Considerações Finais - Libro Gratis
A visão estratégica do Terceiro Setor, sua formação e atuação na gestão de projetos sociais: Um estudo de caso na Fundação Arte de Educar Amazônia.

A visão estratégica do Terceiro Setor, sua formação e atuação na gestão de projetos sociais: Um estudo de caso na Fundação Arte de Educar Amazônia.

Vanessa Mesquita De Souza

Volver al índice

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Terceiro Setor e as organizações que fazem parte deste segmento vêm atualmente assumindo parte do mercado, pois o objetivo deste segmento é preencher as “lacunas” deixas pelo estado através do desenvolvimento de projetos e ações que contribuam para soluções de problemas sociais beneficiando e garantindo o bem-estar de comunidades carentes.

O trabalho desenvolvido por este segmento dar-se através da constituição das organizações não governamentais que podem ser caracterizadas como associações e/ ou fundações, no processo de constituição das ONGs serão definidos sua área de atuação que devem estar de acordo com os seus objetivos e sua caracterização que se diferenciará pelas leis Lei nº 10.406/02 (Associações) e Lei nº 11.127/05 (Fundações), considerando que, as fundações se diferenciam das associações, pois em seu processo de constituição necessitam ter um patrimônio para sua fundação e sua atividade será fiscalizada pelo Ministério Publico, onde também poderá receber títulos que contribuem para o seu desenvolvimento e confiabilidade como, por exemplo, o titulo de OSCIP.

A apresentação dos resultados é um dos fatores que demonstram credibilidade para os doadores e parceiros da ONG, isto se dá através da gestão da organização como um todo e sua interação com ambiente interno (voluntários) e externo (doadores). Diante do disposto é importante ressaltar que o planejamento é uma das ferramentas mais utilizadas pelas organizações, seja ela com o sem fins lucrativos, é por meio do planejamento que este segmento irá elaborar suas estratégias de gestão, captação de recursos e gerenciamento dos projetos sociais.

O planejamento abrange a organização como um todo, o foco de uma administração deve ser sistêmico, porém suas atitudes e decisões são geralmente no processo, logo esta relação deve ser compreendida como um único organismo, para que frente às dificuldades o administrador saiba sempre a melhor decisão, e quando os dilemas surgem podem ser facilmente contornados, as organizações não governamentais não foge deste contexto, elas traduzem suas atitudes e comportamento exatamente como às privadas. Na empresa objeto de estudos pode-se perceber a presença do planejamento, não só pelas respostas dadas pelos gestores nos questionamentos, mas também pelo os alcances de suas metas, onde existe um planejamento para elaboração dos projetos inseridos dentro da Fundação e para a organização como um todo, envolvendo o corpo administrativo e técnico.

Tratando-se gestão organizacional considera-se que é importante a realização e aplicação de ferramentas que possam auxiliar o planejamento, a direção é uma atividade gerencial da organização que tem como objetivo garantir o desenvolvimento das ações dentro da organização. Outra forma de contribuir para um bom funcionamento do planejamento estratégico é identificar as falhas ocorridas dentro do cumprimento dos objetivos da Fundação e aplicar medidas preventivas, o que se pode considerar como uma função de controlar as ações que irão garantir a execução das atividades.

Essas ferramentas contribuem no processo de tomadas de decisões no qual se envolve a administração (planejamento estratégico), gerencia (planejamento tático) e corpo funcional (planejamento operacional), um bom planejamento auxilia o processo de gestão e a obtenção de resultados. Entretanto, para realização do planejamento é necessário que pessoas estejam à frente do negócio, atualmente as organizações não governamentais buscam cada vez mais selecionar profissionais qualificados para assumirem a direção destas organizações.

Embora o administrador seja um dos profissionais mais indicado para atuar dentro das organizações sem fins lucrativos, não podemos deixar de ressaltar que este segmento possui quase todos os processos de uma empresa privada, considerando como exemplo o processo de gestão e prestação de conta, o que leva em consideração a importância de outros profissionais qualificados para atuarem em áreas especificas da gestão.

O administrado do terceiro setor primeiramente deve ter o perfil de um líder, pois deverá saber lidar não apenas com soluções rápidas no processo decisório, mas também administrar as pessoas que estarão dento do processo da organização. Além disso, o mesmo deve ter uma à visão ampla de gestão e mercado, pois o principal desafio do mesmo é saber lidar com a falta de recursos financeiro para continuidade da ONG.

Diante do disposto, foi possível realizar uma analise comparativa entre as teorias apresentadas dentro deste trabalho e os questionários aplicados dentro da Fundação Arte de Educar Amazônia objeto deste estudo, que a constituição de uma organização não governamental dependerá das pessoas ou gestores que estarão à frente do seu desenvolvimento, pois qualquer pessoa ou grupo de pessoas podem constituir uma organização não governamental, entretanto é necessário que os seus objetivos sejam definidos de forma clara e objetivo, é através deste que este segmento adquirir parcerias com terceiros para a captação de recursos, logo o processo gerencial dependerá de uma excelente gestão para o alcance dos resultados.

Considera-se então que, as organizações do terceiro setor devem iniciar o processo de gestão administrativa e agregar outros processos, rotinas e ferramentas que possam dar sustentação na gestão da organização garantindo assim a eficiência, eficácia e a efetividade nos seus projetos sociais.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Antônio Carlos de- Terceiro Setor: historia e gestão de organizações- São Paulo –Summus 2006.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 31.ed.

CABRAL, Eloisa Helena de Souza- Terceiro Setor: gestão e controle social- São Paulo: Editora Sarava. 2007

CHIAVENATO, Idalberto, Arão Sapino- Planejamento Estratégico- 2ª ed., - Rio de janeiro: Elsevier, 2009.

DELGADO, Maria Viviane Monteiro. O terceiro setor no Brasil: uma visão histórica. 2004.Revista Espaço Acadêmico. No.: 37. Junho de 2004.

DRUCKER, Peter Ferdinand. Administração de Empresas Sem Fins Lucrativos: princípios e práticas- São Paulo: Pioneira Thomson, 2009.

DRUCKER, Peter Ferdinand. Prática da Administração de Empresas- São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

FERNANDES, Rubem César. 3º Setor: Desenvolvimento Social Sustentado- Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005.

IOSCHPE, Evelyn Berg (Organizadora). 3º Setor: Desenvolvimento Social Sustentado- Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005.

KOCHE, José Carlos- Fundamentos de metodologia cientifica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 28. Ed.- Petropolis, RJ: Vozes, 2009.

MARCONI, Marina Andrade;LAKATOS, Eva Maria-Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados.- 6.ed.-3. reimp. – São Paulo: Atlas, 2007.

MAXIMIANO, Antônio C. A. -Teoria Geral da Administração: da revolução urbana a revolução digital. 6ª Edição. São Paulo: Atlas, 2006.

MCCARTHY, Kathleen D. 3º Setor: Desenvolvimento Social Sustentado- Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005.

ONU-O trabalho voluntário e as nações unidas. Disponível em: <http://www.onu.org.br/faca-parte-da-onu/voluntariado/>. Acesso em: 29/10/2013.

São Paulo: Saraiva, 2003.

TACHIZAWA, Takeshy. Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor: criação de ONGs e Estratégias de Atuação- 3ºed- São Paulo: Atlas 2007.

TENóRIO, Fernando G.(Organizador)-Gestão de ONGs: principais funções gerenciais- 9º edição- Rio de Janeiro: Editora FGV- 2005

VOLTOLINI, Ricardo (organizador)-Terceiro Setor: planejamento e gestão- São Paulo: Editora Senac São Paulo. 2004