Apesar da actividade termal e o  termalismo se ter alicerçado durante muitos anos nas suas características distintivas  conferidas pelas águas e actividades terapêuticas, o facto é que, a evolução do  próprio conceito por via das novas exigências dos mercados e sociedades tem  levado a uma reformulação de objectivos e da oferta que se posiciona agora na  dimensão da saúde e bem-estar assente em conceitos como a prevenção e  reabilitação, e associada a novos hábitos de lazer e turismo.
  Os gestores/administradores  inquiridos, para além de fazerem um retrato do que é a actividade termal e  estâncias termais na actualidade, sem se furtarem de esclarecer as razões que  levaram a que a situação hoje não seja a mais favorável, sublinham, apesar de  todos os constrangimentos, a importância e urgência da sua revitalização que só  encontrará viabilidade através da necessária complementaridade entre duas  vocações que sempre estiveram presentes nestes espaços.
  Em síntese, segundo os  inquiridos, as estâncias que têm apostado na diversificação e qualificação de  serviços têm sido casos de sucesso e a vertente de saúde e bem-estar que ganha  expressão nas termas portuguesas constituem as características que melhor  espelham a realidade actual do termalismo e estâncias portuguesas. Já a falta  de investigação científica e a legislação obsoleta e descontextualizada que  vigorou durante décadas são apontadas como as principais causas do actual  funcionamento das mesmas. 
  Neste sentido, a necessidade de  acentuar e consolidar o seu papel enquanto pólos de desenvolvimento e a  necessidade em reactivar o seu papel no imaginário turístico do público constituem  os principais motivos à sua reestruturação que, na voz dos inquiridos, deverá  incidir sobretudo na realização de pesquisas científicas e na captação de  público mais jovem, incluindo ainda outros serviços e actividades como  programas terapêuticos para crianças com necessidades especiais e percursos  turístico-educativos.
  Contudo, na sua perspectiva, as  dificuldades em captar investimento e em estabelecer parcerias com os actores  territoriais locais e regionais, constituem os principais entraves à sua reestruturação.  A favor apontam o facto de serem potenciadores de desenvolvimento local através  da criação de postos de trabalho e indução de outras actividades e a  importância actual da saúde e bem-estar.
  E, segundo eles, a estratégia a  adoptar passa pela complementaridade entre as vertentes turística/lúdica e  terapêutica, e não uma especialização de mercado, embora reconheçam que nem  todas possuem, actualmente, condições para receber um público mais  diferenciado, reiterando, inclusive, que há estâncias com serviços de má  qualidade a operar, e como tal defendem a iniciativa privada assim como a  categorização das estâncias com vista a serem garantidos altos níveis de  qualidade, afinal um dos factores estratégicos e competitivos do actual  turismo. Competitividade que alcançarão se o seu caminho for planeado e  construir-se de forma integrada com outros actores no sentido de maximizarem as  sinergias positivas das quais só beneficiarão aproveitando potencialidades e  ultrapassando obstáculos.
  É nesta linha que os gestores/administradores  das 11 estâncias termais em estudo mostram as suas reservas quanto à actividade  termal em geral, mas vêem com optimismo a evolução da estância da qual são  responsáveis.
  Neste sentido, a dotação das  termas de vantagens competitivas e diferenciadas, num ambiente concorrencial  cada vez mais estreito e dinâmico, exige uma constante reinvenção das mesmas  através de caminhos diversos. Será este sentido da mudança pelo qual se deverão  pautar as novas estratégias de relançamento dos “territórios termais” como  pólos de turismo mas também como espaços de actividades múltiplas, de modo a  responder a um turismo e turistas contemporâneos mais exigentes motivados pela  busca de experiências únicas. Desta forma, a revitalização das estâncias  termais passa por uma reestruturação e diversificação de toda a estrutura  termal e turística associada, numa apologia da diferenciação e para que as  mesmas se possam (re) constituir como destinos turísticos de excelência.
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