USO EFICIENTE DA ÁGUA: ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS

USO EFICIENTE DA ?GUA: ASPECTOS TE?RICOS E PR?TICOS

Organizador: José Dantas Neto

Volver al índice

 

 

2.1.4 Volume de Esgoto a ser Reutilizado (item 5.6.3 NBR 13.969 / 97)

Os usos definidos para todas as áreas devem ser quantificados para obtenção do volume total final a ser reusado. Para tanto, devem ser estimados os volumes para cada tipo de reuso, considerando as condições locais (clima, freqüência de lavagem e de irrigação, volume de água para descarga dos vasos sanitários, sazonalidade de reuso, etc.).

2.1.5 Grau de Tratamento Necessários (item 5.6.4 NBR 13.969 / 97)

O grau de tratamento para uso múltiplo de esgoto tratado é definido, regra geral, pelo uso mais restringente quanto à qualidade de esgoto tratado. No entanto, conforme o volume estimando para cada um dos usos, podem-se prever graus progressivos de tratamento (por exemplo, se o volume destinado para uso com menor exigência for expressivo, não haveria necessidade de se submeter todo volume de esgoto a ser reutilizado ao máximo grau de tratamento, mas apenas uma parte, reduzindo-se o custo de implantação e operação), desde que houvesse sistemas distintos de reservação e de distribuição.

Nos casos simples de reuso menos exigentes (por exemplo, descarga de vasos sanitários) pode-se prever o uso da água de enxágüe das maquinas de lavar, apenas desinfetando, reservando aquelas águas e recirculando ao vaso, em vez de enviá-las para o sistema de esgoto para posterior tratamento.

Em termos gerais, podem ser definidos as seguintes classificações e respectivos valores de parâmetros para esgotos, conforme o reuso:

Classe 1 – Lavagem de carros e outros usos que requerem o contato direto do usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador incluindo chafarizes:

 turbidez - inferior a 5;

 coliforme fecal – inferior a 200 NMP/100m;

 sólidos dissolvidos totais inferior a 200 mg/;

 pH entre 6.0 e 8.0;

 cloro residual entre 0,5 mg/ e 1,5 mg/.

Nesse nível, serão geralmente necessários tratamentos aeróbios (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguidos por filtração convencional (areia e carvão ativado) e, finalmente, cloração.

Pode-se substituir a filtração convencional por membrana filtrante.

Classe 2 – Lavagens de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes:

 •turbidez - inferior a 5;

 •coliforme fecal – inferior a 500 NMP/100m;

 •cloro residual superior a 0,5 mg/.

Nesse nível é satisfatório um tratamento biológico aeróbio (filtro aeróbio submerso ou LAB) seguido de filtração de areia e desinfecção.

Pode-se também substituir a filtração por membranas filtrantes.

Classe 3 – Reuso nas descargas dos vasos sanitários:

 •turbidez - inferior a 10;

 •coliforme fecal – inferior a 500 NMP/100m;

Normalmente, as águas de enxágüe das máquinas de lavar roupas satisfazem a este padrão, sendo necessário apenas uma cloração. Para casos gerais, um tratamento aeróbio seguido de filtração e desinfecção satisfaz a este padrão.

Classe 4 – Reuso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros cultivos através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual.

 coliforme fecal – inferior a 5.000 NMP/100m;

 oxigênio dissolvido acima de 2,0 mg/.

As aplicações devem ser interrompidas pelo menos 10 dias antes da colheita.