TURISMO E DESENVOLVIMENTO ESTUDOS DE CASO NO CENTRO DE PORTUGAL

Paulo Carvalho

3. Turismo em Miranda do Corvo: balanço e perspectivas

 
3.1 Traços de uma geografia complexa

O concelho de Miranda do Corvo está inserido no Pinhal Interior Norte (NUT III) da Região Centro de Portugal. Este é geograficamente contíguo com os concelhos de Vila Nova de Poiares a Nordeste, Lousã a Sudeste, Figueiró dos Vinhos a Sul, Penela a Sudoeste, Condeixa-a-Nova a Oeste, e Coimbra a Noroeste (figura 1).
Em termos físicos, apresenta-se com relevo bastante irregular, variando entre os 200 metros de altitude, nas áreas correspondentes aos vales dos rios, e chegando a valores superiores a 900 metros de altitude (figura 1), que correspondem à Serra da Lousã (na extremidade ocidental do bloco NW da Cordilheira Central Portuguesa).
As principais unidades geomorfológicas estão relacionadas com o Rebordo Montanhoso do Maciço Antigo, o Maciço Antigo (Cordilheira Central), a Depressão Periférica e a Bacia Sedimentar da Lousã e de Arganil. A esta multiplicidade estrutural e litológica (com xistos, granitos, calcários, arenitos, argilas, entre outros materiais) corresponde uma acentuada diversidade paisagística.
No que diz respeito aos usos do solo no concelho de Miranda do Corvo, é de destacar a área florestal (incluindo matos), a qual ocupa 79% da superfície total do concelho, seguida da área agrícola, que ocupa 15% e outros usos, nomeadamente a ocupação urbana, que correspondem a 6%, de acordo com o 5º Inventário Florestal Nacional (2010) – (Adelino, 2010).

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Fonte: Adelino (2010)

Figura 1: Mapa hipsométrico simplificado e de localização de Miranda do Corvo

Através de uma análise SWOT, podemos afirmar que os pontos fortes de Miranda do Corvo são a proximidade a Coimbra e aos eixos rodoviários nacionais estruturantes (A1, IC3, IC8, IC6 e IC7), o crescimento demográfico, os recursos patrimoniais naturais, paisagísticos e culturais (materiais e imateriais), o carácter empreendedor de alguns actores locais, e a integração na Serra da Lousã. Os pontos fracos estão relacionados com algumas dimensões problemáticas do crescimento urbano (em particular nas últimas duas décadas), a reduzida articulação e escala supra-municipal em matéria de estratégias para o desenvolvimento, a elevada dependência de Coimbra em matéria de oferta de emprego, as fragilidades da rede de viária que atravessa o concelho, e a falta de articulação da oferta turística. As oportunidades decorrem da valorização do turismo como sector estratégico para Portugal, da territorialização de algumas políticas públicas, da valorização dos ambientes rurais e de montanha por parte da sociedade urbana, e de projectos viários estruturantes como o novo IC3 e a modernização/requalificação da Linha (Ferroviária) da Lousã. As principais ameaças são o baixo nível de cooperação institucional, a falta de planeamento integrado e articulação de estratégias e acções (incluindo a área do turismo) na Serra da Lousã, a maior concorrência de outros municípios em matéria de captação dos investimentos, e o actual cenário de crise económica (e social) e de redução do investimento público.

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