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VISÕES SOBRE A ECONOMIA COLONIAL: A CONTRIBUIÇÃO DO NEGRO

Yolanda Vieira de Abreu y Carlos Alexandre Aires Barros


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RESUMO

O objetivo deste trabalho é analisar o papel do negro no contexto da economia colonial. Estudo realizado por meio de pesquisa bibliográfica, utilizando-se de informações históricas através de fontes secundárias como livros, revistas especializadas, artigos científicos e outros. A investigação buscou comparar duas visões distintas a respeito da economia colonial, especialmente no que se refere ao papel do negro nesse contexto. A visão agroexportadora apresenta a Colônia apenas como um apêndice da metrópole (Portugal), posto seu papel de fornecer produtos primários e metais preciosos ao mercado europeu; recebendo em contrapartida produtos manufaturados oriundos do velho continente. Por outro lado, apresentam-se estudos da historiografia contemporânea que mostram a outra face da economia colonial. Tais pesquisas revelam que havia evidências de integração endógena e que o negro desempenhou papel relevante nessas atividades mercantis, seja como escravo e/ou principalmente na condição de homem livre – alguns até conseguiram se tornar proprietário de escravos. Procura-se, também, à luz da teoria da mais-valia de Marx, desenvolver o conceito de mais-valia na Colônia a partir da teoria do capital escravista-mercantil. A discussão da importância do negro na economia colonial, sob esses dois pontos de vista, permitiu desmistificar a ideia do negro na condição exclusiva de escravo, revelando que sua participação no mercado local foi uma das principais forças propulsoras para acumulação de capital na Colônia.

Palavras-chave: colônia brasileira, participação do negro, mais-valia; escravidão; economia agroexportadora.

1 INTRODUÇÃO

A análise da economia colonial brasileira, ao longo da história, tem sido realizada segundo uma corrente de pensamento econômico que atribui ao Brasil a função de simples fornecedor de produtos primários para as metrópoles europeias – Lisboa e Londres. Essa posição da historiografia tradicional confere à Colônia um papel específico na divisão internacional do trabalho: fornecer bens primários ao mercado externo, como açúcar, algodão, café e metais preciosos. Isso implica a ocorrência de uma economia voltada para a monocultura de exportação, que estabelece uma relação de “fora pra dentro”, pois a ênfase que se dá é em relação à produção de bens que atenda ao mercado externo, recebendo em contrapartida produtos manufaturados.

Essa visão da economia colonial tornou-se, por um longo período, hegemônica em termos de historiografia econômica. Hoje, porém, há outros pesquisadores que procuram mostrar um modelo alternativo ao de Prado Júnior (2006) — principal representante da visão agroexportadora; a fim de incluir o elemento “mercado interno” e outras possibilidades de interpretação da economia colonial.

O modelo interpretativo de Prado Júnior (2006) valoriza a análise “de fora pra dentro”, mostrando que a monocultura agroexportadora possibilitava ao Brasil negociar seus produtos no mercado internacional; em contrapartida importava manufaturados da metrópole, ratificando o pacto colonial. Assim, a visão da existência de um mercado interno fica em segundo plano, considerada uma atividade subsidiária à grande lavoura. As novas pesquisas procuram apresentar uma análise da economia colonial de “dentro pra fora”, a fim de revelar e resgatar a participação de elementos fundamentais para existência da economia agroexportadora, como os pequenos comerciantes, os artesãos, os prestadores de serviços e principalmente a figura do negro, tanto o escravo quanto o alforriado.

Torna-se importante, então, mostrar e valorizar a contribuição do negro na economia colonial, especialmente no que diz respeito a sua atuação como mão de obra produtora de mais-valia e, às vezes, como comerciante no mercado local. Para isso, há necessidade de um estudo exploratório e comparativo entre a visão agroexportadora de Prado Júnior e a visão dos novos estudiosos marxistas, que incluem a importância do mercado interno para a manutenção da economia agroexportadora.

Neste sentido, portanto, buscou-se analisar a importância do negro na formação da economia brasileira, bem como sua contribuição ao comércio interno no período colonial. Além de, evidentemente, tentar desmistificar a ideia do negro apenas como mão de obra escrava a serviço da economia agroexportadora. Embora se saiba que, no início, tenha sido verdade, mas com o tempo essa situação foi se modificando. Durante o período colonial, os negros foram criando suas oportunidades de crescimento e liberdade e tais permitiram que eles pudessem influenciar a sociedade em todos os níveis.

O dilema que este estudo pretende responder é, se no contexto da economia colonial, o negro teve um papel relevante ou foi apenas mão de obra escrava a serviço da grande lavoura de exportação. O objetivo geral é analisar a participação do negro na economia colonial, comparando sua atuação sob a ótica da economia agroexportadora e da teoria marxista. Para que se possa resolver este dilema, propõe-se:.1) Identificar a estrutura da economia agroexportadora e o desenvolvimento do negro na economia colonial (1500 a 1822); 2) Apresentar a atuação do negro na economia colonial segundo à ótica agroexportadora e à visão dos novos marxistas; 3) Observar a presença do negro nos pequenos negócios, destacando sua contribuição ao comércio local; 4) Mostrar a acumulação de capital através da mais-valia retirada do escravo.

Utilizou-se como metodologia, neste trabalho, o método da abordagem dedutiva e a análise histórica para descrever e comparar informações referentes ao tema. A análise das informações históricas foi realizada através de fontes secundárias e bibliográficas, tais como livros, artigos científicos, revistas de circulação nacional, textos da internet e outros. O uso dessas fontes se aplicará pela dificuldade de acesso aos dados primários e, também, pela própria credibilidade dos autores tomados em referência e por se tratar de um estudo histórico do papel do negro na economia colonial entre 1500 a 1822. Iniciou-se comparando dados obtidos sobre o papel do negro na economia colonial, tomando por base as correntes teóricas que versam sobre este assunto. Entre as teorias que embasam este estudo estão os pressupostos mercantilistas do comércio internacional, as teorias clássicas do valor e das vantagens comparativas, e a teoria marxista da mais-valia. À luz dessas teorias, buscou-se explicar e comparar as ideias da historiografia econômica nacional a respeito do papel do negro no Brasil–Colônia. Neste contexto, compara-se a posição de Caio Prado Júnior (2006), Celso Furtado (1995) e Fernando Novais (1995) com a posição de pesquisadores contemporâneos como Iracy Del Nero Costa (1995), Francisco Luna, Júlio Manoel Pires, Antônio Barros de Castro, Jacob Gorender dentre outros.


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