Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


AULA DE CAMPO COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO NA PEDRA DO NAVIO – BOM JARDIM – PE – BRASIL

Autores e infomación del artículo

Helena Paula de Barros Silva *

Universidade de Pernambuco, Brasil

helena.silva@upe.br

Resumo

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, destacam que o aluno, no Ensino Fundamental, possua a capacidade de perceber-se como integrante e agente transformador do espaço, identificando seus elementos e suas interações. Nesse contexto, a compreensão de temas relacionados com o meio ambiente, torna-se de grande importância para essa concepção. A utilização de trabalho de campo como aula prática, serve como instrumento facilitador neste processo de ensino-aprendizagem. Assim, a pesquisa teve como objetivo verificar se uma aula de campo realizada na Pedra do Navio - patrimônio natural e ponto turístico do munícipio de Bom Jardim – Pernambuco, poderia sensibilizar o ensino da educação ambiental. Para isso, foi realizado um estudo de caso, em um nono ano do Ensino Fundamental de uma Escola da Rede Pública de Ensino. Os resultados apontaram a relevância de atividade de campo para aprendizagem, auxiliando na assimilação e compreensão do conteúdo para os educandos. Assim, foi demonstrado que a Pedra do Navio pode ser um grande laboratório para as aulas de Geografia, abordando entre outras, questões ambientais.

 

Palavras chaves: Aula de Campo; Educação Ambiental; Pedra do Navio; Bom Jardim; Geografia

 

ESTUDIO EN LA PEDRA DO NAVIO - BOM JARDÍN - PE - BRASIL: UNA HERRAMIENTA METODOLÓGICA PARA LA EDUCACIÓN AMBIENTAL

Resumen

Los Parámetros Curriculares Nacionales, destacan que el alumno, en la Enseñanza Fundamental, posee la capacidad de percibirse como integrante y agente transformador del espacio, identificando sus elementos y sus interacciones. En este contexto, la comprensión de temas relacionados con el medio ambiente, se vuelve de gran importancia para esta concepción. La utilización de trabajo de campo como clase práctica, sirve como instrumento facilitador en este proceso de enseñanza-aprendizaje. Así, la investigación tuvo como objetivo verificar si una clase de campo realizada en la Pedra do Navio - patrimonio natural y punto turístico del municipio de Bom Jardim - Pernambuco, podría sensibilizar la enseñanza de la educación ambiental. Para ello, se realizó un estudio de caso, en un noveno año de la Enseñanza Fundamental de una Escuela de la Red Pública de Enseñanza. Los resultados apuntaron la relevancia de actividad de campo para el aprendizaje, ayudando en la asimilación y comprensión del contenido para los educandos. Así, se ha demostrado que la Pedra do Navio puede ser un gran laboratorio para las clases de Geografía, abordando entre otras cuestiones ambientales.

 

Palabras claves: Clase de Campo; Educación ambiental; Pedra do Navio; Bom Jardim; Geografía

 

STUDY IN THE PEDRA DO NAVIO - BOM JARDIM - PE – BRAZIL: A METHODOLOGICAL TOOL FOR THE EDUCATION OF ENVIRONMENTAL

ABSTRACT

The National Curricular Parameters, emphasize that the student, in Elementary School, has the capacity to perceive himself as a member and transforming agent of space, identifying its elements and their interactions. In this context, the understanding of environmental issues becomes of great importance for this conception. The use of fieldwork as a practical class serves as a facilitator in this teaching-learning process. Thus, the research had as objective to verify if a field class held in Pedra do Navio - natural patrimony and touristic point of the Municipality of Bom Jardim - Pernambuco, could sensitize the teaching of environmental education. For this, a case study was carried out, in a ninth year of elementary school of a School of Public Education Network. The results pointed out the relevance of field activity for learning, helping in the assimilation and understanding of the content for learners. Thus, it was demonstrated that the Pedra do Navio can be a great laboratory for Geography classes, addressing, among others, environmental issues.

Keywords: Field Class; Environmental education; Pedra do Navio; Bom Jardim; Geographia

 


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Helena Paula de Barros Silva (2017): “Aula de campo como ferramenta metodológica para o ensino da educação ambiental: estudo de caso na pedra do bavio – Bom Jardim – PE – Brasil”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre-diciembre 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/04/aula-campo-brasil.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1704aula-campo-brasil


1. INTRODUÇÃO
A preocupação em relacionar a educação escolar com o cotidiano do aluno não é assunto recente. Levar os discentes a se sensibilizarem com o lugar vivido através da aula de campo, é um dos papeis fundamentais das aulas de Geografia, e uma das ferramentas para isso é a educação ambiental.
É de grande importância sempre fazer a interligação dos alunos com o cotidiano vivenciado por eles, para que haja trabalho no coletivo e preservação do patrimônio e seus arredores. Segundo Dias (2007:180) “As ações e práticas educativas voltadas para à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais gera organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”.
Assim, o objetivo geral da pesquisa foi compreender a aula de campo como uma ferramenta metodológica para sensibilizar o ensino da educação ambiental no último ano do Ensino Fundamental. Os objetivos específicos foram criar a interligação da escola com o meio ambiente através do patrimônio natural e verificar os aspectos geográficos através do meio ambiente relacionando a aula de campo para que os alunos criem a consciência da preservação do patrimônio natural.
Para isso, a presente pesquisa realizou um estudo de caso, busconado relacionar a educação ambiental com aulas práticas na Pedra do Navio (patrimônio natural do munícipio de Bom Jardim – PE – Brasil), em um nono ano do Ensino Fundamental da Educação Básica.
A aula de campo é uma ferramenta de essencial importância para o professor de Geografia. A atividade a campo propicia a este profissional demonstrar na prática a teoria apresentada na sala de aula, pois por meio das quais o professor percebe os fenômenos com que deseja trabalhar. Através do trabalho de campo é possível identificar e localizar diversos elementos constituintes da paisagem, sendo esta concebida como o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre o homem e a natureza.

2. O ENSINO DA GEOGRAFIA
O ensino da geografia vem passando por diversas transformações ao longo dos anos, e muitas vezes perdendo sua essência, que é a análise do espaço geográfico. Neto; Barbosa (2010), afirmam que:
Tradicionalmente, os conteúdos ensinados na geografia escolar são marcados pela fragmentação do saber e pelo distanciamento da realidade cotidiana dos educandos. Por isso não é estranho afirmar que esta postura tem contribuído para uma aprendizagem mecânica, que em nada ajuda o aluno a dar sentido aos saberes geográficos (Neto; Barbosa, 2010, p.162).
Em adição a esse quadro,  Oliveira (1998) sugerem que:
A geografia que se ensina e se aprende não os motiva mais e, seguramente, está muito longe das suas reais necessidades. A geografia foi perdendo aquilo que de especial ela sempre teve de discutir a realidade presente dos povos, particularmente no que se refere a seu contexto espacial (Oliveira, 1998, p.138).
O ensino da geografia é de grande importância na formação educacional de todos os alunos, então é preciso que o educador venha oferecer ao educando uma educação que incentive a ser um cidadão que tenha um olhar mais criterioso do que está se passando ao seu redor. A geografia possui essa categoria de mostrar o socioeconômico, mas em muitos casos mesmo o professor explicando o assunto o aluno não consegue assimilar o assunto, demonstrando nenhum interesse em aprender.
Nesse contexto, Cavalcante et al., (2016) afirmam que
Tratar o ensino de maneira dinâmica e integrada com metodologias inovadoras, e deixar de lado o ensino fragmentado e desarticulado, pode-se dizer que é a grande dificuldade do professor na atualidade, são necessárias inovações neste sentido, pois o objetivo principal é que mesmo estudando as partes, o aluno seja conduzido a compreender a totalidade (Cavalcante et al, 2016: 4).

          Assim, um dos pontos de partida para essa questão, é o professor tentar adequar a sua aula com a vivência do aluno, fazendo ligações dos conteúdos com a realidade do cotidiano dos alunos.

2.1  Educação Ambiental
Com o processo de ensino aprendizagem torna-se necessário conhecer o contexto histórico e geográfico sobre as opiniões que fundamentam o conhecimento, onde os mesmos fundam uma base de apoio no processo da prática pedagógica. Dotados dessa vontade de transmitir e envolver o aluno como ouvinte e como transmissor, mostrando como compreender a aula de campo em um processo à ser tanto educacional, como também em parte econômica, sem que com isso afete o meio ambiente.
O ensino da geografia também detém importante papel nestas relações, pois é uma ciência que exige uma maior discussão das mudanças ocorridas no espaço e nas relações homem natureza, tendo-se uma análise reflexiva sobre o seu papel diante das relações dentro da sociedade.
A educação ambiental é um processo onde os indivíduos e a coletividade constroem valores que serão aproveitados por toda a sociedade e tendo como um dos princípios a ética para poder compor esta educação. Assim:
A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade internacional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torna-la plena de prática social e de ética ambiental (Brasil, 1998: 2).
A conscientização da educação é viável através de atividade voltada para a área prática, tendo uma visão mais ampla com a finalidade de buscar uma relação de maior interação da sociedade com o meio que vive, e ter uma visão diferenciada do patrimônio natural através da aula de campo.
O papel do educador dentro da Educação Ambiental vem abordar a parte teórica porem visando o olhar para o trabalho pratico abordando a conscientização e a sensibilização dos discentes havendo desta forma o envolvimento integral com a realidade apresentada, para que deste modo possa construir uma realidade desejada ao mesmo modo o educador deve sempre trabalhar de forma de integração homem e natureza.
Portanto, na relação do ser humano com o meio, que atualmente parece ser de forma bastante desequilibrada, dominadora, neurotizante, é que a EA tem um grande campo a desenvolver. Praticando um trabalho de compreensão, sensibilização e ação sobre esta necessária relação integrada do ser humano com a natureza; adquirindo uma consciência da intervenção humana sobre o ambiente que seja ecologicamente equilibrada (Guimarães, 2009: 31).
Ao fazer uma abordagem do tema meio ambiente e propondo-se a contribuição do mesmo na formação dos alunos como cidadãos mais conscientes com o meio em que vivem, analisa-se também o papel da escola neste trabalho de formação através da educação ambiental, pois o homem intervém na natureza cada dia mais de maneira moderna e mecanizada.
A abordagem da educação ambiental através do PCN apresenta como ponto de partida os próprios conhecimentos adquiridos fora do contexto escolar, ou seja, aquilo que os discentes já têm sobre o conteúdo onde será trabalhado em conjunto com todos; este problema apresentado deve ser discutido, analisado e colocado em prática em todas as disciplinas já que o mesmo é um tema transversal no currículo escolar. Os Parâmetros Curriculares nacionais (Brasil, 1998:193) afirmam que “cada professor, dentro da especificidade de sua área, deve adequar o tratamento os conteúdos para contemplar o tema meio ambiente”.

2.2 Aula de Campo
A aula de campo dentro da área da Geografia é muito importante, pois a mesma vem a colaborar com a aula teórica, contribuindo para uma melhor assimilação dos assuntos estudados dentro da sala de aula.
A Geografia tem a aula de campo como um modo de envolver o aluno no conteúdo, ou seja, essa metodologia introduzida no ambiente escolar mostra como é de grande valia a busca por novos métodos de ensino, havendo uma dinâmica educacional. Assim “Motivam os estudantes, possibilitam o contato direto com o ambiente e a melhor compreensão dos fenômenos” (Viveiro; Diniz, 2009, p.1).
Dentro da aula de campo o educador quando passa a dar um conteúdo como é o caso da educação ambiental é fundamental que o mesmo consiga envolver o aluno, por ser um tema em que muitos falam e passam apenas os conceitos, o professor tem que se inovar e buscar formas de prender atenção do aluno. Com isso ele tem que ensinar ao educando a ser um bom observador, para que se tenha um olhar geográfico daquele espaço estudado, portanto, a aula de campo contribui nesse crescimento do conhecimento adquiridos.
A geografia, bem como outras ciências, faz uso do trabalho de campo a fim de estudar a espacialização dos fatos humanos individuais e coletivos, que envolvem o uso dos recursos naturais e os aspectos econômicos, sociais e políticos de um território, objetivando a compreensão dos mais diferentes aspectos que cercam determinada realidade (Viveiro; Diniz, 2009: 6).
Diante dos pontos analisados é importante ressaltar como o campo mostra para o aluno a dimensão e a abrangência de conteúdos que fazem parte do dia a dia de cada pessoa e que muitas vezes passa despercebido. Mostrando essa realidade é possível que os mesmos passem a compreender o espaço de modo a se tornarem pessoas mais críticas e que comecem a ter uma participação maior.
Conforme a Lei de Diretrizes de Base da Educação Brasileira, se deve incentivar trabalho de pesquisa e desenvolver o entendimento do homem e do meio em que se vive. Procura-se, desse modo, contemplar o ambiente de vida do educando como espaço a ser discutido no processo de aprendizado, incorporando-o ao conhecimento sistematizado e representado pelas disciplinas (Brasil, 1996).
Assim, diante das transformações ocorridas em nossa sociedade, não seria pertinente esquecer o papel do professor mediador do conhecimento e das particularidades que norteiam a sala de aula.

3. METODOLOGIA
Em linhas gerais, pode-se afirmar que a investigação científica esteve baseada num estudo de caso (sendo o locus da pesquisa uma escola de educação básica do Município do Bom Jardim - PE).
Em termos de localização geográfica, a pesquisa foi desenvolvida em uma escola da rede publica de ensino, localizada no município de Bom Jardim (figura 1) que fica situado no Agreste Setentrional de Pernambuco a 110 Km do Recife, e o acesso é através da rodovia estadual PE 90. Com altitude média de 334m, possui clima agradável com temperatura anula em torno de 26ºC.O Município tem uma extensão territorial de 294 Km, onde se concentra a maior reserva de granito marrom imperial do mundo.
A Pedra do Navio (figura 2) segundo Pacheco (2013) “ é uma formação granítica com 10 metros de altura e 300 toneladas que recebeu esse nome por se assemelhar a uma antiga embarcação”.

Para o melhor desenvolvimento da pesquisa, a mesma foi organizada em quatro etapas. A primeira consistiu em identificar em qual período a temática “problemática das questões ambientais” seria abordado de acordo com o planejamento dos professores e calendário da escola na qual foi realizada o estudo de caso. Identificando dessa forma, em qual etapa a aula de campo poderia auxiliar as atividades em sala de aula.
Na segunda etapa, foi aplicado um questionário aos alunos, com questões referentes a educação ambiental e a Pedra do Navio – Patrimônio Natural do município que foi posteriormente visitado na aula de campo. A terceira etapa foi realizada a aula de campo com os alunos na Pedra do Navio e entorno, abordando questões referentes a Geologia, Pedologia, Geomorfologia e impactos ambientais, sempre relacionando com os assuntos abordados em sala de aula.  
Após o retorno a sala de aula, em aula posterior, foi realizada uma avaliação em grupo sobre a aula prática (quarta etapa). A avaliação ocorreu em forma de debate onde os alunos puderam expor suas opiniões sobre a aula de campo. A unidade amostral dessa pesquisa foi de 65 discentes, todos do nono ano do Ensino Fundamental, de um Colégio da Rede Pública de Ensino do município de Bom Jardim – Pernambuco – Brasil.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na primeira etapa da realização da pesquisa foi verificado que a temática proposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental - Caderno de Geografia, “modernização, modo de vida e a problemática ambiental” seria ministrada no final do 2º semestre do ano letivo, com assuntos referentes a “problemática das questões ambientais”. Assim o início do desenvolvimento do projeto no Colégio ocorreu em setembro, junto aos alunos e com auxílio do professor responsável pelas aulas de Geografia do nono.
Após as aulas da temática (problemática das questões ambientais) serem ministradas pelo professor da disciplina, foram realizados os questionários com 100% dos alunos (Segunda Etapa da pesquisa). Assim, obteve-se através da pesquisa que a composição dos estudantes (100%), residem no município de Bom Jardim. O que facilitou o desenvolvimento da pesquisa, uma vez que para a realização da mesma, foi de extrema importância o conhecimento prévio do local que seria visitado.
A primeira questão, foi referente ao conhecimento prévio dos alunos em relação a Pedra do Navio. Neste 100% dos alunos já conheciam o local. Contudo, nenhum dos alunos haviam tido aula de campo no local. A segunda questão perguntou se os professores já haviam utilizado a Pedra do Navio, como exemplo em suas aulas. Cerca de 32% dos alunos responderam de forma positiva. Entretanto, destes (32%) apenas 3% souberam relatar questões anteriormente analisadas em sala de aula.
A terceira questão fez abordagem ao ensino da Geografia e a sua relação com o meio ambiente. Nesta questão, 100% dos discentes responderam que nas aulas de Geografia existe a relação com o meio ambiente através dos conteúdos estudados, principalmente a questões abordadas pela Geografia Física. Entretanto, na quarta questão, apenas 75% dos discentes afirmaram já ter participado de algum projeto de educação ambiental, porém sempre com a mesma temática: reciclagem de garrafa pet e lixo.
No decorrer das respostas apresentadas foi constatado que os alunos conheciam o Patrimônio Natural Pedra do Navio, entretanto, pouco conseguiam articular aos conhecimentos adquiridos em sala de aula. O que vai contra os Objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia, que assegura ao estudante o fato de ser capaz de:
conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para compreender a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção, identificando suas relações, problemas e contradições (Brasil, 1998 p. 35).
A pesquisa permitiu identificar a fragilidade no plano de ensino adotado que permitissem compreender os assuntos geográficos direcionados à realidade dos alunos e seus espaços vividos.
A Terceira Etapa da pesquisa foi a aula de campo. Durante a condução da aula prática os alunos, de maneira geral, mostraram interesse sobre a explanação de conceitos como paisagem, espaço, relevo, ecossistema, solos, geomorfologia, biota, clima, etc. demonstrando também a influência que os “aspectos humanos”, exercem sobre a dinâmica espacial dos pontos visitados.
Conforme Tomita (1999: 14), o professor deve fazer com que o ensino das questões ambientais parta do conhecido para o desconhecido, do concreto para o abstrato, do próximo para o mais distante, dessa forma, Carvalho et al. (2009: 9), que afirma que o aluno é capaz de estudar a realidade a partir de áreas próximas a ele, propondo assim um exercício de reflexão.
Assim, além de dominar conteúdos, é importante que o professor desenvolva a capacidade de utilizá-los como instrumentos para desvendar e compreender a realidade do mundo, dando sentido e significado à aprendizagem (Pontuschika, et al., 2009: 26). Para Cavalcanti (1998: 27), mais importante do que as aulas e a transmissão de conteúdo, é abrir espaço para que o aluno trabalhe com temas de pesquisa, os quais lhe permitam desenvolver a capacidade de elaboração própria.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na experiência apresentada, pode-se considerar que a aula de campo ao Patrimônio Natural Pedra do Navio em Bom Jardim-PE, foi desenvolvido com sucesso, uma vez que atendeu os objetivos da pesquisa, refletindo, entre outras, na aprovação dos participantes (discentes) que manifestaram suas aprovações por meio de comentários e de tomadas de atitude durante e após a atividade. Sendo considerado, dessa maneira, como uma importante ferramenta prática para o ensino, com ênfase as questões ambientais.
Nesta pesquisa foi constatado que a aula de campo auxiliou na assimilação e compreensão do conteúdo para o educando. Assim, foi demonstrado que a Pedra do Navio pode ser um grande laboratório para as aulas de Geografia, abordando entre outros, questões ambientais.

6. REFERÊNCIAS
BRASIL. (1996): “Lei de diretrizes e bases da educação nacional”. Lei nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL, Secretária de Educação Fundamental (1998): “Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro quarto círculos: Apresentação dos temas transversais”. MEC/SEF. Brasília.

CARVALHO, B. C., SANTOS, A. H. B.; OLIVEIRA, D. (2009): “Trabalho de campo como recurso didático no ensino de geografia física”. Em anais de 4º Encontro de Geógrafos da America Latina. Montevideu, Uruguai, 2009. Disponivel em http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/janeiro2013/geografia_artigos/artigocarvalho
_aula_campo_geofisica.pdf. Acesso em 08/10/2017.

CAVALCANTE, J. A. D. C.; PEREIRA, R. S.; BALIEIRO, A. B.; GARCIA, P. H. M. (2016): “O ensino de solos: a interdisciplinaridade na sequência didática”. Em Revista Interdisciplinar de Educação do Campus de Três Lagoas/ MS. V. 1, 2016, p. 1-9.

CAVALCANTI, L. S. (1998): “Geografia, escola e construção de conhecimentos”. 6 ed. Papirus, Campinas.
DIAS, R.  (2007): “Turismo sustentável e meio ambiente”. 1ª ed. Atlas, São Paulo.

GUIMARÃES, M. (2009): “A dimensão ambiental na educação”. 9 ed. Papirus, Campinas.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Bom Jardim-PE Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=260220>. Acesso em: 14 de setembro de 2016.

NETO, F. O. L.; BARBOSA, M. E. S. (2010): “O ensino de geografia na educação básica: Uma analise da relação entre a formação docente e sua atuação na geografia escolar”. Em Revista Geosaberes. V.1, N.2, dezembro 2010, p. 160 – 179. Disponível em: <http://www.geosaberes.ufc.br/seer/index.php/geosaberes/article/viewArticle/44>. Acessado em: 22 de setembro de 2016.
OLIVEIRA, A. U. de (1998): “Para onde vai o ensino de Geografia?”  6ed. Contexto, São Paulo.
PACHECO, G. (2013): Atrativos naturais e histórico-culturais. Disponível em: http://atrativope.blogspot.com.br/2013/09/bom-jardim-atrativos-naturais-e.html. Acessado em: 14 de setembro 2016.
PONTUSCHKA, N. N.; PAGANELLI, T. L.; CACETE, N. H. I. (2009): “Para ensinar e aprender Geografia”. 3ed, Cortez, São Paulo.  
TOMITA, L. M. S. (1999): Trabalho de campo como instrumento de ensino em Geografia. Em Revista  Geografia, V. 8, N. 1, 1999, p. 13 - 15.                          
VIVEIRO, A. A.; DNIZ, R. E. da S. (2009): “Atividades de campo no ensino das ciências e na educação ambiental: refletindo sobre as potencialidades desta estratégia na pratica escolar”. EM Revista Ciência em Tela, V. 2, N. 1 2009, p. 1-12.

 

*Licenciatura e Bacharelado em Geografia. Mestre e Doutora em Tecnologias Energéticas e Nucleares. Professora Adjunta curso de Licenciatura em Geografia da Universidade de Pernambuco. Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Geografia – Universidade Federal de Pernambuco.  helena.silva@upe.br

*Possui graduação em GEOGRAFIA LICENCIATURA pela Universidade Federal de Pernambuco (2003), graduação em GEOGRAFIA BACHARELADO pela Universidade Federal de Pernambuco (2007). É MESTRE (2006) e DOUTORA (2011) em Tecnologias Energéticas e Nucleares na área de Concentração: Aplicação de Radioisótopos no Meio Ambiente e Agricultura pela Universidade Federal de Pernambuco. Foi Bolsista de Fixação de Pesquisador (BFP-FACEPE-UFPE), desenvolvendo projeto de monitoramento de radiação ambiental. Faz parte do corpo de professores colaboradores do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPE (PPGEO/UFPE), ministrando a disciplina Energia, Meio ambiente e Sociedade; Monitoramento ambiental da qualidade do ar;. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade de Pernambuco do Departamento de Geografia (Campus Mata Norte). Tem experiência na área de Geografia e Biotecnologia (área de concentração: aplicação de radioisótopos no meio ambiente), atuando principalmente nos seguintes temas: técnicas e métodos de ensino da Geografia, meio ambiente e monitoramento ambiental.

Recibido: 21/12/2017 Aceptado: 28/12/2017 Publicado: Diciembre de 2017



Nota Importante a Leer:
Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor, escriba a lisette@eumed.net.

Sitio editado y mantenido por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.
Dirección de contacto lisette@eumed.net