A frequência das estâncias termais tem vindo a diminuir de há uns anos a esta parte (figura 5), tendo perdido nas últimas duas décadas 27,2% de clientes, 16,5% só nos últimos 10 anos, a um ritmo médio anual de cerca de 2% sendo a performance de 2008 a que maior variação registou (-7,4%) traduzindo uma perda de 5944 clientes. Em 2009 o decréscimo foi de 5,9% (4339) 1. Apesar de se ter registado um acréscimo animador no início do milénio, de cerca de 12,6%, a partir de 2002 regista-se um decréscimo cifrado nos 25851 clientes (-27%) com uma variação média anual negativa de 4,4%.
Em 2009, as termas de S. Pedro do Sul continuam a liderar o ranking da frequência termal com 24% das inscrições totais perdendo, contudo, 2,2% dos clientes face a 2008, uma tendência negativa que se verificou em 64% dos estabelecimentos termais, com 11 a registar um crescimento médio positivo de 24,8% (note-se que a média de crescimento em 2007 era de 3,4%) consequência do crescimento exponencial de estâncias como Cavaca, Monfortinho e Monção (quadro 9).
A clientela estrangeira tem um peso relativamente pequeno no total da frequência termal (1,4% em 2009). No entanto, a procura externa tem, desde o início deste século, registado valores positivos, salvo exceção para os anos 2000, 2005 e mais recentemente 2009 (-7,8%). Contudo, na última década duplicou a frequência estrangeira nas termas portuguesas a um ritmo médio anual de 5%. Em 2008 atingiu o máximo valor com 1037 indivíduos, registando um crescimento homólogo de 26,2% .
Nos últimos anos, os principais mercados externos têm sido quase exclusivamente europeus (figura 8), com um domínio do mercado espanhol, confirmando a tendência geral da procura turística externa em Portugal, em muito motivada pela proximidade geográfica, responsável em 2008 por mais de metade das inscrições estrangeiras (537), seguida da França (14%). Em 2009 estes países cimentam as suas posições com 585 e 207 inscrições (61 e 22% respetivamente). Referem-se ainda os mercados suíço, luxemburguês e brasileiro que veem adquirindo protagonismo.
Nos últimos anos a procura dos estabelecimentos termais tem sofrido algumas alterações e oscilações, sobretudo no que diz respeito à génese motivacional, na sequência de terem deixado de estar conotadas exclusivamente com a cura de problemas de saúde para passarem a estar vocacionadas para questões de bem-estar (físico e psicológico), incluindo as questões de estética e de lazer. Apesar do termalismo clássico continuar a dominar, tem perdido clientes a favor do termalismo de saúde e bem-estar.
Entre 2002 e 2009 o termalismo clássico perdeu cerca de 29% de clientes a um ritmo médio anual de 5%, já o segmento de saúde e bem-estar tem revelado um crescimento exponencial, cerca de 20 vezes mais relativamente a 2002 (figura 9). O maior incremento registou-se entre 2002 e 2003 passando-se de 1340 para 9915 clientes (+640%) e desde então tem crescido a uma média anual de 21%.
Apesar de em termos gerais o peso, no total dos frequentadores das estâncias termais, do termalismo clássico ainda dominar (figura 10), representando em 2002 quase 100% e em 2009 cerca de 69% do total, a sua descida vem conferindo espaço de crescimento ao segmento de bem-estar que ganha expressão face ao anterior, representando já mais de 30% (uma subida significativa quando comparado com 2002, onde representava pouco mais de 1%).
A sazonalidade desta atividade revela-se com o termalismo clássico, em 2009, a concentrar cerca de 48% nos meses de verão (3º trimestre) e o segmento da saúde e bem-estar 40%. Apesar de nestas duas modalidades se verificar uma clara preferência pelo 3º trimestre, este último revela uma distribuição da frequência mais equilibrada, variando entre os 15% no 1º e pouco mais de 20% no 2º e 4º trimestres.
Estes dados revelam a importância deste segmento no combate à sazonalidade vincada a que sempre esteve votada a atividade termal clássica, constituindo uma oportunidade para as estâncias termais rentabilizarem não só no período alto mas durante todo o ano, promovendo um equilíbrio na sua frequência.
A região Centro evidencia-se em termos de frequência termal total, registando dinâmicas positivas e concentrando a maioria dos clientes das duas vertentes. Se em 2007 a distância entre termalismo clássico e de bem-estar, nesta região, ainda era significativa, em 2008 e 2009, observa-se esta última a ganhar expressão.
O Norte detém um quantitativo bastante inferior ao do Centro, registando mesmo um decréscimo na clientela de saúde e bem-estar. As regiões do Alentejo e Algarve detêm uma posição residual em termos de frequência clássica, no entanto adquirem visibilidade relativamente ao segmento da saúde e bem-estar.
O encerramento de Pedras Salgadas e Vidago em 2008 e 2009, assim como a indisponibilidade de valores para a Fadagosa de Nisa e Unhais da Serra em 2008, e Eirogo e Melgaço em 2009, refletem-se nos números finais.
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