Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


HERMENÊUTICA DE PROFUNDIDADE E SUAS POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS: UM LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA COM ESSA METODOLOGIA

Autores e infomación del artículo

Reneo Pedro Prediger*

Luciana Scherer **

Sérgio Luis Allebrandt ***

UNIJUÍ, Brasil

reneo.prediger@gmail.com

RESUMO

A Hermenêutica de Profundidade é um referencial teórico-metodológico proposto por John Thompson, sociólogo britânico, como instrumento para análise do contexto de formação e interpretação de formas simbólicas. Utilizado pelas áreas da Sociologia e da Comunicação, esse referencial propõe uma interpretação do fenômeno em diferentes contextos. O presente artigo apresenta uma análise sobre a Hermenêutica de Profundidade, realizando, além de uma apresentação teórica, um levantamento bibliométrico sobre estudos realizados sob a orientação dessa metodologia, em 04 bases de dados online: REDALYC, SCIELO, SPELL e a IBICT. Fez-se uso de metodologias descritivas e exploratórias, de caráter quantitativo, com a utilização de pesquisas bibliográfica e bibliométrica. Os resultados apontam para 54 teses, 86 dissertações e 67 artigos abordando a Hermenêutica Profunda como referencial teórico-metodológico. O levantamento bibliométrico, aliado a discussão teórica sobre esse referencial, contribui na orientação de reflexões de pesquisadores interessados em trabalhar com o tema, permitindo foco de pesquisa diante literatura e das publicações sobre o assunto.

Palavras chave: Hermenêutica de Profundidade, Metodologia, Pesquisa Social, Levantamento Bibliométrico.

ABSTRACT

Depth Hermeneutics is a theoretical-methodological framework proposed by British sociologist John Thompson, as an instrument for formation context analysis and symbolic forms interpretation. Used by Sociology and Communication fields, this framework proposes the phenomenon interpretation in different contexts. This article provides an analysis about Depth Hermeneutics, performing, in addition to a theoretical presentation, a bibliometric survey of studies guided by this methodology, collected in 04 online databases: REDALYC, SCIELO, SPELL and IBICT. Descriptive and exploratory methodologies, with a quantitative approach, were used, applying bibliographical and bibliometric researches. The results point to 54 theses, 86 dissertations and 67 articles addressing Depth Hermeneutics as the theoretical-methodological framework. The bibliometric survey, combined with a theoretical discussion about this framework, contributes to the reflections orientation for researches interested in working with the theme, granting research focus on subject literature and publications.

KeyWord: Depth Hermeneutics, Methodology, Social Research, Bibliometric Study.

RESUMEN

La Hermenéutica de Profundidad es un referencial teórico-metodológico propuesto por John Thompson, sociólogo británico, como instrumento para analizar el contexto de formación e interpretación de formas simbólicas. Utilizado por las áreas de la Sociología y la Comunicación, este referencial propone una interpretación del fenómeno en diferentes contextos. El presente artículo presenta un análisis sobre la Hermenéutica de Profundidad, realizando, además de una presentación teórica, un análisis bibliométrico sobre estudios realizados bajo la orientación de esa metodología, en 04 bases de datos online: REDALYC, SCIELO, SPELL y IBICT. Se hizo uso de metodologías descriptivas y exploratorias, de carácter cuantitativo, con la utilización de investigaciones bibliográfica y bibliométrica. Los resultados apuntan a 54 tesis, 86 disertaciones y 67 artículos abordando la Hermenéutica Profunda como referencial teórico-metodológico. El análisis bibliométrico, aliado a la discusión teórica sobre ese referencial, contribuye en la orientación de reflexiones de investigadores interesados en trabajar con el tema, permitiendo foco de investigación ante literatura y de las publicaciones sobre el tema.
Palabras Clave: Hermenéutica de Profundidad, Metodología, Investigación Social, Análisis Bibliométrico.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Reneo Pedro Prediger, Luciana Scherer y Sérgio Luis Allebrandt (2018): “Hermenêutica de profundidade e suas possibilidades metodológicas: um levantamento bibliométrico da produção científica com essa metodologia”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (enero-marzo 2018). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2018/01/hermeneutica-produccion-cientifica.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1801hermeneutica-produccion-cientifica


1 INTRODUÇÃO

Boaventura de Souza Santos (1987) divide o seu "discurso para as ciências" em três momentos fundamentais. No primeiro, que chama de paradigma dominante, estabelece as bases da Ciência Moderna, no domínio das Ciências Naturais. A racionalidade científica que se impôs, principalmente a partir do século XVI, não considerava qualquer forma de conhecimento não científico, o senso comum principalmente, e as áreas de estudos humanísticos. A matemática, instrumento de análise, permitia que a natureza fosse, por um lado, quantificada e, por outro, tivesse sua complexidade reduzida tanto pela divisão e classificação sistemáticas quanto pelas leis da natureza. Esta última, inclusive, estabelece a previsibilidade dos fenômenos naturais e a consequente ideia de ordem e estabilidade do mundo. O autor ainda coloca que um dos elementos sinalizadores da crise do paradigma dominante é o desenvolvimento das Ciências Sociais, com as dificuldades impostas pelo rigorismo científico e a demanda por metodologias próprias.
De acordo com Godoy (1995), ao contrário das pesquisas quantitativas que trabalham fundamentalmente com informações obtidas por medições ou contagens e que empregam ferramentas estatísticas, as pesquisas qualitativas envolvem "a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo". Segundo Goldenberg (2004) "os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos". Ainda, segundo Goldenberg (2004) o fato dos dados não serem passiveis de padronização obriga "o pesquisador a ter flexibilidade e criatividade no momento de coletá-los e analisá-los".
A Hermenêutica de Profundidade, temática aqui abordada, foi desenvolvida pelo britânico John B. Thompson (1995), se constitui como importante referencial teórico-metodológico para o desenvolvimento de investigações sociais, pautadas em uma metodologia qualitativa e interpretativa, já que inclui formas de análise complementares entre si, partes de um processo interpretativo complexo. A proposta de Thompson parte de uma perspectiva metodológica menos descritiva e mais analítica, interpretativa, em que a racionalidade argumentativa tem um papel preponderante. Nessa orientação, a interpretação construída pelo pesquisador em relação aos fenômenos sociais a que se dedica – necessariamente relacionados à dimensão cultural e política – deve se dar em um contexto de argumentação de sua validade diante de todas as outras interpretações possíveis. A construção teórico-metodológica de Thompson possui interfaces com a hermenêutica de Paul Ricoeur (1987) e de Wilhem Dilthey (1989), com a hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer (1998) e com a teoria crítica de Habermas (1984), e a partir dessas ideias surge uma metodologia de interpretação de formas simbólicas, sejam escritas ou faladas, e as análises de como essas formas influenciam e de como são influenciadas pela sociedade.
O presente estudo está dividido em duas partes, além dessa introdução e das considerações finais, iniciando com uma reflexão sobre a Hermenêutica de Profundidade, onde são indicadas suas três fases, e, na sequência, a apresentação dos resultados de levantamento bibliométrico a partir de pesquisa em quatro bases de dados bibliográficas.

2 HERMENÊUTICA DE PROFUNDIDADE COMO POSSIBILIDADE METODOLÓGICA

A Hermenêutica de Profundidade é um referencial teórico-metodológico proposto por John Thompson, que parte do pressuposto que o “objeto de análise é uma construção simbólica significativa, que exige uma interpretação (THOMPSON, 1995: 355). Assim, a interpretação tem papel central para o entendimento do objeto a ser estudo pelo cientista social.
Embora não seja objetivo desse trabalho discutir o significado da palavra hermenêutica, parece ser útil um breve resgate sobre o entendimento dessa terminologia, e ainda, tentar entender o que diferencia a hermenêutica da Hermenêutica de Profundidade. Na raiz da palavra hermenêutica temos a ideia de tornar compreensível ou interpretar. Segundo Palmer (1989), nos tempos modernos a hermenêutica possui, pelo menos de seis maneiras diferentes, e cada uma representa essencialmente um ponto de vista a partir do qual a hermenêutica é encarada, cada uma esclarece aspectos diferentes mas igualmente legítimos do ato da interpretação, especialmente da interpretação de textos tais como: uma teoria da exegese bíblica; uma metodologia filológica geral; uma ciência de toda a compreensão linguística; uma base metodológica dos Geisteswissenschaften; uma fenomenologia da existência e da compreensão existencial; sistemas de interpretação, simultaneamente recolectivos e iconoclásticos, utilizados pelo homem para alcançar o significado subjacente aos mitos e símbolos.
As bases da Hermenêutica de Profundidade foram propostas por Paul Ricoeur que lançava suas análises para as formas simbólicas textuais, mas não necessariamente preocupando-se com os contextos nas quais eram produzidos.
Outro interlocutor importante nos entendimentos sobre hermenêutica é Habermas, um representante da Hermenêutica Crítica, cujo legado é a exortação de mudar a realidade, em vez de somente interpretá-la. Talvez Thompson seja o seu mais importante interlocutor, já que baseia suas orientações teórico-metodológicas em uma razão argumentativa, dialógica e que toma o cuidado de não cometer o equívoco de confundir conhecimento cientifico com razão instrumental, e busca conduzir ao diálogo, à crítica e autocrítica, à verdade possível, o que gera verdades provisórias (VERONESE; GUARECHI, 2006).
A releitura de Thompson sobre a hermenêutica de Ricoeur e de Habermas busca recuperar um caráter particular das formas simbólicas, sendo de central importância a análise, a compreensão e a interpretação dessas formas simbólicas e de seus contextos. Esse é o marco referencial metodológico da Hermenêutica de Profundidade que a diferencia da hermenêutica: entender contextos sociais e históricos estruturados para dar conta do processo que envolve a compreensão e interpretação das formas simbólicas enquanto construções de significação e sentido do mundo social, midiatizadas pelos mais variados tipos de expressões linguísticas. Assim, de acordo com Thompson (1995), estas devem ser tratadas pelo cientista social não apenas em suas características estruturais internas, isto é, como uma expressão discursiva que se materializa na frase textual, mas também, nos diferentes contextos e pontos de vista.
Nesse contexto, para entender-se a Hermenêutica de Profundidade, que lança seu olhar principalmente sobre a maneira como as formas simbólicas são produzidas, transformadas e transmitidas na sociedade, um dos elementos prioritários a serem conhecidos são justamente as formas simbólicas: “fenômenos significativos que são tanto produzidos como recebidos por pessoas situadas em contextos específicos”, (THOMPSON, 1995: 23), ou ainda “amplo espectro de ações e falas, imagens e textos, que são produzidos por sujeitos e reconhecidos por eles e outros como construtos significativos (THOMPSON, 1995), sendo que sob essa perspectiva, não somente textos, imagens e falas podem ser interpretadas, mas também opiniões, crenças, juízos, atitudes, ideologias e formas de dominação.
Diante disso, a Hermenêutica de Profundidade parte do pressuposto de que a análise social já é uma interpretação por parte dos atores que vivem a realidade, ou seja, os fenômenos e os acontecimentos já estão carregados de uma pré-interpretação realizada pelos atores que os vivenciam. Assim, o cientista social, recorrerá a uma reinterpretação para entender e explicar a realidade, o que exige dele uma ampla imersão nas condições metodológicas necessárias para interpretar o que já está interpretado.
Em regra, o primeiro passo metodológico do cientista social é chamado de Interpretação da Doxa, ou Hermenêutica da vida cotidiana, entendido como um olhar sobre a forma como os sujeitos entendem a sua realidade para então interpretar as crenças, opiniões e compreensões que são partilhadas e sustentadas pelos agentes sociais. Thompson chama essa etapa de momento etnográfico, um momento onde se valerá para entender os sujeitos, como percebem a sua realidade, quais são suas crenças, opiniões, senso comum, enfim, a compreensão que os atores têm da sua realidade. A Interpretação da Doxa é importante e indispensável e, segundo Thompson, não levar em conta a doxa é desconsiderar a dimensão de que os fenômenos sociais já estão colocados e interpretados pelas pessoas nas dinâmicas de suas vidas muito antes da chegada do pesquisador1 (THOMPSON, 1995). Para entender a vida cotidiana, o cientista social pode desenvolver entrevistas, observação participante, conversas narrativas formais e/ou informais e outros tipos de técnicas etnográficas que ajudem a entender como as formas simbólicas são interpretadas e compreendidas nos contextos cotidianos.
Após a Interpretação da Doxa – que deve ser entendido como um ponto de partida, e não como um fim - Thompson sugere outras três fases, que, embora colocadas como etapas a serem cumpridas e que possuem uma ideia de ligação e complementaridade, não são necessariamente etapas cronológicas pré-definidas. A forma como as etapas deverão ser cumpridas pode ser definida conforme o contexto, os objetivos da análise e o espírito crítico do pesquisador, sendo que muitas vezes poderá haver a necessidade de se voltar e complementar uma análise que por algum momento tenha se dado como finalizada. Ir além é o que diferencia a Hermenêutica da Profundidade (THOMPSON, 1995).
Embora não apresentem necessidade de ordem cronológica, as três fases, posteriores a Interpretação da Doxa são apresentadas por Thompson da seguinte forma: análise sócio-histórica, análise formal ou discursiva e a interpretação / reinterpretação, conforme ilustradas na Figura 1, na qual é possível visualizar as relações entre as fases e possíveis técnicas a serem utilizadas para a compreensão da realidade em cada uma delas.
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A Hermenêutica de Profundidade, como pode ser visto na figura 1, representa um referencial dentro do qual diversos métodos, instrumentos e procedimentos de análise, interpretação e busca de entendimento podem ser inter-relacionados. Buscar o contexto, a historicidade, a relação com o espaço, com o tempo, a cultura, as ideologias, entender as posições, percepções, os discursos fazem-se possíveis por meio da utilização desse método.
Entender cada uma das fases auxilia o pesquisador social a executar a tarefa de apreensão e interpretação dos fenômenos, e para tanto, as três fases serão apresentadas de forma detalhadas a seguir.

2.1 Análise sócio-histórica

As formas simbólicas não subsistem no vácuo (THOMPSON, 1995), pois são produzidas, alteradas, interpretadas, aprendidas, passadas de geração em geração, recebidas e inter-relacionadas em condições sociais e históricas. As formas simbólicas são um produto cultural, algo que se constrói, modifica, se aprende e se transmite um elemento característico das sociedades humanas. Mesmo aquilo que se acredita ser atemporal e universal – como uma obra de arte, por exemplo – está ligado a algum contexto histórico e social.
Partindo-se então desse pressuposto - de que as formas simbólicas não ocorrem no vazio, mas num espaço social e histórico especifico, e que também estão em um contexto político específico – o objetivo da fase de análise sócio-histórica é reconstruir as condições sociais e históricas de produção, alteração, interpretação, apreensão, inter-relação entre gerações, recepção e aceitação ou contestação dessas formas simbólicas. Objetiva-se, mais que conhecer e interpretar, entender os contextos relacionados com toda e qualquer forma simbólica relacionada com o objeto de análise.
Thompson propõe quatro níveis de análise, que se relacionam com alguns aspectos que devem ser levados em consideração para a realização da análise sócio-histórica:

  • Situações espaço-temporais: remete ao recorte do tempo e espaço em que as formas simbólicas são produzidas, reproduzidas, transmitidas, circuladas e/ou transformadas pelas pessoas;
  • Campos de interação social: baseando-se em Bourdieu, Thompson considera os campos de interação social como um espaço de posições e um conjunto de trajetórias, sendo que essas refletem recursos ou capitais disponíveis – como o capital simbólico e capital cultural, por exemplo. Se o capital simbólico está associado a mérito acumulado, prestigio e reconhecimento, o capital cultural é relacionado com conhecimento, habilidades e qualificações educacionais (VERONESE; GUARECHI, 2006).
  • Instituições sociais: são o conjunto de regras, recursos e relações que se formam dentro dos campos de interação social e que moldam a forma como os indivíduos vão produzir, reproduzir, transformar, circular e transmitir as formas simbólicas.
  • Estrutura social: refere-se às desigualdades e assimetrias que se dão no conjunto de instituições sociais. São as posições que cada indivíduo vai assumindo no seu campo social e nas instituições sociais ao longo do tempo.

Outro aspecto fundamental que complementa os quatro níveis anteriores, e que deve ser considerado na análise são os meios técnicos nos quais as mensagens são construídas e transmitidas, que vão desde a transmissão da fala, escrita e imagens: a voz, aparelhos eletrônicos como telefone, televisão, transmissão via internet, textos, jornais, sites eletrônicos e os mais diversos mecanismos de produção, reprodução, transmissão e circulação de mensagens.  Para Thompson, os meios técnicos são importantes não apenas como canais de distribuição de formas simbólicas, mas também como mecanismos que criam novos tipos de relações sociais que se difundem no tempo e no espaço (THOMPSON, 1995)
Em suma, essa é a fase em que Thompson propõe o mergulho nas interações, nas condições e contexto sócio-histórico de produção, circulação e recepção das formas simbólicas com o exame das regras, convenções, posições, desigualdades e assimetrias, recursos e capitais simbólicos e culturais que circulam nos contextos socialmente estruturados.

2.2 Análise formal ou discursiva

A segunda fase da Hermenêutica Profunda está fundamentada na ideia de que as mensagens que circulam na sociedade - e que através das quais se estabelecem relacioidntos e comunicações, também são formas simbólicas construídas complexamente e que apresentam uma estrutura articulada possível de ser analisada. Essas formas simbólicas, ou mensagens como são tratadas na perspectiva da analise formal ou discursiva, são os textos, as falas, as imagens paradas ou em movimentos, as ações, os gestos, olhares, enfim, tudo aquilo que pode dizer ou expressar algo.
Na análise formal ou discursiva, coloca-se que formas são produtos contextualizados e algo mais, pois são produtos que em decorrência da sua estrutura tem capacidade e objetivo de dizer algo sobre alguma coisa a alguém. Esse aspecto permite que se estabeleçam bases para um tipo de análise das características estruturais, padrões e relações entre o que se diz, como se diz, para quem se diz e qual o objetivo daquilo que se diz. Esse tipo de análise é indispensável para se entender as formas simbólicas que comunicam, mas não deve, segundo Thompson (1995: 369) “ser discutido isoladamente da análise sócio-histórica e da reinterpretação”, ideia essa que volta ao exposto anteriormente no que tange a não-determinante ordem cronológica das três etapas, e na importância de todas estarem integradas e inseridas no contexto de busca de conhecimento do cientista social sobre o objeto de estudo.
Assim como na análise sócio-histórica, existem diversas abordagens, métodos, técnicas e instrumentos para conduzir a etapa da análise formal ou discursiva, sendo a análise semiótica, analise da conversação, análise sintática, análise narrativa, análise argumentativa, análise de discurso e até mesmo a análise de discurso crítica. As técnicas a serem empregadas dependem da pesquisa, do objeto a ser investigado, levando em conta a demanda e criatividade do pesquisador.
Nesse contexto, faz-se necessário o entendimento do termo discurso, que para a Hermenêutica de Profundidade, é mais que uma frase ou expressões, mas o encadeamento entre elas, o que mais uma vez remete ao contexto em que a mensagem, ou o discurso é proferido.
Essa análise, onde o pesquisador pode utilizar diversas fontes e tipos de materiais, como textos, falas, imagens, sons, gestos, ações, entre outros, propicia uma rica gama de possibilidades e caminhos que podem vir a levar a resultados bastante ricos e passíveis de muitas discussões e criação de informações e conhecimentos.

2.3 A interpretação: Reinterpretação

A terceira fase é a Interpretação/Reinterpretação, que é facilitada pelas análises sócio-histórica e a análise formal ou discursiva, mas é distinta delas. Na fase da análise sócio-histórica objetiva-se conhecer o contexto, na fase da análise formal ou discursiva, objetiva-se conhecer as estruturas e analisar os elementos. Assim na segunda fase de certa forma se induz uma quebra, uma divisão e desconstrução para se entender os elementos, o que se procede por uma análise, já na fase da interpretação/reinterpretação “o movimento é de síntese, de construção criativa de possíveis significados” (THOPMSON, 1995:375), integrando o conteúdo, o contexto e significado das formas simbólicas. O processo de interpretação transcende as análises anteriores, e se considerarmos que as formas simbólicas já são interpretadas pelos agentes sociais, então, sob o enfoque da Hermenêutica de Profundidade, a “interpretação é simultaneamente um processo de reinterpretação”. O caráter que deve ser compreendido na reinterpretação é o entendimento de que as formas simbólicas dizem algo sobre alguma coisa a alguém.
A ligação entre as três etapas é importante para que se evite o que Thompson coloca como falácias do reducionismo ou do internalismo. A falácia do reducionismo remete a ideia de imaginar que se pode identificar, analisar e conhecer as formas simbólicas somente em função das condições sócio-históricas da sua produção e reprodução. Já a falácia do internalismo é aquela que julga possível analisar uma forma simbólica somente pela própria forma simbólica, sem referenciar e considerar o contexto social e histórico. De forma simplificada, pode-se afirmar que o pesquisador social não pode nem considerar que a forma simbólica não pertence ao contexto (para não recair na falácia do internalismo), como não pode considerar que a forma simbólica só se explica pelo contexto (sob pena de cair na falácia do reducionismo). Nem tanto, nem tampouco, caberia aqui o ditado.

3 HERMENÊUTICA DE PROFUNDIDADE COMO INSTRUMENTO METODOLÓGICO - UM LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO

A Bibliometria consolidou-se a partir do artigo de Pritchard discutindo a polêmica “Bibliografia Estatística ou Bibliometria? ”, sendo que hoje pode ser considerada como o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada (ARAUJO, 2006). A análise bibliométrica é um método flexível para avaliar a tipologia, a quantidade e a qualidade das fontes de informação citadas em pesquisas. O resultado de uma análise bibliométrica é um conjunto de indicadores científicos de produção, sendo que a técnica propicia não só o conhecimento da produção cientifica referente a determinado assunto, conceito ou metodologia, como também possibilita a identificação de características de determinado periódico ou revista científica: quais as áreas mais abordadas? Quais as metodologias mais utilizadas? Em quais períodos determinados assuntos foram desenvolvidos? Estas, dentre muitas outras, são investigações possíveis e serem realizadas utilizando-se técnicas de levantamento bibliométricos. Segundo Araújo (2006: 25): “estudos bibliométricos realizam uma leitura de dados bibliométricos à luz de elementos do contexto sócio-histórico em que a atividade científica é produzida”. Ainda sobre a importância da realização de estudos bibliométricos, (BUFREM; PRATES, 2005) discorrem que na atualidade a bibliometria é um campo de pesquisa verdadeiramente interdisciplinar, estendendo-se a quase todos os domínios científicos, incluindo elementos da Matemática, Ciências Sociais, Ciências Naturais, Engenharia e Ciências da Vida.

3.1 Bases de dados

A pesquisa bibliométrica, no presente estudo, foi realizada em 04 bases de dados: REDALYC (www.redalyc.org), SIELO (http://www.scielo.org), SPEEL (http://www.spell.org.br/) e a IBICT (http://www.ibict.br/), de forma online nos artigos disponíveis nos sítios acima indicados.  
A REDALYC - Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal é uma plataforma de serviços de informações científicas com acesso aberto em nível internacional com orientações para suprir as necessidades de informações especializadas de estudantes, pesquisadores e tomadores de decisões em relação ao desenvolvimento cientifico e tecnológicos, através da consulta de conteúdos especializados e da geração de indicadores que permitem conhecer quati e qualitativamente a forma que se está fazendo ciência na Iberoamérica. A sua base de dados conta com 1257 revistas científicas, 44646 fascículos e 578323 artigos completos (REDALYC, 2017).
A SCIELO, ou Scientific Eletronic Library Online é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção de periódicos científicos brasileiros, e o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. A partir de 2002, o Projeto passou a contar com o apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.  A sua base de dados conta com 1285 periódicos, 52356 fascículos e 745182 artigos (SIELO, 2017).
A SPELL - Scientific Periodicals Electronic Library é denominada como uma biblioteca eletrônica com um repositório de artigos científicos e proporciona acesso gratuito à informação técnico-científica, possuindo 41.239 documentos, com 12.247.349 downloads e 39.234.513 acessos (SPELL, 2017).

O IBICT é o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, órgão nacional e informação, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e que realiza estudos no campo da ciência da informação e temas relacionados. Através da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) o Instituto coleta e disponibiliza os metadados (título, autor, resumo, palavra-chave etc.) das teses e dissertações de 105 instituições, com 470.128 documentos: 126.469 teses e 343.659 dissertações (IBICT, 2017).

3.2 Os resultados da pesquisa

Após definidos as bases de dados para busca, passou-se para a definição dos parâmetros de busca e para a construção da planilha com os dados a serem pesquisados. Em cada uma das bases de dados, foram lançados dois parâmetros de busca: “Hermenêutica Profunda” e posteriormente “Hermenêutica de Profundidade”, dado que os dois termos são muitas vezes, utilizados como equivalentes, dependendo do autor ou da instituição, portanto, a busca por apenas um deles poderia deixar muitos resultados sem a devida consideração no universo da pesquisa.
Para o período de 2000 a 2016 a REDALYC resultou em 53 artigos, o SCIELO apresentou 29 trabalhos e o SPELL retornou 4 documentos. Considerando as redundâncias entra as diversas bases de dados obteve-se 67 artigos no total. Já o IBICT, para o mesmo período, retornou 86 dissertações de mestrado e 54 teses de doutorado totalizando 140 documentos. O total geral, considerando artigos, teses e dissertações, atinge o número de 207 trabalhos. O gráfico número 1 ilustra esta distribuição ao longo do período pesquisado. Deve ser destacado o ano de 2014, com 7 artigos, 13 dissertações de mestrado e 10 teses de doutorado. Nos últimos anos, principalmente a partir de 2011, foram observados números próximos ou superiores a 20 trabalhos anuais.

Os 207 trabalhos localizados estão concentrados em quatro grandes áreas do conhecimento como pode ser observado na tabela número 1. A área de Ciências Sociais Aplicadas concentra praticamente a metade (48,31%) de todos os trabalhos considerados. As Ciências Humanas, na sequência, são responsáveis por 35,75% do total de artigos, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Estas duas áreas também se sobressaem se forem considerados os números por tipo de publicação individualmente. As Ciências Sociais Aplicadas, por exemplo, possuem mais da metade das dissertações de mestrado e teses de doutorado.

O gráfico número 2 apresenta a distribuição dos trabalhos sob um viés mais específico, exibindo maior especificidade em relação à área de conhecimento. As que se destacam por apresentarem a maior quantidade de trabalhos são a comunicação, psicologia, saúde e matemática, nesta ordem. Sob este enfoque, ainda, pode-se ver que os trabalhos que empregam o referencial teórico Hermenêutica de Profundidade são bastante diversos em relação ao tema de pesquisa.

Os 67 artigos estão distribuídos em 45 periódicos, tanto nacionais quanto internacionais. A tabela 2 relaciona estes periódicos, identificando-os por meio de seus ISSN e apresentando suas qualificações e áreas em que publicam trabalhos.

Estes 45 periódicos estão concentrados, na sua imensa maioria, nos estratos mais elevados da classificação. São 16 periódicos com Qualis A1, 16 com Qualis A2 e 10 com Qualis B1. Estes três estratos somam 42 periódicos o, que corresponde a 93,3% do total.
O Gráfico número 3 mostra a distribuição dos artigos de acordo com a qualificação dos periódicos. É importante observar que 52 artigos, ou 77,6% do total, foram publicados em periódicos com Qualis A1 ou A2. Se considerar a classificação Qualis B1, o percentual sobe para 95,5%. Desta forma, estes dados demonstram que a temática é veiculada em publicações com alto impacto na produção intelectual dos autores.

Os 67 artigos foram elaborados por 119 diferentes autores. Com exceção dos nove apresentados na tabela 4 os demais publicaram apenas um artigo no período. Podem ser destacada a professora Adriane Roso2 e os professores Antonio Vicente Marafioti Garnica 3 e Moises Romanini 4 com números superiores aos demais autores.

As teses de Doutorado e as dissertações de Mestrado foram apresentadas em 23 diferentes instituições. Onze destas, contudo, apresentaram um único trabalho. Nas doze restantes algumas se destacam como é o caso da Pontifícia Universidade Católica - PUC (tanto do RS quanto a de SP) e a Universidade de Brasília - UNB. A distribuição entre as universidades aos quais estão vinculadas as teses e dissertações que utilizaram a Hermenêutica de Profundidade nos seus referenciais teórico-metodológicos pode ser visualizada no gráfico número 4.

Por fim é relevante destacar a participação dos professores orientadores em relação às metodologias empregadas nas teses e dissertações. Os 140 trabalhos foram orientados por 82 diferentes professores. Um grupo de cinco professores possui participação destacada já que respondem por 30% das orientações. A primeira é a professora Fúlvia Rosemberg5 , com 14 trabalhos. Na sequência a professora Maria Beatriz Furtado Rahde 6com 11, a professora Liana Fortunato Costa7 com 7, e os professores Pedrinho Arcides Guareschi8 e Roberto José Ramos9 com 5 trabalhos cada um.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo foi realizado com vistas ao alargamento de conhecimento acerca do referencial teórico metodológico proposto pelo sociólogo britânico John Thompson, como uma metodologia que busca analisar o contexto de formação e interpretação de formas simbólicas. Formas simbólicas, nesse sentido, são todas as manifestações de comunicação, escrita ou falada: textos, imagens, gestos, discursos e tudo aquilo que tem como possibilidade de transmitir mensagens.
A proposta de mapear artigos, dissertações e teses que utilizem esse referencial, a partir da realização de um levantamento bibliométrico foi destacada no sentido de verificar a atual situação da temática hermenêutica de profundidade, ou hermenêutica profunda, como referencial teórico-metodológico nessas produções acadêmicas. As análises bibliométricas podem ser utilizadas para identificar quem são os autores de determinada área de conhecimento, realizar estudos de citações, avaliar a qualidade dos periódicos científicos, conhecer as principais áreas, instituições e periódicos que publicam sobre um assunto ou tema específico. Apesar de algumas críticas que surgem relativamente a utilização de pesquisas bibliométricas, é possível evidenciar benefícios práticos na análise e avaliação da produção da comunidade acadêmica e científica, o que se considera como principal contribuição dessa pesquisa: o conhecimento acerca da utilização de determinado referencial.
Com essa pesquisa, são indicados alguns apontamentos sobre o número de produções acadêmicas, a evolução dessas produções ao longo do período percorrido entre os anos de 2000 a 2016, as áreas de conhecimento que mais utilizam a hermenêutica profunda, a qualificação dos periódicos onde estão publicados os artigos, as instituições de ensino e os orientadores de dissertações e teses que mais a utilizam, formando assim, um mapa do cenário sobre o assunto em questão.
Dentre as informações acima, algumas merecem algumas considerações. A primeira delas é referente à área de estudo, contexto no qual, destacam-se a Psicologia, com 33 itens e a Comunicação, com 63. Esse cenário pode ser diretamente ligado a própria natureza do referencial teórico-metodológico proposto por Thompson. Em relação a Psicologia, está relacionado com a proposta de interpretação, de ir além da simples descrição do fenômeno, além de considerar todo o aspecto contextual e histórico, o que parece, nessa área de conhecimento, útil e condizente com suas propostas investigativas. Já em relação à área da Comunicação, destaca-se o fato de Thompson ter desenvolvido essa sua proposta de referencial teórico-metodológico justamente no âmbito dos estudos sobre mídia, cultura e ideologia, relacionando esses aspectos na sua obra Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa.  Assim, a investigação sobre as formas simbólicas, sobre as mensagens transmitidas, influenciadas e influenciadores da cultura, fazem da comunicação uma área de conhecimento bastante ligada a Hermenêutica Profunda.
Outro dado interessante, sobre os artigos produzidos, versa sobre a qualificação dos periódicos em que foram publicados. A maioria está publicada em artigos com Qualis B1 ou superior. Entre as qualificações A2 e A1, apresenta-se um percentual de 77,6% dos artigos, demonstrando assim, uma significativa qualidade entre os periódicos onde estão publicados os artigos.
Por outro lado, considerando o período pesquisado – de 2000 a 2016, e a larga base de dados de mais de 1.000.000 artigos, 126.469 teses e 343.659 dissertações, o número de produções acadêmicas encontradas - 67 artigos, 54 teses de doutorado e 86 dissertações de mestrado – parece ser pequeno, o que demonstra que o referencial teórico em questão, embora trabalhe com aspectos interpretativos e contextuais, não é amplamente utilizado como opção teórico-metodológica nas produções acadêmicas. 

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*Engenheiro Agrônomo (UPF). Mestre em Ciência da Computação (UFRGS). Doutorando em Desenvolvimento Regional (UNIJUÍ). Bolsista CAPES. Docente na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Cerro Largo (UFFS).
** Bacharel em Turismo (PUCRS) e Administração (UFRGS). Mestra em Ciências Sociais. Doutoranda em Desenvolvimento Regional (UNIJUÍ). Docente na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
*** Bacharel em Ciências Contábeis (UNIJUÍ), Licenciado em Ciências Químicas e Biológicas (UNIJUI), Especialista em Contabilidade (UNIJUI), Especialista em Administração Pública (UFSC), Mestre em Gestão Empresarial (EBAPE/FGV), Doutor em Desenvolvimento Regional (UNISC), Professor Titular da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)
1 “Nós surgimos, de certo modo, a meio de uma conversa que já começou e na qual tentamos orientar-nos para fornecer-lhe o nosso contributo”, (BARBOZA, 1997), com a fala clássica de Ricoeur, tenta-se colocar a ideia de que as pessoas, os fenômenos, ideologias e qualquer objeto social que será observado já existe antes da chegada do pesquisador, e que esse entendimento é primordial para a orientação do cientista social: analisar o antes, considerar o que está colocado e construído.
2 Doutorado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil (2005). Professora Associada da Universidade Federal de Santa Maria , Brasil
3 Doutorado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil (1995). Professor Adjunto III – Livre-docente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho , Brasil
4 Doutorado em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil (2016). Professsor Assistente do Depto de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul , Brasil
5 Doutora em Psychobiologie de l'Enfant pelo Ecole Pratique des Hautes Etudes /Universite de Paris, França(1969). Professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Brasil.
6 Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil(1997). Professora titular da Pontifícia universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Brasil.
7 Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo, Brasil(1998). Professora Adjunta da Universidade de Brasília (UnB) , Brasil.
8 Doutor em Psicologia Social pela University Of Wisconsin At Madison, Estados Unidos(1980), Pós-doutorado no departamento de Ciências Sociais na Univesridade de Wisconsin (1991), Pós-Doutorado no departamento de Ciências Sociais na Universidade de Cambridge (2002) e na Universitá degli studi La Sapieza, Romam no departaemnto de Psicologia (2015). Professor convidado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil.
9 Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil (1997). Professor Titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Brasil.


Recibido: 05/12/2017 Aceptado: 23/01/2018 Publicado: Enero de 2018

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