TURISMO E DESENVOLVIMENTO ESTUDOS DE CASO NO CENTRO DE PORTUGAL

Paulo Carvalho

3.3 Indicadores estatísticos da actividade turística local e regional

O significado do turismo em Miranda do Corvo e a sua posição relativa no contexto sub-regional, regional e nacional, pode ser analisado através de indicadores estatísticos relacionados com os estabelecimentos e a capacidade de alojamento.
De acordo com a última publicação oficial (do Instituto Nacional de Estatística), editada no final de 2010, com o título “Anuário Estatístico da Região Centro 2009”, referente aos estabelecimentos classificados pelo Turismo de Portugal, I.P. (Continente) e Direcções Regionais de Turismo nas Regiões Autónomas, o concelho de Miranda do Corvo apresentava (em 31 de Julho de 2009), 1 estabelecimento hoteleiro (classificado na categoria de “Outros” – onde estão incluídos os hotéis-apartamentos, os apartamentos turísticos, os aldeamentos turísticos, os móteis, as pousadas e as estalagens) e 56 camas (quadro 1).

Quadro 1: Estabelecimentos hoteleiros e capacidade de alojamento no Pinhal Interior Norte em 31.07.2009, por município

Distribuição Geográfica

Estabelecimentos

Capacidade de alojamento

Total

Hotéis

Pensões

Outros

Total

Hotéis

Pensões

Outros

Portugal

1988

681

804

503

273804

141575

38519

93710

Continente

1715

583

731

401

235974

119082

35334

81558

Região Centro

413

167

196

50

38605

23859

10024

4722

Pinhal Interior Norte

11

4

5

2

671

416

151

104

Alvaiázere

0

0

0

0

0

0

0

0

Ansião

1

0

1

0

18

0

18

0

Arganil

2

1

1

0

101

68

33

0

Castanheira de Pêra

1

0

1

0

43

0

43

0

Figueiró dos Vinhos

0

0

0

0

0

0

0

0

Góis

0

0

0

0

0

0

0

0

Lousã

2

1

1

0

126

92

34

0

Miranda do Corvo

1

0

0

1

56

0

0

56

Oliveira do Hospital

2

1

0

1

135

87

0

48

Pampilhosa da Serra

0

0

0

0

0

0

0

0

Pedrógão Grande

1

0

1

0

23

0

23

0

Penela

0

0

0

0

0

0

0

0

Tábua

1

1

0

0

169

169

0

0

Vila Nova de Poiares

0

0

0

0

0

0

0

0

Elaboração Própria, com base em INE (2010)

Por sua vez, a informação disponível na página oficial da Câmara Municipal de Miranda do Corvo (no início de Abril de 2011) revela quatro unidades de alojamento: Estalagem da Quinta do Viso (em Miranda do Corvo, com 21 quartos e uma suite); Residencial Zé Padeiro (em Miranda do Corvo, com seis quartos); Casa da Aldeia Sabores da Fraga (nas Souravas, com lotação para seis pessoas) e Casa de Campo do “Pátio do Xisto” (no Gondramaz, com capacidade para cinco pessoas). Todas estas unidades de alojamento apresentam também serviço de restauração (mediante marcação prévia no caso das unidades de Turismo em Espaço Rural).
Ainda segundo o “Anuário Estatístico da Região Centro 2009”, no contexto sub-regional, cerca de 40% dos municípios do Pinhal Interior Norte (a saber: Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Penela e Vila Nova de Poiares) não apresentava estabelecimentos hoteleiros classificados pelo Turismo de Portugal (embora se reconheça unidades de alojamento em alguns deles, nomeadamente relacionadas com o Turismo em Espaço Rural) – quadro 1.
A distribuição geográfica interna dos estabelecimentos e da capacidade de alojamento reflecte o intervalo de variação entre 1 (Ansião, Castanheira de Pêra, Miranda do Corvo, Pedrógão Grande e Tábua) e 2 (Arganil, Lousã e Oliveira do Hospital), e entre 23 (Pedrógão Grande) e 169 (Tábua), respectivamente.
O Pinhal Interior Norte, com 11 estabelecimentos e 671 camas ou seja apenas 2.7% e 1.7% do número de estabelecimentos hoteleiros e da capacidade de alojamento da Região Centro, é uma subregião com reduzida relevância em matéria de oferta turística. Na perspectiva destes indicadores, nomeadamente a capacidade de alojamento hoteleiro, o valor para o conjunto do Pinhal Interior Norte é semelhante ao registo estatístico de municípios como, por exemplo, Castelo Branco, Guarda, Alcobaça ou Nazaré (que, no entanto, apresentavam um menor número de estabelecimentos). De forma comparativa, as NUT III da Região Centro com maior número de estabelecimentos e capacidade hoteleira eram o Oeste (15.7%; 17.7%), o Médio Tejo (15.5%; 19.1%), o Baixo Vouga (15.7%; 12.6%), o Baixo Mondego (13.3%; 13.2%), Dão-Lafões (12.6%; 11.7%) e o Pinhal Litoral (10.2%; 9%). Em sentido oposto, encontravam-se as subregiões da Beira Interior Norte (5.3%; 4.3%), Cova da Beira (3.4%; 5.1%), Beira Interior Sul (3.2%; 3.5%), Serra da Estrela (1.2%; 1.1%) e Pinhal Interior Sul (1.2%; 0.9%).
Considerando as dormidas e os hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros por município, em 2009, verificamos que o Pinhal Interior Norte apresentava 1.6% e 1.8% do total contabilizado para a Região Centro, respectivamente.
Por outro lado, 96.1% das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros do Pinhal Interior Norte, em 2009, foram de cidadãos residentes na União Europeia. Portugal representava 81.3% do total de dormidas. Estados Unidos da América (3.6%), Espanha (3.0%), Países Baixos (2.2%) e Alemanha (1.8%) destacavam-se como os países de residência habitual do maior número de cidadãos estrangeiros que dormiram nos estabelecimentos hoteleiros portugueses.
De referir ainda que a estada média no estabelecimento foi de 1.6 noites e a taxa de ocupação-cama líquida foi de 26.4, valores inferiores aos registados na Região Centro (1.8 e 27.9) e no Continente (2.8 e 36.7).
Este conjunto de indicadores reflecte uma situação de periferia turística e reduzida capacidade hoteleira de Miranda do Corvo e da subregião do Pinhal Interior (Norte e Sul).
Contudo, ao longo do tempo, designadamente desde os anos 80 (do século XX), o turismo aparece no centro de diversas estratégias e foi objecto de planos, projectos e algumas realizações (em particular na última década) que estão na base da construção da imagem e da tentativa de afirmação turística de Miranda do Corvo. É este percurso que importa analisar e contextualizar, no sentido de explicitar o caminho percorrido e identificar os novos desafios e oportunidades para o turismo em Miranda do Corvo.

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