Contribuciones a las Ciencias Sociales
Agosto 2012

FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO DE PAULO FREIRE




Roberto Carlos Amanajas Pena
robertoamanajas@yahoo.com.br
Universidade Paulista
Maria do L. Amanajas Pena
SENAC
Heriberto Wagner Amanajas Pena (CV)
Universidade do Estado do Pará




Resumo
A dimensão que chegamos concentra-se atualmente na questão educacional baseado em valores culturais, sociais, econômicos e éticos, proporcionando uma profunda análise de interpretações, comentários e discussões do que seriam as faculdades avulsas do pensamento. O diagnóstico encontra-se na habilidade que se desenvolve ao longo da vida. O presente artigo relata a Filosofia da educação de Paulo Freire ao transpor um processo que, ao longo da sua existência proporcionou a cada cidadão um despertar de renascimento dando ao seu labor em função dos oprimidos. Em cátedra de sua misericórdia natural convence a si mesmo que os homens são libertos pela sua consciência crítica, que cada um deve percorrer por caminhos e juízos analíticos. Tornando-os sujeitos do saber e não meros repetidores do que lhes é ensinado, ou seja, terminantes diante da realidade apresentada. Freire combate o ócio com o caminho que a educação lhe proporcionou, gerando a partir da Filosofia da Educação interpretações voltadas para o campo do subjetivismo acompanhado da moderna prática de socialização. Enfatiza que o cidadão está cativo de informações, e estas deveriam seguir o homem no movimento de progresso, todo saber está voltado para concretizar ou desconstruir algum pensamento ideário, em função do oprimido é que o opressor ativa seu papel centralizador, como fundo da concepção bancária para serem autônomos de suas consciências, a sagrada liberdade é um direito que o homem detém através da cultura de seus ancestrais. Freire participa de uma tendência de concepção progressista criticando a escola liberal, abraça a luta dos oprimidos, realça que a educação é um bem necessário para o homem, construindo valores humanos como pratica da liberdade.

Palavras-chave: Homem; saber; opressão; aprendiz.


Summary

The dimension that we currently focuses on the educational values ​​based on cultural, social, economic and ethical issues, providing a thorough analysis of interpretations, comments and discussions that would spare the faculties of thought. The diagnosis is the ability it develops throughout life. This article describes the philosophy of education of Paulo Freire to implement a process that, throughout its existence gave every citizen an awakening of rebirth by giving their labor as a function of the oppressed. Because of his mercy natural convinces himself that men are freed by their critical awareness that each one must travel along paths of analytic judgments. Becoming the subject of knowledge and not merely repeat what they are taught, ie, on determinants of reality appears. Freire combat idleness with the way that education gave him, resulting from the Philosophy of Education interpretations related to the field of modern subjectivism accompanied socialization practices. Emphasizes that the citizen is bound to information, and they should follow the man in the forward movement, all knowledge is aimed at achieving or deconstruct ideas some thought, according to the oppressed is the oppressor active role centralizing bank as a background design to be independent of their conscience, the freedom is a sacred right which men have over the culture of their ancestors. Freire part of a trend of progressive design criticizing the liberal school, embraces the struggle of the oppressed, emphasizes that education is a necessary good for the man, building human values ​​and practices of freedom.

Keywords: Man, know; oppression; apprentice.




Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Amanajas Pena, R.; Amanajas Pena, M. y Amanajas Pena, H.: "Filosofia da libertação de Paulo Freire", en Contribuciones a las Ciencias Sociales, Agosto 2012, www.eumed.net/rev/cccss/21/

1. INTRODUÇÃO
O homem é reduzido a sua esfera cognitiva, onde o pensar é a sua fonte geradora de conclusão autônoma, contendo sua introspecção como estima para o seu propósito composto de ramificações ecléticas, pelas vias da essência filosófica conduz o favorável ato de reflexão, a ciência parte como modelo propulsor para construção de uma liberdade racional, porém sua caracterização está na criação e não no consumo experimental da vida, que é o elemento unilateral que valoriza o critério da investigação. Comenta FREIRE (1987):
“Por isto é que a investigação se fará mais pedagógica quanto mais critica e tão mais critica quanto, deixando de perder-se nos esquemas estreitos das visões parciais da realidade, das visões “focalistas” da realidade (...) por seu envolvimento histórico-cultural.”

Observa-se que a questão do conhecimento é puramente temporal, sua evolução sofre com os avanços e métodos adotados em colunas superficiais, como representações em que, nossa consciência permite o progresso preestabelecido condutores sistematizados à razão social, pois o seguimento lógico educacional permite que inaugure noções praticas de juízo e crítica. Afirma FREIRE (1987):
“Esta situação sobre a situacionalidade é um pensar a própria condição de existir. Um pensar critico atraves do qual os homens se descobrem em “situação”. Só na medida em que esta deixa de parecer-lhes uma realidade espesso que os envolve(...)um beco sem saída que os angustia como situação objetivo-problemática em que estão(...)a inserção é um estado maior que a emersão e resulta da conscientização da situação. É a própria consciência histórica.”

A Filosofia da Educação alcança essas interpretações nas responsabilidades morais que o saber impõe, e com isso, implanta novas possibilidades de aprendizagem. Verifica-se nas obras de Paulo Freire uma saída do homem iletrado pela educação, alcançar momentos que julgam a capacidade de liberdade do homem e coloca em conflito com ele o propósito utópico da vida, no sentido de escolha inerente às condições sociais, culturais e políticas, que auxiliam os fatores determinantes na sua posição prática no ambiente coletivo.
A Filosofia da educação é uma análise de consciência, uma solução que as transformações educacionais ocasionam com suas prisões abstratas, a síndrome que alimenta o vício está nas regiões polares da sociedade como uso letal, para uma compreensão de mundo temos que, fragmentar conceitos diluídos a partir do uso da linguagem, para compartilhar a Filosofia nos seus diversos campos acidentais ou aleatórios.
Freire também descreve a educação bancaria, onde o educador e o dono do saber, dono de todo o conhecimento de verdade, enquanto o educando é um mero ouvinte, pois, se fosse uma máquina programada apenas para receber o necessário, uma educação militarista ao contrário da educação libertadora há a interação de ambas as partes, o educador e o educando aprendem e trocam simultaneamente seus saberes. Capaz de discordar da opinião do outro e expandir sua visão além dos próprios pensamentos construídos com base na relação educador-educando.
Desenha-se uma visão otimista para a filosofia da educação, ao ponto de convergir tais procedimentos que altera a natureza do homem iletrado, por vias dos anais da história, essa procura por desejos de sabedoria e na maioria dos casos movidos por momentos imparciais julgados pelo senso comum como elo de abstenção, é preciso que o conhecimento alcance a esfera superior que, conduz a natureza perfeita do pensar, para que se conclua o pensamento de Paulo Freire é necessário que o homem possua uma habilidade e um desejo ímpeto na sua alma, quer dizer, uma aspiração inata para o lado do aprendizado.

2. A consciência como modelo Liberdade
Paulo Freire não deixa dúvidas de que faz uma leitura distinta das teses marxistas, que compreende esses problemas que a educação enfrenta sendo simplesmente uma derivação de um problema central: o conflito de classes. O que constitui dizer que, foi a existência de um ponto central de soberania que possibilitou a organização do corpo em que vivemos e que permitiu em seguida a propagação de domínios ligados a opressores e oprimidos dentro de um sistema político educacional. Afirma FREIRE (1981):
“O processo de alfabetização, como ação cultural para a libertação, é um ato de conhecimento em que os educandos assumem o papel de sujeitos cognoscentes em dialogo com educador, sujeito cognoscente também. Por isto, é uma tentativa corajosa de desmitologização da realidade, um esforço através do qual, num permanente tomar distancia da realidade em que se encontram mais ou menos imersos, os alfabetizandos dela emergem para nela inserirem-se criticamente.

Tal libertação segundo Freire, alerta para uma consciência crítica voltada para despertar do individuo. Porém, o que habilita o indivíduo para o mundo é o seu renascimento cultural que provém de alicerces experimentais e sociais voltados para a vida em coletividade. A consciência crítica alerta para o aprendizado que liberta o vício pela palavra do conhecimento, tendo como principio a Filosofia aplicada no seu hábito de recriar os modelos e conceitos de uma opinião favorável para o seu posicionamento da sociedade.
Explica FREIRE:
“Somente os seres que podem refletir sobre sua própria limitação são capazes de liberta-se desde, porém, que sua reflexão não se perca numa vaguidade descomprometida, mas se dê no exercício da ação transformadora da realidade condicionante. Desta forma, consciência de ação sobre a realidade são inseparáveis constituintes do ato pelo qual homens e mulheres se fazem seres de relação” (FREIRE, pg. 53)
Esta seria a melhor forma de caracterizar a educação de modo consciente, sem opressão ou subordinação, tanto no dizer educacional quanto ao social, pois, quando Freire fala em pedagogia, ele não está falando apenas das relações que se estabelecem na escola e na sala de aula. A sua pedagogia está relacionada a todo este contexto de opressão social e a de falta de democracia que estamos apontando. Toda educação é política e ao mesmo tempo apolítica, assim como a política é educativa. Não existe neutralidade. Portanto, o seu método dialético, não apenas um método ou uma teoria pedagógica, mas uma práxis que propõe a liberdade da opressão que predomina em nossa sociedade.
Segundo Freire, a libertação é um processo doloroso, pois, depende do próprio individuo expulsar o opressor que reside no interior de si, ao homem novo que nasce dessa percepção constrói não só uma saída, mas várias que, pode ajudar a encontrar uma melhor adequação capaz de reconstruir a natureza humana. O objetivo da educação é libertar a mente e o coração dos que estão contaminados por essa cólera, com intuito de transformar a realidade social em conhecimento crítico no mundo, daí a importância de se alfabetizar e instruir por meio da razão a conscientização política da educação.
Conclui FREIRE:
“Este enunciado propõe uma reflexão em torno da relação entre educação publica e educação popular. Não propõe um pensar sobre a educação pública em si mesma nem tampouco sobre a popular, isoladamente, mas sobre cada uma com relação a outra. No fundo o enunciado implícita uma indagação que possivelmente se poderia explicar assim: É possível fazer uma educação popular na rede pública? Ou, pelo contrário, já agora afirmando: a educação popular se pode realizar apenas no espaço da informalidade na prática político - pedagógica fora da escola, no interior dos movimentos populares(....)não hã prática educativa, como resto de nenhuma prática, que escape a limites. Limites ideológicos, epistemológicos, políticos, econômicos, culturais” (FREIRE,pg. 47)
É necessário que tomemos conhecimento da realidade que nos cerca, e deixar a comodidade de lado, tomar a frente junto aos revolucionários, em busca do livre-arbítrio, e para que isso aconteça é preciso que a educação acrescente no seu menu a liberdade como modo democrático. Uma sociedade com conhecimento, e alfabetizada criticamente é uma sociedade mais clarificada dos acontecimentos éticos, econômicos políticos e sociais.
Freire diz que “não é possível a pronuncia do mundo que é um ato de criação e recriação, se não há amor que há infunda, o ato de amar está em comprometer-se com a causa”, se há amor, há compreensão, a compaixão pelo próximo, e se ao contrário de não existir amor, não há nada ao não ser a desigualdade do mundo, o egocentrismo do homem sem ter humildade, em consciência disso, o medo de se aproximar, de se abrir para o próximo, se tornando um ser solitário, egoísta e opressor.


3. Pedagogia do Oprimido: Uma análise Educativa.
Inicialmente tem-se a construção ou reconstrução histórica deste oprimido que, precisa apropriar-se de seu alto conhecimento, desta forma, sabendo qual a sua condição real deve-se buscar uma consciência crítica como primeiro passo para sua liberdade, contra um estado de coisas “pacificadas” para que o oprimido aceite sua condição mecanicista de valorizar os conteúdos primeiros do ensino-apredizagem.
A reflexão sobre a “pedagogia do oprimido” conduz à filosofia em caminhos dialéticos 1, levá-los a direcionar uma constatação que o autor constrói em cima de sua ação literária e prática educativa. Assim percebe-se, projeta num espaço em que a própria coletividade exclui seus verdadeiros laços inferiores do seio da sociedade, porém, mesmo ao nível de seus domínios os apropriados pelo conformismo são resgatados a uma ideologia capaz de ingerir os fragmentos de uma nação abatida pela desigualdade de estarem sonolentos ao tempo. Comenta FREIRE (1987):
“No momento em que uma sociedade vive uma época assim, o próprio irracionalismo mitificador passa a constituir um de seus temas fundamentais, que terá, como seu oposto combatente, a visão critica a dinâmica da realidade que, empenhando-se em favor do seu desvelamento, desmascara sua mitificação e busca a plena realização da tarefa humana: a meramente transformação da realidade para a libertação dos homens.”

O que está diante do exumado nível de valores culturais visto em pedagogia do oprimido, consiste em relatar o que a dialética crítica do ser existencialista propõe para corrigir o lapso dos indivíduos, que convivem em agrupamentos sociais. Será que esta realidade não se apresenta como objeto ainda não conhecido por parte do nosso sujeito que determina nossas ações junto ao convívio social? E que apenas o modo racional poderia discernir a materialidade do processo de conhecer, e dar sentido para uma verdade ainda não revelada, e se revelada mudaria a consciência dos homens? Com isso, temos que lidar com nossos próprios conflitos para dominar a irracionalidade que junto com a nossa animalidade incide em burlar os conceitos da verdade. Ter o opressor como condutor para seu estado de domínio, e pensar que os mesmos atuam na medida em que exploram a Maximização das camadas mais ínfimas da sociedade, os oprimidos, por sua vez. Afirma FREIRE (1987)

“A pedagogia do oprimido, que busca a restauração da intersubjetividade, se apresenta como pedagogia do homem. Somente ela, que se anima de generosidade autêntica, humanista e não “humanitarista”, pode alcançar este objetivo. Pelo contrário, a pedagogia que, partindo dos interesses egoístas dos opressores, egoísmo camuflado de falsa generosidade, faz dos oprimidos objetos de seu humanitarismo, mantém e encarna a própria opressão. É instrumento de desumanização.” Pg. 22

O opressor é aquele que aspira a consciência do oprimido, e este, está inerte a ação dos dominadores, inativo pelo tempo, pelo iletramento, pela conformidade, em aceitar essa exploração de um sistema defeituoso chamado “classes sociais”, provocando em parte a sua inexistência, a partir do momento em que os opressores geram suas idéias e passam a gerenciar todo um conjunto. A busca pela subjetividade liberta-o o homem de suas prisões, das amarras, que o prendem aos liames da história, conseqüentemente, introduz a verdadeira liberdade do seu “eu”, muitos cidadãos enraizados no aculturamento, não percebem que são libertos, e a liberdade do oprimido é um processo de maturidade gradual.
“O ato dessa decretação, quem o faz, reconhecendo os outros absolutamente ignorantes, se reconhece e à classe que pertence como os que sabem ou nasceram para saber. Ao assim reconhece-se tem nos outros seu oposto. Os outros se fazem estranheza para ele. A sua passa ser a palavra “verdadeira”, que impõem ou procura impor aos demais, e estes são sempre oprimidos roubados de sua palavra.” (FREIRE. Pg. 75)

Para Freire, muitas pessoas procuram a liberdade de opressão em que vivem, através da escolarização formalizada, é claro, antes de empenhar-se na construção de seu cognitivo, são oprimidos, porque vivem ausentes da informação. Freire afirma também que, a divisão de classes da procedência a duas pedagogias: Pedagogia dos dominantes, que se refere à dominação imposta por metodologias ultrapassadas e traumatizadoras utilizadas por educadores austeros, sem postura e sem ética profissional; E a Pedagogia dominada, vem para dar lugar à pedagogia da autonomia vem para libertar o educando das amarras da pedagogia dominadora, direcionando o individuo a estruturação de um ser crítico, pois a criticidade da consciência é sinônimo de liberdade.
Assegura FREIRE:
“Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Por outro lado, ninguém amadurece de repente(...)A gente vai amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento todo dia, ou não. A autonomia enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da automonia tem que estar centrada nas experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade”. (FREIRE 1996 pg.67)
A coletividade é fragmentada em níveis socioeconômicos, e estes procuram sua melhoria e aperfeiçoamento, para construir sua liberdade de informação que está contida no alicerce do tempo, o opressor é aquele que absorve a juízo de quem esta sempre abaixo de qualquer avaliação, e mastiga a humanidade as massas dos oprimidos, essa massa que, é caracterizada por abandono e sofrimento, concebem por mudarem através da opinião de seus sensos, restaurarem os valores que os oprimidos perderam através da história. Uma vez, que pode ser regatado o juízo de manifesto através da libertação, pois só os oprimidos poderão ter o poder da faculdade de nortear por meio da sua contradição, libertando-o assim, de toda opressão que designa da classe da opulência.
Assegura os autores: Amanajás Pena, R.C., Amanajás Pena, M.L., Amanajás Pena, H.W.: 2011.
“O existencialismo é a prova de estigma entre dois mundos, o de refutar, e o de crer. O homem realiza-se por intermédio de seu próprio instinto pessoal, o crer em Deus, e o de crer no homem, nunca numa ação composta, e com isso, determina-se a separação do homem com o divino, mediante essa afirmação todos os meios que geram os existencialistas não promovem a transição perpétua do ser, que todos são iluminados por si mesmos ao longo da história, os existencialistas proporcionam características próprias de um mundo livre para o homem, baseiam-se no dia-a-dia dessa transformação de tempo”. (Amanajás Pena, R.C., Amanajás Pena, M.L., Amanajás Pena, H.W.: A angústia do homem: uma abordagem filosófica, en Contribuciones a las Ciencias Sociales, octubre 2011, www.eumed.net/rev/cccss/14/)
Em tese podemos concordar com que gravidade os acontecimentos geram a partir do individuo, sua consciência lhe é diluída como martírio de opressão, pelas camadas que exercem e impulsionam o homem a sua eterna angústia, aprisionado em seu próprio mundo criado pelas práxis da história. E a Filosofia é a única força imediata capaz de elucubrar os propósitos dessa faculdade de opressores. Freire contesta a inicial que e educação esta voltada para um único propósito: o de ensinar. Temos que oportunizar essas mentes passivas, para construirmos em cima dos tropeços de uma educação uma problemática de doutrinação: a valorização do diálogo e da comunicação. Revertendo e adequando os valores que estão aprisionados à verdadeira liberdade.

4. Paulo Freire e a Educação que Liberta o oprimido.
É um convite para o diálogo e para conscientização, como caminho de humanização, isto é, para o homem ser mais, vencendo a dominação e a opressão presentes na historia da educação, como é pensada por Freire, juntamente com outros fatores, é capaz de causar a mudança social na sua complexidade. Afirma FREIRE (1987)
“O que pode e deve variar, em função das condições históricas, em função do nível de percepção da realidade que tenham os oprimidos é o conteúdo do diálogo. Substituí-lo pelo anti-dialogo, pela sloganização, pela verticalidade, pelos comunicados é pretender a libertação dos oprimidos com instrumentos da “domesticação”. Pretender a libertação deles sem a sua reflexão no ato desta libertação é transformá-los em objeto que se devesse salvar de um incêndio(...)A reflexão e a ação se impõem, quando não se pretende, erroneamente, dicotomizar o conteúdo da forma histórica de ser do homem.”

O projeto de libertação tem como foco o diálogo, a experiência, a convivência e a sociabilidade do conhecimento. De modo que, o professor não se apresenta como detentor do saber, mas como facilitador deste processo, processo no qual o aluno não é mais visto como simples receptor passivo de conhecimento, mas como, sujeito ativo, que caminha junto com o professor para descobrir as mudanças ocorridas na sua experiência vivenciadas de mundo. Assim, o processo não deve está centrado no professor, no educador, mas no educando. Ele é o centro de referencia, desta forma evidencia uma consciência critica e flexível sobre a realidade.
Procura demonstrar que é uma pedagogia do diálogo, licencia homens e mulheres a se libertarem, e ao mesmo tempo, ajudar o outro em seu processo de libertação, Freire em suas obras não deixa de mencionar seu país, sua gente. Fala de um ser humano concreto, situado, contextualizado e a definir o Ser. Parte de uma reflexão existencial, isto é, o homem como ser concreto numa realidade, igualmente concreta. Como ele mesmo afirma: “os homens não existem senão concretamente; todo homem existe numa situação concreta.”
Afirma BITTAR E ALMEIDA:
“A liberdade é vista, estudada, analisada e dimensionada, como um valor característico humano. Essa liberdade é tão grande que o homem, historicamente, inclusive, é presa de si mesma. A escravidão do homem uma causa: o homem. A libertação do homem se dará de uma forma: pelo homem” (BITTAR E ALMEIDA 2002 pag. 306)

A educação é o único caminho para a liberdade dos oprimidos e através do dialogo se tem como instrumento para a formação da consciência critica do educando, tão necessária, para que esse tenha consciência de uma situação no mundo, de modo especial de sua situação de opressão e combate a educação bancária onde o educador, é o sujeito da narração, conduz os educandos à memorização mecânica dos conteúdos narrado. Afirma FREIRE:

“A codificação, de um lado, faz a mediação entre o contexto concreto e o teórico; de outro, como objeto de conhecimento, mediatiza os sujeitos cognoscentes que buscam, em dialogo, desvelá-la. Por isto é que, sendo o selo do ato cognoscentes(...)de um lado, com o monólogo do educador “bancário”; de outro, com o silêncio espontaneista de certo tipo de educador liberal. O diálogo engaja ativamente a ambos os sujeitos do ato de conhecer educador-educando e educando-educador.”

Os educandos são transformados em “vasilhas”, recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Por sua vez, a educação libertadora, conduz à ação do educador humanista identificando-se com a ação dos educandos, e ambos se colocam num constante processo de humanização, na busca incessante do pensar autêntico comprometido com a criticidade e, não com o pensar acrítico inerente da própria condição inoperante do iletramento social. A utopia critica requer que o anúncio é a denúncia sejam práxis históricas do contexto concreto a essa caracterização de liberdade.
O contexto teórico é a reflexão que faz-se em relação ao contexto concreto. Este pode ser definido como a parte política do termo. Entre estes dois contextos se estabelece uma relação mutua: primeira influência o segundo; ou seja, que se estabelece uma relação dialética. Não se pode pensar corretamente se o fruto dessa reflexão não serve da nada para melhorar o trabalho diário. Mas para isso acontecer, precisa-se conhecer bem a prática, da mesma maneira que necessitamos conhecer o que alguns autores têm refletido sobre práticas similares.

5. Método de ensino Paulo Freire
A dialética exercida no modo de ensinar de Paulo Freire, é influenciada com baseamento do pensar filosófico, alcança os alicerces do analfabetismo por meio de aplicações cognitivas, esta absorve toda a estrutura que o cidadão enraizado na grotesca comodidade social persiste, valendo com isso, uma relação que retrata sua posição no nivelamento social a que pertence. No ponto que Freire visualizou a composição ao comportamento social e econômico que o cidadão carrega consigo mesmo. Porém essa construção edificada parte de uma decisão primeiramente do “eu” para depois exercer sua afinidade na prática. Nesse sentido, o cidadão está comprometido com o seu percurso na socialização, o não-eu se caracteriza por pensar na recusa de informação, trata-se de um analfabeto que está sendo alfabetizado, isso, constrói um estigma na sua mudança cultural, isso é o que chamamos na ética existencialista de níveis de socialização.
O método da Paulo Freire não pode ser comparado às técnicas de aprendizagens, ela compromete que o aluno reflita sobre as condições do mundo em que está, sendo assim, o seu auxilio é inexistente para a compreensão do educando, a palavra tem, portanto, duas dimensões: ação que é a prática daquilo que se construiu e reflexão para se transformar o mundo apartir de sua interpretação.
Nesse espírito novo, o educador valoriza os conteúdos aplicados e reconstrói sua doutrina a base um novo pensar e, reavalia a condição que o levou a esta mudança repentina de pura psicologia de aprendizagem. Paulo Freire nota que essa passividade do educando torna-o objeto de estudo para os propósitos da experiência de quem ministra os conteúdos a serem avaliados, muitos educadores se postam de maneira autoritária sem uma conduta ética profissional,
A metodologia utilizada por Freire de modo a elucidar o conhecimento é estimular aos educandos a suprir o descaso pela pedagogia tradicional é feito por meio de “temas geradores”, ou seja, no que tange ao processo de alfabetização, por exemplo, atentam-se palavras utilizadas no dia-a-dia, que fazem parte da realidade de quem estar em aprendizado. Assim, o conhecimento do real que o aprendiz está estudando trona mais claro a sua eficiência.
“Inicialmente, Paulo Freire recomenda fazer um levantamento do universo vocabular dos grupos, a fim de escolher palavras geradoras, que variam conforme o lugar. Por exemplo, em uma região de Pernambuco as palavras escolhidas forma: tijolo, voto, siri, palha, biscate, cinza, doença, chafariz, maquina, emprego, engenho, mangue, terra, enxada, classe. Já nas favelas do Rio de Janeiro elas foram outras: favela, chuva, arado, terreno, comida, batuque, poço, bicicleta, trabalho, salário, profissão, governo, mangue, engenho, enxada, tijolo, riqueza. Em seguida são organizados os círculos de cultura, constituídos de grupos pequenos sob a coordenação de um animador, que tanto pode ser um professor ou um companheiro já alfabetizado. Diante da representação de uma favela, por exemplo, há o debate sobre o problema da habitação, da alimentação, do vestuário, da saúde, da educação, descobrindo-a como situação problemática. Em seguida passa-se a visualização da palavra favela. Para Paulo Freire, “a alfabetização de adultos, para que não seja puramente mecânica e memorizada, o que há de se fazer é proporcionar-lhes que se conscientizem para que se alfabetizem”. (FREIRE 1791, pg. 120; ARRUDA ,2006 pg. 340;)
O método da ação comunicativa freireana é critica, ao compasso que, ao mesmo tempo inseri-se por meio de sua dialética, isso significa que, para se chegar ao verdadeiro saber das coisas é preciso estabelecer uma doutrina na sua consciência, a partir de então, o sujeito tem um melhor raciocínio de argumentação, é necessário que o cidadão entenda que sua participação no seio da sociedade advêm de uma condição para compartilhar exercícios lógicos, são necessários que a cultura, economia e política penetrem em seu aprendizado de vida, e construa um ser crítico não só nos questionamentos sociais, mas para faculdades da vida.

6. Observações Finais
Em destarte, o pensador Paulo Freire catalisa e potencializa todas essas questões propostas com a consciência social que advêm do pensamento de liberdade para o oprimido. Sem dúvida a linha de pesquisa é a práxis social voltada para uma socialização e experiência de mundo revolucionário. A Educação brasileira com suas idéias prática resulta uma educação para a liberdade dos oprimidos.
Acompanhar o pensamento de Paulo Freire é seguir a linha mestra da vida dos oprimidos, pois, somente os oprimidos poderão romper esta estrutura que desumaniza na sua cadeia social a consciência de liberdade. Só eles poderão acabar com essa ordem injusta buscando desfazer a opressão e reconquistando sua autonomia humana que é o direito natural e coletivo.
Em síntese a educação contemporânea deve privar pela liberdade como conquista e não uma dádiva que recebemos dos homens. Ninguém possui a liberdade como condição para ser livre, ao contrário, se luta pela liberdade por que não Possui. A liberdade não é um ponto ideal, fora dos homens, não é uma idéia que se faz mito, não é uma palavra abstrata sem fundamento. É uma condição indispensável para que possa estar inserido por meio da inclusão da vida.
Paulo Freire ao justificar, o grito dos oprimidos, abre caminhos para a mútua relação entre Ética e Educação, ou seja, a educação se fundamenta na ética. Não desejou, a princípio, elaborar uma ética propriamente dita, nem elaborar um discurso sobre a ética, porém seu trabalho de educador se volta para a práxis educativa e, singularmente, nela faz vingar uma ética. Este modo de conceber constitui-se numa ética pedagógica libertadora, cujo intento é produzir uma efetiva emancipação e um processo de tomada de consciência de nossos povos latino-americanos, marcados pela opressão, dominação e dependência.

Partindo de uma critica real baseada na práxis educacional pode até ter inicialmente um contexto de ler um manifesto pelos pobres a até mesmo, um ato puramente político ideológico, na verdade um chamado aos educadores com relação ao seu papel de troca de conhecimento com os oprimidos, tendo assim, uma nova perspectiva e não reproduzir a educação hierarquizada, onde o educador não tem como parâmetros de ensino a base de dialogo objetivo e verdadeiro em sua prática educativa.

A filosofia da educação de Paulo Freire é uma filosofia que parte para o lado pragmático, real, concreto do cidadão enquanto existência que é, visto que, o juízo de liberdade inerente é colocado por Freire, batiza o individuo com praticidade e não como consciência filosófica, busca-se através da consciência valores perdidos na questão social, na questão humanística. Porém, o que determina a natureza do ser social, é ele mesmo, concluído e terminado na realização final para o seu propósito de vida. Portanto com uma visão marxista da prática educativa Freire defende também o viés da historia, da existência, da fenomenologia. E que a educação sendo objeto de estudo voltado para a teoria, surge como ciência do aprendizado último desse educador que diante a verdadeira virtude de ensinar nutre o modo de educar com amor, com dialética, com saber e que reconhece o outro sendo partidário de seu sonho, transformando o concreto laço do oprimido sendo um bem de liberdade que nasce das diversas experiências, tendo uma historicidade real e não construída pelo opressor.

Referencias Bibliográficas
Amanajás Pena, R.C., Amanajás Pena, M.L., Amanajás Pena, H.W.: A angústia do homem: uma abordagem filosófica, en Contribuciones a las Ciencias Sociales, octubre 2011, www.eumed.net/rev/cccss/14/.
ARANHA, Maria Lucia Arruda. Historia da educação e a Pedagogia Geral e Brasil, Editora Moderna, São Paulo 2007.
BITTAR. Eduardo C; ALMEIDA. Guilherme Assis de. Curso de Filosofia do Direito2ª edição, editora Atlas 2002 São Paulo.
FREIRE, Paulo. Ação Cultural para Liberdade, edição 5ª editora PAZ E TERRA, 1981.
____________. Educação como prática da liberdade. Editora Paz e Terra Rio de Janeiro 1999.
____________. Pedagogia da Autonomia. Editora Ega 1996.
____________. Pedagogia do Oprimido, edição 17ª editora PAZ E TERRA, 1987.
____________. Política e Educação. Editora Cortez São Paulo 2001.
SILVA, Vicente Ferreira. Dialética das consciências. Editora É realizações, São Paulo, 1964.

1 Dialética no período clássico era condicionada para discussões, retórica e argumentação, passou pela critica dos filósofos modernos e contemporâneos. Então passou a ter um significado voltado para alteração, modificação, transformação e estrutura da pratica social decorrente do materialismo dialético.