Thiago Duarte Pimentel (CV) y Fabíola Cristina Costa de Carvalho (CV)
É  crescente e indiscutível o interesse pelo turismo como mecanismo para o  crescimento e desenvolvimento socioeconômico dos países, observado  principalmente a partir das últimas décadas do século XX. Destaca-se, contudo  as mudanças no viés das discussões sobre os processos e impactos associados ao  desenvolvimento da indústria do turismo. Assim, de um viés totalmente  economicista dos anos 60, passou a integrar os debates da área as questões  ambientais, sociais e culturais decorrentes do crescimento do turismo, muitas  vezes desordenado. Uma tendência das discussões atuais em planejamento e gestão  do turismo são as propostas de implantação do modelo de planejamento integrado  e participativo nos mais diversos tipos de realidade, sobretudo, naquela dos  pequenos municípios. Os projetos que adotam este enfoque costumam propor  estratégias para estimular e movimentar a economia local, valorizar as  tradições culturais e preservar o meio ambiente, visando o desenvolvimento  social. 
                Com  menos frequência se considera a interferência dos fatores externos e internos  sobre a dinâmica do desenvolvimento turístico (Pimentel, 2011). Entretanto,  estes fatores pré-condicionam o leque de possibilidades e as capacidades de  decisão e ação que se pode tomar em um destino turístico. Do ponto de vista da  gestão pública em âmbito local, onde de fato as políticas públicas são  materializadas, o desconhecimento de fatores condicionantes – que precedem  ações no destino turístico – reflete na capacidade de implementação e avalição  adequadas, de acordo com as possibilidades existentes. Pimentel e Pimentel  (2012a, b) tratam desta questão a partir da noção de posicionamento dos  destinos turísticos (DT’s) na forma de sistemas turísticos, tanto em relação a  outros destinos como a outros sistemas mais amplos, como econômico, legal ou  ambiental.
                De  fato, o discurso do planejamento apresentado como dependente de elementos  exclusivamente internos ao DT e da livre iniciativa dos atores locais para  alavancar o turismo e, se possível, contribuir para o desenvolvimento  socioeconômico, sofre amplas restrições da realidade exterior, onde fatores  macroestruturais interferem na autonomia dos municípios turísticos. Dessa  forma, os DT’s adquirem apenas um poder de ação parcial, que é compreendido  aqui como uma condição necessária, mas não suficiente, per se, para o alcance dos objetivos almejados.
                Com  base no cenário descrito, este ensaio teórico tem o objetivo de identificar os  principais fatores ambientais externos e internos aos DT’s, no contexto  brasileiro, bem como analisar em que medida tais elementos podem condicionar,  de forma restritiva ou capacitadora, suas possibilidades de ação coletiva.  Especificamente, foi realizado um levantamento teórico, indutivo – pautado na  perspectiva da análise fenomenológica estrutural proposta por Mucchielli (1983)  – elencando os fatores do ambiente externo e interno mencionados na literatura  especializada sobre planejamento turístico por expoentes da área no contexto  nacional e internacional, identificando, propedeuticamente, um conjunto  sistemático de elementos externos e internos, que estão associados ao  planejamento do DT e, assim, podem condicionar as decisões e ações tomadas no  âmbito local.
                Assume-se  a premissa de que o arranjo admitido pelo mercado turístico e o resultado do  posicionamento relacional de um DT sobre outros, e também em relação a todo o  sistema turístico, determina suas possibilidades de desenvolvimento. Destaca-se  a adoção do conceito bourdieusiano de  posicionamento, o qual incorpora as questões socioespaciais, sendo, assim, uma  noção dinâmica e relacional, e neste sentido fornece as bases para a  argumentação empreendida. Contudo, no limite, talvez seja possível radicar e  localizar um correspondente material (ou talvez geográfico) para toda e  qualquer noção de posicionamento. 
                Portanto,  o foco do artigo reside não nas características internas e próprias do DT, mas  nos elementos presentes no ambiente, aqui tomado como referência o mercado turístico,  que de algum modo tornam favorável ou dificultam a inserção de certas  localidades neste sistema, mesmo que haja uma estratégia local de planejamento  e gestão do turismo apropriada aos parâmetros vigentes. Aqui se levanta a  suposição de que, mesmo que de modo recorrente estes aspectos interfiram na  dinâmica local, em grau e intensidade diversos, normalmente eles são ignorados,  parcial ou completamente, na elaboração dos planos e projetos turísticos, em  particular quando se observa o cenário dos pequenos municípios, o que é  possível comprovar indiretamente através de sua consideração fragmentária pela  literatura existente. Como resultado, há uma descontextualização da capacidade  de ação do DT dentro do sistema do qual faz parte, fato esse que pode conduzir  tais planos a um baixo grau de efetividade ou sua falência total. 
                Nas  áreas de estudo da sociologia, economia e administração, entre outras ciências,  o conceito de ambiente refere-se a tudo aquilo que diz respeito a determinado  sistema. Deste modo, considerar um DT como um sistema, pressupõe que os fatores  ambientais, ou seja, os elementos que são externos ao destino turístico, mantem  relação com o mesmo, mas condicionam a dinâmica do sistema tanto positiva como  negativamente. Enfim, interferem sobre as inter-relações dentro do sistema.  Defende-se, pois, que conhecer o grupo de fatores externos e internos, os quais  condicionam as possibilidades de ação do DT é um passo importante para fornecer  bases para um dimensionamento mais preciso, efetivo e que ofereça maior  confiabilidade acerca das reais possibilidades de inserção e ação dos DT’s em  seu ambiente imediato e no mercado turístico como um todo. 
                A  relevância deste estudo reside exatamente, na apresentação de um framework teórico dos fatores externos e  internos que condicionam a gestão do turismo local. Para Beni (2006: 93) “o  grande problema do turismo brasileiro, na verdade, é a falta de posicionamento  de mercado.” Porém, argumenta-se que, antes se posicionar na indústria do  turismo é necessário ter noção da sua real dinâmica de funcionamento, que  inclui a análise de seus componentes, o grau de interdependência entre eles e  de suas mútuas possibilidades de condicionamento. 
                Considerando  a lacuna de estudos acerca do planejamento turístico que consideram a  influência dos elementos macroambientais, bem como da diferenciação entre  elementos do ambiente externo e interno, em especial integrada e  sistematicamente, como os principais condicionantes do posicionamento do DT, no  âmbito acadêmico, este trabalho pode ser considerado como base para futuros  estudos que aprofundem este veio de pesquisa. No plano empírico, um quadro de  referência, sintético e integrado, de fatores restritivos e habilitadores do  planejamento pode orientar as práticas efetivas rumo a um grau mais elevado de  profissionalização e sucesso do planejamento turístico. 
                Para levar a cabo a  argumentação empreendida este trabalho está organizado da seguinte forma: além  desta introdução, onde são expostos a contextualização, o problema e objetivo  da pesquisa, sua relevância e as possíveis contribuições; a segunda seção  apresenta uma discussão teórica sobre o planejamento dos DTs, particularmente a  partir do conceito do destino como sistema turístico e os elementos internos a  esta unidade de análise condicionantes dos processos que envolvem o  desenvolvimento do turismo local. A terceira seção analisa a influência dos  fatores externos e internos identificados na pesquisa sobre o desenvolvimento  do turismo local. A parte final retoma  as principais reflexões, além das limitações e recomendações para  estudos futuros.
Coccossis &  Constantoglou (2006), apresentam duas categorias de tipologias no planejamento  do turismo: (a) aquelas interessadas pelas características da demanda  turística, como, as motivações da viagem, explicadas a partir de elementos  psicossociais e econômicos, e (b) as voltadas às características próprias do  DT, como os elementos geográficos, econômicos, demográficos. De forma geral,  ambos os tipos de estudo têm a finalidade de compreender a estrutura da  indústria do turismo, além identificar e observar o desenvolvimento dos DTs e  suas particularidades espaciais.
                Dentre outros  exemplos, o modelo referencial de Beni (2007), o Sistur, que sintetiza e  sistematiza a estrutura e as dinâmicas da cadeia produtiva do turismo, procura  explicar como se desenvolvem as inter-relações entre os atores e organizações  inseridos na indústria do turismo. Nesse contexto, o sistema turístico pode ser  compreendido, por exemplo, por meio de três níveis espaciais: o lugar  (atrativo), o destino e a região. Por outro lado, é defendido que a existência  de cooperação e equilíbrio do ambiente pode favorecer a apresentação de  produtos eficientes e com uma identidade local fortalecida, e deste modo a  política pública que orienta as estratégias de desenvolvimento do turismo deve  buscar a integração destes níveis em um processo sistêmico (United Nations,  1996).
                Já Andriotis (2000)  também apresenta o sistema turístico composto por três ambientes (Figura 1): 
Como o DT é a unidade de análise deste estudo a proposta empreendida considera os fatores condicionantes do planejamento e da gestão do DT em sua totalidade, e não os elementos do mercado de viagens que podem interferir de modo específico sobre cada empresa que está inserida neste sistema. Portanto, aqui o DT pode ser, por exemplo, equiparado a uma organização, já que é configurado a partir da atuação coordenada de diversas organizações, sejam estas privadas ou públicas, no intuito de ofertar os produtos e serviços característicos do mercado de viagens.
Nesse contexto a análise do destino como um todo, por exemplo, a partir do paradigma de redes, em detrimento de observar atores ou organizações individualmente, favorece a compreensão do sistema turístico local, bem como a criação de estratégias de mudança mais eficazes (BAGGIO et al., 2010). Importante mencionar que esta perspectiva considera o DT um sistema a partir de uma escala espacial. O desenvolvimento do turismo, ou de qualquer outra atividade econômica, dentro desta unidade depende de uma entidade gestora, cuja função principal é organizar e coordenar os atores individuais e demais entidades estabelecidas no DT, ou seja, as organizações do primeiro, do segundo e do terceiro setor. Desta forma, pressupõe-se a garantia dos interesses coletivos dos componentes do sistema.
Considera-se, ainda, que a gestão efetiva do sistema “destino turístico” está condicionada a sua capacidade satisfatória de produção, o que inclui a comunicação com o ambiente externo por meio da distribuição dos produtos, tanto através da intermediação das agências de viagens, como por meio do contato direto do consumidor com as empresas do DT. Nesse aspecto Pröbstl-Haider & Haider (2013), defendem que apesar do importante papel dos gestores, os reais tomadores de decisão no turismo são os consumidores, pois são suas escolhas que determinam fundamentalmente o êxito do DT e orientam as estratégias futuras. Por outro lado, Berne et al. (2012) lembram que as novas tecnologias de informação e comunicação provocaram uma reestruturação dos canais de distribuição e comunicação no campo do turismo, pois enquanto antes da popularização da internet a única forma de distribuição dos produtos turísticos seria por intermédio das agências de viagem, nos dias atuais certas restrições aos agentes que participam do processo foram eliminadas.
Porém, o planejamento  e a gestão do turismo local deve se ater a aspectos externos e internos, para  que a organização, o desenvolvimento e a manutenção desta atividade ocorram de  forma estável. Alguns autores apresentam esta questão a partir de diferentes  nuances e pesos. Por exemplo, Palhares (2006) denomina tais fatores que  condicionam o sistema turístico como variáveis  controláveis e incontroláveis. Segundo o autor, a primeira denominação se  refere aqueles elementos que podem ter seus efeitos previstos e manipulados por  meio do planejamento da atividade, enquanto as variáveis incontroláveis são  fatores imprevisíveis e costumam causar grandes impactos, ou mesmo que os  elementos relacionados a elas forem antevistos dificilmente haverá capacidade  de conte-los antes de seus efeitos se manifestarem de modo impactante no  sistema turístico.
                O funcionamento das  atividades da indústria do turismo local está condicionado a fatores externos  que compõem a estrutura do mercado de viagens, os quais têm poder de interferir  diretamente na movimentação dos fluxos turísticos em intensidades diversas.  Considerando, então, o alto grau de sensibilidade da atividade turística. “A demanda por turismo pode sofrer  variações para mais ou para menos em função de diversos fatores, quer eles  sejam de origem econômica, social, política, religiosa, cultural ou climática”  (FERNANDES; COELHO, 2002, p. 81). Contudo, Otero-Giráldez et al. (2012)  mencionam que apesar da relevância dos elementos socioeconômicos no estudo da  demanda turística existem outros aspectos mais difíceis de quantificar, que  também interferem no processo e são menos explorados pelos modelos de análise,  como os elementos relacionados ao clima ou meteorológicos, as questões  culturais e os atrativos naturais. Deste modo, os fatores presentes no  macroambiente do “destino turístico”, isto é, externos ao destino, condicionam  de forma restritiva ou capacitadora suas possibilidades de ação, tanto quanto  ao entendimento das fronteiras do sistema, como no que diz respeito à sua  operacionalidade. 
                Vários trabalhos  apontam elementos, de forma fragmentada, que intervém de alguma forma sobre os  fluxos turísticos, no entanto considera-os de modo isolado no sistema turístico  ou apresentam análises restritas apenas a grupos específicos ligados a  determinado enfoque empreendido, como as análises pautadas na abordagem  econômica ou sociológica. Por outro lado, há poucas tentativas sistemáticas de  se identificar e de agrupar tais fatores e propor uma escala de influência  integrada sobre os DTs. Num universo generalizado Beni (2007) e Hoerner e  Sicart (2003), apresentam vários elementos que influenciam o planejamento  turístico. Porém, são fatores isolados, implícitos ao sistema de turismo ou ao  macroambiente, que, contudo, não são determinísticos para condicionar o  desenvolvimento da indústria do turismo. Assim, não são elementos chave de  análise, mas um resultado do ambiente em que o turismo se desenvolve e por isso  são considerados importantes. 
                No Brasil o  Ministério do Turismo (2010) e (2011a), apresenta no estudo de competitividade  dos destinos turísticos nacionais, um esboço de fatores que devem ser tratados  a fim de alcançar o desenvolvimento do turismo. Sua avaliação recai sobre o  destino em si, em particular quanto a fatores como sua infraestrutura, as  questões organizacionais e relativas à capacitação dos profissionais que atuam  na indústria do turismo. Mas, como o foco analítico é “interno” ao destino  turístico, ou seja, associado ao que considera ser atribuições do planejamento  local, os fatores do macroambiente que o condicionam são colocados em segundo  plano, não sendo levado a cabo um estudo específico para sua identificação e  análise de influências possivelmente desencadeadas. Ampliando-se a ótica de  análise a partir destes estudos é possível inferir que os elementos identificados  em um subsistema ao sofrer alguma alteração, positiva ou negativa, poderão  afetar aos outros subsistemas e em consequência modificar a dinâmica de toda a  indústria do turismo, fato este que embora esteja constantemente implícito, não  é objeto de um exame explícito e detalhado. 
É  frequente haver enlaces entre as definições e funções acerca do planejamento  turístico e da gestão dos destinos, ou seja, entre as responsabilidades de  atribuição administrativa e operacional. Pode-se comprovar esta situação a  partir da ênfase, muitas vezes excessiva, em propostas e metodologias de  planejamento, as quais certamente foram cruciais à gestão dos DT’s, visto que  permitiram o planejamento do turismo através da visualização do sistema  turístico como um todo, e deste modo levaram a construção de instrumentos de  intervenção e controle dos fluxos turísticos, além da adequação da  infraestrutura. Em contraposição, estes métodos de planejamento frequentemente  se restringiram à aplicação de conhecimentos desenvolvidos em áreas externas ao  turismo, como da administração e da economia. Assim, tais propostas foram  incapazes de desenvolver técnicas, procedimentos e sistemas de informação e  comunicação específicos a gestão de DT’s.
                Originalmente,  no intuito de maximizar os benefícios econômicos associados ao turismo, muitos  governos consentiram à iniciativa privada tomar decisões cruciais sobre o  desenvolvimento do setor, sem se pautar em qualquer restrição às ações executadas.  As atenções se voltavam à busca de resultados econômicos em curto prazo,  através de investimentos na infraestrutura. Por outro lado, pouco cuidado se  dispensou sobre os impactos culturais e ambientais causados nas comunidades  receptoras, e que trariam reflexos negativos no longo prazo, em função da falta  de controle das atividades desenvolvidas (Andriotis, 2000). 
                Nesse  contexto, entram em cena várias abordagens de planejamento, por exemplo, os  modelos integrado, interativo, colaborativo e bottom-up (Andriotis, 2000), assim como o planejamento top-down ou centralizado (Boullón,  2003). Segundo Akehchurst (1998) e  Andriotis (2000), uma razão para existir esta diversidade de modelos, e por  extensão de metodologias de planejamento, implementados pelo setor público se  deve exatamente ao fato de muitos planos serem desenvolvidos por empresas de  consultoria, que em geral não divulgam detalhadamente sua metodologia de  trabalho. Em consequência, apenas na década de 1990 houve um relativo consenso  entre os autores sobre o planejamento turístico. A partir daí os estudos passam  a destacar duas abordagens: uma com foco  no produto e outra com foco no  sistema turístico.  
                Getz (1986) destaca  que a maior parte dos modelos que mostram os processos (ou metodologias) são  descritivos, de modo que o desenvolvimento do turismo se torna o objetivo que  orienta o planejamento. Assim há modelos que apresentam pesquisas sofisticadas  e preveem o uso de ferramentas de feedback,  porém faltam associações à pesquisa básica e métodos específicos de  planejamento. 
                Um  modelo de planejamento mais completo, portanto, deve mostrar como os processos  de planejamento e gestão estão relacionados a teoria do turismo. Além disso,  cabe destacar que ao mesmo tempo em que o fenômeno da globalização democratizou  e internacionalizou o mercado turístico, desencadeou também a necessidade de  introdução de práticas de gestão diferenciadas, respeitando os diversos  contextos em que o turismo se insere. Assim padrões de gestão e qualidade que  não interferiam na dinâmica dos mercados locais, hoje são parte integrante das  concepções e ações operacionais do turismo, de modo que passa a ser  imprescindível a organização das localidades turísticas a partir de paradigmas  globais atentos a sustentabilidade (Antunes & Moesch, 2006).
            O framework de fatores externos e  internos que condicionam o planejamento e a gestão do turismo resultado deste  estudo foi elaborado a partir de uma revisão integrativa da literatura nacional  e internacional sobre o assunto. A construção do quadro buscou reunir os  elementos que intervém na indústria do turismo mencionados em estudos sobre o  planejamento do turismo e de áreas afins. A escolha pela metodologia utilizada  para o desenvolvimento desta pesquisa partiu do conhecimento de que  frequentemente são apresentados elementos que condicionam o desenvolvimento do  turismo. Na maioria das vezes, estes fatores aparecem dispersos, normalmente no  intuito de reforçar a argumentação relativa a um aspecto específico da  indústria do turismo, das relações entre as organizações do setor e os reflexos  de sua atuação na sociedade. 
              Portanto,  inicialmente buscaram-se os estudos de autores tradicionalmente conhecidos no  campo do turismo, como Beni (2007), Acerenza (2002), Boullón (2002) e (2005) e  Petrocchi (2001) e (2009). Também foram analisados alguns estudos mais  específicos, como Lage e Milone (1999), Fernandes e Coelho (2002), Rabahy  (2003) que versam sobre a economia do turismo, considerando o enfoque adotado  no estudo. 
                Além  destes foram selecionados outros estudos acerca da indústria do turismo que  pudessem acrescentar informações aos fatores listados até aquele momento.  Hoerner e Sicart (2003), Pearce (2003) e Palhares (2006) foram alguns dos  trabalhos que contribuíram nesta etapa. Além disso, as publicações do MTur  contribuíram positivamente para a conclusão dos quadros, já que na análise do  Índice de Competitividade dos Destinos Indutores (2010) se adota uma série de  indicadores, que podem ser traduzidos como fatores condicionantes. Assim, foi  possível comprovar a contribuição do presente estudo em proporcionar uma visão  mais abrangente dos elementos que podem interferir no desenvolvimento do  turismo.
                Cabe  ressaltar que os aspectos mencionados nos estudos foram separados inicialmente em  fatores do ambiente externo e fatores internos, isto é, do sistema; e em  seguida agrupados didaticamente em seis categorias: fatores físicos; fatores  organizacionais; fatores institucionais; fatores econômicos; fatores  socioculturais e fatores aleatórios. Alguns fatores foram, ainda, desmembrados  em subcategorias, contudo, sua análise detalhada não foi realizada em virtude  das limitações deste estudo.
Ao longo da revisão teórica realizada, pode-se identificar um conjunto de fatores que atuam tanto de forma exterior ao destino turístico, isto é tanto presentes no seu ambiente como dentro do sistema turístico. Grosso modo, os fatores aqui denominados “físicos” dizem respeito a elementos da estrutura material (ou concreta) da realidade que se expressam desde as formas geográficas, passando pela localização espacial dos objetos (incluindo os meios/caminhos e formas de circulação dos objetos), até culminar com os elementos concretos dispersos seja no ambiente seja no próprio sistema do destino turístico.
Fatores físicos externos aos destinos turísticos
Vale destacar que, os  fatores externos são considerados aqueles que o planejamento não tem poder de  modificar, mas pode se adaptar e inclusive se beneficiar a partir de  estratégias coerentes e eficazes. Assim, as características climáticas ou  geográficas de uma região normalmente se tornam essenciais no posicionamento  dos produtos turísticos. No ambiente externo são observadas as peculiaridades  geográficas da região, em particular, as características físicas e climáticas,  como presença de acidentes geográficos e a ocorrência de fenômenos naturais ou  climáticos, além da localização, as quais aliadas aos elementos econômicos, em  grande medida, foram responsáveis pelo desenvolvimento do turismo espontâneo  desde meados do século XX (Acerenza, 2002; Boullón, 2005). Apesar de possuir  uma capacidade mínima de interferência sobre tais características do DT, são  exatamente eles que definem os tipos de estrutura física e de gestão a serem  construídas para promover o turismo (Ritchie & Crouch, 2010).
                De acordo com Goh  (2012) o fator “clima” é intrínseco a escolha de um DT, porque é intimamente  associado à imagem do lugar. Otero-Giráldez et al. (2012) lembram que muitas  atividades turísticas são realizadas ao ar livre, já outras são totalmente dependentes  de condições climáticas específicas como o esqui, velejamento e outros esportes  aquáticos, bem como a simples visita a uma praia. Assim, o clima é um  elemento-chave para o estudo dos mercados turísticos (Eugenio-Martin &  Campos-Soria, 2009). Este elemento se torna fundamental nas escolhas e nas  expectativas do turista, como também condiciona o desenho dos calendários de  férias, podendo ser associado a atividades de lazer, a sensação de segurança,  relacionado aos efeitos da saúde, além de ser um elemento base ao bem-estar e  satisfação do turista (Valls & Sardá, 2009). Por exemplo, a popularização  dos destinos termais pode ser explicada por esta perspectiva.  Entretanto, para Otero-Giráldez et al.  (2012), os fatores meteorológicos tendem a influenciar mais as viagens  domésticas, do que as viagens internacionais, que são planejadas com maior  antecedência e são menos sensíveis a mudanças.
                Também o relevo, os  atrativos naturais e a distância do destino turístico em relação ao destino  emissor são características amplamente considerados na escolha de um destino de  férias. E tais fatores diferenciam a oferta do DT ao se tornarem produtos  comercializáveis pela indústria do turismo, estimulando o circuito econômico (Beni,  2007). Contudo, mesmo que vários fatores cumpram a função de chamar a atenção  do turista para determinado destino, o componente acesso é fundamental, pois  sua escassez pode ser um empecilho na decisão final, chegando ao ponto de  desestimular a escolha por um DT (Ministério do Turismo – MTUR, 2010, Ritchie &  Crouch, 2010). Então, os meios de transporte, o tipo e a qualidade do acesso  existente, bem como a distância do centro emissor ao destino turístico, são  essenciais na determinação do tipo de transporte que será utilizado .  Igualmente, a duração da viagem, em relação ao deslocamento e a permanecia no  destino, é importante porque determina o gasto do turista (Thrane, 2012; Nelson  et al., 2011), Ademais para viagens mais curtas, durante fins de semana ou  feriados normalmente são escolhidos DT mais próximos do centro emissor,  enquanto os destinos mais distantes e que, portanto, exigem maior tempo de  deslocamento são escolhidos para períodos de estada maiores, quando há mais  tempo disponível para desfrutar da viagem (Hoerner & Sicart, 2003).  Portanto a distância condiciona a decisão do turista (Nelson et al., 2011).  Contudo, em função das facilidades de deslocamento, principalmente em relação  ao modal aéreo os destinos mais distantes, mas que possuem uma infraestrutura  de acesso começam a se destacar, por exemplo, no ano de 2010 no Brasil foram  registrados 68.766.042 milhões de embarques e desembarques de voos domésticos,  enquanto no mesmo período houve 58.506.873 milhões embarques e desembarques de  passageiros rodoviários (Ministério do Turismo, 2011b).  
                Ademais, a  infraestrutura e os serviços de transporte conformam arranjos em rede, onde se  observam vários nodos que interligam os mercados emissores aos mercados  receptores (Ministério do Turismo, 2010). Este tipo de estrutura facilita a  acessibilidade e contribui para gerar um tráfego para as localidades próximas  ao trajeto aos destinos mais conhecidos de uma região. Para tanto, é importante  a capacidade empreendedora e administrativa dos gestores locais, além de uma  articulação entre as localidades da região que estejam interessadas no  desenvolvimento do turismo, o que poderia levar a organização dos clusters de turismo (Petrocchi, 2001;  Thomazi, 2006; Beni, 2007).  
                Além disso, o  conforto dos meios de transporte, a frequência, a segurança, a regularidade das  linhas e a pontualidade são aspectos significativos, que podem ser  acrescentados a motivação turística (Ritchie & Crouch, 2010). Contudo, a  existência de sistemas de transporte falhos ou pouco eficientes pode resultar  na escolha por outros destinos, que ofereçam tais serviços com melhor  qualidade, atratividade e segurança. Aliado a isso, outras medidas facilitam  principalmente o deslocamento nas viagens em veículo próprio ou alugado. Dentre  estas se destacam a qualidade das vias de acesso, sobretudo as condições de  segurança e a sinalização eficiente, a conservação das placas e a presença de  informação turística ao longo do percurso (Ministério do Turismo, 2010). 
Fatores físicos internos aos destinos turísticos
Também há fatores  condicionantes físicos relacionados à infraestrutura básica e à infraestrutura  turística inserida no ambiente interno do município, pois para o  desenvolvimento de um DT é necessária uma base física capaz de atender à  população residente e à população que chega devido a atividade turística  (Ministério do Turismo, 2010). Contudo um produto de qualidade é composto pela  combinação de atributos públicos e privados (Rigall-I-Torrent, Fluvià, 2011).
                A complexidade da  infraestrutura básica e turística tende acompanhar o crescimento urbano e  demográfico (Ivars I Baidal et al., 2013). Dessa forma, se constroem e adaptam  espaços públicos e equipamentos turísticos a fim de oferecer facilidades à  população residente, que também deve ter a oportunidade de desfrutar das  melhorias estruturais implementadas para o desenvolvimento do turismo local.  São elementos relacionados à infraestrutura básica, a qualidade da  infraestrutura urbana, como a conservação das vias públicas, a instalação e a  manutenção da sinalização de trânsito (MTUR, 2010), os serviços de captação do  esgoto, o abastecimento de água potável e o fornecimento de energia elétrica e  gás (Lage & Milone, 1991), além dos serviços públicos de saúde e segurança  (Spenceley et al., 2002). Apesar de estes elementos serem pouco atrativos e  praticamente desconsiderados no momento da compra, ao contrário dos  equipamentos turísticos, eles interferem na experiência do turista e na imagem  percebida do DT (Ritchie & Crouch, 2010), pois os turistas desfrutam de  facilidades e serviços do DT mesmo que estas estruturas não tenham sido  construídas para fins turísticos (Ashworth & Page, 2011). Porém, para  Albalate e Bel (2010) nas cidades maiores a mobilidade é certamente um elemento  importante para o turista e pesará na sua escolha, ainda assim, os estudos  sobre as relações entre turismo e o uso de sistemas públicos de transporte são  incipientes. Já a provisão de serviços públicos como no caso do abastecimento  de água e de energia, em grande medida, dependem dos recursos locais  disponíveis, e serão estruturados a partir de características da região (Dawson  & Scott, 2013). 
                Quanto à  infraestrutura turística menciona-se a sinalização turística e o  estabelecimento de centros de informação e apoio ao turista (Pimentel &  Pimentel, 2012b; Goh, 2012), considerando o hábito de o turista normalmente  buscar informações acerca da localização de estabelecimentos como restaurantes,  bares, centros comerciais locais ou os próprios atrativos turísticos, bem como  os horários de saída dos meios de transporte locais. Em casos mais específicos,  ainda pode haver necessidade de informações sobre outros serviços, como  atendimento médico. Desse modo, é importante que o trajeto a estes lugares, e  outros estabelecimentos normalmente frequentados pelos turistas, sejam  corretamente sinalizados, sem mencionar o fato de os moradores locais fornecem  prontamente tais informações demandas pelos turistas.
                Há que se lembrar que  sistemas de transporte público eficiente, oferta de táxis em quantidade  suficiente, e outros transportes alternativos característicos de cada região, é  parte dos serviços usados pelos turistas, principalmente se ofertados com  qualidade. Daí se destaca, por exemplo, a importância da organização e da  capacitação de taxistas, e de outros meios de transporte no destino turístico,  que frequentemente são os primeiros a entrar em contato com o turista no DT. 
                A respeito do serviço  de transporte vale destacar que, a administração municipal ou os agentes  privados autorizados, podem explorar os terminais e as linhas de ônibus  municipais e intermunicipais. “São indicadores de uma situação de eficiência:  existência ou não de serviço de transporte coletivo na zona urbana e rural e  porcentagem da população residente a mais de dois quilômetros do centro da  cidade ou de um terminal de freqüência diária” (Beni, 2007: 148).
                São, portanto  aspectos que facilitam o deslocamento no DT, e inclusive podem estimular o  turista a realizar passeios não programados, a sinalização padronizada e em bom  estado de conservação, além da existência de tais informações em língua  estrangeira para atender aos turistas de outras nacionalidades (Ministério do  Turismo, 2010). Aliado a isso, é importante considerar que a opção do modal tem  estreita relação com o preço destes serviços, ou seja, com os fatores  econômicos (Lage & Milone, 1991; Hoerner & Sicart, 2003; Fernandes  & Coelho, 2002). Consequentemente este aspecto, como outros, será um  elemento restritivo do público alvo, em função das tarifas e dos serviços  ofertados. Já a eficiência na prestação dos serviços, assim como a qualidade  dos serviços básicos, que são atribuições da administração pública municipal,  impactam em grande medida no turismo, que dependerá, pois, dos fatores  organizacionais e institucionais.
                Por outro lado, da  mesma forma que os moradores locais devem ter oportunidade de desfrutar da  infraestrutura turística, também os serviços básicos que são ofertados aos  residentes locais devem atender de forma eficiente ao turista. Neste caso se  inclui o sistema de iluminação pública e residencial, além do abastecimento de  água. Contudo, não se dispensa a recomendação da existência de geradores de  energia, em hospitais e ambulatórios, nos centros de convenções, e outros  espaços públicos para a realização de eventos e nos meios de hospedagem, entre  outros lugares estratégicos. 
                Mais ainda, a  segurança pública (Massidda & Etzo, 2012) é um aspecto relevante, pois  combater altos índices de violência e criminalidade local, ou a simples  existência de delegacias de polícia, postos policiais e Corpo de Bombeiros (Lage  & Milone, 1991), podem tranquilizar a estada do turista, enquanto a alta  concentração de ocorrências criminosas contribui para restringir as opções de  certos perfis de turista. Cabe mencionar ainda a atribuição da administração  pública quanto à disposição de lixeiras e a limpeza das ruas, assim como a  coleta do lixo, pois nos dias atuais realizar coleta seletiva, usar energia  limpa e materiais recicláveis é inclusive um elemento amplamente usado na  divulgação dos destinos, visto que constroi uma imagem positiva, comprometida  com a preservação ambiental.
                Por outro lado, a  infraestrutura turística, como os meios de hospedagem, os restaurantes os  espaços para a realização de eventos, os centros de atendimento ao turista, devem  procurar se adequar para atender às necessidades de cada perfil de cliente.  Então é preciso conhecer as preferências do consumidor, particularmente através  da aplicação de pesquisas de demanda nos estabelecimentos frequentados pelos  turistas (Hoerner & Sicart, 2003; Pearce, 2003; Rabahy, 2003; Petrocchi,  2009; Goh, 2012).
Os fatores identificados como de ordem econômica, são selecionados a partir do pressuposto de que sendo o turismo consequência direta de um processo econômico, o desenvolvimento de sua cadeia produtiva é capaz de intervir sobre toda a cadeia produtiva do turismo. Os fatores elencados deste grupo são, pois, predominantemente relacionados aos aspectos referentes à produção, distribuição e consumo de bens, portanto, à circulação de capital.
Fatores econômicos externos ao destino turístico
No ambiente externo é  elemento condicionante do mercado turístico a concessão de financiamentos às  organizações do setor, o que tem grande poder de alavancar o turismo. Porém, o  desenvolvimento esperado depende ainda de fatores de outras categorias, como os  estudos de mercado para o planejamento das ações de forma estratégica e a  coerência na execução dos processos produtivos.
                Para Meng e  Siriwardana (2012) as taxações são importantes para uma análise das políticas  de turismo. Assim, para a demanda, quando as taxas dos produtos consumidos pelo  turista reduzem o preço também reduz, e estimula o consumo. Mas para a oferta,  se a arrecadação proveniente destas taxas reduz ou há subsídios para a  indústria do turismo, o preço de produção irá cair e em consequência o preço  dos produtos finais será menor. 
                Por outro lado, a  renda do turista é um dos fatores econômicos externos primordiais, pois ela  delimita o universo de compra do turista. Apesar disso, mais relevante que a  renda propriamente dita são alguns fatores a ela integrados, como “a sua  distribuição, as suas flutuações, o nível de distribuição do crescimento de  setores econômicos e a composição e a evolução das categorias profissionais e  sociais (Rabahy, 2003: 108). 
                Ademais, em  consequência da dinâmica capitalista os produtos rapidamente se tornam  ultrapassados, exigindo sua constante renovação, fenômeno este que é chamado de  efeito substitutivo da oferta (Beni, 2007), e em conjunto com o alto nível de  concorrência condiciona o mercado à insegurança. Nesse sentido, a busca pela  inovação é uma questão de sobrevivência. As formas de comercialização do  destino também podem incentivar ou desestimular as compras no mercado do turismo,  assim como o índice de preços da oferta (BENI, 2007), influencia na oferta dos  serviços turísticos do ponto de vista do DT. Mais uma vez, vale lembrar que as  pesquisas de oferta e demanda ajudam a conhecer o perfil do turista, permitindo  aos ofertantes adequarem o produto turístico às necessidades e aos desejos do  consumidor. 
                Adicionalmente, as  diversas possibilidades de financiamento de uma viagem estimulam o consumo.  Então, a estabilidade econômica e a oferta de produtos diversos favorecem a  concorrência, que leva a redução dos preços. Aliado a isso, a elevação do poder  de compra das classes que passam a consumir os produtos turísticos e o  aparecimento de uma diversidade de segmentos de turismo movimenta o mercado de  viagens. Por exemplo, durante a década de 2000, o turismo doméstico cresceu no  Brasil em função da estabilização financeira, bem como da diversificação das  possibilidades de pagamento das viagens, desde parcelamentos até financiamentos  bancários.
                Em contraposição, o  aumento do custo das viagens tende a levar a substituição do consumo turístico  por outros tipos de consumo menos custosos (Rabahy, 2003). No mesmo sentido,  para Palhares (2006) as mudanças consistentes nas taxas de câmbio, consequentes  de crises econômicas, interferem diretamente nos mercados. Estes impactos podem  favorecer outros mercados de turismo, como os domésticos, os quais podem ver  surgir novas rotas turísticas ou a irradiação e o fortalecimento dos fluxos  turísticos existentes. Entretanto, segundo Tang e Jang (2009) no longo prazo  não há uma co-integração entre o crescimento econômico e o desempenho da  indústria do turismo nos Estados Unidos, o que evidencia a existência de  mecanismos próprios de ganhos deste setor que contribuem para sua  sustentabilidade em períodos de estagnação econômica. 
Fatores econômicos internos ao destino turístico
Do ponto de vista do  ambiente interno os fatores econômicos elencados são em grande medida  relacionados aos ativos e à circulação de capital. Ashworth e Page (2011)  destacam um paradoxo ao afirmar que o turismo contribuiu para o desenvolvimento  econômico local, contudo, são as cidades que possuem uma base econômica mais  diversificada que se beneficiam mais, ao contrário daquelas que são  estreitamente dependentes do turismo. Assim, é relevante uma análise dos  impactos econômicos causados pela atividade turística local no intuito de  inferir mais seguramente onde há maior necessidade de investimentos. Mais  importantes que os estudos encomendados pelo setor privado, as análises  empreendidas pelo setor público buscam compreender a economia local, além das  pesquisas relacionadas as responsabilidades da administração pública, são  elementos extremamente importantes para o desenvolvimento do turismo. Também os  dados estatísticos sobre a economia do turismo local auxiliam a formatação de  produtos inovadores e avaliação sobre a diversificação da indústria do turismo  ou de outras atividades locais (Rabahy, 2003). 
                O fortalecimento da  economia na indústria do turismo pode atrair outras empresas do setor, o que se  for coerentemente administrado pode impactar em melhoras na infraestrutura  local e no aumento dos postos de trabalho. Cabe mencionar que, o PIB per capita é um indicador do  desenvolvimento econômico local no mercado capitalista, visto que indica o crescimento  do poder de compra do consumidor (Lage & Milone, 1991; Rabahy, 2003).  Porém, sob o ponto da sustentabilidade social tal desenvolvimento econômico  pode ser prejudicial à sustentabilidade do DT (Dowbor, 2007), questão essa que  é considerada demasiadamente complexa para ser detalhada neste momento. 
                Também o PIB nacional  está diretamente relacionado à renda (Beni, 2007). Assim, a arrecadação de  impostos da atividade turística favorece o investimento nas organizações deste  e de outros setores, desde que as políticas públicas garantam a distribuição  eficiente dos recursos financeiros. 
                A capacidade  gerencial dos atores do setor é outro ponto importante (Boullón, 2005).  Ademais, o arranjo de associações de classe e sindicatos contribui para  organizar e capacitar os administradores e colaboradores do setor. A capacidade  empresarial deve ser orientada para a competência do destino, em promover as  transformações necessárias, na infraestrutura turística, mensurada pelas  variáveis que operacionalizam essa dimensão, e na capacidade de mobilização de  forças políticas e sociais locais para o desenvolvimento do setor (MTUR, 2010).
                Além disso, a  cooperação entre as organizações especializadas em serviços turísticos  contribui para fortalecer o produto turístico comercializado no ambiente  externo, colaborando para posicionar o destino frente a seus concorrentes (Thomazi,  2006; Beni, 2007; Petrocchi, 2009). Assim, as formas de comercialização do DT  nas consolidadoras, nas operadoras de turismo, nas agências de turismo emissivo  e no mercado virtual podem incentivar ou desestimular a compra de um produto  turístico. Nesse ponto surge, o índice de preços da oferta influenciando na  escolha do consumidor (Beni, 2007), como também na concorrência entre os DT’s. 
Os fatores organizacionais mencionados referem-se à organização produtiva das empresas componentes da cadeia turística, em particular a aspectos operacionais da produção, das relações destas organizações entre si e com as organizações estatais, bem como ao seu desempenho nas esferas nacionais, estaduais e federais. Os departamentos responsáveis por implementar a política de turismo, assim como por coordenar e levar cabo pesquisas sobre os fluxos turísticos, são estruturas essenciais para a realização de estudos sobre a evolução do turismo nacional, que oferecem o suporte a proposição de ações eficientes e a orientação adequada aos processos de tomada de decisão relacionados a indústria do turismo.
Fatores organizacionais externos aos destinos turísticos
Tanto fatores  internos como externos, condicionam o desempenho da estratégia, o que é  complementado pelos sistemas de monitoramento capacitados, e orientados a  reagir quando necessário as diferentes instâncias nacional, regional, ou  setorial, e local destas instituições. A existência e disponibilidade de  informações é essencial para o planejamento e a execução dos planos e projetos  turísticos de êxito, pois apenas é possível gerenciar de forma eficiente o que  é devidamente mensurado(Ministério  do Turismo, 2010). Assim, enquanto o nível local favorece a observação mais  detalhada sobre cada componente do sistema turístico, as esferas nacional e  regional auxiliam a orientação das ações em um universo mais generalizado (Coccossis  & Constantoglou, 2006).
                Assim a existência de  centros de pesquisa tanto locais, como nos níveis organizacionais superiores,  são importantes ao desenvolvimento do turismo (Ritchie & Crouch, 2010).  Todavia a falta de pesquisas estatísticas no turismo esta associado à carência  de dados disponíveis para a análise de séries temporais (Eugenio-Martin &  Campos-Soria, 2010). Os dados estatísticos sobre a demanda (Pearce, 2003;  Rabahy, 2003; Goh, 2012), os fluxos turísticos (Pearce, 2003) e o contexto do  próprio mercado de turismo (United Nations, 1996), informam sobre a evolução do  turismo e do perfil do turista em cada região. Por exemplo, a partir de  pesquisas estatísticas Eugenio-Martin e Campos-Soria (2010) destacam a  verificação de que os residentes da Escandinávia e de países do norte da Europa  viajam mais nos meses de inverno do que os moradores dos países mediterrâneos e  que esta característica esta relacionada a fatores culturais, sociais, religiosos  e étnicos dos centros emissores. Conhecer este tipo de informação sobre os  países e regiões foco do planejamento turístico é, portanto um elemento  determinante para a escolhas das ações estratégicas implementadas no DT. 
                Contudo, é importante  a atualização periódica dos dados para que se favoreça o suporte à tomada de  decisões de forma eficaz, a fim de buscar o desenvolvimento local e o aumento  da competitividade dos destinos, por meio da identificação de impactos que são  gerados pela indústria do turismo e de suas deficiências observadas, já que  ajuda a entender os impactos dos atrativos e das empresas turísticas no DT (Rosentraub  & Joo, 2009). Interpretar corretamente dados estatísticos acerca dos fluxos  pode ajudar a identificar, também, oportunidades para a atração de novos fluxos  não explorados pelo DT. Isso porque “além de tentar conhecer e compreender o  turista, as análises de mercado estudam os destinos concorrentes, seus  produtos, suas ações em marketing e o público-alvo escolhido” (Petrocchi, 2009:  75). Assim, estas pesquisas contribuem para a produção de estimativas sobre  investimentos e a identificação das potencialidades do setor (United Nations,  1996).
                Laimer e Weiss (2009)  lembram a importância de se criarem várias dimensões de análise, no intuito de  basear as estratégias de marketing, ou de planejamento do destino, em  informações múltiplas e integradas, que podem oferecer um quadro mais detalhado  da indústria do turismo. Os autores sugerem a adoção da Análise de Portfólio  (Portfolio Analysis – PFA) como uma ferramenta que oferece respostas concretas  sobre questões específicas do turismo. Ademais a análise de cenários pode ser  um instrumento de planejamento adotado pelos gestores locais, uma vez que  partindo da descrição da dinâmica do sistema turístico é possível traçar  algumas possibilidades de evolução e prever ou propor mudanças (Baggio et al.,  2010).
                Vale lembrar que, o  desenvolvimento do turismo não atingirá a excelência se for deixado totalmente  sob o controle e responsabilidade do setor público ou do setor privado, pois um  teoricamente tem os objetivos voltados à maximização dos benefícios sociais e  outro ao lucro (Ministério do Turismo, 2010). Ademais, a integração entre o  planejamento governamental nas arenas, econômica, social, ambiental, urbana,  etc., e o planejamento do turismo, conforma um modelo nacional de planejamento  que coloca o turismo com componente de um sistema mais amplo. Dessa forma, é  altamente recomendável se formarem grupos multidisciplinares responsáveis pelo  desenho das políticas públicas de turismo (United Nations, 1996).
                Para Meng e  Siriwardana (2012) os resultados diversificados do desenvolvimento do turismo  em regiões que possuem características climáticas, posicionamento geográfico e  história de colonização similares, decorre de políticas públicas de turismo  diferentes implementadas em cada DT e a ênfase dada a tais instrumentos pelos  governos. As políticas públicas para o desenvolvimento da indústria do turismo  devem buscar o equilíbrio entre os participantes do sistema turístico,  elencando quais são as atribuições das estruturas públicas e privadas nos  níveis nacional, regional e local. Também as diretrizes sobre a regulamentação  da cadeia produtiva através das políticas públicas determinam as regras associadas  às concessões, à operação das empresas turísticas, aos financiamentos e as  melhorias na infraestrutura interna e externa ao DT.  
  É importante apontar  que, em um cenário de concorrência entre centros turísticos é possível a  reorientação dos fluxos em destinos saturados. Por outro lado, este contexto  pode ser um estímulo a melhora da qualidade do produto turístico, através da  renovação da oferta e o desenvolvimento de produtos inovadores. Neste ponto, é  pertinente mencionar os clusters de  turismo, no intuito de reunir as localidades que ofertam produtos similares ou  complementares para se fortalecem no mercado de viagens (Petrocchi, 2001;  Thomazi, 2006; Beni, 2007). Estas estruturas são comprovadamente favoráveis ao  posicionamento no mercado de viagens (Jin et al., 2012)
                A necessidade de  estratégias de crescimento responsável com base na integração e  coresponsabilização dos atores públicos e privados inseridos no sistema  turístico são considerados importantes para solucionar, ou mitigar, os efeitos  causados por mudanças climáticas nos DT’s (Valls & Sardá, 2009). Isso  porque modificações já percebidas no clima e em características físicas do  DT’s, por exemplo, afetando a definição clara das estações do ano, como  períodos estabelecidos de chuva e seca ou inverno e verão, levarão a mudanças  no comportamento do turista. 
                Quanto a esses  aspectos para Valls e Sardá (2009), os gestores do turismo não possuem uma  ideia formada de como adaptar suas estratégias de ação diante dos desafios que  já estão presentes na indústria do turismo, porém, argumentam que a  diversificação dos produtos turísticos, através de um conjunto de atrativos  urbanos, culturais e naturais, pode ser um caminho para a perda da demarcação  de períodos específicos.  
                Pröbstl-Haider e  Haider (2013) mencionam que além da diversificação dos produtos turísticos, os  investimentos em novas tecnologias e a criação de produtos que podem ser  atrativos em todas as estações do ano são elementos importantes ao planejamento  do turismo, o que pode ser adotado para todos os tipos de DT’s. Assim, o  estabelecimento de parcerias entre as organizações locais ou outras empresas da  região pode favorecer a criação de novos produtos e o aumento da qualidade dos  produtos ofertados. Além disso, o uso de novas tecnologias e inovação poderá  contribuir para o estabelecimento de um destino mais atento às questões  relativas à sustentabilidade e torna-lo mais competitivo. Vale lembrar ainda  que, inovar e se posicionar em novos mercados demanda a existência de  comunicação com o ambiente externo de forma eficaz, o que pode favorecer a  criação de alianças estratégicas e simultaneamente permite adotar novas  ferramentas administrativas. 
Fatores organizacionais internos aos destinos turísticos
             
                Especificamente do  ponto de vista dos fatores internos do sistema destino turístico, a dimensão  organizacional se refere a uma ou mais entidades responsável pela gestão do DT  (Pimentel, T., 2011). Para Ritchie e Crouch (2010), a existência de uma cultura  ou percepção do DT como uma entidade organizacional, com objetivos e metas  traçadas, é o elemento fundamental para o seu funcionamento e posicionamento  competitivo. No caso brasileiro normalmente esta atribuição fica a cargo do  poder público nacional, estadual ou municipal (Pimentel, M., 2011). Porém,  também a iniciativa privada, o terceiro setor ou um arranjo misto entre estes  setores pode operar as ações de gestão da indústria do turismo. 
                Dessa forma, são  elementos elencados neste grupo as questões relativas ao bom desempenho da esfera  administrativa local, que para alcançar maior êxito deve ser guiada por planos  e políticas públicas que tratam especificamente do turismo (Boullón, 2005).  Contudo, como ressaltado pelos documentos oficiais do Ministério do Turismo  (2010), destaca-se que o êxito no turismo é alcançado pela parceria entre os  atores interessados nesse setor, em particular os governos, na forma de órgãos  estatais ou semiestatais, as organizações voluntárias e sem fins lucrativos, o  setor privado, bem como comunidade receptora e os visitantes. A criação de  redes (Beritelli & Laesser, 2011) locais e regionais, favorece inclusive a  participação de organizações menores e com poder de influência reduzido nas  decisões que os afetam, o que é positivo do ponto de vista da inserção destes  atores no processo organizacional da indústria do turismo (Erkus-Öztürk &  Eraydin, 2010). O papel da política pública de turismo é exatamente o de  equilibrar os interesses destes atores e esclarecer as diretrizes para o  desenvolvimento das ações para cada um contribuir para a sustentabilidade da  indústria do turismo, pois assim, é possível chegar mais facilmente ao  desenvolvimento local. Ademais, outras atribuições importantes da administração  pública são a concessão de licenças e a fiscalização dos serviços turísticos e  de entretenimento estabelecidos no DT (Spenceley et al., 2002). 
                Por outro lado, as  ações locais, associadas ou não entre o poder público, o setor privado e a  sociedade civil, relacionadas à preservação ambiental, o desenvolvimento social  e o fortalecimento da cultura tradicional podem levar a uma melhora na  qualidade de vida dos moradores, e, por conseguinte refletir positivamente na  construção da imagem do produto turístico. 
                Destaca-se que, o  gerenciamento mercadológico do DT implica na adoção de ferramentas  administrativas no intuito de constituir a oferta no mercado de viagens, tanto  em estratégias de promoção como em ações de monitoramento, observando que o  planejamento favorece o estabelecimento de objetivos futuros possíveis de ser  atingidos, através do processo de desenvolvimento contínuo e consistente (Petrocchi,  2009; Beni, 2007; Coccossis & Constantoglou, 2006). Nesse ponto o  monitoramento dos acontecimentos externos ao sistema turístico é uma das  atividades essenciais dos gestores locais, pois como as mudanças no mercado  global e no macroambiente de forma geral, são constantes a previsão de impactos  no DT deve ser uma prioridade dos gestores (Ritchie & Crouch, 2010).  Segundo a perspectiva de que a finalidade do planejamento é transformar os  recursos disponíveis em produtos competitivos e acessíveis (Vignati, 2008), o  monitoramento é uma das tarefas cruciais ao controle das ações estratégicas. No  âmbito local isso implica em realizar regularmente levantamentos sobre os  gastos dos turistas, além de analisar periodicamente as receitas geradas nos  estabelecimentos durante o ano em função do turismo, pois os resultados  alcançados pela indústria do turismo são indício para o estabelecimento  estratégias que podem manter as ações com resultado positivo e possíveis  soluções para deficiências detectadas (Petrocchi, 2001; Vignati, 2008; Beni,  2007). 
                Cabe destacar ainda,  a necessidade de um equilíbrio entre a comunicação interna, ou entre os atores  do destino, e seus distribuidores, as operadoras e as agências de viagem, além  da contribuição do uso das ferramentas de divulgação e marketing, resultando em  informações verídicas e confiáveis ao turista. Isso fortalece os laços com o  consumidor final, facilita a fidelização destes clientes e se converte em uma  estratégia de posicionamento competitiva (Petrocchi, 2009; MTUR, 2010). O  acesso às informações sobre o destino mudou a forma comercialização dos DT, bem  como as relações com os distribuidores, pois após a popularização da Internet e  de outras Tecnologias de Informação e Comunicação as alianças entre diferentes  níveis de atores da indústria do turismo foram facilitadas levando a um aumento  nas relações do setor (Berne et al. 2012). Por outro lado, associado a  motivações previas, a qualidade da informação disponível, a estrutura dos websites, sua usabilidade e seu desenho,  são pontos importantes a serem destacados, pois podem contribuir ou desmotivar  as compras no mercado de viagens (Tang et al., 2012).
                Além disso, a  hospitalidade dos moradores e também dos funcionários de empreendimentos  turísticos refletem de forma incontestável na experiência turística (Ritchie  & Crouch, 2010). Assim, deve-se ter em mente que o produto turístico  precisa ser “percebido, reconhecido, entendido, absorvido, acreditado, retido e  motivado para ser visitado” (Kotler, 1980; Rabahy, 2003: 123). Por outro lado,  a divulgação que não apresenta informações essenciais, que esteja inadequada às  aspirações do perfil da demanda, ou mesmo a exposição de informações falsas, pode  desfavorecer a compra do produto turístico.
Os fatores socioculturais são aqueles que estão relacionados aos indicadores sociais e demográficos, como sexo, idade e formação profissional. Também os hábitos e costumes do turista motivadores das viagens estão incluídos no grupo de fatores externos, pois são elementos que o planejamento turístico não pode modificar, mas se ater e adaptar para tornar os serviços da indústria do turismo atraente aos diversos perfis de turista. Já os fatores internos desta categoria estão associados às questões sociais do DT, as quais são tratadas pela administração pública local.
Fatores socioculturais externos ao destino turístico
Os processos de  urbanização e industrialização estimularam o aumento da produção de bens e  serviços e favoreceu os ganhos de produtividade, contribuindo para a diminuição  do tempo destinado ao trabalho. Ademais dessa evolução destacam-se importantes  conquistas sociais e trabalhistas, que ampliaram o tempo para o indivíduo se  dedicar as atividades de lazer (Rabahy, 2003). Com efeito, a redução da jornada  de trabalho é uma tendência relevante para o desenvolvimento do turismo (Beni,  2007). Portanto, a disponibilidade de tempo para o ócio, aliado aos estímulos  financeiros, como o parcelamento das viagens, elevam os fluxos turísticos. 
                Uma viagem pode ser  motivada pela busca por diversão, por relaxamento, estar associada a  religiosidade, aos negócios ou aos estudos. Para Pike (2012) o posicionamento  do DT’s baseado nas preferências do turista tem maior êxito do que se baseado  apenas nas atribuições do DT. Porém, vale lembrar que, independente do motivo a  escolha dos serviços turísticos, a seleção dos atrativos e o comportamento no  DT, sofrerá influência dos grupos sociais dos quais o turista está inserido na  vida cotidiana. Mais ainda, a composição do grupo com quem o turista viaja e a  satisfação coletiva interfere mais do que a percepção individual sobre o DT e  pode motivar seu retorno (Campo-Martínez; Garau-Vadell & Martínez-Ruiz,  2010). Cabe considerar que as decisões em viagens em grupo e em viagens  individuais são influenciadas por motivações específicas, uma vez que no  primeiro caso prevalece o consenso do grupo enquanto na segunda situação as  preferências do indivíduo não sofrem oposição, além disso, sua avaliação sobre  o DT costuma ser mais rigorosa do que quando têm companhia para a viagem (Campo-Martínez;  Garau-Vadell & Martínez-Ruiz, 2010). No entanto, o tempo disponível para  desfrutar da viagem pode condicionar o tipo de produtos e serviços buscados no  DT, principalmente a escolha dos atrativos visitados. 
                Estes elementos  compõem um fator básico para traçar os diferentes perfis de turista que visitam  cada DT, e consequentemente atender as suas expectativas e preferências através  de ações planejadas. Marrocu e Paci (2011) destacam a importância dos canais de  comunicação para a competitividade das empresas, e DT’s, particularmente o uso  das informações trazidas pelos próprios turistas para a melhora da gestão das  empresas turísticas ou do próprio DT, ou seja, é preciso identificar as  preferências dos turistas para adequar os produtos e serviços a demanda e  aumentar a competitividade no mercado de viagens. Porém, as motivações e os  hábitos de consumo se modificam ao longo da vida (Rabahy, 2003). Os indivíduos  pertencentes a cada grupo etário tendem a apresentar certos interesses e  comportamentos relativamente homogêneos e alterá-los à medida que ultrapassa  algumas fases marcantes. Da mesma forma, o estado civil, o sexo, a profissão,  são características que evidenciam variados perfis de turista. 
                Associado a renda, o  nível de educação, ou escolaridade, condiciona as formas de valorização do uso  do lazer e do turismo no tempo livre, aliado ao aprendizado formal que estas  atividades podem despertar, como os interesses e a curiosidade por conhecer os  outros lugares (Rabahy, 2003). Por outro lado, os problemas relacionados ao  crescimento da criminalidade e da violência urbana, além da busca por o que se  considera uma melhor qualidade de vida, favorecem a criação de produtos com  apelo à sustentabilidade, que representam outro fator motivador das viagens (Palhares,  2006). 
                Ademais as  experiências de viagens anteriores, ou da própria vivência do indivíduo interferem  nas opções dos turistas, que podem priorizar a reprodução de experiências ou a  oportunidade de experimentar novas sensações e emoções proporcionadas pelo  turismo. Deste modo, a imagem do destino que é comercializada pelas empresas  turísticas estimula a escolha da viagem. Nesse aspecto, a promoção de vendas  tem a função de aproximar o produto da demanda. Assim, torna-lo mais conhecido  estimula o consumidor potencial a buscar informações adicionais e pode reduzir  a insegurança dos estágios iniciais de consumo dos novos produtos (Rabahy,  2003). Porém, em certos casos as estratégias de desenvolvimento de DT’s devem  atentar menos a reprodução de comportamentos anteriores, e ao contrário de  compreender as reações presentes frente às estratégias adotadas, por exemplo,  em função dos efeitos de impactos das mudanças climáticas, pois alguns turistas  possuem maior capacidade de se adaptar aos novos produtos ofertados, enquanto  outros são mais resistentes às mudanças (Pröbstl-Haider & Haider, 2013).  Nesse caso são mencionados, particularmente, as alterações nos custos  resultantes de novas tecnologias e infraestrutura ou as transformações nas  características próprias do DT. 
                Por outro lado,  Rittichainuwat e Chakraborty (2009) lembram que a forma como as informações sobre  situações de conflitos, crises ou epidemias são apresentadas pelos meios de  comunicação também influencia na percepção do turista em relação à imagem dos  destinos e motiva as mudanças nas suas escolhas. 
Fatores socioculturais internos ao destino turístico
            No  ambiente interno a qualificação profissional contribui para a diminuição do  emprego informal, do subemprego (Beni, 2007), da mesma forma que melhora a  qualidade dos serviços turísticos ofertados. “A fim de se criar um cenário de  atratividade para que empreendimentos turísticos venham a instalar-se,  manter-se ou crescer no município, há a necessidade de avaliação da oferta de  instrução, qualificação ou especialização para a população local” (MTUR, 2010:  70). Uma administração pública bem sucedida tem no fator educacional um forte  indicador de qualidade de vida para a população, que em consequência pode  favorecer a oferta de empregos de melhor nível na indústria do turismo à  população residente no DT, considerando o grau de instrução necessário à  ocupação dos cargos administrativos. 
                Assim,  a participação social no turismo é indício de inclusão, tanto através da  abertura de postos de trabalho nos empreendimentos turísticos, como no uso dos  equipamentos turísticos pela população residente. Por outro lado, a preservação  do patrimônio natural e histórico pode ser favorável à criação de produtos  competitivos, pois a busca por produtos culturais evidencia a necessidade dos  indivíduos confrontarem suas origens com a realidade socioeconômica  contemporânea de cada indivíduo (MTUR, 2010). Assim, os produtos turísticos que  se apoiam na valorização dos hábitos e costumes locais podem ser favoráveis ao  mercado de viagens. Nesse sentido, para alcançar melhores resultados as ações  propostas implementadas ou apoiadas pelos setores público e privado, devem  valorizar a trajetória histórico-cultural dos atores locais. Porém, Ritchie e  Crouch (2010), condenam a tentativa de alterar ou mesmo tornar a cultural local  refém da indústria do turismo, apesar de as características culturais serem um  dos pilares para as estratégias de atração dos turistas.  
                Importante ressaltar  que a viagem começa a partir de um sonho alimentado por imagens e impressões (Hoerner  & Sicart, 2003), ou de demandas concretas, como a necessidade de  participação de uma reunião de negócios. Portanto, a escolha do destino ocorre  no ambiente cotidiano. A imagem do DT apresentada pelas empresas turísticas  são, assim, um elemento crucial no estímulo pela escolha da viagem. A promoção  de vendas influenciará a demanda de viagens, sendo sua função colocar os  consumidores em contato com a oferta do produto turístico. Deste modo se  contribui para a divulgação do DT, desperta o interesse do consumidor por  informações adicionais e ajuda a ultrapassar as hesitações dos primeiros  estágios do consumo de novos produtos (Castelli, 1975; Rabahy, 2003). Assim, se  retorna aos fatores organizacionais, quanto à pertinência da oferta ao seu  público consumidor, bem como às relações entre os gestores do DT, as empresas  turísticas locais e aos distribuidores dos produtos turísticos.
Os fatores institucionais externos e internos estão relacionados às políticas públicas, legislações, normatizações impostas pelo governo federal e os estados referentes ao desenho e a garantia de implementação de políticas relacionadas ao desenvolvimento das atividades turísticas, bem como ao bem estar social, a qualidade do meio ambiente, entre outras questões de interesse público.
Fatores institucionais externos ao destino turístico
A qualidade de  preservação ambiental é um elemento motivador das viagens (Massidda & Etzo,  2012). Obedecer às leis de preservação ambiental e a recuperação das áreas  degradadas deve ser um compromisso firmado por todos os atores envolvidos na  cadeia produtiva do turismo. No entanto, os interesses econômicos podem  dificultar ou impedir a implementação destas ações. As políticas públicas que  orientam a preservação ambiental, bem como a existência de incentivos ou  punições para garantir o cumprimento da legislação são necessárias. A criação  de Unidades de Conservação, por exemplo, pode ajudar a preservar e valorizar o  patrimônio natural do DT, desde que estes espaços não sejam negligenciados ou  mal administrados. Ademais, em função dos câmbios climáticos se prevê a  necessidade de novas regulações para o setor, principalmente quanto às  políticas para o uso e preservação ambientais (Valls & Sardá, 2009). Já Tsai e Chen (2010) e (2011) destacam  particularmente a necessidade de se criarem mecanismos de previsão e planos de  gestão em situação de riscos para os casos de ocorrência de terremotos e outros  desastres, além disso em regiões de risco a construção de uma estrutura  resistente ou adaptada a ocorrência de desastres pode minimizar os impactos e  aumentar a capacidade de recuperação.   Para Rittichainuwat (2013) a gestão de crises pode se tornar um aliado  do marketing turístico, para tanto o planejamento das ações é primordial.  Porém, verificou-se que tais ações são percebidas de diferentes formas de  acordo com o perfil dos estabelecimentos turísticos, por exemplo, no caso de DT  que são alvo dos tsunamis no Japão, aqueles hotéis de maior custo apresentam  orientações para casos de desastres e crises, enquanto os hotéis de menor custo  consideram que expor este tipo de informação pode desmotivar as estadas (Rittichainuwat,  2013).
  É importante a  existência de legislações nacional e regionais para do desenvolvimento do  turismo, alinhadas à política pública e as estruturas de planejamento (Spenceley  et al., 2002), para que a regulamentação e a orientação das atividades turísticas  sigam normas universais. Também os esclarecimentos sobre os diretos e os  deveres dos atores envolvidos são importantes nestes documentos. Por outro  lado, a garantia de implementação dos objetivos definidos pelas políticas  nacionais e estaduais de turismo pode ser garantida por certa flexibilidade que  permita a inserção de instrumentos para atingir a novos objetivos considerados  relevantes (Beni, 2007). 
                Daí a importância da  coordenação das entidades nacionais, estaduais, regionais e locais responsáveis  pelo desenho destes documentos, como também da implementação das ações de forma  integrada entre os atores inseridos na indústria do turismo, além do incentivo  ao envolvimento das populações locais. De fato, o papel do Estado como mediador  de conflitos e interesses, considerando que o valor do turismo é diferente para  os diferentes atores, é um pilar da organização da indústria do turismo (Dredge,  2010). Então, a elaboração de documentos com a participação de todos os grupos  interessados no setor favorece a criação de um ambiente seguro e estável, que  pode favorecer a captação de investimentos, nacionais e internacionais, para o  setor, o que gera uma estrutura fiscal favorável ao Governo, ao setor privado e  a sociedade, resultando no aquecimento do mercado de trabalho no turismo (Spenceley  et al., 2002). 
                Outras normas, em  particular da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para a regulação  e estruturação dos empreendimentos turísticos, como os meios de hospedagem e os  restaurantes também garantem a qualidade dos serviços ofertados. Nesse sentido,  os parâmetros de acessibilidade, limpeza, iluminação dos ambientes, ou a  correta seleção, higienização e alocação dos produtos alimentícios, entre  outros aspectos, determinam a qualidade dos estabelecimentos. Ademais, as  normas para a realização de eventos e frequentação de áreas públicas, como a  quantidade de pessoas permitida para garantir a segurança do público, a  existência de estrutura para atendimento médico de urgência e emergência, de  saídas de emergência, a atenção aos limites de ruídos permitidos, devem  condicionar a formatação dos produtos turísticos.
                Já os documentos  orientadores das políticas devem prever o monitoramento do uso de recursos  naturais, bem como a prevenção da contaminação de fontes naturais, o controle  da poluição e a degradação de áreas protegidas, em função da ocupação e da  exploração desordenada pelo turismo. De fato, seria ideal que as políticas  públicas garantissem a realização de estudos periódicos sobre os impactos  ambientais, econômicos e sociais resultantes da indústria do turismo. Assim  seria possível controlar mais rapidamente os impactos do turismo e talvez  encontrar alternativas para evitar o crescimento dos danos causados no DT’s.  Nesse sentido, um procedimento útil seria, por exemplo, o uso de uma  metodologia padronizada para a avaliação dos negócios turísticos do ponto de  vista nacional, regional e local (Spenceley et al., 2002). 
                Em adição é  recomendado que haja planos nacionais para orientar ações de prevenção e administração  de desastres naturais e crises (Faulkner, 2001). Nesse caso, os documentos  devem versar sobre os fenômenos mais recorrentes em cada região do país,  resultando em ações para orientar e treinar a população residente, desde o  período escolar até o treinamento formal (Spenceley et al., 2002). No Brasil,  por exemplo, poderia haver orientação às ações preventivas e emergenciais para  os períodos chuvosos, quando ocorrem enchentes e alagamentos, já no período de  seca as queimadas poderiam ser alvo dos projetos, entre outras necessidades  específicas de cada região.   
                Há, também, diversas  políticas, leis e normas que apesar de não estarem diretamente vinculadas à  indústria do turismo produzem reflexos potenciais sobre o setor, como, as  políticas sobre o mercado de trabalho, o setor dos transportes, o meio  ambiente, o setor de comércio e indústria, a inovação tecnológica, a  agricultura, a segurança, combate a pobreza, a educação, a saúde, a cultura (Spenceley  et al., 2002), assim como defesa do consumidor (United Nations, 1996). Neste  ponto a segurança pública tem se tornado um elemento que contribui para a  vantagem comparativa entre DT’s (Massidda & Etzo, 2012).
                Acrescenta-se  sobre os elementos institucionais externos a criação de indicadores e  metodologias de pesquisa padronizados para a avaliação dos planos e projetos  turísticos (ANDRIOTIS, 2000), por exemplo índices de visitação dos DT’s,  índices de visitantes comparado à área local e o número de estadas em cada  período do ano.
Fatores institucionais internos ao destino turístico
Os fatores  institucionais internos dizem respeito às instâncias oficiais e legítimas de  atuação na área específica, ou que se sobrepõem a ela, bem como suas  regulamentações e o próprio processo de legitimação de suas ações. O  planejamento do turismo é capaz de equilibrar os riscos da atividade nos ambientes  econômico, social, ecológico e político do DT, determinando e controlando o  desenvolvimento das atividades (Ritchie & Crouch, 2010). Assim, por  exemplo, a política de turismo é um elemento fundamental no processo de  elaboração dos projetos e realização de ações pautadas na sustentabilidade  local, pois teoricamente garante que os objetivos orientadores ao alcance de  benefícios ambientais, sociais e culturais relacionados ao turismo, não sejam  encobertos por objetivos financeiros. De fato, a sustentabilidade no turismo,  do ponto de vista dos aspectos econômico, ambiental e sociocultural, é uma  norma universal para o desenvolvimento do turismo, pelo menos nos documentos  oficiais, enquanto há pouco esclarecimento sobre seus aspectos operacionais (Weaver,  2012). Nesse contexto cabe lembrar a necessária atuação do Estado como  interventor em decisões sobre o turismo, pois em cada localidade há em jogo  diferentes valores e percepções sobre o desenvolvimento do turismo (Dredge,  2010). Assim o planejamento do turismo, como em outros setores, é afetado por  interesses e poder de vários grupos, de modo que pessoas, valores, culturas e  filosofias condicionam o processo decisório para a elaboração e implementação  de políticas de turismo (Wan, 2013).
                Além disso, as leis  de preservação ambiental e a recuperação das áreas degradadas devem ser parte  de um compromisso firmado pelos atores inseridos na indústria do turismo.  Todavia, os interesses econômicos muitas vezes impedem a implementação destas  ações, apesar da existência de políticas que orientam sobre a preservação  ambiental, aliado a subsídios para garantir o cumprimento da legislação serem  necessários à atração e manutenção dos fluxos turísticos. Mais ainda, a redução  da poluição ambiental, visual e sonora contribui para criar um ambiente  propício a atração de vários segmentos do turismo, como o turismo de natureza e  o turismo de aventura. 
                Também a criação de  Unidades de Conservação indica uma tentativa de manter o equilíbrio do meio  ambiente e valorizar o DT. Entretanto, frequentemente estes espaços ainda são  utilizados como elemento para o marketing dos destinos, porém amplamente  negligenciados pelo poder público e a iniciativa privada.
                Nesse aspecto, o  processo de planejamento do turismo deve estar em consonância com os planos que  tratam das questões ambientais, econômicas, culturais e sociais (Ruhanen,  2004). Por outro lado, o uso de tipologias, ou perfis de turistas é essencial para  a delimitação da demanda turística nos planos de desenvolvimento da atividade (Coccossis  & Constantoglou, 2006).
Os fatores  aleatórios, ou variáveis incontroláveis (BAHL, 2006), têm como características  essenciais a imprevisibilidade ou a impossibilidade de controle imediato. Estes  fatores afetam com magnitude e intensidades diversas os fluxos turísticos de  uma região nos momentos imediatos à sua ocorrência. Contudo, em fases  posteriores é possível desenvolver estratégias para administrá-los e  combatê-los. Cabe esclarecer que, todos os fatores identificados nesta categoria  são originados no ambiente externo ao destino turístico, pois de acordo com o  conceito apresentado neste estudo mesmo que a ocorrência destes elementos seja  observada dentro dos limites geográficos do DT, raramente são inicialmente  controlados pelos instrumentos de planejamento.
                Considera-se que uma  administração pública competente até certa medida pode prevenir crises, porém  há pouca margem para se evitar ou controlar totalmente os desastres  inesperados, os quais podem ameaçar a integridade do sistema turístico (Faulkner,  2001). Além disso, ignorar avisos de prevenção ou a necessidade de emissão de  avisos de alerta por parte das agências responsáveis pelo monitoramento de  desastres, pode aumentar a vulnerabilidade a estes fenômenos.
Fatores aleatórios externos ao destino turístico
Entre as crises estão  incluídos os conflitos armados (Wang, 2009; Beni, 2007), como guerras civis,  rebeliões e além dos conflitos urbanos e dos protestos, que podem restringir,  temporariamente, os fluxos turísticos da região ou do país (Palhares, 2006). O  terrorismo pode ser considerado uma modalidade singular de conflito armado,  pois causa enorme insegurança aos turistas, assim como aos moradores da região  em tensão (Palhares, 2006), e mesmo quando há um combate intenso contra seus  impactos causa insegurança ao turista, pois os resultados de ataques a civis e  turistas refletem negativamente na imagem do DT, além de motivar setores  produtivos associados a indústria o turismo a demandar do governo ações  preventivas, como as relacionadas a segurança pública nos destinos e  intensificação na fiscalização em aeroportos (Rittichainuwat & Chakraborty,  2009). Dessa forma, após o controle da situação de perigo a elaboração e  execução de planos específicos de marketing e campanhas promocionais que  enfatizam a retomada da segurança local são medidas necessárias para estimular  o retorno dos turistas.
                As epidemias (Palhares,  2006; Wang, 2009; Rittichainuwat & Chakraborty, 2009; Goh, 2012) e  pandemias também podem causar alterações nos fluxos turísticos, inclusive em  escala global. Mais ainda, as catástrofes climáticas, imprevisíveis, ou se  previstas ou não divulgadas em tempo suficiente para evacuar as áreas de risco,  podem ter alto poder de destruição. Neste caso, é de extrema importância a  existência ou a necessária elaboração dos planos emergenciais de recuperação e  reconstrução, aliado a capacidade profissional para levar a cabo as ações e ao  apoio de regiões não afetadas. Faulkner (2001) destaca, assim, a importância da  administração pública elaborar planos para a administração de desastres, como  em casos de terremotos, erupções, tempestades, enchentes e ciclones.  Entretanto, o autor lembra que há pouco progresso na compreensão destes  desastres associados ao turismo em função da existência de poucos estudos e de  uma estrutura conceitual limitada sobre o tema. 
                Por outro lado Wang  (2009) lembra que entre 1996 e 2006 a indústria do turismo de Taiwan, que pode  aqui ser estendida a um contexto global, passou por momentos de crise que  refletiram em mudanças nos fluxos turísticos como a crise financeira na Ásia em  1997, os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e a SARS  (epidemia de gripe aviária) em 2003. Nestas situações Rittichainuwat e  Chakraborty (2009) destacam que a percepção do turista em relação ao problema,  considerando-o mais ou menos o perigo de sua exposição a tais situações,  reflete na escolha do destino turístico e na forma de deslocamento. Por  exemplo, que durante a epidemia de gripe aviaria na Tailândia foi observado uma  redução drástica na entrada de turistas internacionais através do transporte  aéreo e marítimo. 
                Fatores associados às  mudanças climáticas afetam de forma ameaçadora a dinâmica das empresas  turísticas, e por consequência da indústria do turismo, e demandam estratégias  de enfretamento (Cashman et al., 2012; Pröbstl-Haider & Haider, 2013). Isso  porque tais eventos costumam ter grande influência sobre a demanda turística (Eugenio-Martin  & Campos-Soria, 2009). Por exemplo, catástrofes naturais deterioração, da  paisagem e do litoral, aliado ao aumento dos riscos à saúde pela exposição ao  sol pode levar ao aumento da concorrência com o turismo de sol e praia, favorecendo  o turismo nos meios urbanos (Valls & Sarda, 2009). Por outro lado,  Pröbstl-Haider e Haider (2013) e Dawson e Scott (2013) mencionam os efeitos do  aquecimento global nos destinos de inverno, onde as atividades na neve que são  o principal atrativo dos DT’s. Nestes locais com intensidades diferentes  certamente haverão modificações na paisagem, para se manter no mercado de  viagens o investimento em estratégias de gestão e em novas tecnologias são um  passo importante. Portanto, aqueles destinos mais ameaçados seriam os que não  têm capacidade e recursos disponíveis para inovar ou criar novos produtos. Já  Cashman et al. (2012) ressaltam os efeitos causados por mudanças climáticas no  Caribe e destacam a necessidade de criação de estratégias para responder aos  efeitos destes eventos. 
                Já as falhas  tecnológicas (Palhares, 2006), ou as consequentes da ação humana (Faulkner,  2001) também podem causar problemas irreparáveis, como os desastres aéreos,  rodoviários, ferroviários e marítimos, além dos acidentes nucleares, os  desabamentos de construções e as contaminações alimentares em larga escala,  trazem instabilidade nas regiões afetadas e também demandam ações  reestruturadoras.
                Em todos estes casos  as regiões que são consideradas mais seguras podem atrair os fluxos turísticos,  mas devem estar atentas ao efeito de temporalidade do fato, visto que após a  medidas de recuperação serem implementadas as regiões afetadas pelas crises  tendem a retomar suas atividades. Assim, a atuação da mídia neste processo é  fundamental para motivar ou afastar os turistas (Faulkner, 2001), de modo que,  a comunicação, tanto interna quanto externa, é um fator central na  administração dos desastres. Por outro lado, um contexto de crise pode ser um  gatilho para a renovação de um DT, desde que a indústria do turismo seja  integrada, forte e passível de sofrer adaptações para responder às  adversidades. 
Fatores  aleatórios internos ao destino turístico
                Na revisão de  literatura até aqui empreendida não foram identificados tais fatores, embora  possamos considerar que boa parte dos fatores externos possam ser replicados no  âmbito também do sistema destino turístico, já que esta divisão é, de certo  modo, arbitrária e abstrata. Deste modo, dentro do DT também poderá ocorrer  catástrofes ambientais, epidemias, terrorismo, etc. 
                Diante das  considerações elencadas nesta seção o quadro 1 sintetiza os elementos  condicionantes até aqui identificados e mencionados neste estudo. Estes foram  agrupados em categorias de acordo com sua origem e o tipo de interferência  possivelmente desencadeada. Existem algumas subcategorias. Importante lembrar  que, tais elementos são mencionados em diversos estudos, portanto, a proposta  desta pesquisa foi reuni-los e mostrar como cada um pode interferir na  indústria do turismo, principalmente quando se observa os efeitos gerados na  escala local.    
O  objetivo deste estudo foi identificar os principais fatores ambientais externos  e internos aos DT’s, no contexto brasileiro, além de analisar em que medida  tais elementos condicionam, de forma restritiva ou capacitadora, suas  possibilidades de ação coletiva. A partir do levantamento teórico, indutivo  realizado foi possível elencar fatores macroambientais e do ambiento interno do  DT’s apresentados pela literatura especializada sobre planejamento turístico.  Assim, identificou-se um conjunto sistemático de elementos externos e internos  associados ao planejamento do DT, que podem condicionar as decisões e ações  tomadas no âmbito local.
                Esperava-se  comprovar que o posicionamento do DT no ambiente externo condiciona suas  possibilidades de desenvolvimento. Concretamente, assim apresentou-se os  fatores macroambientais que interferem na indústria do turismo nacional. Quanto  ao grupo de fatores relacionados ao mercado de viagens se identificaram as  consequências destes sobre os fatores internos, ou seja, aqueles elementos  relacionados à capacidade de gestão do destino. 
                Como  resultado este ensaio teórico, portanto, apresentou um quadro de fatores  condicionantes que contribuem para gerar a demanda turística em escala local,  por meio da análise e da adoção de estratégias condizentes com o contexto  macroambiental. Os fatores identificados apresentam tipos, intensidades e  dinâmicas variadas, assim a consideração correta do papel de cada um sobre o DT  poderá favorecer de modo mais efetivo as possibilidades de intervenção.  Ademais, existe uma ampla bibliografia fragmentada, associada a escassas  iniciativas de sua sistematização, hierarquização e geração de modelos que  ultrapassam o conhecimento intuitivo sobre a questão. 
                Nota-se  a tendência em priorizar a dimensão econômica nas análises e decisões sobre o  desenvolvimento turístico. Contudo, no âmbito gerencial a omissão ou  negligencia dos demais fatores condicionantes do sistema turístico pode resultar  no baixo grau de desenvolvimento dos DT’s, o que parece ser corroborado através  da observação dos baixos índices de desenvolvimento e da avaliação da qualidade  dos DT’s brasileiros. 
                O framework gerado é considerado uma  importante contribuição, pois, favorece aplicação de um esquema analítico geral  e sintético no esforço para delinear efetivamente as atribuições do  planejamento turístico, respeitando o contexto do sistema mais amplo em que a  indústria do turismo se insere, bem como as restrições ambientais impostas ao  seu desenvolvimento. O (re)conhecimento destes fatores poderia, então,  contribuir para a elaboração de estratégias teoricamente adequadas à inserção e  manutenção dos municípios no mercado turístico nacional.
                Vale  ressaltar que, este estudo se limitou a agrupar os aspectos intervenientes no  desenvolvimento do turismo e não se ateve a possibilidade de desmembrar todos  os itens apontados em cada grupo de fatores, em função da dimensão de análise  proposta. Assim, uma sugestão para outros trabalhos é o desmembramento dos  elementos elencados, além da inserção fatores não observados na revisão da  literatura. Cabe ressaltar que, tendo sido realizada uma revisão teórica  seletiva e assistemática, os fatores analisados foram identificados a partir da  literatura disponível a que se teve acesso. Portanto, esta pesquisa não pode  ser considerada de caráter exaustivo e universal, pois outros fatores já podem  ter sido identificados em outros contextos (Europa, Estados Unidos, etc.).  Porém, mesmo diante desta limitação, este estudo é considerado um passo  significativo para sistematizar e propor um quadro teórico integrado para os  estudos e intervenção no campo do planejamento turístico. Ainda assim, é  passível a críticas, revisões e ampliações por estudos futuros, deste ou de  outros pesquisadores no intuito de aprofundar a discussão sobre o planejamento  turístico.
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Recibido: 28/1/2014
Aceptado: 10/03/2014
Publicado: Junio 2014
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