Karyn Siebert Pinedo
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Com a crise ambiental, aumento do consumo de derivados de petróleo e a diminuição das reservas de petróleo, tendo como conseqüência o aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional, os governos de diversos países se propuseram a investir em energia renovável. No Brasil, as fontes renováveis (produtos da cana-de-açúcar, hidroeletricidade, biomassa e outras) responderam por 47,3% do total de energia da matriz energética brasileira em 2009. Este o maior índice desde 1992, quando o uso da lenha e do carvão vegetal ainda era mais intenso no país (EPE, 2010).
Existem diversos tipos de fontes de energia renovável, como a solar, eólica, a biomassa e outras. Porém, o governo brasileiro, seguindo decisões históricas e de utilização dos potenciais e capacidades locais, decidiu incentivar, com mais intensidade, a biomassa como fonte de energia capaz de produzir etanol e biodiesel para substituir os derivados de petróleo.
Biomassa é toda a matéria orgânica de origem animal ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia, esta é produzida por energia solar, transformada em energia química, através da fotossíntese (NEPAM, 1994). Para Leite (2006), há três opções para combustíveis líquidos derivados de biomassa:
• Etanol: pode ser obtido de qualquer tipo de biomassa que contenha açúcares, amido ou material com teor de celulose, das matérias primas que não contêm açúcares suficientes tem que convertê-los através da sacarificação, seguido de hidrolise (MACHADO, 2006). O etanol ou álcool etílico pode ser produzido a partir da fermentação da sacarose de determinadas leveduras. O predomina no mercado brasileira é o etanol produzido da cana-de-açúcar. Na figura 2.2 pode-se observar como funciona o processo de produção de etanol.
Na área de etanol, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAGRO, 2009), o tem-se a previsão para que em junho de 2010 a implantação de uma usina de cana de açúcar no município de Pedro Afonso (TO).
Obs.: Fluxograma dos processos de hidrólise ácida (A) e enzimática (B), modificadas pelo acréscimo de pectinases, adaptado de Venturini Filho & Mendes (2003) com a adição de pectinases.
• Metanol: Pode ser produzido a partir de madeiras secas. Esse processo é o mais antigo e o que menos agride o meio ambiente. Mas também pode ser obtido pela reação do gás de síntese (produzido a partir de origens fósseis, como gás natural).
• Biodiesel: o Biodiesel pode ser produzido a partir de qualquer óleo vegetal bruto, ou gordura animal, ou seja, sem grandes refinações. De uma maneira geral, faz-se a extração do óleo, seguida de procedimentos de separação por centrifugação e filtragem, resultando nos óleos vegetais brutos. Portanto, uma planta industrial de extração de óleo vegetal com os necessários controles de qualidade para purificação inicial do produto é suficiente para a produção do óleo (JORDÃO FILHO, 2004).
Existe ainda a opção por uma extração mista (mecânica/ solvente). A seleção do tipo de extração depende de dois fatores determinantes: a capacidade produtiva e o teor de óleo. A tabela 2.4 mostra os tipos de usina e as formas de matéria prima utilizada.
Independente da matéria-prima utilizada, os processos de obtenção do biodiesel são semelhantes, apenas variando as dosagens e os diagramas de massa. Ou seja, pelo fato dos ácidos componentes dos óleos vegetais se apresentarem em diferentes percentuais em cada um deles, as proporções de cada um e a necessidade de aditivos para remover os resíduos dependem de uma análise caso a caso para resultar em um produto final que atenda às especificações (JORDÃO FILHO, 2004). No diagrama da figura 2.4 mostram-se as etapas da produção do biodiesel partindo de diversas matérias primas.
De acordo com Parente (2003) além dos óleos e gorduras virgens, constituem também matéria prima para a produção de biodiesel, o óleo e gordura residual, resultantes de processamentos domésticos, comerciais e industriais. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em 2008 as principais matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel foram: soja (78,4%), sebo (16,4%), algodão (2,4%) e outros materiais graxos (2,6%).
Atualmente, o Tocantins conta com duas usinas de fabricação de biodiesel em funcionamento (Brasil Ecodiesel e Biotins Energia), utilizando matérias-primas como: pinhão manso, que tem previsão para 2011 de nove mil hectares prontos para a utilização e a mamona, que se mostrou em pesquisas propensa para ser cultivada no Estado (SEAGRO, 2010).
Com relação ao biodiesel, o Brasil tende a repetir a aplicação de incentivos à produção e ao mesmo tempo investir em pesquisa e desenvolvimento, estratégia utilizada para desenvolver o etanol a partir da cana-de-açúcar. O biodiesel ainda tem a vantagem de ser obtido a partir de uma multiplicidade de matérias-primas, tais como o dendê, a mamona, o algodão, a soja e o pinhão-manso entre outras oleaginosas. O Brasil pode se destacar no desenvolvimento do biodiesel, por ser um país tropical que apresenta um elevado potencial para a produção de energia por meio de biomassa (PESSOA, SOUZA e REBOUÇAS, 2007). Portanto para que esse crescimento seja efetivo é importante planejar a produção, distribuição e conseqüentemente a logística dos diversos produtos e derivados do biodiesel.
O estudo da determinação de localização ótima pode contribuir, para qualquer tipo de empreendimento, na melhoraria de sua estratégia competitiva no mercado. Para Chopra e Meindl (2003), as decisões sobre instalações de novos empreendimentos estão ligadas a transporte e a alocação de capacidades. Por tempos a economia clássica ignorou a importância da localização de instalações, sendo que a localização afeta diretamente o custo e a capacidade de cada empresa.
Para Schwartz (1999), existem vários fatores que afetam a localização, os quais são: transporte, proximidade dos clientes, baixo custo de mão-de-obra, taxas e impostos baixos entre outros. Ainda segundo o autor, apesar da importância da localização, 42,1% das empresas não avaliam as cadeias logísticas com regularidade. As avaliações logísticas precisam ser realizadas constantemente, segundo Razzolini (2006), porque a logística integra funções básicas da administração, planejamento e controle da produção e distribuição física com o ambiente externo, que precisa ser avaliado com regularidade.
A seguir pode-se observar no gráfico 2.11, um exemplo de custo de produção de uma usina de biodiesel.
No gráfico 2.12, pode-se observar que o custo do transporte é de aproximadamente 3% do custo total, porém o maior custo recai sobre a compra do óleo (72%), que, se somar com a do transporte do mesmo, totalizando 74% do valor do custo total do produto. Uma vez o óleo ou a matéria-prima in natura estando mais perto da usina consumidora, provavelmente estes custos poderiam diminuir.
A localização ideal é um ponto geográfico que favorece a empresa o máximo benefício, ou, para os rendimentos dados, que detém o menor custo. A teoria da localização envolve o estudo dos efeitos do espaço sobre a organização da atividade econômica (RAZZOLINI 2006).