
			Revista académica de economía  
con 
el Número Internacional Normalizado de 
Publicaciones Seriadas ISSN 
1696-8352
  
  
  
Gerson Nascimento Garcia     (CV)
 Pablo Queiroz Bahia  (CV)
  Heriberto Wagner Amanajás Pena (CV)
  
  
  
   heripena@yahoo.com.br 
UEPA - FACI
 
  
  
  
RESUMO
Este estudo tem por objetivo avaliar a possibilidade da existência ou não de “bolha” especulativa no mercado imobiliário na cidade de Belém, tendo como base de análise a formação da demanda e oferta de imóveis novos no período de 2010 a 2012 e a variação do índice padrão das principais empresas de capital aberto da construção civil atuantes na região no mesmo período. Com este intuito, foi elaborado um roteiro metodológico de estudo que abrangesse mais o nível microeconômico da região do que o macroeconômico. Tomando como ponto de partida, as fontes teóricas de formação cíclica e histórica da economia para a contextualização e conceituação da formação da “bolha” no mercado imobiliário, aliado a fontes estatísticas oficiais que descrevem sintomas econômicos que antecederam o fenômeno no setor - políticas fiscais e de crédito fomentados pelo governo federal - pretendeu-se chegar a uma análise conclusiva mais aproximada possível do quadro da formação da “Bolha Imobiliária” na metrópole paraense, considerando suas peculiaridades e contexto de formação de preços na região.
Palavras-Chaves: Mercado Imobiliário; Empresas de Construção Civil; Oferta e Demanda Habitacional; Bolha Imobiliária.
ANALYSIS OF REAL  ESTATE MARKET IN BELÉM: 
             "There's real estate bubble in the state capital?" 
Abstract
This study aims to evaluate the possibility of the existence of "bubble" in the speculative real estate market in the city of Belém, based on analysis of the formation of the demand and supply of new homes in the period 2010-2012 and pattern variation index major public companies in the active construction area during the same period. For this purpose, a methodological roadmap study covering more microeconomic level of the region than macroeconomic been prepared. Taking as a starting point , the theoretical sources of cyclical and historical formation of the economy to the contextualization and conceptualization of the formation of the "bubble" in the housing market combined statistical sources describing symptoms that preceded the economic phenomenon in the industry - and fiscal policies credit fostered by the federal government - was intended to reach a possible closer conclusive analysis of the context of training the "Real Estate Bubble" in Para metropolis, considering its context and peculiarities of price formation in the region .
Key Words: Real Estate Market; Construction Companies; Housing Supply and Demand; Real Estate Bubble.
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Nascimento Garcia, G., Queiroz Bahia, P. y Amanajás Pena, H.: "Análise do mercado imobiliário em Belém, Pará - Brasil: "Há bolha imobiliário na capital paraense?”", en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 198, 2014. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/14/mercado-inmobiliario.hmtl
1. INTRODUÇÃO
O setor imobiliário é considerado  mundialmente um dos principais pilares de sustentação e fomento do PIB1  de qualquer economia, responsável pela geração e constituição de  toda cadeia produtiva da indústria da construção civil. Nos últimos dez anos,  este segmento do setor econômico tem sido foco de enorme atenção pelos governos  de economias desenvolvidas ou em desenvolvimento, muito em decorrência do  início da crise imobiliária em alguns países e dos dimensionamentos e  polarização que este setor vem proporcionando, não obstante, a especulação e  desestruturação econômica que seu mau fomento poderá causar. 
          Em âmbito nacional, segundo  estudos do IPEA 2, cerca de um milhão de famílias brasileiras conseguiram realizar  nesses últimos seis anos a conquista da casa própria, muito em decorrência do  ressurgimento do crédito imobiliário e da estabilidade econômica do país. À  medida que esse crédito se expandiu nos anos seguintes, o aumento da demanda começou  a elevar os preços num ritmo mais acelerado. Dados da FIPE3  mostraram que em 2009 a alta no valor dos imóveis no país foi de  22%, a terceira maior do mundo. No ano seguinte chegou aos 25%, e em 2011 a 26%  elevando o país ao topo do ranking das maiores altas e o mercado imobiliário ao  mais caro da América Latina.
          Até março do de 2013,  contabilizando-se a média dos últimos 12 meses a alta foi de apenas 8,4 % e de  13,5 % no mesmo período no ano anterior, evidenciando uma desaceleração ou  desaquecimento do setor, segundo mostrou pesquisa encomendada pela revista  Exame à FIPE. Em contrapartida a velocidade das vendas também diminuiu, em 2010  era 14%, em 2012 chegou a 10%. Nesta pesquisa, a FIPE considerou as coletas de  preços nas principais capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro,  Brasília, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza. Em Belém, o percentual de alta  foi -1,67% segundo a mesma pesquisa. 
          Seguindo essa desaceleração, a  maioria das construtoras baixou o preço cobrado pelo metro quadrado em alguns  de seus projetos não só na região, como em outras cidades brasileiras, impulsionadas  pela percepção do consumidor brasileiro de que os preços estavam aumentando num  ritmo insustentável, aliada às incertezas do mercado internacional, fazendo com  que demorasse mais tempo para fechar uma proposta.
   De acordo com Associação Brasileira das  Entidades de Credito Imobiliário e Poupança (Abecip), o número de unidades  financiadas em todo o país no primeiro trimestre de 2012 caiu 1%, em comparação  com o mesmo período do ano anterior e mais de 2% em igual período, já em 2013.  Fato este já sentido pelas incorporadoras em 2010 e fortalecida nos primeiro  meses de 2012, período no qual viram suas vendas caírem significativos 5,5%.
          No cenário global, os preços  dos imóveis brasileiros estariam bem mais baixos que os praticados nas 72  cidades pesquisadas pelo mundo, segundo divulgado pela revista Exame em maio de  2013, baseando-se em estudo feito pela UBS Group – empresa de serviços  financeiros com sede na Suíça – que apontou, por exemplo, que o m² médio de um  apartamento no Rio de Janeiro, que custa em torno de 3.700 dólares e em São  Paulo 3.500 dólares, em Londres ele custaria 8.070 dólares, 10.810 dólares em  Paris e 11.060 dólares em Nova York.
          Concomitantemente, uma das  maneiras que os economistas têm de avaliar o futuro do mercado é comparando o  retorno de aplicações financeiras com taxas de aluguel, que é quanto a  mensalidade representa no valor total do imóvel. Quando o rendimento de  investimentos, como o Tesouro Direto, é maior que o dos imóveis e mesmo assim as  vendas continuam aumentando rapidamente, conclui-se que há muita gente fechando  negócio, porque apostam em uma valorização futura. Apesar do índice FipeZAP4  ser calculado a menos tempo, no ano de maior valorização dos  imóveis (2011) o índice foi de 29,4%, no mesmo período o Ibovespa havia caído  24,6%. 
          Sem dúvida que o  fortalecimento do ramo imobiliário em anos anteriores está relacionado com o  crescimento da renda e, consequentemente, com o poder aquisitivo dos  trabalhadores com carteira assinada. Para Adolfo Sachsita, pesquisador do IPEA,  o governo federal teve forte influência nesse setor, através dos incentivos  disseminados em seus programas como o Minha Casa, Minha Vida - MCMV, e juros  mais baixos no SFH5  para imóveis abaixo de 500.000 reais, que acabaram por estimular  ‘artificialmente’ um mercado já aquecido, e que em 2013 passou para 750.000  reais na região sudeste e 650.000 reais para as demais regiões.
          Não muito diferente do resto  do país, a capital paraense também sofreu o "boom" do mercado  imobiliário nos últimos seis anos, segundo dados da Associação de Dirigentes de  Empresas do Mercado Imobiliário do Pará - ADEMI/PA. Os preços também sofreram  acomodações, diminuindo significativamente o lançamento de novos  empreendimentos. Para alguns empresários do setor é relevante ressaltar algumas  peculiaridades locais: a falta de mão-de-obra, aumento nos preços de materiais  de construção corrigidos pelo INCC6 , falhas de engenharia e na construção (como no caso do desabamento  do edifício Real Class por falhas estruturais de engenharia), custo elevado dos  terrenos, além da demora na entrega de empreendimentos. Some-se a isso tudo,  uma maior maturidade do consumidor local, mais atento às armadilhas do mercado  e às informações econômicas nacionais e internacionais.
2. PROBLEMA
Desde 2008 vem se divulgando  pela mídia nacional e internacional alegações que no Brasil está se vivendo a  iminência de uma bolha imobiliária prestes a estourar, muito em consequência a  súbita valorização dos imóveis nesses últimos seis anos. Sem dúvida que a forte  alta nos preços do setor tem ampla influencia do ritmo acelerado da atividade  imobiliária envolvida pela crescente desenvoltura da indústria da construção  civil fomentada pelas recentes políticas de incentivo e de crédito do governo  federal.
          Nesse entreposto, estudo  divulgado em 2013 pelo IPEA verificou-se que de 2007 a 2012, houve redução  sistemática do déficit habitacional, na ordem de 30.000 domicílios a nível  nacional. Belém esteve entre as capitais com maior evolução negativa no quesito  proporção de domicílios com déficit habitacional sobre o total de domicílios.  Mas numa correlação entre demanda e oferta habitacional, verifica-se claramente  o descompasso entre a crescente atividade imobiliária com a diminuição do  déficit habitacional, em especial, na capital paraense. 
          Dados do IBGE de 2010 indicavam  que as famílias brasileiras gastavam, em média, 13,36% de seu orçamento com  habitação e Belém era a capital brasileira com o menor gasto percentual entre  as estudadas, cerca de 9,45% na ocasião, bem abaixo de cidades com maior padrão  de renda per capita, como o Distrito Federal 14,79%, Rio de Janeiro 14,59%,  Porto Alegre 14,35%, ou mesmo Fortaleza, com 13,90%. 
          Contudo, a carência de dados  mais precisos e atualizados sobre o citado mercado em Belém é um fato, bem como  estudos referentes à especulação e dinâmica no setor. Fato este que não  prejudicou a elaboração deste trabalho, posto que um dos propósitos é levantar  dados mais atuais sobre a oferta e demanda habitacional, ambiente empresarial  da construção civil e da valorização imobiliária, em especial no período de  2010 a 2012 para contextualização do cenário a que se propõe o referido artigo:  problemática de estudo.
          Partindo deste princípio,  justifica-se este estudo no propósito de criar um dimensionamento didático do  cenário do setor imobiliário para estudo e acompanhamento, caracterizando-o com  o máximo de informações possíveis, para que se possa elaborar uma análise  econômica mais coerente sobre a existência ou não de uma bolha especulativa na  indústria imobiliária na capital paraense no período selecionado.
3. OBJETIVOS
Este trabalho pretende  desenvolver um estudo que permita avaliar a possibilidade de existência, ou não,  de “bolha especulativa" no mercado imobiliário da cidade de Belém no  período de 2010 a 2012. Especificamente, pretende-se:
          Desenvolver preliminarmente uma  perspectiva conceitual de formação de bolha imobiliária e suas consequências na  economia;
          Identificar as políticas e  planos de incentivos realizados pelos governos federal, estadual e municipal no  período de estudo e direcionados ao setor imobiliário; 
          Analisar financeiramente, por  comparação de índices padrão, as principais empresas de capital aberto da  construção civil atuantes na região metropolitana de Belém; 
          Traçar um perfil conceitual da  demanda e oferta habitacional, formação e valorização do metro quadrado na  capital paraense no período de estudo;
          Elaborar um levantamento  estatístico à nível amostral da oferta e demanda das unidades habitacionais  através de fontes oficiais e de um instrumento de pesquisa direcionado às  empresas da construção civil atuantes na região metropolitana de Belém;
4. METODOLOGIA
Baseando-se preliminarmente  numa pesquisa bibliográfica, objetivando obter conhecimento sobre a natureza  teórica de formação de bolha especulativa no mercado imobiliário, seus efeitos  e implicações econômicas no sistema financeiro, desenvolveu-se esse artigo,  sobre o ângulo do método dedutivo. Mediante essa iniciativa, elaborou-se um  levantamento das políticas e planos de incentivos realizados nos últimos anos  pelos governos federal, estadual e municipal, direcionado ao setor imobiliário,  através do fomento às empresas de construção civil e retomada e ampliação das  linhas de crédito a pessoas físicas nas diversas classes sociais através dos  SFH e SBPE e FGTS, seus impactos na economia, na geração de renda e no PIB do  país.
          No segmento empresarial, o presente trabalho  contempla uma pesquisa de natureza descritiva, com o objetivo de traçar  características econômico-financeiras por comparação com índices-padrão das  principais empresas de capital aberto do seguimento de construção civil  integrantes do Novo Mercado e atuantes na região metropolitana de Belém,  estabelecendo uma relação entre variáveis. 
          A princípio utilizou-se o modelo de análise  das demonstrações financeiras através dos indicadores de desempenho  desenvolvidos por Assaf Neto (2002), Marion (1997) e Matarazzo (1995) e  descritos no Item 5.3.2 resultando nas tabelas 1, 2, 3 e 4. A pesquisa fundamentou-se  primordialmente na técnica padronizada de coleta de dados das empresas  selecionadas, e nas suas classificações perante as  agências classificadoras de risco que dão uma perspectiva atual e futura no  cenário da construção civil a nível nacional e local.
          A coleta de dados englobou a pesquisa bibliográfica e documental, onde  se busca adquirir informações econômico-financeiras, a partir de abordagens já  trabalhadas sobre o assunto por outros autores. Realizou-se um levantamento de  dados de caráter secundário das empresas, a partir das demonstrações contábeis  publicadas no site da Bmf&bovespa, dos últimos exercícios, de 2010, 2011  2012.
          Em última fase desse  referencial metodológico, pretendeu-se elaborar um levantamento quantitativo,  pois segundo Richardson (1999), este método pode ser utilizado para aumentar ou  medir unidades ou categorias homogêneas e é caracterizado pelo emprego da  quantificação nas modalidades de coletas de informações, no caso em questão, a  mensurado de dados estatísticos da oferta e demanda de unidades habitacionais,  através de fontes oficiais e de um instrumento de pesquisa contendo questões  fechadas, direcionado aos principais responsáveis pelo setor de vendas das  empresas da construção civil atuantes na região metropolitana de Belém, com  objetivo único de traçar um perfil da demanda e oferta de imóveis novos nos  últimos três anos, contado de 2010, 2011 e 2012, formação e valorização do  metro quadrado por bairro na região de estudo e suas ligações com o contexto do  mercado imobiliário, a nível regional e nacional.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 CONCEITOS E REFERÊNCIAS ECONÔMICAS SOBRE BOLHA IMOBILIÁRIA:
 5.1.1  Aspectos Conceituais: 
          Em uma abordagem tradicional,  pode-se definir bolha de acordo com o descrito em Stiglitz (1990): se o aumento  do preço de um ativo decorre apenas da crença de que seu preço de venda será  maior no futuro, quando os fundamentos não parecem justificar isso, então  existe bolha. Neste caso, a causa básica de movimento de preços é determinada  apenas pela expectativa autorrealizável da própria variação de preços, levando  a uma espiral de elevação contínua até que, em decorrência de algum fator, a  bolha estoure. (MENDONÇA; SACHSIDA, 2012).
          Para a Escola Austríaca, as  bolhas especulativas são o resultado da má-alocação de recursos, o que  constitui a base da teoria austríaca do ciclo econômico, sendo uma escola de  pensamento econômica que enfatiza o poder de organização espontânea do  mecanismo de preços, afirmando que a complexidade das escolhas humanas  subjetivas faz com que seja extremamente difícil a modelação matemática do  mercado em evolução. A escola defende uma abordagem laissez-faire  7 para a economia. Na perspectiva da Escola, uma bolha de mercado não  surge por força de um comportamento irracional, mas por consequência de um  sinal exógeno, isto é, externamente criado, que faz com que os agentes  direcionem erroneamente os investimentos em um determinado segmento da  economia, fazendo com que os preços deste mercado sigam uma trajetória fortemente  ascendente. (FEIJO, 2000)
          A TACE, como é conhecida a  Teoria Austríaca do Ciclo Econômico, procura explicar o ciclo econômico através  de um conjunto de ideias elaboradas pela própria escola, onde colocam os ciclos  econômicos como uma consequência inevitável do crescimento excessivo da  concessão de crédito, aumentada por política ineficazes e destrutivas do Banco  Central, que diminuem a taxa de juros em demasia por exacerbado tempo, criando  bolhas especulativas e uma poupança menor. Segundo a TACE, um período longo de  taxas de juros baixos aliado a créditos excessivos induzem um ciclo volátil e  instável entre poupança e investimento, posto que as taxas de juros baixos,  obviamente, estimulam a concessão de crédito, aumentando a oferta monetária, e  este aumento leva a um período de crescimento insustentável, em que o dinheiro  em excesso procura oportunidade de investimento, progressivamente, menos  rentáveis, levando a uma generalização de maus investimentos. Logo em seguida a  este crescimento, segue-se uma correção denominada de credit crunch8 , conhecida economicamente como recessão, o que impede os mercados  de realocarem seus recursos. (MENDONÇA; SACHSIDA, 2012). 
 5.1.2  Perspectivas Governamentais e Analíticas: 
          Para o vice-presidente do  Banco Central, Michel Temer, o bom desempenho econômico do Brasil diminui o  impacto possível de uma bolha imobiliária, apesar de alta da especulação no  mercado, como consequência da organização dos Jogos Olímpicos em 2016 e da Copa  do Mundo em 2014. Segundo Temer, há sintomas positivos na economia, como uma  baixa taxa de desemprego na casa dos 5,3% em agosto e uma inflação de 5,8% para  ao final do ano de 2013. A expectativa do Banco Central era que em outubro de  2013 a economia crescesse 2,5%, fato que não ocorreu, todavia, o índice foi menor  que a estimativa de junho daquele ano. (EXAME, 2013).
          Durante um seminário sobre  crise global em junho de 2012, Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do Banco  Central, confirmava que a forma como o crédito é concedido no Brasil faz com  que não haja risco e explicava que a figura da securitização9 , que teria culminado da crise de 2008 nos EUA, era incipiente no  país, afastando as preocupações com uma formação de bolha no mercado. Para  Aldo, o rebaixamento de bancos brasileiros pela Moodys Investors Service 10 em junho daquele ano, foi apenas um ajuste técnico, uma mudança de  padrão de mensuração e não impactaria na capacidade de funding 11 das instituições. (GONÇALVES; NEDER, 2012).
          Num relatório publicado em  setembro de 2012, dois meses depois, os analistas da agência classificadora de  risco Fitch Ratings afirmaram acreditar que os preços dos imóveis residenciais  brasileiros já haviam alcançado a estabilidade, sobretudo, nas principais  capitais brasileiras de maior valorização imobiliária como Rio e São Paulo, o  relatório contradizia a existência de uma bolha imobiliária, porém, a  expectativa de uma queda significativa de preços era o cenário mais pessimista  a ser traçado. Para a agência, a alta demasiada dos preços dos imóveis  brasileiros tem como justificativa a estagnação em períodos antecedentes, o  crescimento da economia, o crescimento da classe média, a expansão de crédito,  a queda do desemprego e o déficit habitacional. 
          Mas outros fatores de risco  devem ser analisados, segundo a Fitch: uma recessão repentina que levaria o  crédito a decrescer e o crescimento do desemprego, causando a inadimplência; e  ainda o fato de o financiamento habitacional ser concentrado em poucas  instituições financeiras, em especial, a Caixa Econômica, detentora de  aproximadamente 75% deste mercado, ou mesmo o simples fato de o governo  precisar elevar a taxa Selic 12 para ajudar a conter a inflação, o que encareceria o crédito.  (FITCH, 2012).
          Para os analistas da Credit Suisse13 , as preocupações com algumas questões típicas do mercado  imobiliário, não estão diretamente ligadas ao risco de uma bolha no setor,  apesar da recente explosão da procura de investidores por fundos imobiliários.  Segundo a instituição, a indústria que esse tipo de aplicação movimenta está  apenas aquecendo e ainda encontra espaço para crescer no cenário econômico  brasileiro. Para Diego Fonseca da área de Produtos Imobiliários e Operações  Estruturais do Private Banking do Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), se  houvesse uma situação de bolha no mercado, ela estaria ligada, provavelmente, a  imóveis residenciais, que dificilmente entram na carteira de ativos dos fundos  imobiliários. Segundo Fonseca, atualmente, do total de recursos do segmento private14  no Brasil, menos de 2%, ou o equivalente a cerca de R$ 7 milhões,  estão em fundos de investimentos, nas economias desenvolvidas esse percentual  chega a 8%, como é o caso da alemã. (TAVARES, 2013).
5.2. POLÍTICAS DE INCENTIVOS NO BRASIL:
5.2.1. Planos e Metas  Governamentais Direcionados ao Setor Imobiliário:
          Um dos principais incentivos  governamentais direcionado ao setor habitacional foi a criação do Programa  Minha Casa Minha Vida (MCMV), lançado em abril de 2009, pelo Governo Federal em  parceria com estados, municípios, empresas e entidades sem fins lucrativos. O  Programa tem como finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e compra  de novas unidades habitacionais pelas famílias que residam em qualquer  município brasileiro. A meta do programa, que se encontra atualmente em sua  segunda fase (2011-2014), é construir dois milhões de unidades habitacionais,  das quais 60% voltadas para famílias de baixa renda. Em 2010, após um ano de  atividade, o MCMV atingiu a meta inicial de um milhão de contratações. (CAIXA,  2013).
          Outro incentivo, este em  âmbito Estadual, foi o CHEQUE MORADIA, criado pelo Decreto Estadual n.º 432 de  23 de Setembro de 2003. Em 2009 o programa teve seu nome alterado para  Credicasa pelo Decreto Estadual nº 1.948 e em 2011 voltou a ser denominado  Cheque Moradia por meio do Decreto Estadual nº 169. O programa que é de caráter  eminentemente social foi criado para possibilitar às famílias, com renda de até  três salários mínimos, construir, ampliar e/ou reformar suas casas, ficando a  contratação e pagamento da mão-de-obra sob a responsabilidade do beneficiário. Coube  à COHAB-PA15 a coordenação geral, supervisão e acompanhamento dos trabalhos  realizados por cada Órgão Conveniado; à SEFA 16, a concessão e autorização do crédito outorgado do ICMS 17; à PRODEPA17  a implantação e acompanhamento do sistema de informatização e aos  beneficiários a responsabilidade pela mão-de-obra. (GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ,  2013).
          Um terceiro incentivo são as  obras do PAC HABITÃO19 que estão sob a responsabilidade COHAB, na Região Metropolitana de  Belém e Castanhal. O Programa inclui a construção de moradias e implantação de  infraestrutura nas áreas de execução, como sistema de abastecimento de água,  tratamento de esgoto sanitário, energia elétrica, iluminação pública, ruas  pavimentadas e áreas para a prática de esportes e lazer. (MINISTÉRIO DAS  CIDADES, 2013).
          Outro item de destaque, também  na gestão municipal, foi a instituição do PROGRAMA VIVER BELÉM – MCMV pela lei  ordinária nº 9014, de 14 de junho de 2013, com o objetivo de viabilizar, no  município de Belém, a construção de um amplo e diversificado número de  habitações populares inseridas no programa MCMV do governo federal. Este  programa consiste numa parceria público-privados, sendo o município representado  pela Secretaria Municipal de Habitação – SEHAB e também com a participação de  empreendedores, cooperativas habitacionais, associações e entidades da  sociedade civil sem fins lucrativos, habilitadas junto ao Ministério das  Cidades, visando a viabilização de habitações populares no âmbito municipal,  mediante a destinação de áreas públicas e de incentivos urbanísticos e fiscais  na forma definida na Lei supracitada. (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2013).
5.3 ANÁLISES FINANCEIRAS DAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL:
Para a maioria das fontes  especializadas do mercado imobiliário as incorporadoras da construção civil que  possuem papéis (IPOS) negociados na Bmf&Bovespa estariam atravessando o ano  de 2013 atrás da rentabilidade perdida, roteiro este anunciado por boa parte  dos empreendedores da construção civil e intermediários, que registraram  prejuízo ou queda do lucro em seus balanços desde 2011 e confirmada na  apresentação da temporada de 2012, encerrada no início de abril de 2013,  mostrando que os prejuízos, em vez de diminuir, cresceram progressivamente.  Fato este notado, claramente, nos Release20  de resultados divulgados anualmente pelas citadas empresas. 
          Em maio de 2013, a agência de  classificação de risco Moody’s Investors Service, publicou um relatório com as  principais empresas em situação mais delicada em relação a capacidade de honrar  suas dívidas no Brasil nos próximos anos, entre elas, cinco são do mercado  imobiliário com atuação na região norte. Segundo a vice-presidente da Moody’s e  co-autora do relatório, Cristiane Spercel, a maioria das empresas listadas  administrou a falta de liquidez reduzindo os dividendos e postergando  investimentos ou outras necessidades de caixa com objetivo de amortizar as  dívidas de curto prazo e evitar a dependência de fontes externas de  financiamento. Entretanto, o relatório é substancial em constatar a existência  de tais empresas estarem em situação de risco financeiro. (LOUZAS, 2013 apud  Moody's, 2013).
5.3.1 Análise Econômico-Financeira das Principais Empresas de Construção Civil Com Emissão de Ações (IPOS) na Bmf&Bovespa e Atuantes na Região Metropolitana de Belém:
5.3.2. Modelo de Análise das Demonstrações Financeiras das Empresas  da Construção Civil. 
          Para Assaf Neto (2002), os  principais indicadores de desempenho na construção civil são:
          Indicadores Econômicos: têm  como objetivo a análise da empresa sob o ponto de vista de rentabilidade e  oferecem importantes entendimentos sobre o desempenho da empresa nos exercícios  sociais considerados. São eles: Margem Bruta, Margem Líquida e Retorno sobre o  Patrimônio Líquido;
          Indicadores Financeiros: têm  como foco a situação de caixa e liquidez da empresa, bem como a capacidade de  geração e manutenção de sua posição de equilíbrio financeiro. São eles:  Liquidez Corrente, Seca, Imediata e Geral, Ebtida, Capital Circulante Liquido e  Cobertura de Juros;
          Indicadores de Capacidade  Financeira: demonstram a capacidade de liquidação dos compromissos financeiros  com terceiros, especialmente financiamentos. São eles: Idade Média dos Passivos  Onerosos, Capacidade de Amortização dos Passivos e Folga de capacidade de  Amortização dos Passivos;
          Indicadores de Desempenho:  avalia quanto a empresa pode se comprometer com novos empreendimentos. São  eles: Comprometimento do Patrimônio Líquido em numero Índice, Comprometimento  do Patrimônio Líquido em Valor e Comprometimento do Patrimônio Líquido e Valor  (contemplando a folga financeira de curto prazo).
Atualmente, as empresas estão  utilizando uma variação do Ebitda21  - o Ebitda Ajustado criado depois da instrução CVM 527 22, de 04 de outubro de 2012. O Ebitda não é uma medida de desempenho  financeiro, tampouco deve ser considerado isoladamente, ou como uma alternativa  ao lucro líquido, como medida de desempenho operacional, ou alternativa aos  fluxos de caixa operacionais, ou como medida de liquidez. Já o Ebitda Ajustado  se refere ao ajuste de despesas associadas com planos de opções de ações, pois  essa é uma despesa escritural/sem desembolso de caixa, despesas com  minoritários e despesas com juros capitalizados, por se tratar de despesa de  natureza operacional. (INFOMONEY, 2012).
          Segundo MARION (1997) e  MATARAZZO (1995), além dos índices citados, podemos também relacionar parar  melhor estudo financeiro empresarial, os índices de Estrutura de Capital, assim  listados:
          Participação de Capital de  Terceiros: relaciona os dois grandes blocos econômicos componentes das fontes  de recursos que a empresa possui, sejam eles: capital de terceiros e capital  próprio. Identifica quanto a empresa tomou emprestado de capital de terceiro  para cada R$100 de capital próprio investido. Fórmula: Capital de  Terceiros/Patrimônio Líquido;
          Composição do Endividamento:  têm por finalidade identificar o percentual das obrigações totais da firma  correspondente a dívidas a curto prazo. Fórmula: Passivo Circulante/ Capital de  Terceiro;
          Imobilizado do Patrimônio  Líquido: revela qual a porcentagem dos recursos próprios que está imobilizado  ou que não está em giro, ou seja, quanto a empresa aplicou no ativo permanente  para cada R$100 do Patrimônio Líquido. Fórmula: Ativo circulante/Patrimônio  Líquido;
          Imobilizado dos Recursos  Não-Corrente: identifica quanto de recursos não corrente a empresa aplicou no  Ativo Permanente. Fórmula: Ativo Permanente/Patrimônio Líquido;
De todos os indicadores já  listados, este item do trabalho contempla os seguintes: Índices de estrutura de  Capital (Participação de Capital de Terceiros, Composição do Endividamento e  Imobilizado do Patrimônio Liquido); Indicadores Financeiros ou de Liquidez  (Liquidez Corrente e Seca); e Indicadores Econômicos ou de Rentabilidade (Margem  Líquida, Margem Ebtida e Retorno sobre Patrimônio Líquido). Foram escolhidos os  três últimos anos de 2010, 2011 e 2012 para maior análise do período  situacional pelo qual passam as empresas em questão.
          Torna-se relevante ressaltar  que os resultados obtidos, após os cálculos dos valores coletados das Demonstrações  Financeiras apresentadas no site da Ibovespa e postadas nas fórmulas dos  índices acima listados, nem sempre confirmaram os dados divulgados nos Releases  das empresas23 . Os resultados, aqui expostos, tiveram variações percentuais para  mais (+), e em muitos casos, para menos (-) dos apresentados nos Releases das  companhias.
5.3.3 Cyrela  Brazil Realty S.A – Cyre3:
          Atividade Principal:  Incorporação Imobiliária
          Classificação Setorial:  Construção e transporte / Construção e Engenharia / Construção Civil
Dos balanços divulgados pela  empresa em suas DFs/Consolidadas do período selecionado, resultaram os  quocientes dos índices discriminados da Tabela 1, da qual foi possível extrair  as seguintes análises: inicialmente, nota-se que a formação da estrutura de  capital foi constituída nesses três anos pelo elevado índice de participação de  capital de terceiros, ficando na casa dos 160 % em média, com pouca variação no  período analisado, significando que para cada R$ 100,00 de capital próprio a  empresa tomou a variação de R$ 160,00 de capital de terceiros, isto conduz  dizer financeiramente, que a estratégia gerencial da empresa partiu do  princípio de capitação ou dependência maior de terceiros do que dela mesma e,  portanto, sua flexibilidade de atuação poderá estar diminuída em função de  ver-se condicionada a terceiros, e consequentemente, proporcionando uma considerável  alavancagem financeira.
          Os dados ainda mostram que a  Composição do Endividamento mantém-se no patamar de 50 a 53% nos respectivos  anos. Esse índice revela qual a proporção existente entre as obrigações de  curto prazo e as obrigações totais, isto é, quanto a empresa terá de pagar a  curto prazo para cada real do total das obrigações existentes. Diante destes  índices, nota-se que, de todas as obrigações que a empresa possui junto a  terceiros, em média 51,85% como em 2012 são de curto prazo e os 48,25%  restantes são de longo prazo. É possível notar que a empresa se manteve no  limite máximo aceitável, tendo que a cada R$1,00 de dívida cerca de R$51,85  está relacionado a endividamento de curto prazo.
          Segundo os dados do Release de  Resultados do 4T/201224  divulgado pela empresa, a dívida bruta com juros a pagar teve uma  redução de 2,9%, o saldo de financiamento em moeda nacional oriundos do SFH25  que representava 45,9% do total da dívida (sem juros a pagar)  registrou uma redução de 14,3% naquele trimestre. Já o saldo da dívida de  empréstimos em moeda estrangeira, sujeito implicitamente à variação de juros de  4,31% ao ano possui vencimento bullet26  em junho de 2015. Com esses parâmetros, a alavancagem, segundo a  empresa, medida através da Dívida Líquida / Patrimônio Líquido, foi reduzida de  49,5% no 3T para 44,8%, uma redução de 4,7 p. p. (pontos percentuais),  ratificando a solidez financeira da companhia. (CYRELA, 2012). 
          O índice de Imobilizado do  Patrimônio Líquido também apresentou pouca variação, ficando em torno de 3,00 a  4,00 %, representado que, para cada R$100,00 de patrimônio líquido mais  exigível a longo prazo, cerca de R$3,00 a R$4,00 foram investidos em ativos  permanente, o que quer dizer que em média R$97,50 foram investidos no ativo  circulante. Os analistas recomendam que este índice não seja superior a 100%,  isto porque a empresa deve possuir capital circulante líquido positivo, capital  de giro para saldar suas dívidas a curto prazo. Fato, portanto, positivo neste  período analisado.
          No entanto, segundo os Índices  de Liquidez apresentados na Tabela 1, a empresa consegue cumprir com seus  compromissos financeiros, a Liquidez Corrente no ano de 2010, 2011 e 2012  manteve-se acima de 2,00% indicando que para cada R$1,00 de dívida total a  empresa teve em média R$2,00 de investimento realizáveis a curto prazo, ou  seja, conseguiu ainda dispor de um excedente ou margem de R$1,00 ou 1%. Isso  ocorre em razão do passivo circulante ser menor do que o ativo circulante,  sendo positivo para a empresa. Seguindo o mesmo raciocínio, na Liquidez Seca a  margem excedente foi em média acima de 0,30%, isto é, a empresa apresenta  capacidade de honrar seus compromissos no curto prazo, pois a cada R$1,00 de  dívida, a empresa teve folga de R$0,30 para saldá-la.
          Os índices de rentabilidade  apresentados nos últimos anos analisados foram positivos para a empresa,  denotando boa perspectiva na gestão financeira. A margem líquida apresentou  índice em torno de 9 a 14%, significando que a cada R$100,00 vendidos a empresa  obteve lucro acima de R$ 9,00 ou retorno de 9 a 14%. O mesmo raciocínio pode  ser adotado com relação a Rentabilidade do Patrimônio Líquido, onde o retorno  se  manteve acima de 12% com pouca variação  nos três anos analisados.
          A margem Ebitda apresentada em  2012 voltou ao mesmo patamar percentual apresentado em 2010, depois de uma  relativa queda em 2011 de 3,0 p. p. mostrando aos investidores que a empresa  conseguiu nesse período manter uma eficiência, apesar de não ter aumentado  exponencialmente sua produtividade, o que resultou numa reclassificação de  risco operacional ao final do ano de 2012, quando a Fitch Rating 27  revisou a perspectiva de negativa para estável frente a  significativa melhora da geração de fluxo de caixa livre da empresa, a gradual  recuperação das margens operacionais e a redução em sua alavancagem financeira.  (FITCH, 2012). 
          Já a agência Standard & Poor’s  (S&P) elevou, em agosto de 2013, a perspectiva do rating em escala nacional  da empresa de “estável” para “positiva”, ficando inalterado a nota em brAA-,  reafirmando em escala global o rating em BB- na perspectiva “estável”. A  classificação se baseia na posição competitiva favorável da empresa e em sua  lucratividade forte, especialmente, em comparação com os seus concorrentes. (S&  P, 2013). 
5.3.4  Gafisa – Gfsa3 On: 
          Atividade Principal: Não  Especificado
          Classificação Setorial:  Construção e Transporte / Construção e Engenharia / Construção Civil
Pelos quocientes dos índices  econômicos gerados na Tabela 2 baseados nas DFs da empresa no período em  questão, pode-se observar o elevado índice de participação de capital de  terceiros em 2011 de 246,06% superior em 60,51% em comparação a 2010, e  mantendo-se no mesmo patamar em 2012, mostrando, também, sua forte  capitalização financeira externa nos dois últimos anos e, consequentemente,  proporcionando uma considerável alavancagem financeira.
          A Composição do Endividamento  até 2010 se manteve em percentual aceitável. Em 2011, o percentual aumentou em  34,18%, significando que para cada R$ 1,00 de dívida, 71,25% referia-se a  dívida de curto prazo, oque foi contornado em 2012 com o quociente de 45,14%.
          Segundo o Release de Resultado  do 4T/2012 divulgado no site da empresa, o endividamento total da companhia se  manteve estável em R$4,24 bilhões, comparados aos R$4,23 bilhões no final de  2011, enquanto o endividamento líquido caiu para R$ 2,56 bilhões em 31 de  dezembro de 2012, comparados aos R$ 3,25 bilhões no ano anterior. O nível de  alavancagem, calculado pela relação dívida líquida/patrimônio, caiu para 0,95x  em 31 de dezembro de 2012, comparados aos 1,06x em 30 de setembro de 2012 e 1,18x  em 31 de dezembro de 2011. (GAFISA, 2012).
          O índice de Imobilizado do  Patrimônio Líquido também apresentou pouca variação no período, ficando em  torno de 1,70 a 1,90 %, representado que para cada R$100,00 de patrimônio  líquido mais exigível a longo prazo cerca de R$1,70 a R$1,90 foram investidos  em ativos permanentes, o que quer dizer que, em média, R$98,10 a R$98,30 foram investidos  no ativo circulante.
          Já os Índices de Liquidez  apresentados pela empresa, em especial, o índice de Liquidez Corrente,  demonstrou considerável queda em 2011, tendo que a cada R$1,00 de dívida, a  empresa teve folga de R$0,56 para saldá-la, assim como a Liquidez Seca do ano,  que obteve apenas 0,09% de margem para saldar as dívidas de curto prazo.
          Os Índices de Rentabilidade  apresentados nos dois últimos anos analisados não foram positivos para a  empresa, em especial, no ano de 2011, com quociente da margem líquida  resultando em -30,78%, significando que a cada R$100,00 vendidos a empresa obteve  um prejuízo de R$30,00 e em 2012 uma singela recuperação, mais ainda sem  rentabilidade positiva com índice de -1,93%, muito aquém dos 8,48% de 2010.
   A mesma trajetória pode ser observada com  relação à Rentabilidade do Patrimônio Líquido, onde a companhia caiu dos 7,94%  em 2010 para -32,95% em 2011, ou seja, a cada R$100,00 de capital próprio  investido, não se obteve retorno e dificuldade em seu fluxo de caixa e liquidez  para sanar sua dívidas a curto prazo. Em números a Gafisa registou nesse  período prejuízo líquido em torno de R$124,504 milhões no acumulado de 2012, redução  de 87% ante os R$994,86 milhões negativos de 2011.
          A margem Ebitda apresentada no  período não foi diferente das oscilações apresentadas acima, confirmando a  forte dificuldade pela qual passou a empresa em todo o ano de 2011 e metade de  2012 quando voltou a um patamar próximo ao percentual apresentado em 2010, depois  de uma queda em mais de 24 p. p. Em números o Ebitda da companhia no quarto  trimestre de 2012 ficou negativo em R$20,111 milhões, número 96% abaixo dos R$  555,173 milhões negativos do mesmo período do ano anterior. 
          Em todo o ano de 2012, o  Ebitda foi de R$ 211,248 milhões positivos, ante R$ 559,175 milhões negativos  em 2011. Segundo a diretoria da empresa, os resultados financeiros do ano de  2012 refletiram as ações corretivas necessárias, incluindo a desaceleração do  negócio Tenda, os distratos com potenciais clientes que não mais se  qualificavam para financiamento imobiliário, a implementação de política de  crédito mais restritiva e foco geográfico limitado. (GAFISA, 2013).
          Apesar dos prejuízos, da queda  de seu valor de mercado acionário e da avaliação instável ou mesmo negativa das  agências de risco em 2012 como foi ocaso da Moody’s que deu rating ba3 e as Standard  & Poor‘s e Fitch Ratings que deram rating BBBbr, respectivamente, a GAFISA  dificilmente terá algum risco eminente de falência, segundo as mesmas agências,  evidenciando seu imponente caixa da ordem de R$ 900 milhões de reais em março  de 2012, o qual, mesmo retraindo-se de R$ 1,2 bilhão ao final de 2010, ainda é  grande o suficiente para uma empresa que apresentou um consumo de caixa de R$  200,2 milhões de reais em 2010. Além disso, a empresa tem um estoque de  terrenos que potencializam lançamentos de cerca de R$ 21,8 bilhões de reais. Em  2012 a empresa lançou R$ 400 milhões, e a expectativa de geração de caixa para  2013 fica entre R$ 500 e R$ 700 milhões. (MOODY'S, FITCH, S&P, 2012).
          Em novembro de 2013, o  Conselho de Administração da incorporadora aprovou a abertura de crédito  imobiliário de 300 milhões de reais junto ao Banco do Brasil, segundo ata de  reunião a abertura do crédito ocorre no âmbito do Sistema de Financiamento  Imobiliário (SFI) e terá vencimento no fim de 2017. O contrato que será feito  irá substituir crédito em favor do Banco do Brasil, no valor de 217 milhões de  reais.
5.3.5  PDG Realt– Pdgr3 On: 
          Atividade Principal:  Participação em Sociedades Atuantes no Setor Imobiliário
          Classificação Setorial:  Construção e Transporte / Construção e Engenharia / Construção Civil
Baseando-se nos dados na  Tabela 3 acima, nota-se, inicialmente, que a formação da estrutura de capital  foi constituída nesses últimos três anos pelo crescimento progressivo do índice  de participação de capital de terceiros, partindo dos 157,95% em 2010 aos  218,76% em 2012, com relativa variação no período, significando uma diminuição  de capital próprio em relação ao aumento de capital de terceiros, diminuindo  sua flexibilidade de atuação em função do condicionamento cada vez maior de sua  alavancagem financeira.
          Os dados da Composição do  Endividamento mostram uma diminuição do endividamento a curto prazo em favor de  um exigível a longo prazo nos respectivos anos, baseando-se no conceito de  quanto menor for este índice, mais conveniente para a empresa que suas dívidas  sejam a longo prazo, dando a empresa mais tempo para gerar recursos para  saldá-las.
          Em agosto de 2013, a PDG teve  seu rating de crédito rebaixado pela Standard & Poor’s (S&P) e pela Moody's.  Os analistas da S&P duvidam da capacidade da empresa em reverter o quadro  de fluxo de caixa negativo no quadrimestre de 2013, mesmo após ajustes  significativos em sua estratégia de atuação. As notas caíram de BB- para B na  escala global e de brA- para brBB+ na escala nacional. Segundo a S&P, os  rebaixamentos na classificação de risco de crédito refletem uma avaliação do  perfil de negócios da PDG como “regular”, e do perfil de risco financeiro como  “altamente alavancado”. (S &P, MOODY'S, 2013)
| Já agência Moody’s classificou a construtora em abril de 2013, com o rating Ba3 com perspectiva negativa, e em agosto rebaixou o rating corporativo da construtora para "B1" na escala global e para "Baa3" na escala nacional, também com um nível alto de risco de disponibilidade de caixa para honrar os pagamentos em 12 a 24 meses. A decisão reflete a contínua deterioração dos níveis de alavancagem da empresa nos últimos seis meses e a expectativa de que as métricas de crédito permanecerão pressionadas no restante do ano. (MOODY'S, 2013). O Índice de Liquidez Corrente da PDG no período apresentou relativa queda em 2010 a 2012, mantendo-se acima de 2,33% significando que a cada R$1,00 de dívida, a empresa teve folga de R$1,33 para saldá-la, assim como a Liquidez Seca do período, que se manteve acima dos 1,78%, ou seja, a cada R$1,00 de dívida a empresa teve R$0,78 de margem para saldá-la a curto prazo. Já os Índices de Rentabilidade apresentados, não dão boas perspectivas para empresa, pois se observa claramente nos três índices que durante os três anos analisados, houve uma brusca queda progressiva, em especial, no ano de 2011, com quociente da margem líquida resultando em -49,85%, significando que a cada R$100,00 vendidos a empresa contou com um prejuízo de R$49,85, muito aquém dos 15,31% de 2010. A mesma trajetória pode ser observada com relação à Rentabilidade do Patrimônio Líquido, onde a companhia caiu dos 13,43% em 2010 para -43,17% em 2011, e Margem Ebitda com quocientes quase idênticos, ou seja, não se obteve retorno e sim dificuldade em fluxo de caixa e liquidez para sanar sua dívidas a curto prazo. Em números, a construtora anunciou no primeiro trimestre de 2013, prejuízo líquido de R$ 73,8 milhões, revertendo resultado positivo de R$ 32,5 milhões obtidos no mesmo período de 2012. Segundo o balanço do trimestre, o prejuízo ficou acima do esperado pelos analistas, as expectativas apontavam para perdas de R$ 22,5 milhões. Apesar disso, o resultado mostrou melhora na comparação com o prejuízo de R$ 1,79 bilhão sofrido no quarto trimestre de 2012. (PDG, 2013). O novo plano de negócios apresentado pela empresa no final de março 2013, para os próximos anos, colocou a rentabilidade como foco principal. A expectativa é que a companhia ainda passe dois anos de transição antes de retomar um nível de lançamentos considerado saudável, apoiada em uma estrutura mais enxuta. | 
5.3.6  ROSSI Resid– RSID3 On: 
          Atividade Principal: O Objeto  Social é a Compra e Venda de Imóveis. Desmembramento e Loteamento de Terrenos.  Incorporação Imobiliária e Construção de Imóveis Destinados à venda.
          Classificação Setorial:  Construção e Transporte / Construção e Engenharia / Construção Civil.
Dos índices econômicos de  Estrutura de Capital apresentados pela empresa no período, pode-se observar  também um elevado índice de participação de capital de terceiros no último ano  de 258,20%, um aumento de 100,43% em relação a 2010, mostrando, também, sua  gradual capitalização financeira externa, dilatando progressivamente seu  Exigível a Curto e Longo Prazo e, consequentemente, sua alavancagem financeira. 
          A Composição do Endividamento,  de acordo com os percentuais apresentados se manteve na casa dos 59,00% em  média nos anos de 2010 e 2012, com relativo aumento do endividamento a curto  prazo em 2011, sendo que a cada R$1,00 de dívida, 44,75 se referia a  compromissos a curto prazo e 55,25% a longo prazo. Já o Índice de Liquidez  Corrente apresentado, demonstrou que a empresa detinha capacidade com folga de  honrar seus compromissos a curto prazo, tendo que a cada R$1,00 de dívida, a  empresa teve uma folga superior de R$1,16 para saldá-la, porcentagem esta  encontrada em 2012, notando-se, contudo, uma diminuição deste percentual, posto  que a folga em 2010 era de 1,41%.
          Entretanto, o ano de 2012  trouxe mudanças para empresa frente sua postura de mercado. Em abril de 2013, a  Agência Moody’s classificou com rating Ba2 com perspectiva negativa, de acordo  com os analistas da agência o caixa disponível da empresa nos próximos 24 meses  só é suficiente para cobrir 37% das dívidas a vencer no mesmo período e 60% em  12 meses. A geração de fluxo de caixa livre em 2012 foi negativa em 759 milhões  de reais. Segundo a agência, "O fraco perfil de liquidez da Rossi reflete  a alta alavancagem e a baixa geração de caixa. O risco de refinanciamento é  amplamente mitigado pela disponibilidade de empréstimos por meio do SFH e o  apoio constante dos acionistas que aumentaram o capital em 500 milhões de reais  durante o quarto trimestre de 2012". (MOODY'S, 2013).
          No início de outubro de 2013,  a agência Fitch rebaixou o rating nacional de longo prazo da incorporadora de  A(bra) para BBB+(bra) e a perspectiva caiu de estável para negativa. Segundo a  Fitch, o rebaixamento da nota reflete o enfraquecimento dos indicadores de  crédito da Rossi e as pressões de refinanciamento da dívida corporativa a curto  prazo. A companhia possui R$ 2,1 bilhões de dívida com vencimento até dezembro  de 2014, dos quais cerca de R$ 1,2 bilhão se referem à dívida corporativa,  cujas taxas são mais elevadas do que nos empréstimos para financiamento à  produção. Para a agência, o fluxo de caixa das operações só deve se tornar  positivo somente em 2014, devido aos atrasos nas obras, causando um volume  maior de cancelamentos de vendas e o lento processo de repasse de recebíveis da  Rossi aos bancos. (FITCH, 2013).
          Os Índices de Rentabilidade  apresentados, assim como a empresa anterior analisada, não dão boas perspectivas  também para Rossi, ainda que com menor impacto, pois se observa claramente nos  três índices observados, uma considerada queda progressiva. O índice de menor  impacto encontra-se na margem Ebitda que sai de percentual de 9,73% em 2010  para 3,49% em 2012 (no relatório oficial da empresa esse índice é de 1,00%).
          A mesma trajetória pode ser  observada com relação à Rentabilidade do Patrimônio Líquido, onde a companhia  caiu dos 9,48% em 2010 para -8,95% em 2012, e margem líquida com quocientes  quase idênticos, ou seja, também não se obteve retorno e sim dificuldade em  fluxo de caixa e liquidez para sanar sua dívidas a curto prazo.
          Em maio de 2013, a companhia  divulgou geração de caixa medida pelo Ebitda de R$ 137,9 milhões no período,  queda de 24% sobre o resultado obtido na comparação anual. A margem no período  passou de 12,2% para 10,4%.  A empresa  apresentou no final de março do ano corrente um novo plano de negócios para os  próximos anos, colocando a rentabilidade como foco principal. A expectativa é  que a companhia atravesse ainda dois anos de transição antes de retomar um  nível de lançamentos considerado saudável, apoiada em uma estrutura mais  enxuta. (ROSSI, 2013).
          A construtora divulgou no mês  de outubro de 2013 o lucro líquido de 46 milhões, 10% a menos em comparação com  o mesmo período de 2012, e ainda a estimativa para a relação entre dívida  líquida e patrimônio de 105 e 115%, ante 85 a 95% anteriormente previstos.  Segundo a empresa, a revisão na projeção resultou no deslocamento de 500  milhões de reais de geração de caixa para 2014 e que estavam previstos para o  segundo semestre deste ano. O Ebitda teve queda de 21% no período, saltou de 85  milhões para 156 milhões de reais, em termos ajustados. (ROSSI, 2013). 
5.4 ANÁLISES DA DEMANDA E OFERTA IMOBILIÁRIA EM BELÉM:
5.4.1.  Lei da Oferta e da Demanda: 
          Conceitualmente esta lei  estabelece a relação entre demanda de um produto, ou sua procura, e a  quantidade que é oferecida, a oferta. É através dela que se pode descrever o  comportamento preponderante dos consumidores na aquisição de bens e serviços em  determinados períodos, em função de quantidades e preços. Pela lógica, quando  um determinado produto ofertado excede a sua procura, seu preço tende a cair.  Em contrapartida, quando sua procura supera a oferta em um determinado período,  o preço tende a aumentar. A análise mais coerente nesta relação é a busca pela  estabilidade do preço, o ponto de equilíbrio entre procura e oferta. (William  2007, p. 719).
          Diante deste conceito inicial,  podemos elaborar a primeira hipótese de questão a ser analisada:
          O valor do m² dos imóveis em  Belém estaria no ponto de equilíbrio entre procura e oferta?
          Segundo dados do Fipe ZAP, nos  últimos doses meses houve sensível queda no preço do m² dos imóveis a venda nos  principais bairros da capital como S. Brás e Umarizal. O valor médio do m² dos  imóveis novos oscila entre 2.600 a 2.800 reais em bairros periféricos como  Tapanã e Marambaia, e de 5.600 a 6.000 reais em bairros centrais como Batista  Campos e Umarizal. Já para imóveis usados este valor varia de 3.000 a 3.500  reais nos bairros da Cremação e São Brás, e de 4.500 a 4.800 reais em bairros  como Nazaré e Umarizal. (EXAME, 2013 apud FIPEZAP, 2013).
          Todavia, em 2013 o INCC,  calculado pelo IBGE em parceria com a Caixa Econômica, definiu o custo médio do  m² (CUB/m²- Custos Unitários Básicos de Construção) no Estado do Pará em  agosto, que foi de R$ 800,20. Apesar da variação de 0,13% no preço do m², 6,19  pontos percentuais acima da taxa registrada no mês de julho, o valor sofreu  variação negativa de -1,67% no período de 12 meses, encerrado em março de 2013,  segundo a FIPE. Em 2013, o preço do m² já caiu 5,77% no Estado, essa é a  segunda maior queda observada pelo IBGE entre todas as Unidades da Federação, nos  primeiros oito meses do ano. (IBGE, 2013).
          Entretanto, na lei da oferta e  demanda deve-se entender que o preço não é o único estímulo para se encontrar  esse equilíbrio, seja ele positivo ou negativo, para que um consumidor adquira  um produto ou serviço. Existem outros elementos que devem ser considerado nesta  equação, entre eles estão: os desejos e necessidades das pessoas; o poder de  compra; a disponibilidades das pessoas – concorrência; existência de serviços  ou produtos complementares ou substitutos e a capacidade das empresas de  produzirem determinadas mercadorias com o nível tecnológico desejado.
          Mas a lei da demanda, em  regra, coloca o preço e a quantidade demandada num determinado mercado em  posições inversamente relacionadas, ou seja, quando mais alto for o preço de um  bem ou produto, menos pessoas estarão dispostas ou poderão comprá-lo, com todo  o resto inalterado. Nesta relação de alta de preço, pode-se encontrar o efeito  substituição, quando os consumidores seguem em busca de bens mais baratos em  virtude de seu poder de compra menor, o que chamamos de efeito renda. Já pela  lei da oferta, preconiza-se definir que os produtores maximizam o lucro, e para  tanto produzem a quantidade de produtos ou serviços que lhes darão o maior  lucro possível, constituindo uma relação direta entre preço e quantidade, com  todo o resto inalterado. (WILLIAM, 2007). 
          A partir destes dois  conceitos, foi levantada a segunda hipótese de questionamento, considerando  ainda o objetivo especifico descrito neste estudo:
          Considerando que todo o resto  esteja inalterado, a quantidade de UH’s ofertados corresponde à demanda dos  mesmos, ou ao déficit habitacional e renda da população de Belém?
  É claro observar que a maior  oferta de imóveis não estão direcionada a demanda do déficit habitacional não  só de Belém, como qualquer outra cidade brasileira, tratando-se, apenas, de  expansão comercial do mercado imobiliário. Na pesquisa realizada neste trabalho,  constatou-se que mais de 40% dos imóveis lançados não foram direcionados a esta  demanda, e sim a uma demanda específica de consumidor em busca de investimentos  no setor. 
          Na NOTA TÉCNICA sobre a  estimativa do déficit habitacional brasileiro (PNAD 2007-2012) realizada pelo  IPEA28  e finalizada já em novembro de 2013 houve redução sistemática do  indicador do déficit habitacional, que passou de 5,59 milhões de domicílios em  2007 para 5,24 milhões de domicílios em 2012. Esta redução ocorreu ao mesmo  tempo em que houve incremento do número total de domicílios. 
          Segundo os componentes do  déficit, o único que apresentou elevação no período foi o ônus excessivo (ou  excedente) com aluguel, que passou de 1,756 milhão de domicílios em 2007 para  2,293 milhões em 2012 (aumento aproximado de 30% em cinco anos). Ressalta-se,  contudo, que o mercado de locação de imóveis urbanos pode ter sofrido da mesma  alta que foi observada no mercado de compra e venda de imóveis, explicando,  assim, que uma maior parcela de famílias tenha comprometimento superior a 30%  de sua renda familiar.
          Em Belém a evolução negativa  no período estudado foi de -17,64% considerando o déficit absoluto em regiões metropolitanas  cobertas pela PNAD29 . A capital paraense como as demais regiões metropolitanas  apresentam uma dispersão do déficit no território, possivelmente decorrente de  outras aglomerações existentes nos seus estados. Já a proporção de domicílios  com déficit habitacional sobre o total de domicílios na capital foi de -30,25%  de 2007 a 2012.
          Os técnicos do IPEA ressaltam  que a análise do déficit deve ainda considerar que o seu comportamento é  dependente do extrato de renda domiciliar e das características inerentes a  cada unidade da federação, muito em razão do nível de urbanização  característico de cada estado. No que diz respeito ao primeiro aspecto, a  redução do déficit habitacional não esteve focada no extrato de renda mais  baixo (até três salários mínimos), prioritário para fins de atendimento da  política pública: compunha 70% do déficit total em 2007, enquanto que em 2012  passou a representar cerca de 73%. (IPEA, 2013). 
          Mas, a contribuição de maior  relevância para o presente trabalho sob o aspecto conceitual de oferta e  demanda, onde o preço de um bem equilibra as quantidades produzidas e  consumidas, e onde esses dois itens (preço e quantidade) são características  habitualmente observadas de um bem produzido no mercado, e onde oferta, demanda  e equilíbrio de mercado são construções teóricas que relacionam preço e quantidade.  Nessa definição, pode-se analisar uma terceira questão:
          A curva da oferta e demanda de  UH’s pode explicar um possível desequilíbrio entre preço e quantidade e uma  formação de bolha no mercado imobiliário em Belém?
  É evidente que a delimitação  precisa desta curva, necessitaria de dados precisos da oferta de imóveis novos  e da demanda efetiva pelos mesmos, e não a demanda especulativa ocasionada por  investidores de buscam ganhos futuros, além, é claro, de variações de índices  econômicos específicos para o mercado imobiliário em nível micro e macroeconômico. 
          Entretanto, após o  levantamento amostral da oferta habitacional em Belém de UH's novas das  principais construtoras em atuação na capital, elaborou-se um esboço gráfico da  curva da oferta e demanda efetivada por imóveis no período de 2010 a 2012. 
          Em resumo, a lei da oferta e  demanda numa estrutura de mercado perfeito de concorrência monopolista, ou de  oligopólio não cooperativo, teoricamente sugere que quem determina o preço são  os consumidores finais. No caso do mercado imobiliário, apesar da influência  governamental e a especulação empresarial terem forte participação, os exemplos  citados reafirmam a teoria inicial, sendo o ponto de partida para a análise da  oferta e demanda na cidade de Belém.
5.4.2. Conceitos de Déficit e Demanda Habitacional: 
          Para MarK (2007), as  necessidades habitacionais podem ser estudadas pela ótica do déficit ou da  demanda. Embora pareça simples semântica, a escolha de uma ou outra denominação  remete a utilização de variáveis distintas que ocasionarão resultados  diferentes. A definição mais comum de déficit habitacional é a que exprime a  falta de moradias para as pessoas ou famílias que necessitam de habitação. Esta  interpretação pode ser adotada em discussões superficiais do tema. Porém é  insuficiente na formulação de parâmetros para subsidiar políticas  habitacionais. Desse modo, é importante um aprofundamento conceitual que  represente a configuração econômico-social e espacial da carência habitacional  no Brasil.
          O déficit habitacional, pelo  conceito etimológico, na definição do Dicionário  Aurélio, é a falta física da unidade habitacional  (casa, apartamento, etc.) no estoque de habitações de mercado. A demanda  habitacional é a necessidade, por parte de uma população, do bem habitação,  considerando as características intrínsecas e extrínsecas do imóvel, além das  características socioeconômicas da população. (AURÉLIO, 1986, p.528). 
          Segundo Garcia e Castelo  (2006) o déficit habitacional se refere às carências habitacionais de uma  determinada sociedade não restritas à falta de moradias, inclui também as más  condições das unidades habitacionais existentes. “O déficit habitacional é uma  fotografia que mostra o excesso de população que necessita de habitações, ou  seja, é o excedente entre a demanda e oferta de um bem de caráter social.” (CAIXA,  2012 apud GARCIA; CASTELO, 2006).
          Neste trabalho tomou-se como  conceito o mesmo definido no estudo sobre Demanda Habitacional no Brasil encomendado  pela Caixa Econômica em 2012, onde a demanda habitacional representa a  necessidade dos indivíduos residirem em local adequado, sob o aspecto  demográfico das relações sociais e econômicas da população com o meio urbano. A  demanda pode ser potencial, se no cálculo forem considerados os indivíduos  caracterizados como demandantes, sem levar em conta sua capacidade econômica e  financeira para aquisição do bem habitação, ou efetiva quando este aspecto é  verificado.
5.4.3  Demanda Habitacional no Município de Belém: 
          Tomando como ponto de referência  o citado estudo, identificou-se que a demanda habitacional em Belém apresenta  as mesmas perspectivas deficitárias da maioria das metrópoles brasileiras, onde  a demanda habitacional total da capital é relacionada ao perfil demográfico e  socioeconômico da população, bem como a sua localização no sítio urbano. Sua  distribuição territorial é definida pelas características da tipologia  predominante de moradias (casas ou apartamentos), da configuração espacial da  malha urbana e outras características topológicas. 
          Diante desta abordagem  institucional, a capital apresenta pontos de concentração de DHDO (Demanda  Habitacional Domiciliar) de até 5,00 dom/há 30  em diversos trechos da cidade, com exceção das áreas próximas ao  centro.
          Em síntese, afigura I acima  ilustra uma das principais distribuições por faixa de renda da Demanda  Habitacional Demográfica Efetiva (DHDE) no município de Belém, de 05 a 10  salários mínimos onde ocorre com maior intensidade na área sul da cidade, em  todas as faixas de renda. Contudo, apresenta maior concentração na faixa de  renda mais alta, com forte correlação com a distribuição espacial de DHDO, onde  a carência habitacional é mais homogênea em quase toda a região metropolitana  de Belém.
          Segundo o vice-presidente da  Organização Paraense de Mutuários em Defesa da Moradia (ORPAM), Colares Filho,  o déficit habitacional do Pará está entre os dez maiores do Brasil. O Pará tem  hoje um déficit habitacional maior do que estados bastante populosos do Sul,  como é o caso do Rio Grande do Sul, afirma. Além disso, o Estado possui o  quarto maior número de habitações precárias do Brasil, somando 101 mil no  total, atrás do Maranhão com 306 mil, Bahia com 140 mil e Ceará com 110 mil. A  quantidade de invasões cresce tão rapidamente, que nem a Companhia de Desenvolvimento  e Administração da Área Metropolitana de Belém (CODEM) e tampouco a Companhia  de Habitação do Estado do Pará (COHAB) conseguem acompanhar em números, segundo  afirmam os próprios técnicos dos respectivos órgãos. (O LIBERAL, 2013 apud  ORPAM, 2013).
5.4.4  Oferta Habitacional na Região Metropolitana de Belém: 
          Para a Associação de  Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (ADEMI-PA) a lei do  Inquilinato nº 8245/91 veio dar ao mercado um impulso significativo para a  classe média alta investir, aliado ao alto fluxo migratório de profissionais de  outras regiões do Pará e do Brasil na capital paraense e sobre tudo ao  crescimento da renda, gerando uma grande demanda por aluguel de imóveis.
          Sob este prisma inicial,  segundo a ADEMI-PA, cresceu a oferta nos últimos anos de imóveis tanto para  venda como para aluguel na região central da capital paraense. Os bairros mais  procurados e que detém maior valorização, sobretudo, por possuírem maior infraestrutura  urbana (urbanização, lazer, transporte, escolas, comércio etc.), são os bairros  de Nazaré, Batista Campos, Umarizal, Reduto, Marco, São Braz e Cremação. E são  nesses bairros que se observam os lançamentos de alto padrão: foco de maiores  investimentos pelas grandes incorporadoras regionais e nacionais elevando um  considerável estoque de imóveis em oferta nestes bairros. (DIÁRIO DO PARÁ, 2013  apud ASCOM; ADEMI-PA, 2013).
          Com o intuito de dimensionar e  melhor ilustrar esta oferta habitacional neste trabalho, foi elaborado e  efetivado um levantamento nas unidades centrais de vendas das quatro empresas  e/ou incorporadoras da construção civil atuantes na capital, analisadas  anteriormente no item 4.3 deste artigo, perante os responsáveis pelo setor em  Belém. Os dados coletados serviram como fontes de referências para uma análise  amostral e ilustração gráfica do comportamento do setor no período, aliado as  informações divulgadas nos relatórios anuais para os investidores nos sites  oficiais das respectivas empresas. 
          No instrumento de pesquisa desenvolvido  e utilizado para esse levantamento, deu-se prioridade a verificação do total de  UH’s ofertadas (Unidades lançadas) e o total de vendas efetivadas (Unidades  brutas vendidas) por ano, observando-se que nas vendas efetivadas a cada  trimestre (relatórios trimestrais), soma-se o estoque de UH’s não vendidos dos  trimestres passados. 
          Os Gráficos abaixo têm por  objetivo configurar a nível amostral a oferta e venda de UH's e a evolução  simultânea, apesar do curto período estudado, da cotação do preço do metro  quadrado em relação aos mesmos lançamentos e vendas de unidades habitacionais  no período.
          O levantamento dos dados que  formaram o Gráfico V abaixo configurou o comportamento do mercado imobiliário  no período selecionado, sobretudo, ao se analisar os resultados divulgados  pelas companhias em seus sites oficiais, posto que grande parte das informações  pesquisadas deduziu-se dos referentes sites. Ressalta-se que as referências ao  estado do Pará, limitam-se à capital e aos municípios limítrofes, como Marituba  e Ananindeua, já que as empresas em questão não tiveram atuação nas demais  cidades do estado.
Diante do exposto, a Rossi,  que entrou no mercado imobiliário da capital paraense com lançamentos de  unidades habitacionais somente em 2010, teve uma representação na região de 1%  do total de seus lançamentos em todo o país, sendo o mesmo percentual de venda,  ou seja, do total de 23.230 unidades lançadas e 17.805 vendidas. Os lançamentos  somaram 4,7 bilhões e as vendas 3,9 bilhões de reais. 
          Em 2011, os lançamentos  acresceram 27% e a vendas 13%, saltaram para 5,5 bilhões e 4,7 bilhões de  reais, respectivamente, representados pelas 18.680 unidades advindas dos 87  empreendimentos lançados e 16.110 unidades vendidas. Em Belém, os lançamentos  representaram 2% e as vendas 1% desses totais. 
          Já em 2012, esse total caiu  para 6.899 unidades lançadas e 13.848 unidades vendidas à nível nacional, em  Belém foram 68 unidades lançadas e 138 unidades vendidas (somando os estoques),  causando o primeiro prejuízo contábil para a empresa. (ROSSI, 2013).
          O total de lançamentos da  Gafisa e seus associados em 2010 somaram 4,5 bilhões de reais e as vendas  totalizaram 4,0 bilhões, 23% a mais que 2009 – um recorde para o conglomerado  imobiliário. Foram 26.233 unidades habitacionais ofertadas e 24.962 unidades vendidas.  Desses números, 2.406 unidades lançadas vieram da região metropolitana de  Belém, sendo 1.525 unidades vendidas dentre os 16 empreendimentos localizados  na capital e em Ananindeua. 
          Em 2011, houve uma redução na  ordem de 62% de unidades lançadas, em comparação a 2010 à nível nacional. As  vendas contratadas tiveram uma diminuição de 16% na comparação com o ano  anterior, considerando que as vendas de estoque representaram 38% do total das  vendas de 2011 e o restante, 62%, foram representadas por unidades de  lançamento. Contudo, não houve lançamento e vendas na região metropolitana da  capital paraense neste ano. 
          Já em 2012 a Gafisa entregou  139 projetos envolvendo 27.107 unidades novas, um aumento de 20% em relação a  2011, considerando o conglomerado total da empresa. Entretanto, as vendas  caíram -27%, de 12.385 Unidades em 2011, para 9.850 Unidades em 2012. Em Belém,  a oferta principal esteve a cargo dos empreendimentos Fit Icoaraci; Fit Mirante  do Parque; Mirante do Lago I e II com o total de 1360 unidades habitacionais  lançadas, porém, não havendo vendas desses lançamentos no período, refletindo  um período de implantações corretivas e de foco na execução e entrega. (GAFISA,  2013).
          Os lançamentos da Cyrela em  2010, à nível nacional, alcançaram a soma 7,6 bilhões de reais, um aumento de  34% em relação ao ano anterior, representado pelos 27.589 unidades dos 108  empreendimentos lançados, sendo que a região norte teve 5%, e, em especial, a  região metropolitana de Belém representou 3% deste total, já que a empresa não  tem atuação em outros municípios do estado. As vendas somaram 6,2 bilhões de  reais, representadas pelas 23.549 unidades vendidas, sendo que 2% deste total  foi representado pela região norte e 1% por Belém.
   Já em 2011, os lançamentos valeram 7,9 bolhões  de reais, correspondentes as 11.500 unidades habitacionais, das quais 9% foram  da região norte, 5% em Belém. As vendas efetivadas somaram 6,5 bilhões de  reais, representadas pelas 13.046 unidades vendidas, sendo 5% da região norte,  2,7 % em Belém, ou seja, um aumento de 8,1% em relação a 2011. 
          Entretanto, 48% das vendas de  2012 foram provenientes de lançamentos anteriores, isto é, um saldo de estoque  na ordem de 6.626 unidades, a região norte representou 7,4%, a capital paraense  representou 4% dessas vendas. Os lançamentos somaram 23.400 unidades, a região  norte representou 4% e Belém 2,2% deste total. (CYRELA, 2013).
          Para a PDG se faz necessário  uma ressalva à parte, posto que os últimos resultados de 2012 fizeram com que a  empresa optasse por consideráveis mudanças estratégicas, entre elas: a redução  no número de regiões atuantes; concentração no foco segmentos econômico e médio  e contratação de consultoria externa. Diante disso, destacamos o lançamento  7,005 bilhões de reais em 2010, 53% a mais que 2009, decorrente do total de  42.616 unidades referentes aos 214 empreendimentos lançados. As vendas somaram  6,5 bilhões de reais, representadas pelas 40.407 unidades vendidas, sendo 56%  oriundas de estoque, deste montante o Pará, ou seja, a região metropolitana de  Belém foi responsável por 5,7 das vendas e 5,8% dos lançamentos, considerando  que a capital entrou somente neste ano no mapa da empresa. 
          Em 2011, os lançamentos  totalizaram 9,01 bilhões de reais, correspondente às 35.468 unidades dos 160  empreendimentos lançados e vendas de 33.962 unidades, queda de -13% e -25%,  respectivamente, em relação ao ano anterior. O Pará (Belém) representou 7,8 %  dos lançamentos e 4,9% das vendas (2% de estoque). Neste ano a empresa  direcionou 88% dos empreendimentos ao programa MCMV. 
          Entretanto, em 2012 vieram os  contrapesos, os lançamentos somaram 1,7 bilhões de reais, firmando uma queda de  -80%, no entanto, a PDG teve o maior percentual de distratos na ordem de 75%,  gerando revenda e um ganho de 17% em seu VGV. Foram ofertados 6.205 unidades  dos 36 empreendimentos lançados, as vendas alcançaram 13.735 unidades  habitacionais, queda de -84% e -55%, respectivamente. O Pará (Belém)  representou 4,4% nos lançamentos e 10,0% nas vendas (12% correspondente ao  estoque). (PDG, 2013).
O Gráfico VI foi formado a  partir da coleta de dados resultantes das informações que compuseram o Gráfico  V antecedente, em especial, ao volume de unidades ofertadas e o volume de  unidades vendias no período selecionado, acrescendo-se a estes, a oscilação dos  preços cobrados pelas referidas construtoras analisadas referentes ao metro  quadrado e da variação do INCC31  divulgado no período de estudo.
          A mais importante observação  que foi possível extrair no Gráfico VI é a relevante simultaneidade da  movimentação das três variáveis, fato este não observado nos países que tiveram  o estouro da bolha imobiliária. No caso em questão, as variações acompanharam  as tendências locais e evitaram um colapso significativo que indicasse uma  formação de bolha especulativa, propriamente dita, no setor imobiliário em  Belém, análise esta que não descarta a importância desta influência e a  possibilidade de ocorrência neste segmento de mercado. 
6. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
As experiências histórias  recentes pesquisadas mostraram uma fatídica e estreita relação entre politica  de crédito imobiliário e a formação de uma bolha imobiliária, resultante do  excesso de crédito, da inadimplência, do aumento do estoque de unidades  habitacionais, do acúmulo de projetos habitacionais inacabados, e  consequentemente, na desvalorização dos papéis das empresas da construção civil  envolvidas ocasionando a estagnação do mercado. 
          Diante dos objetivos  específicos propostos neste estudo e da perspectiva teórica apresentada, há  diversas formas de contextualização e graus de dimensionamento da bolha  especulativa no mercado imobiliário aliado á formação e desenvolvimento  econômico por que passa uma nação ou mesmo um município, como é o caso da  cidade de Belém. Diante o exposto, apresenta-se na sequencia os resultados  obtidos diante os senário estudados conforme perspectiva inicial.
          Foram identificados três nível  atuantes de iniciativas das gestões públicas direcionadas ao seguimento  habitacional na capital: O programa MCMV a nível federal implantado deste 2009  no governo anterior e adotado no governo atual dando continuidade a sua segunda  fase que irá se estender até 2015. À nível estadual, encontramos a retomada do  Cheque-Moradia suspenso no governo anterior, reimplantado com novas diretrizes  e ampliação do público alvo, somando-se a este PAC-Habitação instituído pelo  governo federal mas sobre a coordenação da Cohab com atuação em toda região  metropolitana de Belém e Castanhal. E no nível municipal, encontramos o  programa Viver Belém – MCMV instituído em junho de 2013, que segue os mesmos  critérios de hierarquização para a seleção das famílias beneficiadas, de acordo  com a legislação federal para o Programa Minha Casa Minha Vida.
          Constatou-se na análise dos  dados pesquisados e apresentados, que apesar das boas iniciativas e metas  alcançadas, segundo os próprios órgãos de gestão administrativa, a eficácia não  foi em sua plenitude atingida no período selecionado de estudo. Em síntese, o  crescimento das indústrias da construção civil teve queda de 8,8%, apesar da  distribuição dos recursos à indústria e demanda efetiva se manterem constantes,  o índice do déficit habitacional em Belém foi o que menos diminuiu no período,  assim como a demanda por imóveis novos que se manteve em ritmo de  desaceleração.
          Considerando o universo de  estudo e a complexidade de se analisar um setor da economia tão importante para  o desenvolvimento de um país – a indústria da construção civil, dimensionou-se  a coleta amostral nos resultados obtidos em quatro empresas do setor, dentre as  atuantes na capital paraense com capital aberto e ações negociadas na Ibovespa,  fatos que facilitariam a obtenção de dados e uma análise de mercado também à  nível nacional.
          A princípio o estudo  evidenciou que o uso de índices-padrão permite às empresas avaliarem seus  desempenhos por meio de um referencial comum. A metodologia do trabalho apresentado  contemplou a pesquisa bibliográfica e o método quantitativo, em destaque as demonstrações  financeiras extraídas no site da Ibovespa, visto que este trabalho considerou  apenas empresas de capital aberto. Porém, faz-se necessário ressaltar a  limitação do estudo, visto que o setor da construção civil abrange uma parcela  ainda pequena de empresas de capital aberto atuantes na capital, conquanto  constata-se que a maior parcela delas é de porte menor, e não são obrigadas a  publicar suas demonstrações contábeis.
   Os resultados obtidos, numa visão mais coesa  com a realidade encontrada, apontam para uma queda visível do volume negocial  no período selecionado no mercado imobiliário em Belém, em destaque o ano de  2011 - fatos constatados através do instrumento de pesquisa - forçando as  incorporadoras a repensarem suas estratégias de vendas. Destaca-se, ainda, que  na apuração final dos dados obtidos, referentes a pesquisa bibliográfica, que a  saúde financeira das empresas estudadas não estão entre as melhores do mercado  acionário, e, em alguns casos, apresentam consideráveis perdas financeiras nos  últimos balanços financeiros, demonstrando a fragilidade e estagnação pelo qual  passou o mercado, em especial, na transição do segundo semestre de 2011 ao  primeiro semestre de 2012.
          No aspecto demanda  habitacional em Belém, ressalta-se a procura cada vez maior por imóveis  distantes do centro urbano da capital, hoje sendo representada por mais da  metade do número de pessoas que buscam um novo lar, segundo dados da ORPAM. Os  indicadores da organização mostram que esses números cresceram cerca de 30% só  nos últimos cinco anos.
          Na análise dedutiva, alguns  fatores contribuíram diretamente para essa mudança, onde se destacam: o preço  do metro quadrado, fluidez do trânsito, novos itens de infraestrutura urbana,  proximidade de áreas verdes, e, sobretudo, segurança. Bairros nobres como  Umarizal, Reduto, Batista Campos, Nazaré e São Braz passaram a fazer parte do  mapa da insegurança pública de Belém, segundo os relatórios anuais do Sistema  Integrado de Segurança Pública (SISP). No topo da lista, ainda permanecem os  bairros do Guamá e Jurunas, onde são registradas entre 5 e 7 mil ocorrências  anuais.
          Dos dados e mapas apresentados  no relatório de 2012, encomendado pela Caixa Econômica, observou-se que há duas  formas de distinguir a demanda relacionada ao déficit habitacional: o primeiro  relaciona-se a Demanda Habitacional Domiciliar – DHDO, neste item, nota-se que  a demanda se estende de forma linear ou quase homogênea por toda a extensão  territorial da capital. Já a segunda forma de distinção, relaciona-se à Demanda  Habitacional Por Faixa de Renda – DHDE, ficando claro observar que quanto maior  a renda, maior é a tendência de concentração desta população no centro da  cidade, e quanto menor a renda, maior é a distância deste centro, em bairros  limítrofes a outros municípios como Ananindeua, Marituba e Distritos como  Icoaraci.
          Na análise da demanda por  unidades habitacionais novos no período, feita a partir dos levantamentos do  instrumento de pesquisa e dos releases anuais das empresas, houve uma diminuição  progressiva do índice de procura nos três anos (2010 a 2012). Neste entreposto,  frisa-se que a demanda em questão por imóveis novos na capital não esteve  direcionada ao déficit habitacional na capital em questão, considerando conceitualmente  que nem todo déficit habitacional representa uma demanda efetiva. Identificou-se  pelo instrumento de pesquisa que as unidades habitacionais colocadas em  disponibilidades caracterizaram-se por uma oferta específica que passou a ser  adotada pelas grandes empresas de capital aberto, motivadas pelos incentivos fiscais  e de crédito para esses lançamentos - em destaque os projetos direcionados a  MCMV. 
          Os demais resultados obtidos  através do instrumento de pesquisa confirmaram as perspectivas para o mercado,  entre os itens questionados: o motivo para os atrasos nas obras teve como maior  percentual de resposta o acúmulo de projetos em andamento; no item: tomada de  decisão mediante a expansão das linhas de crédito no período, o maior  percentual de resposta foi intensificar a venda das UH's concluídas; no item:  principais concorrentes, o maior percentual de resposta foi as empresas  privadas locais; e por último, na perspectiva da empresa entre os principais  fatores que afetaram a demanda por UH's novos, os percentuais de maior destaque  foi para os quesitos de resposta: moradia e investimento em 2º lugar.
          Por fim, a análise da oferta e  demanda habitacional em Belém no período de 2010 a 2012 através da  interpretação dos dados que compuseram o Gráfico VI, em especial,  possibilitaram, também, observar a relevante movimentação simultânea das três  variáveis: preço, oferta e demanda, fato este não analisado nos países que  tiveram o estouro da bolha imobiliária. No caso, em questão, as variáveis  acompanharam as tendências locais e, supostamente, evitaram um colapso  significativo no setor imobiliário em Belém, fato este que elevaram a  importância deste trabalho para uma análise contínua, em especial, para as  empresas e demais gestões empresariais ligadas direta e indiretamente ao setor.
          Foi evidente notar diante  deste levantamento quantitativo e dedutivo que o comportamento analisado  refletiu o mercado da demanda afetada pela economia mais a nível microeconômico  do que a macroeconômico, ou seja, os efeitos esperados pelos programas e planos  das gestões executivas, em especial, do governo federal, não obtiveram os  resultados esperados que nos anos anteriores. A situação ou exposição do  mercado regional, ou mesmo municipal, delimitou tais iniciativas, deixando as  gestões administrativas das empresas em alerta e, posteriormente, tiveram que  rever suas estratégias de vendas e de lançamentos de novos empreendimentos na  região metropolitana da capital paraense. 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pode observar nos  fundamentos teóricos pesquisados sobre a formação de bolha especulativa no  mercado imobiliário, em todos os casos de especulação, a íntima e estreita  relação da forma como o crédito é concedido nas iniciativas dos governos  federais na ânsia de aquecer a economia de seus países sem as devidas  limitações e critérios, quase sempre é o alicerce da construção da bolha no  mercado imobiliário. 
          O exemplo mais difundido sobre  o tema foi a crise americana de 2008, levada pelo colapso no sistema de  crédito, que teve influência significativa da relação Crédito Habitacional x  Produto Interno Bruto (CH/PIB), entre outros fatores da política de crédito,  natureza econômica e, em especial, do cenário do setor imobiliário americano naquela  ocasião. No Brasil, à nível nacional, a expansão do crédito imobiliário sobre  esse aspecto CH/PIB ainda encontra espaço, exigindo maior aceleração do setor  para que se crie um cenário semelhante. Entretanto, fatores diversos a estes  citados na economia, podem levar à criação da bolha com dimensões e  consequências próprias para cada região.
          Sem dúvida, os programas e  incentivos municipais, estaduais e federais sobreaqueceram o mercado, apesar do  déficit habitacional na capital ainda representar 9,6% do total de domicílios,  segundo os dados divulgados pelo IPEA em 2013, através do PNAD 2007-2012.  Entretanto, com relação a capital paraense e ao senário em questão, não houve  mudanças no período estudado (2010 a 2012) que indicasse forte influencia  diante tais iniciativas como em fases anteriores de implantações das referidas  medidas.  
          A análise financeira e econômica  das empresas de construção civil mostrou que o processo de abertura de capital  das incorporadoras brasileiras fez com que elas entrassem em um ritmo de  crescimento acelerado na ânsia de lançar altos volumes - incompatível com a  realidade do mercado local. O resultado não foi o esperado pelas empresas ou  pelo mercado não só a nível local como nacional: atrasos contínuos nas obras,  estouros de custos e uma forte compressão das margens, que tem minado a  reputação das ações das empresas estudas no setor na Bovespa. No entanto, para  o mercado financeiro, o que valoriza os papéis é a possibilidade de pagamento  de dividendos ou perspectiva de valorização futura. Os ajustes são péssimas  notícias, motivo pelo qual as ações caem de valor progressivamente. 
          Segundo dados da Fundação  Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Construção (ICC) apresentou em  abril de 2013 evolução favorável na base de comparação interanual pela primeira  vez desde janeiro de 2013. A taxa ficou em -6,6%. Apesar de significar queda, o  resultado é menor do que o apresentado em março (-7,9%). Isso pode sinalizar,  segundo a FGV, uma possível acomodação do nível da atividade econômica do setor  após um longo período de desaceleração.
          Nos dados levantados pela  Caixa Econômica em 2012, a demanda de forma geral é segmentada pela renda e  pela distribuição demográfica do município de Belém, características comuns de  quase toda capital metropolitana, onde se concentram as melhores ofertas no  centro para populações de poder aquisitivo maior, e nos bairros periféricos  para as demais classes sociais, com algumas exceções, que não foi o caso da  capital paraense que se seguiu o roteiro inicial de disponibilidade demográfica  e de renda.
          O levantamento amostral da  oferta e demanda de imóveis novos das empresas selecionadas no período de  estudo reforçou a pouca influência diante das recentes medidas de política  fiscal de estímulo ao crédito fomentado, especialmente, pelo governo federal, o  que foi de grande impacto em anos anteriores. Todavia, pelo levantamento  realizado, revela-se um considerável estoque de imóveis, mesmo que estes  estejam em processo de financiamento junto aos bancos, visto a não ocupação  pelos mesmos, considerados frutos de pequenos investidores da classe média  local, aumentado o número de imóveis para aluguel e transferência.
          Esse tipo não muito comum de  especulação de mercado neste setor, revelado na análise amostral, surgiu muito  por conta da fatídica expansão do crédito e estabilidade econômica dos últimos  10 anos, onde famílias ou médios investidores adquirem um segundo imóvel para  esta finalidade. Ressalte-se, neste ponto, que o valor do imóvel não tem um  crescimento linear, o que o difere de uma aplicação em poupança ou títulos de  renda fixa, eles podem em alguns momentos da história econômica de um país ter  seus valores inflados e, em outros, estabilizam-se, devido, essencialmente, a  fatores da microeconomia (lei da oferta e procura), ou da macroeconomia (taxa  de juros, aumento de renda e nível de emprego).
          Em suma, os resultados obtidos  por esse estudo, demonstraram o quanto é indispensável uma análise contínua e  imparcial de todas as fontes possíveis e correlacionadas ao setor imobiliário  sobre qualquer aspecto. O estudo em questão, apesar das limitações pertinentes,  conclui que os preços dos imóveis na capital paraense subiram além da inflação  e da renda familiar em determinado período, apesar da ascensão da nova classe  média e das boas perspectivas econômica à nível nacional, e ao final  decresceram e encontraram seu ponto de equilíbrio. 
          Na conclusão da analise dos  fatos estudados e descritos, afirma-se que os mesmos não contextualizaram,  metodologicamente, uma possível formação de "bolha imobiliária" na  região metropolitana de Belém. Não obstante, no contexto federativo, é  relevante ressaltar que o volume de crédito habitacional saltou de 1,5% do PIB  em 2007 para mais de 5,5% em 2012, bem abaixo do volume de crédito habitacional  se comparado aos 65% do PIB atingidos nos EUA quando do estouro da bolha  imobiliária americana.
          Dentre estas e outros  contraposições ressalte-se aqui o estágio porque passa o mercado imobiliário e a  necessidade de sua reavaliação periódica, a importância mercadológica e  extensão do referido estudo, para reabilitação estratégica das gestões das  empresas envolvidas e, sobretudo, para a sociedade civil enquanto consumidora e  principal expoente no cenário econômico de uma cidade ou do país à caminho de  seu desenvolvimento, frente às demais adversidades economias mundiais
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
3 Fundação Instituto de Pesquisa Econômica
4 Metodologia de pesquisa que utiliza informações de preço de venda de imóveis anunciados.
5 Sistema Financeiro de Habitação
6 Índice Nacional da Construção Civil
7 Expressão-símbolo do liberalismo econômico americano na versão mais pura do mercado livre, sem interferências.
8 Crise creditícia.
9 Conversão de dívidas em títulos lastreável e negociável entre instituições financeiras.
10 Agência americana de classificação de risco de crédito, atuantes em mais de trinta países.
11 Capacidade de obtenção de novos recursos através da conversão de um débito de curto prazo em outro de longo prazo com a emissão de novos títulos de dívidas.
12 Taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódias – Selic, para títulos federais.
13 Instituição Suíça de Investimento e Privet Bank
14 Cliente com alto volume de investimento.
15 Companhia de Habitação de Belém
16 Secretaria Estadual da Fazenda
17 Imposto sobre circulação e movimentação de serviços
18 Departamento de processamento de dados do Pará
19 Programa Federal de Aceleração do Crescimento
20 Balanço contábil de resultado financeiro.
21 É o resultado líquido do período, acrescido dos tributos sobre o lucro, das despesas financeiras líquidas das receitas financeiras e das depreciações, amortizações e exaustões, segundo as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil.
22 Estabelece em seu ART 2º que o cálculo do LAJIDA (Ebitda) e do LAJIR (Ebit) deve ter como base os números apresentados nas demonstrações contábeis de propósito geral previstas no Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis.
23 Informações trimestrais e demonstrações financeiras anuais completas divulgadas nos sites das empresas.
24 Quarto trimestre de 2012.
25 Sistema Financeiro de Habitação
26 Já estipulado formalmente.
27 Agência de classificação de risco de crédito.
28 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
29 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
30 Domicílio por habitante.
31 Índice Nacional da Construção Civil.