ENERGIA, ECONOMIA, ROTAS TECNOLÓGICAS. TEXTOS SELECIONADOS
Yolanda Vieira de Abreu y otros
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O Brasil por sua extensão territorial e sua localização geográfica possui características favoráveis para o cultivo de variadas culturas com potencial para produção de biocombustível. A figura 07 mostra as principais oleaginosas para produção de biocombustível por região brasileira.
O potencial brasileiro para produção de biocombustíveis se expande para o nordeste, onde, além da cana de açúcar, é possível cultivar mamona, amendoim, gergelim, babaçu, entre outras oleaginosas (PERES, 2006).
Segundo França (2008) a região Nordeste é uma área tradicional de produção de cana de açúcar e propicia a introdução de outras culturas energéticas, como exemplo, o pinhão manso que pode favorecer a integração lavoura-pecuária.
No caso da mamona, para produção de biodiesel no Brasil é apresentada algumas limitações, tais como: o óleo obtido é considerado um produto nobre, o que encarece o processo; os resíduos gerados são tóxicos; e logística a ser desenvolvida para colheita. O uso da mamona foi largamente incentivado no Brasil para a produção de biodiesel. Porém, após ocorrer incentivos por parte do Governo Federal para a produção desta oleaginosa levando agricultores das mais variadas regiões do país a iniciar esse cultivo, percebeu-se que tanto o processo da produção do biodiesel era difícil, quanto à sua qualidade não era adequada com os parâmetros estabelecidos pela Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP), o que levou praticamente ao abandono do seu uso na indústria brasileira. Esta característica se deve porque o óleo de mamona apresenta um grupo hidroxila na cadeia carbônica do ácido ricinoléico, que compõe cerca de 90% do óleo de mamona. Tal característica química promove uma maior viscosidade e densidade ao óleo e ao biodiesel, não atendendo, portanto às propriedades desejadas do biocombustível (SUAREZ et al., 2009).
No Norte, o dendê se afigura como uma opção, pois existe mais de 50 milhões de hectares de áreas desmatadas, grande parte das quais com aptidão para o seu plantio. A região norte propicia o aproveitamento de espécies locais entre elas a palma e o babaçu; permite a recuperação de áreas degradadas; integração lavoura-pecuária-floresta; geração de energia elétrica em áreas remotas e de difícil acesso como é o caso da Amazônia; produção de energia para barcos e embarcações (FRANÇA, 2008).
Para as regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, as matérias primas alternativas são a soja, o girassol, o algodão, cana-de-açúcar e a canola. Apresentando características favoráveis para o seu aproveitamento, como: maior demanda e concentração da produção de álcool; melhoria da qualidade do ar das grandes cidades com a redução das emissões do diesel; aproveitamento local da soja e outras oleaginosas; integração lavoura-pecuária e redução do frete para o transporte do diesel das regiões litorâneas (FRANÇA, 2008).
Apesar de todo esse potencial, é necessário efetuar uma avaliação da capacidade de produção de oleaginosas no país, de acordo com a vocação regional, prevendo a expansão de áreas das oleaginosas com domínio tecnológico, bem como o incentivo ao cultivo de oleaginosas perenes, como é o caso do dendê. Com fulcro nas oleaginosas para produção de óleo diesel vegetal, podem-se derivar inúmeras outras oportunidades nas cadeias produtivas, gerando emprego e renda para esse segmento de agricultores (PERES, 2006).