O TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR

Susana Maria Pereira da Silva

Análise SWOT (strengths, weaknesses, opportunities and threats) do turismo de saúde e bem-estar/turismo termal na região TCP


Neste ponto realiza-se uma síntese integradora das análises efetuadas sobre a avaliação da situação de referência (Anexo I) e dos questionários, procurando identificar-se os principais fatores positivos e obstruentes suscetíveis de influenciar a revitalização e o desenvolvimento do produto de saúde e bem-estar, na vertente das estâncias termais, na região Centro.
A necessária análise mais global do produto de saúde e bem-estar é o mote para a análise realizada ao nível de cada estância, uma abordagem mais específica que permite descortinar as realidades singulares de cada unidade. O diagnóstico estratégico apresentado sob a forma de modelo SWOT (quadro 31) compreende uma matriz relacional de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças, segundo uma vertente interna e externa, cuja leitura integrada permite evidenciar as vantagens competitivas, as potencialidades mas também as fragilidades e vulnerabilidades, constituindo-se como base da construção de um conjunto de objetivos e medidas adequados a cada realidade.
Esta matriz sugere a delineação de estratégias, de forma mais sustentada, que conduzam à maximização das oportunidades do ambiente, e construídas sobre os pontos fortes de cada unidade termal e à minimização das ameaças, bem como à redução dos efeitos dos pontos fracos das mesmas.
Não obstante um conjunto de elementos que são transversais à maioria das estâncias termais portuguesas, foram identificados um conjunto de elementos chave em cada um dos vetores da matriz SWOT que caracterizam de forma geral o produto de saúde e bem-estar na região TCP (quadro 32).
Esta região detém uma posição privilegiada no que diz respeito às propriedades medicinais das águas minerais, ricas e diversificadas, e à quantidade e dimensão das estâncias termais que aqui se localizam. O desenvolvimento do segmento de saúde e bem-estar que se tem vindo a consolidar nos últimos anos, a inserção em territórios historicamente e patrimonialmente ricos a vários níveis, assim como as ótimas acessibilidades, nomeadamente rodoviárias, constituem os principais pontos fortes.
Este conjunto constitui o ponto de partida para o aproveitamento das oportunidades que a realidade externa oferece sobretudo quando a região Centro se posiciona como prioritária para o desenvolvimento do turismo de saúde e bem-estar.
Assiste-se a uma preocupação crescente com a saúde e com o bem-estar, o que se traduz num aumento de clientes efetivos e potenciais com esta motivação. Note-se que a região Centro tem tido um crescimento médio anual de cerca de 23%, e tendo em conta que é um segmento que se encontra em fase embrionária nesta região, goza de uma margem de progressão muito grande. O facto de o Centro deter um conjunto de outros recursos e produtos que lhe conferem notoriedade turística e capacidade suficiente por si só para atrair clientes, constitui uma oportunidade para a construção de um produto completo e competitivo.
A Estratégia de Eficiência Coletiva - PROVERE, especificamente direcionada para a revitalização das estâncias do Centro constitui, neste momento, uma das principais e mais cruciais oportunidades das estâncias nomeadamente em termos de intervenções de requalificação das estruturas físicas, da organização e promoção assim como, a aposta na promoção cada vez mais eficaz por parte do TCP e o facto de se inserirem em ambiências paisagísticas naturais cuja exploração turística não está esgotada, muito pelo contrário, em alguns casos está mais do que subaproveitada, perfilam-se igualmente como grandes oportunidades do setor.
Contudo, é necessário apontar um conjunto alargado de constrangimentos internos. Pese embora as ações em curso e previstas ao nível da requalificação, alargamento e modernização dos estabelecimentos termais, subsistem exemplos de degradação e desadequação de infraestruturas e equipamentos às novas realidades e mercados podendo motivar a perda de clientes, de deficiência e até mesmo carência em termos de estruturas de apoio à atividade turística, nomeadamente do alojamento, do comércio, da restauração e animação turística, de promoção e divulgação do produto a nível nacional e internacional, de organização e integração num modelo compósito, de ser ainda incipiente a oferta do segmento de saúde e bem-estar, de predominar uma clientela doméstica, envelhecida, motivada pela cura e com fraca capacidade económica, e de haver dificuldades de captação de investimento para este segmento do produto, nomeadamente estrangeiro.
Este conjunto de fragilidades tende a agudizar e empolar os efeitos das ameaças que se verificam. A associação cada vez mais estreita do produto de saúde e bem-estar ao conceito de Spa e a urgência em dotar as estâncias termais de Spas por forma a manterem-se competitivas com outras ofertas, nomeadamente a dos hotéis, poderá motivar as estâncias termais a incorrer numa atitude de relegar progressivamente para segundo plano a vertente terapêutica, assim como a proliferação de Spas, como já foi referido, associados a outro tipo de oferta, poderá anular os argumentos das estâncias ao captar essa clientela.
A proximidade geográfica entre estâncias (pólo de Dão-Lafões) pode constituir uma ameaça à competitividade sustentável e sustentada se não houver cooperação e integração.
Em suma, são vários os pontos fortes que poderão elevar os níveis de competitividade das estâncias termais se forem aproveitadas todas as oportunidades que vêm surgindo a este setor e suprimidos os muitos constrangimentos que ainda se verificam.

 

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