TERRA DE DEUS, TERRA DE IRMÃOS
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

ÉTICA E SOCIEDADE

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

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TERRA DE DEUS, TERRA DE IRMÃOS.

Um dos maiores problemas da humanidade é a distribuição de terra mal feita em todas as épocas, pois muitos séculos antes do nascimento de CRISTO, registram-se as maiores dificuldades que os homens passaram quanto a este problema. Para não ir muito distante, constata-se na Bíblia o famoso êxodo do povo do Egito, quando viviam em uma feroz escravidão, e decidiram ir de encontro à terra prometida por DEUS. Isto é uma pequena prova de que o sofrimento do povo escravo poderia ser amenizado, quando em suas próprias terras pudesse produzir sua subsistência sem um patrão usurpador, e sem um faraó ditador, a procura de ganhos excessivos em suas atividades econômicas e políticas, para implantar seu poder imperioso.

Em tempos mais recentes, alguns filósofos e padres abnegados se preocuparam com o futuro da humanidade. A exemplo disto, pode-se citar Sir Robert MALTHUS (1817) que viu a população do mundo se multiplicar em uma proporção geométrica, isto significa dizer, crescer muito mais rápido do que o nível de produção gerado para esta mesma humanidade. A população estava se transbordando, cujos métodos naturais já não conseguiam controlar esse povo excessivo, com o nível de crescimento do produto gerado que era bem inferior, desta forma estava gerada a grande calamidade que os habitantes do mundo acompanhariam. Isto forçou a formação de um exército de reserva que aperfeiçoou a concentração do capital, e a criação dos grandes monopólios internacionais.

Alguns estudiosos debruçaram nesta problemática, e começaram a alertar aos comandantes do mundo, as dificuldades que advirão, decorrentes da privatização da terra que Deus deixou para que todos vivessem nela, com o suor de seu rosto. O que aconteceu foi o contrário, essa privatização deixou o comportamento humano totalmente adverso, em primeira instância, expulsando o homem do campo e, em segundo lugar, criando as patologias sociais que nenhum cientista social conseguiu resolve-las, com a sua sapiência de observador. A prostituição, as drogas, o impulso de fazer o mal, os cortiços são anomalias que a humanidade criou justamente por conta da expulsão do homem do campo que busca sobrevivência a todo custo como é natural.

Com o crescimento da população mundial, o problema da terra tem se avolumado abruptamente e isto devido aos poderosos monopolistas que hoje imperam. A guerra Irã-Iraque como exemplo, e algumas outras são formas naturais de contenção da população, porém o aspecto religioso encobre que é a população volumosa, a principal causadora daquilo que se chamou guerra santa. Um outro exemplo, são os conflitos na África contra o racismo. Não se pode esquecer o caso do Haiti, e algumas colônias que vivem se matando todos os dias. Essas lutas são instrumentos de manutenção da garantia por um pedaço de terra, para se viver condignamente, sem problemas de cor, raça, religião, ou outras coisas mais.

Mas, a população não é excessiva somente lá na Europa e na África. Aqui no Brasil existem espaços excessivamente concentradores de povos, e isto implica problemas os mais diversos possíveis, entretanto, os donos do poder coíbem uma vida condigna para essa população. Nesta ótica, crescem os cortiços, as favelas, os edifícios superpovoados, os conflitos de terra, e a marginalização urbana. Para a aquisição de um teto para morar as dificuldades são muito grandes, devido aos altos preços dos imóveis, e os reajustes das prestações serem insuportáveis. Assim, não se consegue ter uma residência, nem tão pouco uma pousada para algumas poucas horas de descanso.

Todavia, vê-se uma grande porção de terra desabitada, e diversos países continuam superlotados, por conta do descontrole da natalidade, e da falta de organização existentes em países, tal como na índia, na China, em alguma parte da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil. Havendo maior organização no campo, não com apadrinhamentos, mas com objetivo de incentivar a produção rural, talvez os problemas que cercam o mundo não estariam com tal tamanho, e o povo vivesse um pouco melhor. A Campanha "Terra de Deus, terra de irmãos" exerceria uma eficácia muito grande, ao verificar que a terra em si não é algo que serve como elemento de especulação, porém instrumento de trabalho dado pela natureza para usufruto de todos, e sem pagamento monetário.

Sabe-se que a terra hoje em dia, além de servir como instrumento de especulação, também tem o caráter de prestígio em termos de crediário para se conseguirem altas somas de empréstimos para serem desviados para negócios particulares, e exploração de indefesos. No Brasil, como no resto do mundo, a quantidade de terra não explorada, e pertencendo a alguém particular é muito grande, que tem algum objetivo que não é o de cunho social, de ajuda aos necessitados, que morrem na miséria, ou vão à cidade grande em busca de sobrevivência. É aí onde se faz ver a real função social da terra, que é a de produzir para a humanidade, e proporcionar condições de sobrevivência a todos os seus participantes na produção de produtos básicos, frutos de Deus para todos que necessitam se alimentar diariamente.

Diante de tudo isto que foi levantado, pergunta-se: como foram povoados os Estados Unidos da América? Como foram povoadas as terras brasileiras? E, como são trabalhadas as terras indígenas hoje em dia? Neste contexto, os índios americanos não são diferentes dos índios do resto do mundo, pois foram massacrados, expropriadas as suas terras, não a troco de subsistência, mas em busca de exploração e especulação que sempre norteou o homem branco. No Brasil aconteceu a mesma coisa, só que no século XXI, diante de tanto progresso tecnológico que envolve o mundo moderno não deveria acontecer tanta barbaridade, e em frente às autoridades. Nisto não se tem a "terra de Deus, terra de irmãos", mas de quem tem o poder, e usa intensivamente com objetivo de matar, e tomar conta de algo que não lhe pertence dentro das leis divinas, ou ordem natural das coisas.

As terras brasileiras são mal divididas, concentrando-se sem utilização nas mãos de poucos, com objetivos de usufruírem de algumas concessões financeiras, cedidas pelo Estado e, desta forma, cresce o latifúndio que muitas vezes, nada produz, em toda região do Norte/Nordeste do país. Essas terras, nas mãos de poucos geram os famosos conflitos no campo, como é o caso de Alagamar, em Alagoa Grande (PB), e muitas outras cidades interioranas do Nordeste. Além disto, o programa do governo no desenvolvimento do álcool, gerou uma expulsão dos habitantes do campo para a cidade, pondo em dificuldade as culturas de subsistência, que constituem o pão de cada dia do povo da região.

Hoje se fala em reforma agrária. Que tipo de reforma agrária se precisa? Como a fazer, se o campo está entregue às multinacionais, e aos poderosos senhores latifundiários? Não se pode fazer uma reforma agrária distribuindo terras, simplesmente como uma dádiva de um governo que se diz progressita. Uma reforma agrária parte de uma tomada de consciência do homem do campo. Parte de uma distribuição de terras para aqueles que querem trabalhar. E, parte de um princípio de que todos são iguais perante a Lei, cujo trabalho é um direito de todos, pois isto não acontece só no território brasileiro. Assim sem, a reforma agrária é uma balela que tenta angariar votos em tempos de eleição.

"Terra de Deus, terra de irmãos" significa que todos têm o direito a viver na terra com o trabalho no campo, com as moradias nas cidades, com a produção nacional, com o emprego para manter a sua sobrevivência populacional. O que se observa nos dias modernos é o desemprego galopante, porque o mercado de trabalho não absolve a mão-de-obra egressa do campo em busca de melhor sobrevivência na cidade, entretanto, não encontra o esperado, e é neste sentido que nasce a marginalização, aumentando os problemas das cidades, e do campo. Em grande parte da África, milhares e milhares de pessoas morrem de fome, e com terra suficiente para todos, só que não tem a atenção necessária para uma melhor exploração onde todos participem, e vivam bem.

Não se deve fomentar o ódio contra os latifundiários, ou o poder no campo, mas lutar em favor de uma participação sem guerra, dentro do princípio do processo de conscientização que todos devem reivindicar com paciência e resignação. JESUS teria pregado a harmonia entre todos os seres viventes, indistintamente em ser pobre ou rico, em ser preto ou branco, em ser americano ou europeu, e teria dito objetivamente: dai a Cesar o que é de Cesar, isto significa dizer, as coisas do mundo são do mundo, mas têm que ser distribuídas proporcionalmente. Do mesmo modo, MOISÉS teria retirado milhares de escravos do sofrimento, e mostrado que existe terra para todos que querem trabalhar e ganhar a vida com o suor de seu trabalho.

Frente a esta conjuntura internacional quanto ao problema da terra, é que a igreja lança a campanha “terra de Deus, terra de irmãos". Isto não significa dizer que se partiu para uma campanha pela reforma agrária brasileira, pois isto é uma mera coincidência que vale a pena acoplar à luta pela reforma agrária deste país, de dimensão fica sem sentido para o crescimento de todos do campo. Porém, uma reforma agrária sem uma reforma bancária não vale a pena.  O sustentáculo do agricultor não é somente a terra em si, mas o capital que faz sua terra produtiva, e valiosa. Com esta campanha, e outras que já se foram, a igreja assume seu papel de apoio aos pobres que perambulam por este mundo afora. "Terra de Deus, terra de irmãos" é um slogan forte para um momento propício que é a luta por uma reforma agrária democrática e urgente.

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