A comercialização do biodiesel por  parte da unidade produtora dá-se através de leilões fiscalizados e regidos pela  ANP que pode exigir que os participantes possuam SCS. Segundo Prates (et al,  2007), essa iniciativa propiciou o aumento da produção e estabilidade ao  produtor.
  “Um passo  importante para o início da comercialização de biodiesel foi a instituição de  leilões de compras de biodiesel. O estabelecimento de preços-teto de compra  elevados e a garantia de compra do combustível pelo período de um ano motivaram  a produção agrícola e industrial” (PRATES et al, 2007, p. 40). 
  Um dos objetivos dos leilões de  biodiesel é garantir aos produtores e aos agricultores um mercado para a venda  da produção. Pois, o fabricante de biodiesel já pode iniciar a produção sabendo  quanto poderá vender, correndo, portanto, menos riscos. Também é favorável  nesse sistema o lado do mercado consumidor, já que garante, com antecedência, a  disponibilidade do combustível (LOCATELLI, 2008).
  Os leilões são feitos por sistema  reverso, ou seja, é estabelecido um preço máximo e os ofertantes apresentam  propostas de preços menores pelos quais aceitam vender seu produto. Esse  sistema apresenta o benefício de permitir que se pague o menor preço possível  (aceito pelo produtor) pelo produto em negociação (LOCATELLI, 2008).
  Até janeiro de 2010 já haviam sido  realizados 16 leilões com aproximadamente 4.065.000 de m3 de  biodiesel arrematados. Dados que podem ser observados no Quadro 4.1.
      Quadro  4.1 Resumo dos leilões de biodiesel
 Ano  | 
      Ordem dos Leilões  | 
      Volume arrematado (103 m3)  | 
      Fase de mistura opcional até 2%  | 
      Mistura obrigatória  | 
    ||
2%  | 
      3%  | 
      4%  | 
    ||||
2005  | 
      1º (23/11/2005)  | 
      70  | 
      X  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
    
2006  | 
      2º (30/03/2006)  | 
      170  | 
      X  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
    
3º (11/07/2006)  | 
      50  | 
      X  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
    |
4º (12/07/2006)  | 
      550  | 
      X  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
    |
2007  | 
      5º (13/02/2007)  | 
      45  | 
      X  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
    
6º (13/11/2007)  | 
      304  | 
      
  | 
      X  | 
      
  | 
      
  | 
    |
7º (14/11/2007)  | 
      76  | 
      
  | 
      X  | 
      
  | 
      
  | 
    |
 2008  | 
      8º (10/04/2008)  | 
      264  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
      
  | 
    
9º (11/04/2008)  | 
      66  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
      
  | 
    |
10º (14/08/2008)  | 
      264  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
      
  | 
    |
11º (15/08/2008)  | 
      66  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
      
  | 
    |
12º (22/11/2008)  | 
      330  | 
      
  | 
      
  | 
      x  | 
      
  | 
    |
2009  | 
      13º (27/02/2009)  | 
      315  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
      
  | 
    
14º (29/05/2009)  | 
      460  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
    |
15º (27/08/2009)  | 
      460  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
    |
16º (17/11/2009)  | 
      575  | 
      
  | 
      
  | 
      
  | 
      X  | 
    |
Total  | 
      4.065  | 
      
  | 
    ||||
    Fonte: elaboração própria com base na ANP,  2010.
  Verifica-se no Quadro 4.1, que no ano  2007 houve a transição da mistura opcional para a mistura obrigatória de 2% e  mesmo com esse fato, o quantitativo daquele ano foi inferior ao volume  arrematado no ano anterior, ou seja, 2006. Isso significa que o volume de  biodiesel negociado em 2006 foi suficiente para implantar a mistura obrigatória  de 2%. Nos demais anos 2008 e 2009 o volume arrematado estimulou o aumento da  porcentagem da mistura obrigatória. 
            A  fixação de preços de referência nos leilões e o compromisso de compra de  biodiesel por produtores e importadores de diesel mineral proporcionaram uma  garantia de compra deste produto e assegura para o produtor de biodiesel uma  renda mínima. Há investimentos marginais sendo realizados na adaptação de  refinarias e indústrias químicas para produzir biodiesel. Além disso, empresas  do agronegócio estão considerando a produção de biodiesel um negócio  complementar e procuram diversificar o escopo da sua produção (PRATES et al,  2007) .
  Depois do processo de leilão, ou seja,  a contratação, a entrega do biodiesel é feita diretamente pelos produtores às  distribuidoras, em cujas instalações é realizada a mistura na proporção  estabelecida em Lei. A diferença entre o preço do diesel normal e do biodiesel  é dividida entre todos os litros de diesel vendidos para os consumidores.  Assim, se o biodiesel é negociado a R$ 1,80 por litro e o litro do diesel  derivado de petróleo custa R$ 1,20 para a refinaria, a diferença de R$0,60 é  repassada para todos os litros de diesel comercializados, incluam ou não o  combustível de origem vegetal (LOCATELLI, 2008).
  É importante destacar que a Petrobras e  a Refap (controlada pela Petrobras e pela Repsol) são as compradoras dos  últimos anos de leilões. Segundo Prates (et al, 2007), a Petrobras tem certa  facilidade de colocação do biodiesel no mercado não só porque detém quase a  totalidade do refino no Brasil, mas também porque tem sua empresa de  distribuição de derivados, a BR Distribuidora. A Petrobras, também, participou  intensamente nos últimos leilões da ANP como produtora de biodiesel. Essa, já  possui três unidades produtoras, distribuídas em três estados da federação, que  juntas chegam a uma capacidade de 325 milhões de litros 1 por ano desse combustível (ANP, 2010).
  No que tange ao quantitativo de  arremate de biodiesel nos leilões da ANP, o ano de 2009 foi mais expressivo  chegando o patamar de 1,8 bilhões de litros. Nota-se também que o volume de  biodiesel arrematado nos 5 anos de leilões da ANP não foi crescente tendo uma  queda abrupta no ano de 2007. O Gráfico 4.1 demonstra esses fatos. 
  O volume de biodiesel negociado nos  últimos anos três anos de leilões da ANP tem crescido exponencialmente. Segundo  a ANP (2010), isso tem ocorrido devido ao número crescente de unidades  produtoras desse combustível nestes anos. Ao todo mais de 20 destas unidades  iniciaram sua produção anos de 2008 e 2009.            
1 Um (1) m3 é igual a 1000 litros.
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