BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales


AGLOMERAÇÕES INDUSTRIAIS COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL: UM ESTUDO DE CASO NO NORDESTE BRASILEIRO

Cid Olival Feitosa


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2.3 – A experiência internacional

As experiências de formação de redes de cooperação entre pequenas e médias empresas difundiram-se globalmente a partir dos anos 1990, com destaque para aquelas regiões que foram pioneiras e apresentaram resultados positivos. Dentre essas experiências podemos destacar algumas regiões da Europa, como o centro-norte da Itália, Baden-Württemberg, na Alemanha, Jutland, na Dinamarca e Portugal, Vale do Silício, nos Estados Unidos e os “keiretsu”, no Japão.

Em seguida, são apresentados dois exemplos de aglomerações industriais, que ilustram a concepção de clusters e de distritos industriais, descritos nas seções anteriores. O primeiro exemplo é o da Itália, considerada como a terra dos distritos industriais, por ter sido o primeiro país nos anos recentes a utilizar, de forma bem sucedida, as idéias de Alfred Marshall, na promoção do desenvolvimento regional. Neste sentido, a experiência italiana tornou-se emblemática para vários países do mundo, que buscaram replicar o modelo de distritos industriais de pequenas empresas, como alternativa para o desenvolvimento local.

O segundo exemplo é o do Baden Wurttemberg, na Alemanha, que apesar de também utilizar a noção de distritos industriais marshallianos, diferencia-se do modelo verificado na Itália por utilizar grandes empresas no relacionamento interfirmas. Desta forma, o modelo alemão assemelha-se à idéia de cluster, discutida ao longo deste trabalho.

2.3.1 –O exemplo da Terceira Itália

Durante ao anos de 1970 e 1980 algumas cidades italianas destacaram-se no processo de desenvolvimento da região, por terem apresentado elevados índices de crescimento, em um período altamente recessivo, em que as grandes empresas passaram a contrair a produção e a demitir empregados.

O desenvolvimento econômico italiano nesse período pode ser caracterizado por dois aspectos. O primeiro é a ocorrência de uma elevada taxa de crescimento do PIB - a Itália alcançou melhor posição entre as economias desenvolvidas após as décadas de 1970 e 1980, quando atingiu o quarto PIB europeu e passou a Inglaterra e a França (Best, 1990, apud Puga, 2000).

O segundo aspecto é o aumento das desigualdades regionais, criando um dualismo entre o norte e o sul da Itália. O norte é a parte industrializada, com grandes empresas, enquanto a produção no sul é realizada principalmente por pequenas empresas, que absorveram o excesso de mão-de-obra dos setores mais avançados da economia.

No início dos anos 1970, no entanto, entre o norte e o sul da Itália surgiu uma “Terceira Itália”. Nessa região, o crescimento das micro, pequenas e médias empresas foi impulsionado pela formação de distritos industriais, estabelecendo um sistema de confiança e cooperação entre tais empresas.

Nessas áreas, o desenvolvimento das empresas não foi realizado pela descentralização da produção das grandes empresas, mas por laços econômicos, sociais, políticos e culturais históricos, que permitiram que mesmo as estruturas produtivas consideradas ineficientes pudessem ser eficientes nesse caso específico (Becattini, 1987 apud Puga, 2000).

A chamada Terceira Itália — regiões onde se localizam Milão, Turim, Bolonha, Florença, Ancona, Veneza, Modena e Gênova — caracteriza-se pela existência de grupos de pequenas empresas, cuja principal estratégia é a inovação contínua e a utilização de métodos flexíveis de produção.

Essa região apresenta um grande número de pequenas firmas e um dos mais altos níveis de renda per capita da Itália. Além disso, emprega grande parte da força de trabalho da região, seja vinculada a alguma empresa, seja desenvolvendo atividades de forma autônoma.

Só para se ter uma idéia, na Emíliga-Romana, 90% das indústrias manufatureiras são compostas por pequenas firmas, correspondendo a 58% do total da força de trabalho da região. Em Modena, centro industrial da Emília-Romana, a renda per capita passou do décimo-sétimo lugar, em 1970, para o segundo lugar, em 1979 (Best, 1990, apud Galvão, 2000). Em Bolonha, o chamado Vale das Embalagens exporta 80% da sua produção para mais de cinqüenta países. Em Modena e Reggio Emília, mais de duzentas minúsculas fábricas de cerâmica respondem por 80% da produção italiana e por 27% da produção mundial de ladrilhos (Amato Neto, 2000).

Os distritos industriais italianos apresentam fortes vínculos de cooperação e os membros da família ou seus empregados de confiança são estimulados a abrirem seus próprios negócios, criando um sistema integrado de produção. No futuro, se eles desejarem, poderão fechar o seu negócio e voltar a trabalhar com seu antigo patrão.

Outro aspecto importante dos distritos italianos é o apoio governamental que as pequenas empresas recebem (serviços contábeis, financeiros, centros de negócios), tudo isso com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico local.


 

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