Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


OS LABIRINTOS DA CIDADE: NOVOS ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE A PARTIR DE PERCEPÇÕES DE MIGRANTES INDUSTRIÁRIOS DA CIDADE DE MANAUS – AMAZONAS - BRASIL

Autores e infomación del artículo

Aldair Oliveira de Andrade*

Roberta Ferreira Coelho de Andrade **

Francisco Alcicley Vasconcelos Andrade***

UFAM., Brasil

falcicley@gmail.com

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo principal descrever as percepções de migrantes industriários da cidade de Manaus, sobre o processo de transformações da cidade ao longo dos anos de vivência nela. Sua composição se dever a um conjunto de relatos desses migrantes sobre as experiências da cidade. A metodologia que se utilizou foi a abordagem fenomenológica de Alfred Schutz. Identifica-se a partir dos relatos dos migrantes industriários que a cidade (destino) que se tornou o lugar de reconstrução de suas vidas mudou sua face, para o bem e para o mal.  Transformações estruturais e demográficas são as mais perceptíveis, essas transformações impuseram aos migrantes de força imperiosa a necessidade de se adaptarem sob pena de sucumbirem.

Palavras-chave: Migrantes industriários; transformações; Manaus.

Abstract:

This work has as main objective to describe the perceptions of industrial migrants of the city of Manaus, on the process of transformations of the city throughout the years of experience in her. Its composition is due to a set of reports of these migrants on the experiences of the city. The methodology used was the phenomenological approach of Alfred Schutz. It is identified from the reports of industrial migrants that the city (destination) that became the place of reconstruction of their lives changed their face, for good and for evil. Structural and demographic transformations are the most noticeable, these transformations have imposed on imperious force migrants the necessity of adapting under penalty of succumbing.

Keywords: Industrial migrants; transformations; Manaus.

 

Resumen:

Este trabajo tiene como objetivo principal describir las percepciones de migrantes industriales de la ciudad de Manaos, sobre el proceso de transformaciones de la ciudad a lo largo de los años de vivencia en ella. Su composición se debe a un conjunto de relatos de esos migrantes sobre las experiencias de la ciudad. La metodología que se utilizó fue el enfoque fenomenológico de Alfred Schutz. Se identifica a partir de los relatos de los migrantes industriarios que la ciudad (destino) que se convirtió en el lugar de reconstrucción de sus vidas cambió su cara, hacia el bien y para el mal. Las transformaciones estructurales y demográficas son las más perceptibles, esas transformaciones impusieron a los migrantes de fuerza imperiosa la necesidad de adaptarse bajo pena de sucumbir.

Palabras clave: Migrantes industriales; las transformaciones; En el caso de las mujeres.

 


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Aldair Oliveira de Andrade, Roberta Ferreira Coelho de Andrade y Francisco Alcicley Vasconcelos Andrade (2017): “Os labirintos da cidade: Novos espaços de sociabilidade a partir de percepções de migrantes industriários da cidade de Manaus – Amazonas - Brasil”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre-diciembre 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/04/espacos-sociabilidade-brasil.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1704espacos-sociabilidade-brasil


Introdução

Alguns autores têm se debruçado em descrever as transformações da cidade ao longo de sua existência, como é o caso de Melo e Moura (1990), Dias (2007), Oliveira (2003, 2011), Pereira (2005), Pinheiro (2003), Souza (2003), Scherer e Oliveira (2009), Oliveira (2002) e Cavalcanti (2012). Nesses autores encontramos a cidade descrita em várias nuanças, sua história, a migração, o porto, sua riqueza e pobreza, sua geografia, sua cultura, a Zona Franca de Manaus e o mundo do trabalho.
A Zona Franca de Manaus, marca um novo ciclo econômico para a cidade e para a região. A história da cidade é a partir de então descrita como antes e depois da Zona Franca de Manaus. Diversas são as transformações na e da cidade, isso veremos mais a frente.
Neste trabalho delineamos as transformações da cidade, a partir do olhar de um grupo em particular de indivíduos, migrantes industriários. Migrantes industriários são amazonenses naturais de 37 municípios do Estado do Amazonas, que trabalham (96%) ou trabalharam (4%) nas empresas da Zona Franca de Manaus.
Os migrantes estudados migraram para Manaus entre as décadas de 1960 e anos 2000, a principal caraterística deste processo são um conjunto de motivos aos quais classificamos como motivos a fim e motivos por que, categorias elaboras por Schutz em sua obra Fenomenologia da Relações Sociais de 1979.
Os migrantes industriários vivem, em média, há 26 anos em Manaus. Podemos subdividi-los em dois grupos: os que migraram com idade igual ou superior a 18 anos, que estão em média há 18 anos na capital, e os que migraram com idade inferior a 18 e estão em média há 31 anos.
 A idade média dos migrantes menores na ocasião da migração era de 9,5 anos e dos maiores de 23 anos; destes últimos, 3% chegaram à Manaus na década de 1970, 14% na década de 1980, 15% na década de 1990 e 13% nos anos 2000. Por sua vez, dos menores trazidos para Manaus, 1% vieram em 1950, 5% em 1960, 24% em 1970, 13% em 1980, 9% em 1990 e 3% em 2000.
Em mais de duas décadas vivendo na cidade, compartilham e participam de suas transformações, positivas ou negativas. Neste tempo a cidade transformou a sua face, sua paisagem, surgiram os shopping centers e os arranha-céus, alterou-se a dinâmica da vida de seus habitantes. Como toda grande cidade, identifica-se diferenças abissais na vida de sua população, a miséria e a pobreza tomam novos tons, se acentuam, o desemprego é ascendente, o Estado tem adotado programas de transferência de renda, de moradias, no intuito de reduzir a miséria que se concentra nos bolsões criados em sua periferia (OLIVEIRA, 2003; A CRÍTICA, 1980-2010).
No Censo/2010, foi identificado a existência em Manaus cinquenta aglomerados subnormais1 , uma população de 295.910 habitantes, que tinha rendimento nominal mediado mensal de R$ 100,00 per capta, residiam em 72.762 domicílios. Dessa população, somente 56% tinha acesso à rede geral de abastecimento de água, 20% tinha acesso à rede de esgoto ou pluvial, e 99% acesso à luz elétrica (94% de companhia distribuidora, 5% de outra forma) e 90% tinha acesso ao serviço de coleta de lixo.
A construção de grandes condomínios fechados, de prédios de apartamentos de luxo em áreas nobres tem como contemporâneo o surgimento de novos bairros com precárias condições habitacionais, com infraestrutura pública inadequada, serviços de fornecimento de água, de luz e de esgoto deficitários; os serviços públicos de saúde e educação só atendem parte da população.
Após a década de 1960, nota-se um crescimento populacional vertiginoso da população da capital, o poder público construiu a partir da década de 1980 conjuntos habitacionais, medidas que não solucionaram os problemas habitacionais da população (OLIVEIRA, 2003; A CRÍTICA, 1980-2010). Segundo o IBGE, Manaus tinha 59.366 (13%) moradias feitas de madeira, palha, taipa e outro material (não especificado). Destaca-se ainda que 32% dos domicílios em Manaus eram alugados, cedidos ou outra condição (não especificado), equivalente a 147.282 (IBGE, 2010).
Os problemas sociais são agravados com a falta de proteção aos trabalhadores, que passam a buscar no mercado informal os meios necessários para a satisfação das necessidades básicas. No mercado informal o trabalhador torna-se totalmente dependente da necessidade diária de sobrevivência, pois os ganhos estão condicionados ao trabalho ininterrupto, sem garantias, sem segurança alguma, bem ao contrário do trabalho formal, onde se pressupõe as proteções sociais em situações de doença, velhice, morte ou incapacidade temporária ou definitiva para o trabalho, como nos ensina Castel (1998).

Análise Teórico-Prática dos Resultados

Segundo o Censo/2010, a PEA 2 de Manaus era de 844.465, sendo que apenas 750.666 (89%) estavam ocupadas na semana de referência, 57% com direitos e garantias (50% com carteira de trabalho assinada, 7% militares e funcionários públicos) e 43% sem garantias (20% sem carteira assinada, 20% por conta própria, 0,6% na produção para o próprio consumo, 1,6% não remunerados em ajuda a membro do domicílio e 1,3% empregadores) (IBGE, 2010).
É inegável contudo, que se comparando os dados do Censo/2000 nota-se diferença significativa nesses percentuais, quando têm-se aparentemente aumentado o número de trabalhadores com proteção social (Quadro 01).  Segundo o IBGE/2000, 2010), em Manaus 38% da população de pessoas de 10 anos ou mais de idade estavam empregados com carteira assinada, subindo este percentual para 50% em 2010.  Os empregados militares e funcionários públicos de 10% em 2000 passa a 7% em 2010. Nota-se um decréscimo da população sem carteira assinada, de 25% para 20%. Nota-se um pequeno crescimento da população de trabalhadores na produção para o próprio consumo, de 1% para 2%.  Verifica-se redução do percentual da população que trabalha por contra própria, de 24% para 20%.
Os migrantes industriários descreveram um conjunto de preocupações /conquistas da cidade de Manaus, ao longo desses anos, destacando-se o investimento em infraestrutura urbana, aumento da violência e marginalidade, precarização do transporte público, surgimento de bairros e crescimento das invasões, crescimento da cidade, melhoria no serviço público de saúde, crescimento populacional, criação de espaços de esporte, lazer e compras, aumento da oferta de emprego (Gráfico 01).

 

              Destacam-se, neste conjunto das transformações sobre a cidade de Manaus, as distintas percepções dos migrantes menores em relação aos maiores, com exceção das mudanças da infraestrutura urbana, com uma diferença de apenas 1% entre um e outro grupo.
              Os migrantes, majoritariamente (84%), migraram antes dos anos 2000 e tiveram a possibilidade de acompanhar várias mudanças que se processaram na cidade. Um elemento muito destacado por eles é o investimento na infraestrutura urbana, o que congrega construção e pavimentação de vias públicas, calçamento, edificação de viadutos, pontes e passagens de nível, abertura de novas avenidas e ruas, instauração de redes de esgoto, fornecimento de água e energia elétrica etc.
              As transformações ocorridas deram uma nova cara à cidade. O crescimento populacional traz consigo uma série de demandas sociais e políticas, o crescimento da violência urbana é visível, a elevação da temperatura urbana é sentida por seus moradores, o processo de precarização do serviço público de transporte urbano é crescente nas últimas décadas, o fornecimento de água potável para a população – mesmo com a adoção de medidas estruturais – ainda é precário, a malha viária está comprometida apesar da criação de grandes complexos viários (A CRÍTICA, 2010).
              Não menos importante, foi destacado por 4% a 8% dos migrantes, transformações da cidade em relação à malha viária, ao transporte público, segurança pública, limpeza e organização da cidade, frota urbana, serviços públicos, instituições de educação superior, programas de saneamento, educação pública, acesso a bens e serviços, crescimento do parque industrial e população migrante (Gráfico 02).
   

Percebe-se relativo equilíbrio entre as percepções da cidade tanto dos maiores quanto dos menores. Sobressai, no entanto, que os menores em maior número citaram mudanças quanto à educação na cidade, como a criação de faculdades particulares e a melhoria do serviço público de educação. É relevante comentar que o nível de escolaridade dos menores é significativamente superior ao dos maiores.
              Os telejornais regionais e os jornais impressos registram diariamente notícias sobre falta de abastecimento de água em diversos bairros da cidade, principalmente os da periferia da cidade. Essa questão tem sido ao longo das últimas décadas plataforma de campanhas políticas e sofreu uma interferência do poder público, que privatizou o serviço antes fornecido pelo estado pela Companhia de Saneamento do Amazonas (COSAMA). Segundo o Censo/2000, 74% dos domicílios em Manaus tinham abastecimento de água (66% canalizada em pelo menos um cômodo, 8% só na propriedade ou terreno).
              Em 29 de junho de 2000, em leilão público na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a Suez, empresa francesa que atua na área de saneamento, foi vencedora do leilão da Manaus Saneamento, subsidiária integral da Companhia de Saneamento do Amazonas. Em 11 de agosto de 2000, a empresa passou a se chamar Águas do Amazonas S.A. Muito recentemente, a concessão deste serviço foi dada para a empresa Manaus Ambiental. Mesmo saído da tutela do poder público, a cidade continua sofrendo problema de abastecimento de água potável (A CRÍTICA, 2012).
              Na leitura do senso comum está muito presente a argumentação de que a violência é um dos problemas que aflige principalmente as grandes cidades.                     Os registros oficiais apontam crescimento significativo de ocorrências policias a partir dos anos 1990 (Tabela 01).

 

      FONTE: SEPLAN, 1998-2009.

 

              De modo geral, tem aumentado significativamente o número de registros de ocorrências policiais, tendo-se 1998 como ano base para tal análise. Os dados reforçam as observações do homem comum, o qual afirma que a cidade está mais violenta. Seria pouco provável imaginar que uma cidade como Manaus – que alcançou em pouco tempo um crescimento tão acentuado, sendo hoje a sétima capital mais populosa do país, não tivesse desenvolvido um alto índice de violência.
Os moradores das áreas de risco estão sendo transferidos para casas em conjuntos habitacionais, os quais, de acordo com o discurso governamental, oferecem melhores condições de conforto e segurança. Na primeira fase foram beneficiados moradores dos igarapés do Franco, Mindu, Bindá, Santo Agostinho, Franceses, Bombeamento, Sapolândia, 13 de Maio, Cachoeirinha, Mestre Chico, Quarenta, Bittencourt, Manaus (SEINFRA, 2012).
Essa tem sido a versão oficial do estado através da Secretaria de Infraestrutura. No entanto, a revitalização dos igarapés de Manaus necessita de medidas muito mais sérias, dentre as quais a implementação de um Plano Diretor de Resíduos Sólidos, que busque soluções definitivas para a coleta e a destinação final dos resíduos sólidos.
A atuação dos órgãos municipais e estaduais é o trabalho de Sísifo, pois é incipiente, que parece estar sempre recomeçando. Sem um investimento maciço na valorização da dignidade da numerosa população de Manaus, em um sistema eficiente e eficaz de coleta e destinação de seus resíduos, seus igarapés, os barrancos, as valas e os mananciais continuarão sendo depósitos a céu aberto (A CRÍTICA, 2004).
              Ao abordarmos as atividades no fim de semana na origem, destacaram-se o futebol/esporte, a atividade religiosa, a atividade de lazer/balneários, visita a familiares/conhecidos, a pesca, a caça e a televisão. No destino (Manaus), novas atividades são incorporadas, como podemos ver no gráfico 03, dentre as quais chama a atenção o desempenho de atividade paralela remunerada para além da atividade industrial, para complementação da renda. 

             

              Para os migrantes, o fim de semana é muito curto, com pouco tempo para a família, para cuidar da casa, das coisas particulares, já que a fábrica ocupa toda a semana, sobrando apenas o fim de semana para as “outras coisas”. Um pequeno percentual (4%) chega a afirmar que não tem vida social, enquanto que 10% dos homens e 12% das mulheres optam por ficar em casa.
Nas atividades do fim de semana, há uma disposição diferente para os homens e para as mulheres; algumas continuam sendo práticas exclusivamente masculinas, como futebol e o esporte, as demais são atividades comuns de ambos os sexos. De prática exclusiva das mulheres, destaca-se o trabalho de complementação da renda, como realização de faxinas e venda de cosméticos.
              Algumas atividades que se relacionam (família, casa e televisão) merecem algumas reflexões. Os homens e mulheres que optam porficar com a família no fim de semana descrevem duas posturas distintas. Para os homens, em sua totalidade, estar em casa significa descanso, o que inclui assistir televisão; quando exercem alguma atividade doméstica, esta tem a conotação de auxílio. A esse respeito, descreve o migrante: “Final de semana, eu fico em casa, ajudo a minha esposa a fazer as coisas. Assisto TV, a gente visita parentes também” (Bruno Feitosa). Na fala, fica implícito que o trabalho da casa pertence à mulher, enquanto que o homem parece um pouco alheio a esse ambiente.
              As mulheres, por sua vez, registram que no fim de semana desempenham atividades domésticas, reúnem a família e poucas registram que assistem televisão, ou seja, para as mulheres ficar em casa não significa necessariamente descanso; pelo contrário, em alguns casos implica uma tripla jornada de trabalho (indústria/casa/complementação da renda). Os depoimentos das trabalhadoras ilustram bem isso:

Agora, eu estou fazendo faxina dia de sábado, lá na casa de uma colega minha. Mas eu gosto muito de ir lá para as minhas irmãs, porque eu tenho irmã casada agora. Então, a gente vai pra lá, a gente tem um sítio lá em Manacapuru, eu tenho uma irmã também que mora lá, a gente vai mais pra lá. E eu gosto muito de ir pro cinema, ir pro shopping, mesmo quando eu não tenho dinheiro, eu vou assim mesmo, eu gosto que só de passear (Iris Santos).

 

Aí, arrumo a casa. Aí, tem reuniões, eu tenho reunião devido à outra empresa em que eu trabalho, que eu faço marketing, aí eu tenho que reunir pessoas e divulgar o meu trabalho. Eu trabalho na Minha Vida. Aí, eu tenho que estar reunindo pessoas e levando para a reunião. É, eu falto aula ao menos uma vez, que é para levar para os eventos. [...] E eu já estou até pretendendo, quando eu terminar a minha estética, já fazer uns dois anos de marketing para melhorar o meu trabalho. Porque, como eu estou querendo sair da [Empresa X], eu tenho que estar preparada, que eu não vou sair de qualquer jeito (Tatiane Assunção).

 

              Há necessidade de complemento imediato de renda, como também o investimento em uma profissão futura. Pelo que notamos, estas atividades complementares não ocupam integralmente o fim de semana, haja vista que as migrantes incorporam alguma atividade de lazer com a família.
              Entre as novas atividades de fim de semana ressaltam-se também os passeios, atividades relacionadas à autoformação, à prática de algum tipo de esporte e visitas a cidades próximas à Manaus. Três cidades que pertencem à RMM são muito visitadas por seus balneários: Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manacapuru.
              Nos relatos históricos sobre Manaus encontramos registros de que a cidade foi por muitas décadas uma cidade de balneários, entrecortada por igarapés, utilizados por sua população nos fins da tarde, feriados e finais de semana como área de recreação (OLIVEIRA, 2003). O autor comenta:

Na Manaus dos igarapés limpos, de águas cristalinas, do banho na Cachoeira do Tarumã, no Parque 10, havia abundância de natureza, mas havia também abundância de tempo para o desfrute das condições de humanização do homem, visto que as necessidades de tempo de trabalho eram menores [...] Nas entrevistas com moradores da cidade, é possível identificar que a cidade de Manaus, até a década de sessenta, era uma cidade balneária (p. 149).

 

              Em sua pesquisa de doutorado, Salazar (1992) concluiu, quanto à recreação dos industriários nos feriados e fins de semana, que “salta aos olhos, por exemplo, o número de operários que frequenta balneários, 22,7%”. Em nossa amostra, apenas 11% têm – entre outras – essa atividade nos fins de semana. O autor ainda complementa que é importante destacar “que ‘ir ao banho’ é uma prática inerente à cultura recreativa do amazonense [...] tratam-se de balneários públicos, igarapés ou praias públicas do Rio Negro, como o Banho do Tarumã, da Ponte da Bolívia e a praia da Ponta Negra” (p. 372).
              Salazar (1992) aponta ainda que, nos fins de semana, os industriários ficavam em casa, visitavam parentes, passeavam com a família, frequentavam igreja, viam televisão. São práticas comuns para os migrantes, aos fins de semana, ficar com a família, ir para alguma atividade de lazer, participar de atividade religiosa, assistir televisão, jogar futebol e ir a balneários. Elas são citadas como exercidas tanto na origem quanto no destino, embora neste último apresentem características diferentes em alguns momentos (Gráfico 4.
             

 

              O tempo com a família é o grande ganho na cidade (42%), estando em declínio as atividades de lazer e religiosa, uma configuração inversa da origem, onde a família estava em quinto plano, depois de futebol, atividade religiosa, balneários e lazer.
Aos analisarmos as atividades dos fins de semana dos homens, verificamos que se destacam na origem, o futebol, a atividade religiosa, os balneários, a família e o lazer, enquanto, no destino, estão em relevo família, lazer, atividade religiosa, balneários e passeios. É importante lembrar que somente 32 (49%) homens eram maiores quando migraram, e se posicionaram sobre o tema, já sobre o destino, todos (65) os migrantes homens eram maiores na realização da pesquisa. Assim, a leitura da Tabela 2 só faz sentido se levarmos em conta esta equação.

 

            Tabela 2 – Atividades nos fins de semana desenvolvidas pelos homens na origem e no destino3 .
            FONTE: Amostra de 65 migrantes. Pesquisa de campo, 2012

Na origem, a atividade classificada como lazer refere-se a festas e passeio na praça; No destino, o termo lazer diz respeito às atividades de cinema, shopping, piscina, pizzaria, festas e clubes, e o termo passeios está atrelado a atividades como sair com a família, caminhar, ir para sítio e passear na rua.
Entre as atividades no destino e na origem, identifica-se o termo família traduzido como ficar com a família e visitar parentes, e o termo casa, que corresponde a ficar em casa, desempenhar alguma atividade doméstica.
 Entre as atividades dos fins de semana das mulheres, destacam-se na origem: a atividade religiosa, o lazer e futebol. Por sua vez, no destino, ressaltam-se a família, o lazer, a atividade religiosa, os conhecidos e a casa. É importante lembrar que somente 10 (36%) das mulheres eram maiores quando migraram, e se posicionaram sobre o tema, já sobre o destino, todas (28) as migrantes eram maiores na realização da pesquisa. Por isso, esta equação é importante para entender a tabela 3.

Essas novas características expressam um novo estilo de vida, com a inclusão de novas ritualísticas, tendo em vista novas possibilidades ou comodidades oferecidas pela própria cidade. Serviços disponíveis na cidade possibilitam a construção de novos hábitos nas horas de folga. A título de exemplo, podemos citar os shopping centers, que oferecem possibilidade de compras, cinema, alimentação, playground para as crianças, etc. Na origem, o lazer ser restringia a festas e passeios na praça, enquanto que o destino oferece um leque bem maior de opções de lazer, como passear nos shopping centers, ir ao cinema, pizzaria, festas, clubes e piscina.
               Em síntese, verificamos que, se comparado o uso do tempo fora do trabalho, nos fins de semana e feriados, na origem e no destino, neste último há maior número de atividades, com distinções para homens e mulheres. A cidade de destino possibilita a construção de novos hábitos no tempo livre; na origem, algumas atividades, como pesca, caça e passeios em balneários, permitiam maior proximidade com a natureza (32%), já no destino este contato se dá em menor percentual (11%), exclusivamente pela ida aos balneários.
              Os migrantes, quase em sua totalidade, participam de alguma atividade no fim de semana, algumas com características particulares, restritas à família, ao ambiente doméstico, como assistir televisão e estudar; outras têm característica mais pública ou social, atividade de lazer, religiosa, ida a balneários, visita a conhecidos, prática de futebol e esportes.
              Constatamos que 60% dos entrevistados não frequentam clubes ou associações, 26% participam e 14% não informaram. Dentre os que frequentam clubes, verifica-se que a metade utilizar o espaço da empresa, como clubes recreativos ou balneários, enquanto que a outra metade frequenta outros lugares, como o clube do Serviço Social da Indústria – SESI, espaços de passeio da igreja e outros clubes da cidade. Na pesquisa de Salazar (1992) não existe nenhum registro sobre a participação de seus entrevistados em clubes ou associações.
              O percentual dos que frequentam o clube da empresa é significativo, na medida em que caracteriza o prolongamento das relações fabris, mesmo em um contexto de lazer, haja vista que o espaço é exclusivo para os trabalhadores e seus familiares, não sendo permitido acesso de terceiros. Em contrapartida, nenhum dos migrantes afiliados informou utilizar o espaço de lazer do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, que tem infraestrutura para receber os associados e seus familiares. “Vou ao clube da empresa para me divertir um pouco. Lá é mais seguro, tem pessoas que você conhece. A segurança é primordial lá”, afirma Rodrigo de Oliveira. Por sua vez, declara Pedro Justino: “O clube da empresa é para espairecer, sair um pouco da rotina diária do trabalho e ter um relacionamento mais próximo, mais efetivo com os colegas de trabalho”.
              A grande maioria dos migrantes não relatou como utiliza suas férias, no entanto, aqueles que o fizeram (15%) declararam que, neste período, geralmente nos meses de novembro ou dezembro, viajam para visitar parentes ou conhecidos em suas cidades de origem.
              O fim de semana deveria ser para os migrantes, que vivenciam uma jornada intensa de trabalho durante toda a semana, um período de descanso e lazer, onde usufruíssem os frutos desse trabalho. No entanto, em pouquíssimos casos, a jornada intensa de trabalho semanal provê condições financeiras que permitam ao trabalhador o usufruto das potencialidades da cidade de Manaus. Em geral, o fim de semana é visto como momento de descanso, com programação mais caseira, em família, com amigos, com gastos mais reduzidos.
              Na vida tradicional, a imagem que se tem do fim de semana é de lazer, um contato mais estreito com a natureza, passeios de barco, balneários naturais, pescaria, caça, visita à vizinhança, aos parentes, o futebol nos campinhos improvisados, passeio a pé ou de bicicleta. Na cidade, o fim de semana ainda é, para a maioria na vida moderna, um tempo de não-fábrica, da quebra de uma rotina fabril, mas não de ausência de trabalho, um tempo onde os entrevistados se esforçam para manter viva a unidade familiar, pois, no corre-corre do dia a dia, os filhos são vistos en passant. É também um tempo para correr atrás do sonho de independência financeira, de investimento para construção de uma nova profissão e melhor formação educacional, um tempo de descolamento do prédio, do asfalto e da rua, com um retorno mesmo que por pouco tempo à natureza, um curtíssimo tempo onde se procura construir e cultivar novas amizades, visto que, para a grande maioria, estas se restringem aos colegas de fábrica.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A vida no destino (Manaus) se mostrou estranha e estranhada, “doce e dura em excesso” (OLIVEIRA, 2003). As possíveis relações de amizade e parentesco existentes, direta ou indiretamente, tiveram fundamental relevância na construção da nova vida na cidade.
A sobrevivência nos primeiros tempos, foi forjada à luz das necessidades imediatas e das condições possíveis, não se realizando de pronto os ideais construídos anteriormente na origem.
O trabalho, para os migrantes, é o cimento que solidifica suas vidas; a partir dele construíram suas casas, mantêm suas famílias, superam a fome e a necessidade, além disso, essa atividade significa para alguns a libertação da tutela paterna. O trabalho dá sentido às existências e sua perda abriria um vácuo em suas vidas. Mesmo duro, seu desempenho se justifica como investimento nos filhos para que tenham mais oportunidades e concretizem sonhos que os pais não puderam realizar.
O ingresso no PIM assume diversos significados, entre eles, o acesso a alguns serviços não disponíveis ou precários no sistema público, como é o caso dos serviços de saúde, odontologia, transporte e convênios. O receio quanto aos serviços públicos advém de experiências em sua utilização. Por isso, contar com determinados serviços viabilizados pelas empresas se manifesta como razão para permanência no PIM, mesmo com severas críticas ao regime de trabalho e ao isolamento da vida social. O conjunto de benefícios lhes dá tranquilidade de que, num momento de necessidade, seus familiares não precisarão enfrentar longas filas e terão serviço de melhor qualidade. 
O novo mundo do trabalho se configurou não somente como meio de subsistência dos migrantes e suas famílias, mas também como espaço da construção de um novo ethos (costumes, práticas e formas de agir),que se configura pelo estabelecimento de novos rituais de vida, novas formas de relações humanas, novas práticas de lazer e de trabalho, nova forma de gerir o tempo, além de também permitir a construção de uma nova consciência política.
A vida dos migrantes em Manaus se edificou, de modo geral, de maneira bem diversa da vida que tinham na origem. Em Manaus, suas vidas assumiram novos contornos, constituíram suas famílias, reconfiguraram os arranjos familiares. O mundo do trabalho propiciou, para poucos, novo patamar existencial, enquanto que, para muitos, as novas demandas da vida moderna tornaram a vida muito mais pesada e cansativa.
Após décadas, há possibilidade real, para alguns, de retorno à origem. No entanto, este retorno não mais faz parte de um projeto efetivo; existe mais como um desejo poético e idealização de um lugar paradisíaco, que não existe e nunca existiu.
A partida para Manaus foi motivada também pela busca de acesso a direitos sociais, haja vista a precariedade e inexistência de vários bens e serviços públicos em múltiplos municípios amazonenses. É bem verdade que, mesmo na capital, muitos serviços públicos se mostram insuficientes e deficientes, porém, são melhores que nada, a doença, a dor e a morte.
Para os migrantes, a educação é um valor e, mesmo que não tenham alcançado a escolaridade desejada, esta é bem superior a que possuíam na ocasião da migração. Em muitas situações, os relatos nos explicitam que, ainda que desejassem, não poderiam ter dado continuidade aos estudos em seus municípios, visto que só dispõem da oferta do ensino fundamental e médio, sendo este último ainda restrito em algumas localidades.
Os que até o presente não avançaram na concretização dos projetos educacionais mantêm duas posturas distintas: a) aqueles que ainda pretendem realizá-los estão à espera de condições favoráveis; b) os que desistiram de tais anseios e, por isso, canalizam suas expectativas para os filhos, por meio de quem esperam se realizar.
Os que pretendem realizar tais projetos atribuem a si e a terceiros a responsabilidade por não o terem realizado. Justificam a não realização pela falta de interesse pessoal, pelas diversas mudanças de horário de trabalho e pelo fato de as empresas em que trabalharam ou trabalham não custearem sua formação universitária. Não procedem a um julgamento crítico das condições concretas dadas pela vida e, tampouco, fazem uma análise contundente das condições sociais a que estiveram submetidos desde o nascimento.
A moradia é, para os migrantes, um elemento central em suas vidas e representa segurança, estabilidade, além da independência dos pais ou parentes. Para os que não alcançaram essa condição, garantir uma moradia é um peso contínuo, seja pelo investimento financeiro mensal necessário (aluguel), seja pela sensação contínua de instabilidade. Permanecer no emprego significa, entre outras coisas, garantir e manter esta condição e perdê-lo traria danos sérios a si e suas famílias. Os poucos que moram com os pais não constituíram ainda suas famílias ou vêm de casamentos desfeitos.
De modo geral, os migrantes estão em melhor situação quanto a este quesito que a maioria da população brasileira, já que a falta de moradia é um dos grandes problemas nacionais. A posse da própria moradia pelos migrantes se deu pela superação de obstáculos e por atitudes de sacrifícios e abdicações, durante longos anos de trabalho árduo. Ter a própria moradia é status social e contribui para uma melhor qualidade de vida, à medida que a despesa com aluguel pode ser investida na aquisição de bens para si e para a família. 
Em síntese, é possível afirmar que as vidas dos migrantes na cidade de Manaus assumiram características mais positivas que negativas, se comparadas às perspectivas de vida em suas cidades de origem. Apesar das críticas ao novo estilo de vida na cidade de Manaus, estas não suplantam as conquistas realizadas e a qualidade de vida construída. De modo geral, o processo migratório se consolidou positivamente, tendo em vista que houve, em diversos aspectos, uma melhoria de vida e de oportunidades.


REFERÊNCIAS

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* Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2014). Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (2007). Especialista em Ética (2003) e em Metodologia do Ensino Superior (2001) pela Universidade Federal do Amazonas. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Amazonas (1996). Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Amazonas (2003). Atualmente é Professor efetivo da Universidade Federal do Amazonas na área de Filosofia Geral e Filosofia da Educação. Adjunto II. Membro Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais -PPGCA do IIEAA. Membro Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Humanidades - PPGECH. Já exerceu a função de Coordenador de Colegiado de Curso de Pedagogia do IEAA. Desenvolve pesquisa na área de Fenomenologia das Relações Sociais, Mundo do trabalho, Reestruturação Produtiva e Zona Franca de Manaus.

** Doutora e Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com graduação em Serviço Social pela mesma universidade. É Professora Adjunta do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. É fellow 2014 do Programa de Desenvolvimento Docente do Instituto Regional FAIMER Brasil. Atualmente, é coordenadora do curso de Serviço Social da UFAM. Tem experiência na área de Serviço Social, atuando principalmente nos seguintes temas: Formação Profissional do Assistente Social, Puraquequara, Beiradão do Rio Amazonas, políticas sociais, direitos sociais e Amazônia.

*** Doutorando em Ambiente e Sociedade pela Unicamp. Mestre em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia - PPGCASA/ UFAM. Possui graduação em ADMINISTRAÇÃO pela Universidade Federal do Amazonas (2011), graduação em GEOGRAFIA pela Universidade do Estado do Amazonas (2010), Especialização em Turismo e Desenvolvimento Local pela Universidade do Estado do Amazonas (2011) e Pós-Graduado em MBA em Gestão em Logística e Operações Globais pela Universidade Estácio de Sá. Foi professor de Geografia, Ecoturismo e Ecologia Básica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas/ Campus Parintins e professor assistente do Curso de Tecnologia em Gestão Pública da Universidade do Estado do Amazonas/ Núcleo de Estudos Superiores de Borba. Atualmente é professor de carreira do curso de Administração no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia – ICSEZ/ UFAM.


1 O Manual de Delimitação dos Setores do Censo 2010 classifica como aglomerado subnormal cada conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e densa. A identificação atende aos seguintes critérios: a) Ocupação ilegal da terra, ou seja, construção em terrenos de propriedade alheia (pública ou particular) no momento atual ou em período recente (obtenção do título de propriedade do terreno há dez anos ou menos); e b) Possuírem urbanização fora dos padrões vigentes (refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos) ou precariedade na oferta de serviços públicos essenciais (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica).

2 PEA –População Economicamente Ativa

3 Percentual maior que 100% devido a múltiplas respostas dos entrevistados


Recibido: 06/09/2017 Aceptado: 24/10/2017 Publicado: Octubre de 2017

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