Os territórios de montanha oferecem uma base  de recursos diversificada de extrema importância para o desenvolvimento de  actividades turísticas, que lhes conferem um lugar de destaque no panorama dos  destinos turísticos mais populares do mercado turístico actual (Borges e Lima, 2006;  Adelino, 2010). As características únicas das montanhas – cenários de extrema  beleza cénica, traços biofísicos excepcionais, diversidade, isolamento e  autenticidade natural e cultural – proporcionam as condições ideais para a  prática de uma panóplia de actividades que enformam alguns dos mais  interessantes produtos turísticos alternativos da actualidade, a maioria dos  quais se inserem numa lógica de desenvolvimento sustentável, que os próprios  territórios de montanha demandam. 
  As tendências evolutivas do turismo em  Portugal (e na Europa) revelam o crescimento relativo de modalidades que  configuram novas escolhas geográficas como, por exemplo, as que valorizam o  campo, os planos de água e as áreas de montanha. 
  O desenho de novos produtos turísticos, sendo  uma resposta às mudanças de comportamento e de interesses dos turistas (cada  vez mais activos, participativos, informados e exigentes), no sentido de captar  segmentos específicos da procura turística, é também uma oportunidade para  requalificar e revitalizar os territórios, e melhorar a qualidade de vida das  populações.
  Ao longo do tempo, são evidentes os sinais de  utilização das montanhas como espaços turísticos. A título de exemplo, podemos  referir que no século XVIII, os turistas começaram a procurar as montanhas para  vilegiatura estival, nomeadamente nos Alpes suíços e italianos, nos percursos  habitualmente seguidos pelos viajantes do Grand Tour. Nesta altura estas eram  procuradas na época estival para servirem de inspiração a importantes pintores,  para a prática do termalismo e para o tratamento de maleitas associadas ao  sistema respiratório. 
  Mais tarde os turistas passaram também a  apreciar a brancura e o frio da neve. Surgiram desportos como o esqui e a  patinagem no gelo e, até recentemente, as práticas nas áreas de montanha se  relacionavam exclusivamente às actividades ligadas à neve e a classes sociais  de elevado poder económico (Cavaco, 2007). 
  Por outro lado, sobretudo a partir da década  de 70 (do século XX), com a crescente consciencialização ambiental do Homem e a  importância do desenvolvimento sustentável, procurou-se valorizar, através da  preservação, os espaços de grande integridade ecocultural existentes nalgumas  montanhas, originando assim áreas com estatuto de protecção designadamente os  parques naturais. Estas áreas de montanha tornaram-se assim alvos de  valorização e preservação (Cavaco, 2007).
  Nos últimos anos temos vindo a assistir a uma  democratização no acesso aos serviços de turismo nas áreas de montanha e a uma  maior diversificação das actividades que se levam a cabo nestes territórios. 
  Apesar da dificuldade em identificar as  actividades turísticas que se desenvolvem apenas em espaços de montanha (tal  como a questão relacionada com a delimitação das montanhas), não há dúvida que estas  actividades podem capitalizar a diversidade de características ecológicas e  culturais das áreas de montanha, permitindo, ao mesmo tempo, o desenvolvimento  de outros produtos turísticos complementares nos territórios de montanha.
  Assim, as especificidades das montanhas fazem  delas o único local possível para a prática de determinadas actividades, cada  vez mais procuradas e valorizadas em termos turísticos (Borges e Lima, 2006). É  o caso de actividades associadas ao turismo activo, de aventura ou radical, de  natureza, ecoturismo, e outras modalidades interligadas, de que se podem  destacar o montanhismo, alpinismo, escalada, trekking, orientação, bicicleta  todo-o-terreno, downhill, todo-o-terreno turístico, parapente ou paramotor,  heli-ski ou heli-hike, entre outras.
  Contudo a questão do respeito pelos limites  de capacidade de carga por parte da actividade turística nos territórios de  montanha é tanto mais complexa, quanto não existe em Portugal regulamentação  específica dirigida, concretamente, ao turismo de montanha, podendo no entanto  encontrar-se algumas referências dispersas em diplomas legais que enquadram  diversas actividades turísticas que, de alguma forma, se podem desenvolver em  territórios de montanha (Borges e Lima, 2006).
| En eumed.net: | 
![]() 1647 - Investigaciones socioambientales, educativas y humanísticas para el medio rural Por: Miguel Ángel Sámano Rentería y Ramón Rivera Espinosa. (Coordinadores)  Este  libro  es  producto del  trabajo desarrollado por un grupo interdisciplinario de investigadores integrantes del Instituto de Investigaciones Socioambientales, Educativas y Humanísticas para el Medio Rural (IISEHMER).  Libro gratis  | 
15 al 28 de febrero   | 
        |
| Desafíos de las empresas del siglo XXI | |
15 al 29 de marzo   | 
        |
| La Educación en el siglo XXI | |