ANÁLISE DE DESEMPENHO
DAS CULTURAS AGRÍCOLAS DA PARAÍBA
Luiz Gonzaga de Sousa
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CONCLUSÕES
Para finalização desta dissertação, parte-se para mencionar algumas conclusões
que foram visualizadas frente à observação dos dados reais e manipulados pelas
fórmulas estatísticas, depois de cotejados com a literatura investigada. Sendo
assim, enxerga-se dos resultados, quanto à primeira hipótese levantada, que foi
que a agricultura paraibana, devido ao subdesenvolvimento do Estado, imagina-se
que seja de baixo grau de intensidade tecnológica, ou fraco desempenho, porque é
freqüente a atuação dos pequenos produtores tradicionais, ou produtores
familiares, cuja produção é para sobrevivência e com fraca comercialização, com
pouca participação governamental, em termos de incentivos/subsídios e as
catástrofes naturais que acontecem nestas regiões.
As conclusões sobre esta questão foram as seguintes: quanto às culturas
permanentes; as microrregiões que são utilizadas de modo agricultura extensivo é
uma maioria expressiva nessas localidades de produção, tais como o Agreste da
Borborema Curimataú, Catolé do Rocha, Litoral Paraibano com, Seridó Paraibano e
Serra do Teixeira, caracterizando então seis microrregiões abaixo da média
paraibana. Fracamente extensivo, tem-se Brejo Paraibano, Cariris Velhos,
Piemonte da Borborema, Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, Depressão do
Alto-Piranhas e Sertão de Cajazeiras. Isto caracteriza produção para
autoconsumo, ou comunidade pobre no cultivo destas culturas.
Para a agricultura pouco intensiva, ou acima do máximo do extensivo, com
respeito aos doze anos, conclui-se que foram as microrregiões: Agreste da
Borborema, Brejo Paraibano, Cariris Velhos, Catolé do Rocha, Piemonte da
Borborema, Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, Depressão do Alto-Piranhas, Sertão de
Cajazeiras e Serra do Teixeira, isto significa dizer, que se usa pouquíssima
modernidade, como foi o caso do Brejo Paraibano, com a maior porcentagem de
intensidade.
Quanto às culturas que estão na faixa do pouco intensivo e ao máximo do
intensivo propriamente dito, não se constatou nenhuma microrregião participando
desta faixa, que é o princípio da modernidade na agricultura paraibana, devido
os altos custos da tecnologia e dos insumos que promovem o progresso rural.
Pois, quanto à última faixa, ou a do altamente intensivo ou moderno, verifica-se
o seu aparecimento em alguns anos discretos, como foi o caso dos Cariris Velhos,
do Piemonte da Borborema e do Litoral Paraibano no ano de 1974, do Brejo
Paraibano e Piemonte da Borborema em 1979, da Depressão do Alto-Piranhas em
1982, do Piemonte da Borborema e da Depressão do Alto-Piranhas em 1990, do
Piemonte da Borborema em 1991 e 1992 e do Agreste da Borborema em 1994. Daí,
conclui-se que a agricultura permanente paraibana se apresenta
extensiva/pouquíssima intensiva, caracterizando pequeno agricultor, que produz
para o autoconsumo.
Para o período investigado, que foi de 1974 a 1997, as conclusões sobre esta
questão quanto às culturas temporárias, as microrregiões que são utilizadas de
modo agricultura extensivo é uma maioria expressiva das microrregiões, tais como
o Agreste da Borborema, Brejo Paraibano, Curimataú, Cariris Velhos, Catolé do
Rocha, Piemonte da Borborema, Seridó Paraibano, Depressão do Baixo Paraíba,
Sertão de Cajazeiras e Serra do Teixeira, caracterizando então onze
microrregiões abaixo da máxima do extensivo. Fracamente extensivo, tem-se
somente Agro-Pastoril do Baixo Paraíba nos anos investigados. Isto caracteriza
mais uma vez como produção para sobrevivência, ou comunidade pobre no cultivo
destas culturas, implementando com pecuária de fraca qualidade.
Para a agricultura pouco intensiva, ou acima do máximo do extensivo, com
respeito aos doze anos, conclui-se com as microrregiões: Brejo Paraibano,
Cariris Velhos, Piemonte da Borborema, Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, Litoral
Paraibano, Sertão de Cajazeiras e Serra do Teixeira. Isto significa dizer, que
se usa pouquíssima modernidade, como foi o caso do Agro-Pastoril do Baixo
Paraíba, com a maior porcentagem de intensidade, nesta faixa, mesmo assim,
precária.
Quanto às culturas que estão na faixa do pouco intensivo e ao máximo do
intensivo propriamente dito, constatou-se somente a microrregião do Litoral
Paraibano, de participação nesta faixa, que é o princípio do moderno na
agricultura, assim mesmo pouco distante de tal modernidade.
Pois, quanto à última faixa, ou a do altamente intensivo ou moderno, não
apareceu nenhuma microrregião participando desta faixa, para ser comparada com
alguma região caracterizada como moderna, como é o caso de São Paulo, Minas
Gerais, Paraná, com o uso das técnicas mais avançadas de produção agrícola no
Brasil.
Portanto, comprova-se a hipótese de que a agricultura paraibana e por
microrregião apresenta-se com sintomas de tecnologia rudimentar, ou agricultura
extensiva, com algumas microrregiões com pouca modernidade, dependendo da
política governamental para aquele ano e tipo de cultura. Portando, daí, podem
se estabelecer políticas que melhorem o desempenho da economia agrícola como um
todo e de adaptação de culturas mais rentáveis nos diversos espaços do estado da
Paraíba.
Desta forma, conclui-se ainda mais que, para culturas permanentes as que mais
sobressaem são: manga, limão e laranja, com o aparecimento de alguma outra e
depois desaparece de novo. Em que respeita aos produtos temporários os mais
comuns são: açúcar, mandioca e tomate, novamente surgindo e em seguida somem sem
justificativa, pois as culturas que os agricultores trabalham são estas que
foram citadas, e que tem pouco valor comercial tanto no mercado interno como
externo, não contribuindo para o desenvolvimento.
Quanto à segunda hipótese, tem-se em mente que a produção agrícola (temporária
ou permanente) do estado da Paraíba é para autoconsumo, pouco diversificada,
porém em certas circunstâncias indica que aquela localidade não tem aproveitado
as economias de localização de tais culturas, denotando baixo valor comercial;
portanto, culturas não exportáveis ao comércio exterior (commodities), cujas
pequenas porções são vendidas em mercado local a baixo preço, para aquisição de
alguns pertences da família. Pois, observa-se que, como primeira conclusão, que
as culturas permanentes tem coeficientes de especialização bem menores do que as
temporárias. A respeito disto, pode-se verificar que todas as microrregiões do
Estado tiveram seu momento (ano) de uma certa especialização em alguns produtos,
dependendo das condições daquele ano. Sendo assim, conclui-se que, quanto às
culturas permanentes, as microrregiões que se apresentaram fracas em termos de
especialização foram os Cariris Velhos e Piemonte da Borborema, indicando uma
certa diversificação de culturas para autoconsumo, ou comércio local. Outras
microrregiões obtiveram valores medianos, como foi o caso do Seridó Paraibano e
Catolé do Rocha, não caracterizando cultivo de culturas exportáveis, mas um
trabalho familiar, ou trabalho intensivo.
Todavia, quanto às culturas temporárias resultaram de fraca especialização, as
culturas das microrregiões do Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, do Brejo
Paraibano, do Piemonte da Borborema e do Litoral Paraibano. Não obstante, foram
bastante fortes as microrregiões dos Cariris Velhos, do Seridó Paraibano, do
Agreste da Borborema e do Curimataú. Sem dúvida, valores altos, não por política
agrícola do Estado, ou programas do Governo Federal, porém pelo aproveitamento
das oportunidades de chuvas, mesmo temporárias e utilização excessiva da
mão-de-obra disponível do campo, cujo morador vizinho não quis se aventurar
pelas plagas distantes em busca de um melhor nível de vida e de sua família.
Assim, ratifica-se a hipótese, com algumas exceções, das culturas permanentes e
temporárias, de que o mercado local ou internacional, não absorve em seu
comércio a maioria das culturas do Estado da Paraíba, por não conseguir
vantagens comparativas que se apresentam numa diminuição dos custos nos países
importadores, cuja concentração se dá para o comércio local a preços aviltados,
especificamente para o caso de culturas temporárias, que têm os “maiores”
coeficientes de especialização. No entanto, no geral as culturas nas
microrregiões paraibanas não se apresentam como captadoras de divisas para
dinamizarem o desenvolvimento agrícola interno, caracterizando-se mais,
agricultura de subsistência, como já foi colocado.
Para a justificativa da terceira hipótese, que é de que o grau de localização de
algumas culturas agrícolas exportáveis, ou comercializáveis ou não das
microrregiões paraibanas indica que aquele ambiente não é bem aproveitado pelas
economias de localização, quer pela cultura permanente ou temporária, pois,
algumas outras são bastante exploradas neste ambiente rural. Entretanto,
verifica-se daí mais uma conclusão extraída dessa hipótese que foi levantada, é
que, as culturas de subsistência são menos concentradas, do que aquelas para
exportação, ou que participem de programas de governo que visem aumentar a renda
estadual e que são concentradas em poucas culturas comercializáveis no exterior
a preços que cobrem seus custos. Assim sendo, é essencial que sejam
identificadas as culturas que participem dessa especialização, se é que existem,
em serem produtos exportáveis e/ou comercializáveis internamente para o aumento
do bem-estar das famílias dos agricultores de cada microrregião do estado
paraibano.
No que respeita à identificação de culturas fundamentais em cada microrregião,
no caso das permanentes, conclui-se que têm a mais baixa localização as culturas
coco da baía, no Agreste da Borborema e no Brejo Paraibano; mamão, no Curimataú
e no Sertão de Cajazeiras; sisal, no Piemonte da Borborema e na Depressão do
Alto-Piranhas; caju e limão, no Agro-Pastoril do Baixo Paraíba e banana, no
Seridó Paraibano. Quanto àquelas que a terra tem alta propensão à localização,
conclui-se que foram: sisal no Curimataú; uva, nos Cariris Velhos; Algodão
Arbóreo, café e pimenta do reino, no Seridó Paraibano; café, abacate e caju, na
Serra do Teixeira. Com relação às culturas para matérias-primas as mais
importantes foram algodão arbóreo no Seridó Paraibano e na Depressão do
Alto-Piranhas, café na Serra do Teixeira e nos Cariris Velhos fracos, caju no
Seridó Paraibano e na Serra do Teixeira fraco, coco da baía na Depressão do
Alto-Piranhas, no Sertão de Cajazeiras e no Litoral Paraibano fracos; quanto a
culturas alimentícias resultaram fracos: banana nos Cariris Velhos e no Brejo
Paraibano e laranja fraca no Brejo Paraibano e exportação com a boa posição do
sisal. Todas as microrregiões produzem banana, coco da baía, laranja e mamão e
muitas outras não produzem todas as culturas.
Com relação às culturas temporárias, conclui-se que, as culturas de baixa
localização, isto significar dizer, as de fraca propensão a localizar-se em
determinada área foram: abacaxi, no Agreste da Borborema; algodão herbáceo e
tomate, no Brejo Paraibano; arroz, no Curimataú, no Litoral Paraibano e no
Agro-Pastoril do Baixo Paraíba; cana de açúcar, nos Cariris Velhos; tomate, no
Piemonte da Borborema e no Litoral Paraibano; mandioca, na Depressão do
Alto-Piranhas. Já no tocante às culturas de forte localização conclui-se que
foram as seguintes: mamona, na Serra do Teixeira; fumo, no Catolé do Rocha;
cebola, fava e alho, nos Cariris Velhos; batata inglesa, no Agreste da Borborema
e melancia, no Seridó Paraibano.
No que respeita às culturas utilizadas como matérias-primas, têm-se fracos
níveis para abacaxi no Piemonte da Borborema e no Agro-Pastoril do Baixo
Paraíba; algodão herbáceo com bom desempenho no Catolé do Rocha, na Depressão do
Alto-Piranhas e no Sertão de Cajazeiras; cana de açúcar fraco no Litoral
Paraibano e no Agro-Pastoril do Baixo Paraíba; mamona na Serra do Teixeira, na
Depressão do Alto-Piranhas e nos Cariris Velhos e tomate nos Cariris Velhos, no
Seridó Paraibano e na Depressão do Alto-Piranhas com bons índices e na Serra do
Teixeira, no Agreste da Borborema e no Sertão de Cajazeiras fraco. Quanto à
alimentícia teve arroz na Depressão do Alto-Piranhas, no Sertão de Cajazeiras e
no Catolé do Rocha, mandioca no Agreste da Borborema, no Curimataú, no Piemonte
da Borborema e no Brejo Paraibano e milho na Serra do Teixeira, nos Cariris
Velhos, no Sertão de Cajazeiras, no Seridó Paraibano, na Depressão do
Alto-Piranhas, no Catolé do Rocha e no Curimataú, estes dois últimos fracos. Nos
de exportação, fumo no Catolé do Rocha, na Depressão do Alto-Piranhas e no
Seridó Paraibano com índices bastante bons. Muitas microrregiões não produzem
todas as culturas devido às condições de localidade. No entanto, todas as
microrregiões só produzem tomate, milho, mandioca, feijão, batata doce e algodão
herbáceo.
Finalmente, algumas microrregiões, tanto para culturas permanentes, como
temporárias, têm propriedades naturais que melhor podem ser alocados alguns
tipos de cultura, sem depender de artifícios químicos ou biológicos e algumas
outras não, sendo as inovações humanas e tecnológicas necessárias para aumentar
a produtividade da terra nestas localidades, que pouco chovem, ou as terras já
foram enfraquecidas pelo tempo e utilização sem descanso, como é o costume dos
antigos, que pode ser bastante aplicado nos tempos modernos, devido ainda não
ter chegado o avanço tecnológico.