Este texto descreve historicamente a implantação e desenvolvimento  do Biodiesel no Brasil e o PNPB, aborda temas como tecnologia,  regulamentação SCS, conceitos de agricultura  familiar e seu modo de produção.  
  Em meados da década de  80 o professor da Universidade Federal do Ceará, Expedito José de Sá Parente,  realizou uma descoberta de um novo tipo de óleo combustível, obtido através de  óleos vegetais, o qual poderia substituir o óleo diesel que na época foi  intitulado Prodiesel.
  No dia 30 de outubro de  1980, anunciamos a descoberta do PRODIESEL no Centro de Convenções de  Fortaleza, onde se fizeram presentes como convidados do então Governador  Virgílio Távora, as seguintes personalidades: Aureliano Chaves (Presidente da  República em exercício e Presidente da Comissão Nacional de Energia), Cesar  Cals de Oliveira (Ministro das Minas e Energia), Délio Jardim de Matos  (Ministro da Aeronáutica), Senador Alberto Tavares Silva, Diretores de empresas  fabricantes de motores diesel e de montadoras de veículos (Mercedes Benz, Saab  - Scania, MWM, Volkswagen, Ford, General Motors, etc.), várias outras figuras  destacadas no mundo político, econômico e financeiro do Brasil (PARENTE, 2003,  p. 10).
  E assim, em 1980, o  biodiesel foi patenteado pela primeira vez sendo registrado no Instituto  Nacional de Propriedade Industrial – INPI. “A Patente PI – 8007957, de 1980,  foi a primeira patente, a nível mundial, do biodiesel” (PARENTE, 2003, p. 12). Mesmo  sob patente brasileira, o biodiesel no Brasil não prosperou, por não ter  incentivos do governo e pela queda dos preços do petróleo a nível mundial.  Entretanto, o mesmo não aconteceu com outros países, principalmente, na Europa  e America do Norte (PARENTE, 2003).
  Não houve, à época, os  devidos incentivos a que merecidamente se disseminasse esta então nova  tecnologia, exceto através de alguns testes com frotas, na década de 80. Em contrapartida,  os Estados Unidos e a Europa, que se lançaram posteriormente ao programa do  biodiesel, avançaram a passos muito mais largos, sendo a Alemanha o país  considerado mais adiantado no mundo neste segmento (PENTEADO, 2005, p. 02). 
  Pode-se conceituar biodiesel, segundo Parente (2003), como um  combustível renovável, biodegradável e ambientalmente correto, sucedâneo ao  óleo diesel mineral, constituído de uma mistura de ésteres metílicos ou  etílicos de ácidos graxos, obtidos da reação de transesterificação de qualquer  triglicerídeo com um álcool de cadeia curta que pode ser o metanol ou etanol.
  O biodiesel também pode  ser definido como um combustível composto de mono-alquil-ésteres de ácidos  graxos de cadeia longa (com ou sem duplas ligações), derivados de fontes  renováveis, como óleos vegetais, gorduras animais, óleos de soja pós-fritura,  de peixe, dentre outras, obtidos mais comumente pelas reações de  transesterificação e esterificação com um álcool de cadeia curta especialmente  o etanol ou metanol (BONOMI, 2004). 
  O conceito de biodiesel  também foi definido pela Lei Nº 11.097 de 13 de janeiro de 2005 no Inciso XXIV  do 4º artigo:
  Biodiesel:  biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão  interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de  outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis  de origem fóssil (BRASIL, 2005).
  Outra definição de biodiesel bem como a dos agentes  envolvidos adotada no Brasil, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP)  através da Resolução Nº 7, de  19/03/2008, é verificada através do Artigo 2º:
  I – biodiesel – B100 – combustível composto de  alquil ésteres de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou  de gorduras animais conforme a especificação contida no Regulamento Técnico,  parte integrante desta Resolução;
  II – mistura óleo diesel/biodiesel – BX –  combustível comercial composto de (100-X)% em volume de óleo diesel, conforme  especificação da ANP, e X% em volume do biodiesel, que deverá atender à  regulamentação vigente;
  III – mistura autorizada óleo diesel/biodiesel –  combustível composto de biodiesel e óleo diesel em proporção definida quando da  autorização concedida para uso experimental ou para uso específico conforme  legislação específica;
  IV – produtor de biodiesel – pessoa jurídica  autorizada pela ANP para a produção de biodiesel;
  V – distribuidor – pessoa jurídica autorizada  pela ANP para o exercício da atividade de distribuição de combustíveis líquidos  derivados de petróleo, álcool combustível, biodiesel, mistura óleo  diesel/biodiesel especificada ou autorizada pela ANP e outros combustíveis  automotivos;
  VI – batelada – quantidade segregada de produto  em um único tanque que possa ser caracterizada por um "Certificado da  Qualidade" (ANP, 2008).
  Assim, o biodiesel puro,  denominado por B100, seria um combustível composto em sua totalidade por  biodiesel. Já um combustível composto, por exemplo, de 70% de diesel mineral e  de 30% de biodiesel, seria denominado B30. Entretanto, ao longo deste trabalho  não se fará tal tipo de distinção sendo utilizado o termo biodiesel, e, quando  necessário, seguido de sua composição percentual.
  Como verificado  anteriormente neste trabalho, o biodiesel é produzido a partir da biomassa, ou  seja, matéria orgânica que possa ser aproveitada como insumo para produção de  energia. Neste sentido, destacam-se três tipos de matérias-primas que podem ser  utilizados para produção de biodiesel: óleos vegetais, gorduras de animais e  óleos e gorduras residuais. Na Tabela 3.1, apresenta-se os principais insumos  para fabricação de biodiesel.
    Tabela 3.1 Principais matérias-primas para produção de biodiesel
Matérias-primas  | 
      Exemplos  | 
    
Óleos vegetais  | 
      Soja, mamona, dendê (palma), pinhão-manso, babaçu, algodão, girassol, amendoim, etc.  | 
    
Gorduras animais  | 
      Óleos de peixe, sebo bovino, gordura de porco, etc.  | 
    
Óleos e gorduras residuais  | 
      Óleos oriundos de frituras, esgotos municipais, resíduos industriais, etc.  | 
    
   Fonte:  Elaboração própria
            Verifica-se  na Tabela 3.1 que há uma diferentes de fontes de matéria-prima com potencial  para a produção de biodiesel. Algumas, como óleos e gorduras residuais, com  níveis incipientes de utilização. 
  Para extrair o óleo  vegetal das plantas, denominadas oleaginosas, utiliza-se a prensagem de suas  sementes, frutos, amêndoas ou grãos (PRATA, 2007). O bagaço que sobra do  processo de prensagem pode ser convertido em energia térmica através da queima.  A figura 3.1 apresenta a localização das principais matérias-primas por Região  do território brasileiro utilizadas para a fabricação do biodiesel. Esta mostra  que a oleaginosa soja está presente nas 5 regiões, evidenciando assim  a facilidade e disponibilidade de ser  encontrada. A mamona, devido ao fator climático, não é mostrada para a Região  Sul, porém em todas as demais áreas apresenta-se como uma das matérias-primas  viáveis ao biodiesel.
  No entanto, dentre todas  as matérias-primas descritas acima com potencial para a produção de biodiesel,  a soja sempre foi amplamente utilizada tornando-se desde antes a maior delas  para a produção deste biocombustível. 
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