Contribuciones a las Ciencias Sociales
Marzo 2010

A QUESTÃO DO CONHECIMENTO NA FILOSOFIA FENOMENOLÓGICA


 

César Augusto Soares da Costa (*)
csc193@hotmail.com

  

Para que exista educação significativa é preciso que ela seja vista como processo de libertação, havendo necessidade de conceituarmos o conhecimento, ao passo que uma teoria do conhecimento abarca uma concepção de pessoa e de sua liberdade. Perante o que foi assinalado, Husserl, pela sua fenomenologia, procurou realizar uma volta às coisas mesmas, à experiência original do mundo em sua fonte. Pois o mundo científico não pode realizar-se sem apoio no senso comum, na experiência original. Surge assim, a necessidade em dar à experiência o seu sentido integral e não restrito à experiência sensível.

Segundo Husserl, o conhecimento é intencionalidade, direção para o mundo, presença imediata do sujeito, como cogito, na realidade presente; é modalidade de existência envolta no mundo. O conhecimento não é nenhum mediador entre sujeito e as coisas, mas é o próprio sujeito envolvido no mundo.
 



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Soares da Costa, C.A.: A questão do conhecimento na filosofia fenomenológica, en Contribuciones a las Ciencias Sociales, marzo 2010, www.eumed.net/rev/cccss/07/casc.htm 


Assim, as imagens cognitivas não são imagens que se sucedem e que se associam, porque, para serem imagens da realidade, é necessário que o sujeito esteja presente à realidade; para serem formas da realidade, o sujeito deve estar presente à mesma. Se o conhecimento é intenção, fica destruído o racionalismo e o empirismo. Com efeito, intencionalidade implica tendência para algo que não é o próprio sujeito; é tendência para o mundo.

Logo, o mundo é um sistema de significados. Seu sentido está implícito no conceito de intencionalidade, que é a maneira de ser fundamental da consciência no próprio ato de perceber, sendo uma forma de intencionalidade. Daí a percepção não é um ato sensível de um aspecto parcial da realidade, da qual forma uma imagem, cuja adição, sucessão ou associação nos dá o conhecer. Pois quando percebemos um aspecto de qualquer realidade, apreendemos esse aspecto como parte de um todo, de uma realidade total. Um exemplo disso, é ao vermos uma fachada de uma casa, apreendemos, nesse elemento atual, os elementos implícitos potenciais; as outras paredes laterais e o fundo. Sem estas partes, não estaríamos vendo a fachada de uma casa, mas uma simples parede.

Assim a nossa percepção, inclui uma a atividade externa de elaboração que aprende o significado do objeto externo aprendido, em sua totalidade. E não somente em sua totalidade, mas também na unidade da totalidade com todo o campo perceptível, isto é, temos consciência temática de determinado objeto como figura central, com seu significado próprio dentro de um contexto. Ou seja, toda percepção é, pois, percepção da coisa total, abarcada por significados próximos ou distantes, explícitos ou implícitos. Assim, o conjunto desses significados ligados à percepção total constitui o mundo fenomenológico.

Referências

GALVÃO, Teófilo. A Educação como processo de Libertação. Pelotas: EDUCAT, 1996.

LUIJPEN, W. Introdução à Fenomenologia Existencial. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1973.

* Sociólogo, Educador e Pesquisador. Mestre em Ciências Humanas/PUCRS. Tutor de Metodologias Educativas no curso de Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação da Universidade Federal do Rio Grande/FURG. Professor de Pós-Graduação nos cursos de Educação do Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina na cidade de Pelotas/RS.

 


Editor:
Juan Carlos M. Coll (CV)
ISSN: 1988-7833
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