Países  como Espanha, França, Alemanha, Itália, Áustria e Suíça aparecem no topo das  preferências do mercado da procura assim como são os principais mercados  concorrentes de Portugal, sobretudo por atraírem a mesma procura e a oferta ser  similar. 
  No  entanto, neste conjunto de países encontramos casos paradigmáticos no que à  associação e desenvolvimento do produto de saúde e bem-estar nas estâncias  termais diz respeito. Há países cujas estâncias souberam adaptar-se às novas  exigências dos mercados e da sociedade moderna, sem no entanto descredibilizar  a vertente terapêutica, enquanto outros há que não têm conseguido adaptar-se ou  que dão os primeiros passos nesse sentido, como é o caso de Portugal.
  O  termalismo francês é um exemplo paradigmático de resistência à adaptação. A dependência  relativamente à Segurança Social a partir de meados da década de 40 e que ainda  hoje prevalece (cerca de 95% dos termalistas são subsidiados), cujas oscilações  fizeram com que as termas atravessassem profundas crises (massificação na sua  frequência e consequente perda de qualidade em períodos de democratização da  cura e redução de frequência em períodos em que eram limitadas as subvenções  sociais) determinou que o termalismo francês se reduzisse à vertente  terapêutica durante anos, construindo mesmo uma imagem de referência no âmbito  da terapêutica.
  As  principais dificuldades prendem-se com a decadência das estâncias centradas no  termalismo curativo, a ambiência triste e melancólica, uma clientela  envelhecida e doente, uma forte sazonalidade, a incipiente oferta da vertente  de saúde e bem-estar, é refém de uma legislação desadequada, para além da  ausência de investigação científica e consequente descredibilização médica da  terapia termal. Todavia, têm sido encetados esforços no sentido da sua revitalização  através da modernização das instalações ou dos meios onde se inserem, apesar de  se revelarem pouco produtivos pela ausência de uma planificação de  investimentos, de definição de políticas de revitalização e perspetivas  concretas e, por receio do desenvolvimento da vertente turística e de  bem-estar, encarada como uma ameaça à credibilidade da vertente curativa.  Apesar destes constrangimentos, tem sido crescente o interesse na  diversificação da oferta termal com vista à complementaridade (tão importante  que foi no início do século XX e tão necessária no alvor do século XXI) (RAMOS, op. cit.;CAVACO, op. cit.).
  O  setor termal alemão é considerado um exemplo de boas práticas no que toca à  adaptação necessária e coerente à sociedade e suas exigências atuais.
  No  início do século XX a cura termal era encarada como forma de restabelecimento  dirigida especialmente à sociedade elitista. Após a 2ª Guerra Mundial há uma  democratização do turismo de cura e, não obstante as crises pelas quais também  passou (crise do estado de providência), atualmente procura demarcar-se da  imagem atrofiadora de doença e tornar-se cada vez mais abrangente na oferta de  saúde e bem-estar desenvolvendo uma verdadeira cultura da saúde, pela água,  enaltecendo e valorizando um produto e destino turístico de forma coordenada e  projetada no futuro.
  O  produto de saúde e bem-estar na Alemanha, há muito institucionalizado,  constitui um modelo de desenvolvimento termal em que a antecipação e a  preocupação com as necessidades e motivações dos mercados constituíram o leme  de uma política bem-sucedida, bem como a importância conferida à saúde e à  preservação do bem-estar físico e psíquico e a ação alargada da Segurança  Social.
  A  Alemanha soube reforçar a atração das estâncias termais, mantendo e articulando  a ambiência humana, o contexto societal e paisagístico preenchido com parques,  casinos, hotéis, comércio de luxo, integrando eventos sociais, culturais,  espirituais e desportivos que sustentam o sentido global de saúde e, gerir  aspetos ligados à mudança, à evolução tecnológica e tendências dos clientes,  pelo que tem conciliado o classicismo da cura termal com a diversidade de  programas de saúde e bem-estar, no sentido da implementação de oferta  vocacionada para a vertente de férias, prevendo-se num futuro próximo uma  “turistificação das estâncias termais”. Desta forma conseguiu posicionar-se  como um mercado alargado, com pendores de desenvolvimento, de ordenamento e de  organização espaciais muito bem definidos.
  Uma  evolução sustentada por uma legislação ajustada às necessidades de cada época e  exigências de cada mercado, por uma redução dos apoios sociais (apenas cerca de  70% dos aquistas alemães são subsidiados contra os 90% no caso português) num  incentivo à comparticipação privada, por políticas adequadas e estratégias bem  definidas em termos da dimensão turística centradas nas especificidades locais  e regionais, estratégias de marketing moderno e agressivo com vista a superar a  concorrência estrangeira e à captação de mercados internacionais contribuindo  para a redução da sazonalidade (RAMOS, op.  cit.). Com mais de 300 estâncias, apresenta uma das maiores taxas de  frequência termal doméstica e global.
  Nos últimos anos, e após importantes investimentos  de renovação tecnológica e arquitetónica, assistiu-se, sem se ter perdido a  valência do termalismo médico, ao aparecimento na Europa do termalismo remise en forme onde são cada vez mais e  mais diversos os programas de saúde e bem-estar conjugados com outras ofertas  como golfe, ténis, gastronomia e vinhos, entre outros, com vista à promoção da  saúde e prevenção da doença, por forma a responder a ambos os mercados. A  vertente da saúde e bem-estar ganha um estatuto crucial na (re) dinamização das  estâncias enquanto centros de turismo e lazer. Neste processo destacam-se  alguns exemplos (quadro 5) como:
Para além destes, referem-se ainda  outros exemplos de produtos mistos onde é forte a componente turística  associada aos espaços minero-medicinais. Na Alemanha, Hungria e República Checa  existem os passeios de balão, na Áustria há um Spa especial para crianças e bebés, um Jurássico Parque assim como  na França que dispõe de grutas de espeologia, rotas temáticas em torno da água  e abrigos rurais, a Bélgica oferece noites temáticas, em Itália pode-se  usufruir das grutas, do kartódromo e de passeios de charrete, já na Hungria  pode-se desfrutar de uma praia artificial mediterrânea, de visitas a parques ou  reservas de animais, de feiras de produtos biológicos e do festival da cerveja,  e praticar birdwatching e o Reino  Unido dispõe do festival de jazz, do museu de antiguidades e de alimentação  vegetariana. Particularidades que em conjunto com os programas de bem-estar  diversificados constroem uma oferta bastante sugestiva e apelativa pela  diversidade de experiências que proporcionam (CAVACO, op. cit.). 
  Segundo PALMA (op. cit.) os Spas termais  de referência detêm uma boa capacidade de promoção, boas estruturas de  alojamento, um conjunto variado de estruturas e serviços e permitem um rol  alargado de atividades de bem-estar e lazer, tal como acontece nos exemplos  descritos que constituem exemplos de permanente reinvenção por forma a  responderem às necessidades e exigências atuais dos mercados.
| En eumed.net: | 
![]() 1647 - Investigaciones socioambientales, educativas y humanísticas para el medio rural Por: Miguel Ángel Sámano Rentería y Ramón Rivera Espinosa. (Coordinadores)  Este  libro  es  producto del  trabajo desarrollado por un grupo interdisciplinario de investigadores integrantes del Instituto de Investigaciones Socioambientales, Educativas y Humanísticas para el Medio Rural (IISEHMER).  Libro gratis  | 
15 al 28 de febrero   | 
        |
| Desafíos de las empresas del siglo XXI | |
15 al 29 de marzo   | 
        |
| La Educación en el siglo XXI | |