Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


ANÁLISE DE ATIVOS TOTAIS, MARKET-SHARE E IHH NO SETOR DE EDUCAÇÃO E ENSINO: UMA ABORDAGEM MERCADOLÓGICA

Autores e infomación del artículo

Leonardo da Silva Pereira *

Raíssa Martins Tavares **

Heriberto Wagner Amanajás Pena ***

Universidade do Estado do Pará - UEPA, Brasil

professorheriberto@gmail.com

Resumo
            O presente artigo propõe-se a avaliar o comportamento da concentração de mercado para ativos totais em instituições de Ensino e educação brasileiro. Mensurou-se o grau de participação de cada grupo e como consequência, o índice de concentração de Herfindahl-Hirschman (IHH) e classificou-se cada instituição de acordo com o grau de concentração. Metodologicamente, o presente artigo pode ser categorizado como: estudo ex post facto; descritivo e causal e; não longitudinal porque foi feito em um período de um ano. Confirmou-se a hipótese de que o mercado E&E está altamente concentrado em uma única empresa. Portanto, o estudo das estruturas de mercado permite compreender os mecanismos utilizados no controle dos atos de concentração de mercado.

Palavras-chave: Market-Share; Educação e Ensino; concentração de mercado.

Abstract
The present article proposes to evaluate the behavior of the market concentration for total assets in institutions of Brazilian education and teaching. The degree of participation of each group was measured and, as a consequence, the Herfindahl-Hirschman concentration index (HHI) and each institution was classified according to the degree of concentration. Methodologically, the present article can be categorized as: ex post facto study; descriptive and causal and; not longitudinal because it was done in a period of one year. It has been hypothesized that the E&T market is highly concentrated in a single company. Therefore, the study of market structures allows to understand the mechanisms used in the control of market concentration acts.

Keywords: Market-Share; Education and Teaching; market concentration

Resumen
El presente artículo se propone evaluar el comportamiento de la concentración de mercado para activos totales en instituciones de enseñanza y educación brasileña. Se midió el grado de participación de cada grupo y como consecuencia, el índice de concentración de Herfindahl-Hirschman (IHH) y se clasificó cada institución de acuerdo con el grado de concentración. Metodológicamente, el presente artículo puede clasificarse como: estudio ex post facto; descriptivo y causal; no longitudinal porque se hizo en un período de un año. Se confirmó la hipótesis de que el mercado E & E está altamente concentrado en una sola empresa. Por lo tanto, el estudio de las estructuras de mercado permite comprender los mecanismos utilizados en el control de los actos de concentración de mercado.
Palabras clave: Market-Share; Educación y Educación; concentración de mercado


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Leonardo da Silva Pereira, Raíssa Martins Tavares y Heriberto Wagner Amanajás Pena (2017): “Análise de ativos totais, Market-Share e IHH no setor de educação e ensino: uma abordagem mercadológica”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre-diciembre 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/04/ativos-totais-educacao.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1704ativos-totais-educacao


Introdução

De 2007 à 2014, muitos grupos consolidadores investiram e marcaram o mercado da educação. O investimento em universidades e cursos privados tornou esse "mercado educacional" algo atraente e lucrativo para pelo menos 19 grupos nacionais e internacionais.
Podemos listar um ranking dessas 19 empresas do setor de educação e ensino (E&E) com capital de origem brasileira (com exceção de uma empresa que possui capital de origem mista, a qual será abordada mais tarde) e relevância dos ativos. Além da análise de seus market-share’s, este é tido como o grau de participação dessas empresas no mercado em termos das vendas do produto ou serviço ofertado, ou mesmo é a fração do mercado controlada por essas empresas.
Após o recolhimentos dos dados necessários, será avaliado a força e as dificuldades das empresas, bem como a aceitação dos seus serviços oferecidos. A conclusão final será realizada a partir dessa avaliação.
O objetivo do presente artigo é realizar um estudo de mercado das empresas do setor de E&E a partir dos seus ativos totais, apresentar e analisar os cálculos dos seus market-share’s e do IHH para então obter-se conclusões finais.
O estudo é organizado em 6 (seis) subtítulos, começando pela introdução, na qual são apresentados os temas que serão trabalhados ao longo do artigo, o objetivo deste último e como é feita sua organização. Em seguida, será apresentada a revisão bibliográfica, com uma explicação mais profunda e detalhada do setor em questão, de termos como market-share e das fórmulas que serão trabalhadas. Logo após, será visto a metodologia aplicada para chegar ao objetivo do estudo, quais ferramentas foram utilizadas e com qual intuito. Após a metodologia, têm-se os resultados obtidos por meio da leitura dos resultados encontrados das fórmulas propostas e, por fim, as conclusões finais e referências do artigo.

 

Revisão Bibliográfica

O Setor de Educação e Ensino

O setor de E&E, em termos econômicos, sofreu uma ligeira queda nas matrículas presenciais privadas em virtude da redução drástica de estudantes em instituições de ensino superior (IES) não lucrativas em torno de 36%, enquanto as IES lucrativas tiveram acréscimo de 18% em um ano (CARVALHO, 2013).
Dentre as estratégias aplicadas para conquistar os clientes, esses setores costumam utilizar desde a adoção de estratégias de marketing agressivas direcionadas ao acesso imediato ao mercado de trabalho, por meio do uso de imagem de artistas como exemplo de pessoas bem-sucedidas, até a divulgação de promoções nos valores das mensalidades, em clara competição predatória com o intuito de baratear para obter ganho em escala, sendo que o consumidor fica seduzido pelo preço a despeito da qualidade do serviço ofertado (BALDAN, 2007 apud CARVALHO, 2013).
Outra estratégia consiste na venda parcial do estabelecimento nacional ao capital estrangeiro. Como o projeto de reforma da educação superior se encontra no Congresso Nacional desde 2006, cujo teor limitaria a 30% do capital total e votante das IES que poderia ser destinado a estrangeiros – inclusive com vedação de franquia –, não há até o momento nenhum empecilho legal a esse tipo de movimento de internacionalização da oferta educacional.

Ativos Totais

Dito isto, parte-se para a análise dos ativos totais das empresas do ramo de E&E, que compreendem a soma de todos as contas de ativos de uma empresa: ativo circulante, realizável a longo prazo e permanente. Um crescimento contínuo, progressivo e sustentável do ativo total é o que todo gestor busca para a sua empresa; em outras palavras, seria maximizar a riqueza dos acionistas e tornar a empresa mais atraente para o mercado. (CAPITAL E VALOR, 2014).

Market-Share

Além do conceito de ativos totais, encontramos o termo market-share (MS), que nada mais é do que a participação no mercado das empresas estudadas. Assim como mensura o crescimento do serviço prestado no mercado. O cálculo do market-share de uma empresa é feito a partir da divisão entre o ativo total dela pelo somatório dos ativos totais de todas as empresas do mesmo ramo que estão sendo consideradas, o resultado obtido é então multiplicado por 100 para obter-se um resultado final em porcentagem, de acordo com a Figura 1.

IHH

O índice Herfindahl-Hirschman (IHH) é tido a partir da soma dos quadrados das parcelas de mercado das empresas em dado setor, multiplicada por 10.000 para eliminar a necessidade de decimais (Figura 2). Ao elevar ao quadrado as parcelas de mercado antes de somá-las, o índice pondera com maior peso as empresas com maior parcela de mercado (BAYE, 2010).

Metodologia

 Fonte de Dados

A fonte do ranking das 19 empresas do setor de E&E apresentado a partir da tabela presente no artigo foi obtido a partir do portal de informações “Valor 1000”.

 Ferramentas Utilizadas

As ferramentas utilizadas consistem em softwares como o Microsoft Excel ®, para a montagem e organização das tabelas; o Mendeley Desktop © para o auxílio das referências bibliográficas e o próprio Microsoft Word ®, no qual foi trabalhado todo o artigo.

 Método

O método adotado consiste na pesquisa bibliográfica, a qual “[...] é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.” (GIL, 2002)

Resultados

Os seguintes dados foram obtidos do site, falado no tópico 3.1, todos estes valores são referentes ao ano de 2016, para serem analisados, os dados foram posto no software e estes foram tratados e analisados a seguir.

 

O quadro acima ranqueia as 19 empresas do setor de E&E e foi organizado em ordem decrescente em relação a seus ativos totais. Nota-se com claridade que a empresa Kroton lidera o ranking com um ativo total de mais de 17 bilhões de reais. O gráfico 1 ilustra essa diferença 

O quadro 2 apresenta os valores derivados do quadro 1, onde, nesse se encontram o Market-Share, a taxa de concentração das 5 maiores empresas desse ramo totalizando mais de 69% do mercado, encontram-se ainda, o indicador do grau de concorrência entre todas do ranking e sua classificação quanto ao IHH. Para melhor visualização, o gráfico 2 representa a concentração de mercado de E&E.

A Estácio Participações é a única no ranking que apresenta capital misto, advindo do Brasil e dos Estados Unidos, com um ativo total de R$4.141,2 milhões e um market-share de 9,6% (Quadro 2). Ainda na análise do market-share, notamos a enorme diferença da Kroton (40,8%) em relação às outras, dominando quase a metade de todo o mercado.
Em outro quadro (Quadro 3), podemos perceber os lucros de atividade, financeiro e líquido que cada uma obteve. Os maiores lucros líquidos restringiram-se à Kroton, Estácio Participações, Ser Educacional e Devry.

Conclusões Finais

Percebemos que a mercantilização das IES está sendo lucrativas, tanto para os acionistas quando para os idealizadores das empresas. Ainda com uma baixa lucratividade em relação aos seus concorrentes, muitas IES estão obtendo lucros e ainda sobrevivendo. A questão é, até quando? As gigantes, Kroton e Estácio Participações, não param de investir em estratégias, negociações milionárias e inovações constantes, ou seja, seus concorrentes necessitam ir atrás de vantagens competitivas que as impulsionem para, quem sabe, chegar próximo ao nível das gigantes e poder competir.
A Kroton está presente no mercado de ensino a distância (EAD), Alguns pontos importantes no mercado de EAD são capilaridade, e oferta de ensino de qualidade a preços competitivos, bem como uma tecnologia e infraestrutura apropriada para atender todos os polos e necessidades dos alunos, seguindo as normas definidas pelo Ministério da Educação (MEC). Esse mercado tem como prós, comodidade e flexibilidade aos alunos que buscam um aperfeiçoamento profissional, porém não possuem tempo suficiente nos moldes do ensino superior presencial tradicional, além de uma oportunidade àqueles que não dispõem de uma renda compatível com o Ensino Presencial, uma vez que possui mensalidades mais baixas. Todos esses fatores influenciam na preferência desse mercado, logo, quanto mais pessoas optarem por esse ensino, mais a empresa Kroton tenderá a crescer. Além disso, a Kroton para continuar Líder no mercado faz junções com outras incorporações, que é o que diz na reportagem do G1 de 2016, onde segundo o anunciado, a empresa se fundirá com a vice-líder no mercado (Estácio Participações) para consolidar-se como a maior empresa do mundo tendo quase 1,6 milhão de universitários.
Outra líder que é importante destacar é a Estácio participações, de acordo com a reportagem da revista EXAME (2017), a empresa após alguns fatores negativos tomou medidas drásticas, elevou os preços dos cursos objetivando deixar de atrair os alunos com perfil de evasão ou inadimplência, focando em uma base menor, mas mais efetiva de estudantes. Além disso, a companhia bolou um plano de investimento na mais promissora frente de negócios para os grupos de ensino superior do país: o ensino médio. Segundo a revista, a perspectiva do grupo para o ano de 2018, é disponibilizar campus para aulas no novo segmento, tendo como propósito aumento de sua produtividade.
O estudo de mercado é útil para que um negócio sobreviva, os indicadores e os dados obtidos a partir desse estudo são capazes de posicionar uma empresa em relação aos seus concorrentes e, a partir daí, buscar outros estudos para então melhorar continuamente seu negócio e ultrapassar a concorrência. Com o estudo conclui-se que boa parte do mercado está concentrado por uma única empresa, e para os concorrentes alcançarem essa empresa, seria necessário a junção e pelo menos 9 desses concorrentes.

 

Referências
BAYE, M. R. Economia de empresas e estratégias de negócios. 6ª ed. São Paulo: AMGH Editora, 2010.
CAPITAL E VALOR. Indicadores de Rentabilidade e Análise Financeira. Disponível em: <http://capitalevalor.com.br/artigo.php?id=116>. Acesso em 22 Out. 2017.
CARVALHO, C. H. A. DE. A mercantilização da educação superior brasileira e as estratégias de mercado das instituições lucrativas. Revista Brasileira de Educação, v. 18, n. 54, p. 761–801, 2013.
CARVALHO, P. C. (2000). Recursos humanos. Campinas: Alínea.
CATTANI, A. D. (1996). Trabalho e autonomia. Petrópolis: Vozes.
EXAME. Negócios – EXAME Hoje. O plano B que rendeu à Estácio 4,5 bilhões de reais. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/o-plano-b-que-rendeu-a-estacio-45-bilhoes-de-reais/>. Acesso em: 22 nov. 2017.
FERRAZ, D. P. et al. Análise da concentração de mercado do setor de telecomunicações brasileiro. Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (septiembre 2017). En línea: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/2017/mercado-telecomunicacoes brasil.html. Acesso em: 21 nov. 2017.
FÁVERO, M. de L. "Autonomia Universitária e Educação Superior no Brasil". In: MOROSINI, M. (org.).Mercosul/Mercosur: políticas e ações universitárias. Campinas, Autores Associados, 1998, p.196-204.        
GEIGER, R. Private sectors in higher education. Struture, funcion and change in eight countries. Michigan, The University of Michigan Press, 1986.   
G1 EDUCAÇÃO. Reportagem por Laura Lewer e Vanessa Fajardo. Kroton e Estácio terão 23% do mercado, diz consultoria. 2016. Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/kroton-e-estacio-terao-23-do-mercado-diz-consultoria.ghtml>. Acesso em: 22 nov. 2017.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4a ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2002.
MARTINS, C.B. Ensino pago: um retrato sem retoques. São Paulo, Editora Global, 1981.  
VALOR ECONÔMICO. G1. Valor1000: Setor de Eletroeletrônica. Disponível em: <http://www.valor.com.br/valor1000/2017/ranking1000maiores/Eletroeletr%C3%B4nica>. Acesso em: 16 nov. 2017.

*Graduando em engenharia de Produção -UEPA leonardohp43@gmail.com
**Graduanda em Engenharia de Produção – UEPA rmtavares6@gmail.com
***Doutorado em Ciências Agrárias. Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Belem, Brasil Título: MODELAGEM DA CONVERSÃO DE ECOSSISTEMAS NO CONTEXTO DA ECONOMIA: UMA ANÁLISE APLICADA AO MUNICIPIO DE MOJÚ, NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ, Ano de obtenção: 2013 Orientador: Francisco de Assis Oliveira Co-orientador: Norma Ely Santos Beltrão Bolsista do(a): Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa 2002 - 2004 Mestrado em Mestrado em Economia. Universidade da Amazônia, UNAMA, Belem, Brasil Título: Brasil e Coréia do Sul: uma análise comparativa da dinâmica das exportações no comércio internacional, 1985-2000., Ano de obtenção: 2005 Orientador: Mário Miguel Amin Garcia Herreros Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 1997 - 2001 Graduação em Economia. Universidade da Amazônia, UNAMA, Belem, Brasil Título: O cambio como instrumento de política economica: uma proposta de modelagem do setor externo brasileiro 1985-2000 Orientador: Jose Stenio Gonzaga

Recibido: 24/11/2017 Aceptado: 29/11/2017 Publicado: Noviembre de 2017



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