como diferencial tem-se em destaque na  contracapa do folheto acima, a presença de um mapa que ilustra como ter acesso  às diversas localidades que se apresentam entre a chamada Rota das Emoções, ou  seja, Jericoacoara, Delta do Parnaíba e Lençóis Maranhenses, e ainda, mostram  as atividades desenvolvidas como: Surf, Wind surf, Kite surf, cavalgada,  passeios náuticos entre outros.
                Com relação ao folder 4 (figuras g e h) ilustrado a seguir, consta a identificação  de outro destino turístico existente, denominado Porto das Barcas, um atrativo  que merece destaque tanto quanto o Delta do Parnaíba tão citado anteriormente. 
              Este  folheto apresenta algumas atratividades relacionadas à visitação turística exposta  no próprio material como sua fonte divulgadora, além de enaltecer as suas  formas arquitetônicas, como por exemplo, praça de eventos, auditório, galeria  de arte, artesanato, restaurantes, bares, sorveteria e outros.
            Vale registrar que este folheto tem o intuito de divulgar  não apenas a imagem e as atrações do destino, mas também a importância que  representa na contribuição para a construção da história de Parnaíba,  apresentando alguns aspectos relevantes que identificam o marco inicial de seu  surgimento e seu conjunto arquitetônico, como pode ser visto na figura abaixo. 
              Dessa  forma, percebe-se que as agências de turismo de Parnaíba pouco utilizam esses  materiais, os folders ou folhetos  turísticos, como fonte de divulgação da cidade, materiais esses que, dependendo  de sua elaboração e circulação atraem os turistas potenciais. E ainda vale  ressaltar que se há uma grande quantidade de repetições dessas peças deve-se  também ao fato de que as agências ainda não observaram a importância  comunicacional dos folders apresentam  para a promoção de Parnaíba e dos seus atrativos turísticos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
                Este trabalho teve o intuito de fazer uma análise  dos folders na midiatização das  fotografias turísticas da cidade de Parnaíba/PI, utilizando-se desse  instrumento como mecanismo de comunicação e transmissor de informações  necessárias na divulgação dos mais diversificados destinos turísticos.
                Com base nos materiais bibliográficos,  evidencia-se que a relação entre a imagem fotográfica e o turismo exerce um  papel fundamental na propagação e no conhecimento de uma determinada  localidade. A fotografia, por meio das novas técnicas e tecnologias, permite um  maior estímulo e interesse das pessoas em deslocarem-se do seu lugar de origem  para outras regiões, pois torna possível relembrar a memória dos lugares e  ainda, influencia a mentalidade humana na criação e invenção de imaginários  através das imagens.
                Com o avanço tecnológico a comunicação  entre as pessoas têm sido cada vez mais rápida, além de proporcionar o  conhecimento sobre os diversos ambientes, suas características peculiares,  paisagens, notícias, assuntos diversos, entre outros e tem-se como mecanismo  mais utilizado a internet que, mediante as redes sociais facilitam a circulação  e o acesso às imagens de uma localidade e identificam as suas belezas naturais,  seus pontos turísticos e outros atrativos que possibilitam um conhecimento  prévio e instiga quem as ver, a deslocar-se para um determinado lugar.
                Dentro desta perspectiva, os folders também assumem um papel  significativo no âmbito da comunicação. Os folhetos proporcionam aos turistas  um contato precedente das características dos destinos e produtos mediante os  elementos verbais e imagéticos que favorecem uma destinação específica,  incitando-os à decisão por compras e viagens e além de ser um material de baixo  custo representam um valor emocional inestimável para quem os recebe devido às  recordações remetidas com a viagem àquele destino turístico. 
                A partir da análise dos folhetos,  constata-se que das 16 agências existentes no município, apenas 05 trabalham  com turismo receptivo e, estas por sua vez, não divulgam, satisfatoriamente, a  cidade de Parnaíba e sim, outras regiões como Jericoacoara e os Lençóis  Maranhenses, não valorizando a própria cidade em que se situam. 
                Vale ressaltar que, nos folhetos  turísticos elaborados por estas agências, circulam mais imagens e informações a  respeito de outras localidades e soma-se a isto, que a quantidade desses  materiais é reduzida e repetitiva o que dificulta ainda mais o acesso e conhecimento  das vastas atratividades de Parnaíba. 
                Neste contexto, faz-se necessário  trabalhar junto às agências a elaboração de folders que apresentem os demais atrativos do município e informações relevantes  estabelecendo uma comunicação eficaz com seus receptores de forma que,  sintam-se motivados a se deslocarem para o referido destino.
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Recibido: 20/01/2014
Aceptado: 20/03/2014
Publicado: Junio 2014
1 KOTLER, P.et al. Marketing público. p. 151.
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