Tesis doctorales de Economía

 

TURISMO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: UMA ANÁLISE URBANO-REGIONAL BASEADA EM CLUSTER

Jorge Antonio Santos Silva

 

 

 

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3.1.2. O conceito do multiplicador aplicado ao turismo

A noção do multiplicador relacionada à atividade turística corresponde a um conceito simples e de fácil verificação na realidade. O dinheiro deixado pelo turista, pelo pagamento do hotel e da estada, por exemplo, tende a passar pelos diversos setores da economia. Esta primitiva despesa não fica nas maõs do hoteleiro ou do dono do restaurante que a recebe, sendo utilizada para pagamento dos vários bens e serviços necessários a estes últimos para assegurar os serviços requisitados pelo turista.

Neste processo, de acordo com Sessa (1983), uma quantidade de moeda “inferior”, referente à parte do lucro e da remuneração, sobra nas mãos dos primitivos agentes econômicos, que as transferem aos agentes econômicos de outros setores. Na série de transferências que se sucede, também a moeda originada em seguida da primitiva despesa do turista vem, num determinado período de tempo, a propagar-se pelos vários setores da economia, ativando-a em seu complexo e contribuindo para incrementar de maneira mais que proporcional a renda nacional.

O consumo turístico, no curso das contínuas passagens através da economia nacional, dá origem a novas rendas, que numa medida mais “inferior”, se transformarão em consumos não mais turísticos. Em outra medida, ainda mais reduzida, se transformarão em poupança, a qual poderá se transformar em investimento na própria atividade turística ou em outra atividade produtiva, dando-se início a um novo ciclo.

A riqueza que o turismo gera não se limita à que se origina nos setores econômicos em contato direto com a demanda turística. O consumo turístico afeta a maioria dos setores componentes do sistema econômico em tres forma de projeção: via produção, via renda e via investimento.

Através da produção, para cobrir as necessidades da demanda (que satisfaz suas exigências mediante o pagamento do preço); as empresas fornecedoras dos turistas necessitam de bens e serviços que lhes são prestados por outras empresas, e assim continuamente, até extinguir-se a cadeia, em número indefinido de rotações ou saltos, com o gasto inicial convertendo-se em um valor muito superior.

A ação via renda tem sua expressåo na criação de riqueza, que as rendas salariais e de capital geradas no processo produtivo por sua vez originam, mediante a compra de bens e serviços que as pessoas envolvidas [...] necessitam para atender suas próprias demandas, [tradução livre nossa]. (FIGUEROLA, 1985, p. 170).

O incremento do investimento causará um acréscimo na renda nacional de uma determinada quantidade que resultará superior à quantidade do próprio incremento do investimento, ou seja, o investimento obtém um efeito ampliado sobre a renda nacional.

O conceito de multiplicador foi desenvolvido a partir do multiplicador do investimento da Teoria Geral de Keynes, como já comentado no capítulo 1, item 1.2.1 e no capítulo 2, item 2.1.3 desta tese:

K = 1 , onde:

1 - ∆C

∆R

∆C = variação do consumo;

∆R = variação da renda;

∆C = propensão marginal a consumir.

∆R

As adaptações deste multiplicador para o turismo, resultaram expressões como as que se detalham a seguir.

Figuerola (1985, p. 172), sugere um método aproximativo de chegar-se ao efeito multiplicador, dado pelo quociente entre a agregação da produção envolvida pelo gasto dos turistas, mais o total das rendas originadas, menos os lucros da exploração e amortizações, dividido pelo gasto inicial dos turistas:

K =  [P1+P2+Y1+Y2-(L1+L2+A1+A2)] , onde:

GT

P1 + P2 = produção direta e indireta;

Y1 + Y2 = rendas diretas e indiretas;

L1 + L2 = excedente direto e indireto;

A1 + A2 = amortização direta e indireta;

GT = gasto inicial de turismo.

Para Fúster (1974 p. 119), conhecendo-se para determinado país a renda nacional (R), os investimentos (I), os ingressos por turismo (T) e os saldos da balança comercial (Bc), em termos diferenciais (incremento entre dois anos), o efeito multiplicador (m) pode ser obtido pela fórmula:

m = dR , de onde,

dI+dT+dBc

deduzindo-se o efeito do turismo sobre a renda, pela relação tem-se que m.dT = 100.

dR

Em Rabahy (1990, p. 59), encontramos a expressão:

∆Y = 1 . ∆T,

1-b+m+r

onde K (multiplicador) = 1 , sendo:

1-b+m+r

Y = renda nacional;

b = propensão marginal a consumir;

m = propensão a importar;

r = propensão a arrecadar;

T = gastos dos turistas.

Na ótica da BAHIA (Estado). Companhia de Desenvolvimento do Recôncavo (1970, p. 2.12), o multiplicador turístico revela o incremento produzido na renda social como conseqüência de uma injeção de receitas turísticas:

K= 1 , onde:

s+ea

s = propensão marginal a poupar,

ea = propensão marginal a gastar no exterior

A determinação do multiplicador exige conhecimento detalhado da contabilidade social da região em estudo, principalmente das relações inter-regionais. O multiplicador depende ainda da continuidade dos gastos, dado que seus efeitos indiretos são decrescentes, ou seja, a cada nova transação vai tendendo a zero, numa velocidade que está associada ao grau de integração da estrutura produtiva da região ou país.

Tendo em vista as relações funcionais, setoriais e regionais próprias da atividade turística, e considerando as especificidades e o estágio de desenvolvimento de determinado país, a opção entre as diferentes formas de estimar-se o multiplicador turístico deverá ser orientada em função da disponibilidade de informações estatísticas e dos objetivos pretendidos, possibilitando formar-se uma base para o planejamento e a implementação de ações.

Torna-se necessário qualificar e relativizar a aplicação do conceito de multiplicador ao turismo. Na verdade, quanto mais se consome, mais o multiplicador será elevado e maior será a propensão de acréscimo da renda nacional. Mas, se a propensão marginal ao consumo eleva a dimensão do multiplicador, a propensão marginal à poupança pode diminui-lo. A parte de uma nova renda que se transforma em poupança ao invés de consumo, diminui a velocidade do multiplicador, incidindo negativamente em sua dimensão e consequentemente, sobre sua capacidade de acréscimo na renda nacional.

A respeito dos valores dos diversos multiplicadores, a investigação crítica revela:

 que os resultados dos vários multiplicadores não intervêm, necessariamente, ao final de um ano;

 que os multiplicadores não levam em conta as fugas devidas à poupança e aos impostos;

 que o multiplicador da renda de um valor adjunto inicial não difere de forma sensível, dos multiplicadores análogos em outros setores econômicos;

 que pela estimativa desta atividade podem ser tomados em consideração outros fatores, tais como: o coeficiente marginal de capital, o emprego, as rendas das exportações e a taxa de crescimento.

Segundo Sessa (1983), o valor do multiplicador poderá ser reduzido por tres ordens de causa, que sob a forma de fugas, se verificam na passagem dos vários períodos intermediários, desde a primitiva despesa turística no circuito econômico nacional e até o momento do seu definitivo desaparecimento.

A primeira, e a principal, é relativa à parte da demanda adicional (isto é, derivada como “nova” das despesas [realizadas] através das novas rendas), que se endereçará às exportações. [...] A segunda é coligada à porçåo da nova renda que será tirada pela tributação. Na qual não resultam todas as novas rendas assim determinadas, pois uma parte corresponde ao que é gasto nas famílias ou nas empresas. Mas, uma parcela significativa é eliminada no circuito econômico sob a forma de tributos e de contribuições sacadas pelas autoridades públicas. [...] A terceira é relativa ao acúmulo de riqueza (entendido como a porçåo da renda nåo emitida no circuito econômico), que contribuirá para diminuir os efeitos induzidos da despesa turística. (SESSA, 1983, p. 64-65).

Outro aspecto importante, é a influência da velocidade de circulação do dinheiro, pois, quanto mais rapidamente, em um país ou região, circule o dinheiro, maior número de transações poderá produzir-se ao longo do ano.

Deverá se considerar também, a dimensão ou âmbito de estimativa do multiplicador, se a um entorno nacional ou regional, neste caso se produzirá um maior número de fugas, e inclusive mais intensas, em razão das múltiplas transferências regionais que se originarão.

Ainda que possa parecer que cada unidade de divisa deixada pelo turismo multiplica várias vezes seu efeito sobre a economia na qual ingressa, a realidade é que tal efeito é muito variável e depende, tanto da dimensão geográfico-econômica do país ou região (para um maior tamanho, maiores efeitos multiplicadores), como de uma série de efeitos econômicos induzidos ou originais, que, em qualquer caso, são facilmente alteráveis. Haja vista, os efeitos inflacionários da concentração da demanda no tempo e no espaço, assim como, a relativa rigidez da oferta, o que poderia anular os efeitos multiplicadores, que se produzem em nível de rendas, porém não de capacidade de compra.

Também é constante a dificuldade de valoração do conhecimento preciso do fator tempo, o problema da noção do período de ingresso; a velocidade da circulação do dinheiro; a intensidade da propensão a consumir. Uma outra crítica ao conceito do multiplicador turístico concerne ao conteúdo da renda que é multiplicada.

Normalmente esta se relaciona com o produto nacional bruto obtido pela soma dos lucros brutos, salários brutos e rendas e juros percebidos por cada setor. [...] não tem sido prática normal calcular a renda interna, que é o agregado mais relevante desde o ponto de vista dos países em vias de desenvolvimento. As diferenças entre o produto nacional bruto e a renda interna surgem por causa da propriedade estrangeira de fatores de produção e do emprego de trabalhadores estrangeiros na economia nacional; tanto um como outro têm que ser provavelmente importantes em alguns setores de países em desenvolvimento. Se pode, por conseguinte, assentar dois princípios. Primeiro, as crescentes rendas dos estrangeiros que não são residentes junto com as rendas diretamente transferidas de estrangeiros residentes, têm que ser diferenciadas em cada setor, posto que tais rendas não voltarão a ser gastas na economia e não podem ter efeitos multiplicadores. Em vista da importância dos proprietários estrangeiros na “indústria” turística e o emprego de estrangeiros em postos mais especializados, parece verossímel que o multiplicador da renda interna possa ser significativamente mais baixo que o do produto nacional bruto. [...] Segundo que, os diferentes setores exportadores têm diferentes exigências diretas e indiretas de inputs primários por dólares. [...] os ingressos turísticos podem ter um elevado conteúdo importador e, consequentemente, um menor valor agregado por cada divisa obtida, especialmente quando se tomam em consideração os ajustes relativos aos lucros transferidos para o exterior e às crescentes rendas pertencentes a trabalhadores estrangeiros, [tradução livre nossa]. (BRYDEN, 1973, apud ESTEVE SECALL, 1983, p. 291-294).

Desta forma, um importante percentual das divisas entradas pode voltar a sair, sem fazer sentir-se nenhum efeito sobre a economia do país ou pólo regional receptor.

Furió Blasco (1994), apresenta a opinião expressada por P. Lecordier de respeito ao conceito do multiplicador referenciado ao turismo:

... se o conceito de multiplicador é sedutor desde o ponto de vista teórico, é extremamente limitado em sua utilização prática. Sobretudo [porque], postula implicitamente a homogeneidade do turismo, [sendo] porém evidente, que o fenômeno ao qual se está referindo não tem nada de homogêneo. Posto que o mercado turístico está segmentado em diversos mercados ou submercados [estaduais e municipais], [tradução livre nossa]. (LECORDIER, 1979, apud FURIÓ BLASCO, 1994, p. 116).

Segundo Goded Salto (1998), para a corrente de autores que adotam uma postura positivista em relação ao turismo, a atividade tem o potencial de gerar renda de forma direta, a qual se reparte entre os fatores produtivos empregados no “setor”, mas também proporciona, através do efeito multiplicador, rendimentos indiretos aos fatores produtivos empregados nos setores fornecedores das empresas turísticas, além de rendas induzidas derivadas do gasto realizado pelos receptores das anteriores categorias de renda. Uma característica particular do multiplicador do turismo, portanto, é a sua amplitude, pois o gasto por turismo afeta uma ampla variedade de setores produtivos. Neste processo, no entanto, podem ocorrer numerosas fugas ou vazamentos que reduzem o efeito final do turismo na economia – abastecimento através de importações, repatriação de salários e lucros de fatores de produção estrangeiros, etc.

Investigando a capacidade dinamizadora que apresenta a atividade do turismo para o Uruguai, ou seja, como repercute em termos de geração de riqueza e de emprego cada unidade de demanda turística na economia uruguaia, Armellini Di Santi e Isabella Revetria (2003) constataram que isto irá depender da distribuição da demanda turística entre os diferentes setores da economia, assim como das estruturas de insumos, e, portanto, da capacidade de espraiamento ou transbordamento destes setores produtivos estimulados de maneira direta ou indireta.

[...] a atividade turística apresenta algumas características que a distingue em suas possibilidades de dinamizar o resto da economia: a forte presença de bens e serviços não permutáveis (alojamento, restaurantes, serviços de transporte, etc.), que caracteriza o consumo dos turistas, sugere que as fugas por consumo de produtos finais e intermediários importados sejam relativamente pequenas. A constatação deste fato conduz à [...] hipótese [de que]: a demanda final turística tem um maior efeito multiplicador no emprego e no valor agregado bruto que a média da utilização final da economia [uruguaia], [grifo nosso], [tradução livre nossa]. (ARMELLINI Di SANTI E ISABELLA REVETRIA, 2003, p. 3).

A afirmação e a constatação que os autores explicitam acima podem corresponder à realidade do turismo uruguaio, porém não devem ser tomadas como válidas, de modo linear, para outros países. Isto porque o dimensionamento das fugas e do efeito multiplicador irá depender do peso que o turismo tenha na economia nacional de cada país analisado, bem como da representatividade do turismo internacional e do grau em que as necessidades desta demanda serão satisfeitas mediante o provimento via importações, de produtos e serviços finais e intermediários, de recursos humanos e de capitais.

Também por influência da realização ou aumento do gasto turístico, se criará emprego em diversos setores direta ou indiretamente beneficiados pela atividade do turismo. Smaoui, mencionado por Goded Salto (1998), considera que o investimento turístico gera três categorias de emprego: emprego direto em empresas que vendem bens e serviços aos turistas – hotéis, restaurantes, empresas de transporte ou o comércio em geral; emprego indireto em atividades que fornecem bens e serviços às empresas turísticas – agricultura, artesanato, certas indústrias leves de âmbito local; e emprego “induzido” gerado no setor da construção e em determinadas indústrias de bens de capital.

Esses efeitos positivos do turismo se manifestam com maior intensidade à escala regional, embora, a este nível, como Goded Salto comenta, as possíveis fugas ou interrupções dos processos em cadeia geradores de renda, são de muita maior dimensão e intensidade dos que se verificam a nível nacional.

É fácil compreender que o município ou região, devido aos condicionamentos que sua escassa dimensão econômica lhe impõe, deverá realizar numerosas compras fora do seu próprio território, deixando de aparecer, desde este momento, encadeamentos favoráveis para o desenvolvimento da área considerada, [tradução livre nossa]. (GODED SALTO, 1998, p. 86).

Para medir o alcance do efeito multiplicador, a autora realça a recomendação de Muñoz de Escalona (1992), que descrevendo o que considera “produtos dos países visitáveis que são vendíveis aos turistas”, sugere que se elabore uma lista de mercadorias e serviços cuja venda pode elevar-se com a entrada de turistas e reduzir-se com as saídas de residentes, deste modo, seriam beneficiados os setores que produzem bens e serviços cuja exportação apresente grande dificuldades, ou seja praticamente impossível de se realizar.

[...] se trata de produtos cujo deslocamento econômico é impossível. [...] se está fazendo referência a todas aquelas linhas produtivas cultivadas em unidades de pequeno tamanho como os estabelecimentos comerciais de venda a varejo, as oficinas de artesanato e as culturas de hortaliças [hortifrutigranjeiros de um modo geral], cujos produtos se orientam ao mercado interno e, às vezes, ao mercado local, por sua incapacidade de competir em mercados mais amplos, dominados por empresas que se beneficiam de fortes economias de escala, [tradução livre nossa]. (MUÑOZ DE ESCALONA, 1992, p. 37)

Além do impacto quantitativo, o turismo provoca também um impacto qualitativo sobre o consumo de uma determinada zona ou região, o qual, de acordo com Goded Salto (1998), não tem sido muito considerado.

Na medida em que a expansão turística contribue a gerar um processo de desenvolvimento em cadeia, também incide, direta ou indiretamente, nas modificações que se operam nas estruturas do gasto. O sentido destas transformações é bastante conhecido: a elevação do nível de vida traz consigo um menor peso dos produtos primários na demanda total, uma vez que aumenta o protagonismo dos produtos industriais e dos serviços no orçamento das famílias, [tradução livre nossa]. (GODED SALTO, 1998, p. 94).

É importante frisar, como bem colocado pela autora, que uma parte, por vezes significativa, do propalado aporte de divisas propiciado pelo turismo, não chega nem a entrar no país receptor. Dado que o produto turístico se comercializa, cada vez mais, através de pacotes que englobam uma vasta gama de serviços, ao pagar-se por eles, adiantadamente, nos países emissores, uma grande parcela do dinheiro desembolsado pelos turistas nem sequer chegará a entrar no país de destino.

O “setor” se caracteriza, precisamente, por uma crescente integração vertical; assim, é cada vez mais habitual que uma mesma companhia seja proprietária, simultaneamente, de empresas aéreas, de cadeia hoteleira e de uma agência de viagens, ou de empresas locais de aluguel de veículos. Nestas circunstâncias, a proporção do preço total do pacote turístico que recebe o país anfitrião, pode chegar a ser muito reduzida, [tradução livre nossa]. (GODED SALTO, 1998, p. 114-115).

Uma possível solução para o problema do controle externo dos fluxos turísticos, sugerida por Erbes, mencionado por Goded Salto, seria a tentativa dos países receptores, de um modo geral países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, de implantar nos mercados emissores suas próprias entidades promotoras-organizadoras de estadias turísticas. Dadas as dificuldades que a criação de intermediários turísticos de capital nacional trariam para esses países, Erbes recomenda que os mesmos criem organismos que envolvam os diversos grupos de interesses para, entre outras ações, fixar tarifas mínimas para os produtos turísticos comercializados nos mercados internacionais pelos operadores turísticos.

Neste sentido, e com a nomenclatura própria da sua concepção teórica, que aborda o turismo sob o enfoque de oferta, Muñoz de Escalona (1990) questiona: como poderia defender-se a produção paraturística dos países receptores de um processo que está erodindo não apenas os seus lucros empresariais mas também o meio ambiente e muitos recursos não renováveis? Ele sugere que os empresários dos setores auxiliares do turismo localizados nesses países, poderiam constituir um ou vários operadores turísticos capazes de elaborar produtos turísticos de alta qualidade, utilizando técnicas próprias, além de inputs nacionais, na medida do possível.

Não seria necessário, no entanto, ter um operador turístico do país atuando nos países de residência dos turistas. Inicialmente bastaria que se elaborassem produtos turísticos vinculados a um determinado destino, a serem oferecidos aos operadores turísticos estrangeiros, cujo modo de atuação tem consistido até então em comprar os produtos paraturísticos dos países receptores, empacotá-los e vendê-los de uma forma massiva e indiferenciada. A futura constituição de uma empresa turística para dedicar-se à elaboração de produtos turísticos aproveitando-se de inputs locais, seria um passo mais ambicioso. Tal empresa integraria em sua estrutura, direcionada para o planejamento, gestão e distribução desses produtos – incluindo o estratégico aspecto da marca, membros de órgãos governamentais, da iniciativa privada e de outros grupos representativos da sociedade local ou regional.

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