Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO BRASIL: UMA ANÁLISE DA FORMAÇÃO DOS DOCENTES ENTRE 1994 À 2015

Autores e infomación del artículo

Allison Manoel de Sousa*

Gustavo Francisco dos Santos**

Laiane da Cunha Sanches***

Rodrigo Malta Meurer****

António Carlos Vaz Lopes*****

Universidade Federal da Grande Dourados, Brasil

allison.coelho@hotmail.com

RESUMO
O cenário da expansão dos Programas de Pós-Graduação (PPG) em Ciências Contábeis contribui para desenvolvimento da contabilidade no meio acadêmico e empresarial. O presente estudo teve como objetivo analisar qual a formação dos docentes vinculados aos PPG em Ciências Contábeis. Os períodos analisados consistem no último ano de cada triênio de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) entre o período de 1994 à 2015. Os resultados apontam que houve diminuição na proporção de docentes com formação em Contabilidade. Também, verificou-se que o número de docentes, em média, por programa que cursaram Ciências Contábeis a nível de graduação e mestrado possui diferença, ao nível de 5%, quando comparado 2015 e períodos dos anos 2000. Além disso, foi encontrada que uma pequena parcela destes docentes fez uma parte do doutorado no exterior. Nesse sentido, os resultados encontrados corroboram com estudos anteriores que apresentam o desenvolvimento dos PPG em Contabilidade no Brasil.
Palavras-chave: Contabilidade, Docentes, Doutorado, Mestrado, Pós-graduação

GRADUATE PROGRAMS IN ACCOUNTING SCIENCES IN BRAZIL: AN ANALYSIS OF TEACHER TRAINING FROM 1994 TO 2015
ABSTRACT
The context of expansion of Graduate Programs (PPG) in Accounting Science for the development of accounting in the academic and business world. The present study had as objective to analyze the training of teachers linked to PPG in Accounting Sciences. The periods analyzed consist of the last year of each evaluation triennium of the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) between the period 1994 to 2015. The results indicate that there was a decrease in the proportion of teachers with a degree in Accounting. Also, it was verified that the number of teachers, on average, per program that attended Accounting Sciences at undergraduate and master's level has a difference, at the level of 5%, when compared to 2015 and periods of the years 2000. Beyond that, it was found that a small portion of these teachers did a part of the doctorate abroad. In this sense, the results found corroborate previous studies that present the development of PPG in Accounting in Brazil.

Keywords: Accounting, Teachers, Doctorate, Masters, Graduate

 


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Allison Manoel de Sousa, Gustavo Francisco dos Santos, Laiane da Cunha Sanches, Rodrigo Malta Meurer y António Carlos Vaz Lopes (2017): “Programas de pós-graduação em ciências contábeis no Brasil: uma análise da formação dos docentes entre 1994 à 2015”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (julio-septiembre 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/03/programas-ciencias-contabeis.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1703programas-ciencias-contabeis


1 INTRODUÇÃO
A implantação dos primeiros programas de pós-graduação brasileiros foi importante para melhoria do ensino de nível superior e as pesquisas, tornando-as mais complexas, sendo que estes programas foram inicialmente implantados, em grande parte, por intelectuais estrangeiros que propiciaram o intercâmbio cultural e científico dos pesquisadores brasileiros, além da consolidação do padrão de pós-graduação estabelecido no Brasil (DOS SANTOS; DE AZEVEDO, 2009). O início destes programas, consistiu em uma iniciativa de pequenas dimensões, encontradas em algumas universidades e com objetivo de formação para seguir carreira acadêmica (BALBACHEVSKY, 2005).
Ao longo dos anos a finalidade dos programas de pós-graduação não sofreu grandes mudanças, sendo que possui objetivo principal é a formação de docentes, com a finalidade em atender a graduação e a expansão dos programas de pós-graduação nas universidades brasileiras, além de preparar estes quanto ao desenvolvimento das pesquisas no âmbito científico (KUENZER; MORAES, 2005)
Os Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil são relativamente novos, sendo que a expansão destes programas com cursos a nível de mestrado e doutorado é recente. A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), foi a primeira a ter cursos de Pós-Graduação em Ciências Contábeis a nível de mestrado e doutorado no Brasil, sendo que isto foi primordial para a formação de pesquisadores e desenvolvimento das pesquisas na área contábil (IUDÍCIBUS, 2006). Essa instituição foi importante no lançamento dos pilares da pesquisa na área da contabilidade brasileira (PELEIAS, et al., 2007).
Os programas de pós-graduação são fundamentais no contexto do desenvolvimento de pesquisas em determinada região. Para Leite Filho (2008), a inserção de Programas de Pós-Graduação é relevante para a formação de pesquisadores, mestres, doutores e professores que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento. Deste modo, é interessante estudar o nível e qualidade de educação e ensino, Andere e de Araújo (2008), afirmam que isso foi crucial para promoção de mudanças e, principalmente, no momento da rápida expansão do crescimento, em número, de cursos de Ciências Contábeis.
O crescimento desses cursos possibilitou o crescimento no número de docentes na área (ANDERE, DE ARAÚJO, 2008). Também, com os Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis há formação de pesquisadores, no qual estes programas podem definir linhas de pesquisas específicas e a temática dos principais eventos em Contabilidade do Brasil (LEITE FILHO, 2008). A produção cientifica produzida por estes pesquisadores pode ser englobada em um contexto crítico até a sua divulgação, colaborando para a Contabilidade como ciência.
Para construção e expansão dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, de forma rápida foi necessário incorporar docentes com formação diferentes a da Contabilidade. Esses programas possuem docentes com graduação em Ciências Contábeis, seguido de Economia (SOUZA; MACHADO; BIANCHI, 2011). Uma parcela considerável dos docentes dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis possuem graduação em Administração e/ou Ciências Contábeis. Para Santana, Nganga e Leal (2014), os programas que possuem maior proporção de docentes em Ciências Contábeis, estão localizados no estado de São Paulo.
Nesse sentido, avaliar a formação dos docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis no Brasil parece relevante. Estudando a formação (graduação, mestrado e doutorado) dos docentes ao longo de um determinado período, verificando o que ocorreu destes programas ao longo da expansão dos cursos de mestrado e doutorado. Na presente pesquisa buscou analisar a formação dos docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis. Especificamente, foi analisado a formação a nível de graduação, mestrado e doutorado destes docentes considerando as áreas de Ciências Contábeis, Administração, Economia, Engenharia de Produção e Outras Áreas.
A motivação para este estudo decorre da expansão dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, analisando a formação dos docentes vinculados a estes programas durante o período de 1994 a 2015, sendo que estudar isso torna-se desafiador à medida que possa corroborar e fortalecer o conhecimento no contexto da expansão destes programas e desenvolvimento para a pesquisa contábil. Para tanto, a estrutura desta pesquisa consiste em cinco partes, sendo (i) introdução; (ii) referencial teórico; (iii) metodologia; (iv) resultados, e; (v) considerações finais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
O presente capítulo tem como finalidade apresentar o contexto histórico da Contabilidade e da Pós-Graduação no brasileira e da área contábil. Também, neste capítulo são apresentados estudos anteriores que analisaram a formação dos docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação.

2.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE
Analisar a história da contabilidade é fundamental para a realização de estudos voltados para o desenvolvimento dessa ciência, sendo que é importante ter como base os estudos passados para ter a percepção de como esta evoluiu ao longo do tempo. Com esta analise pode-se ter referências de como esta tem papel relevante desde os primórdios da sociedade.
Não é descabido afirmar-se que a noção intuitiva de conta e, portanto, de Contabilidade seja, talvez, tão antiga quanto à origem do Homo sapiens. As primeiras civilizações onde se percebe os primeiros exemplos complexos de contabilização. Que por ele citado são: civilização da Suméria e da Babilônia (Iraque), Egito e China. Assim, a contabilidade existe e, consequentemente, participa do cotidiano do homem moderno a pelo menos a 4.000 anos de Cristo. (IUDÍCIBUS, 2006; IUDÍCIBUS, MARION e FARIA, 2009).
A contabilidade, mesmo tendo registros históricos com período superior a cinco milênios, teve demorado desenvolvimento. Hendriksen e Van Breda (2007) destacam que não se sabe quem inventou a contabilidade, porém que sistemas de escrituração por partidas dobradas começam a surgir gradativamente nos séculos XIII e XIV em diversos centros de comércio no norte da Itália.
Iudícibus (2006) destaca que esta ciência teve seu primeiro período de evolução a partir do uso da moeda pelas civilizações antigas. Outro período relevante para a história da Contabilidade ocorreu, onde hoje se situa a região norte da Itália, em cidades como Veneza, Gênova, Florença, Pisa e entre outras que tornaram esse conhecimento adulto e completo entre os séculos XIII e XVII. Esse é o momento mais relevante da Contabilidade até então, onde teve o seu florescer com a finalidade de suprir a demanda existente dos usuários da informação contábil.
Nesse período Luca Pacioli, frei franciscano, tratou a contabilidade de forma diferenciada, no qual publicou o livro Summa de arithmetrica, geométrica e proportioni et proportionalitá, em uma passagem desse livro Luca Pacioli apresenta o método de partidas dobradas denominadas em seu livro como Particularis de Computis et Scripturis. Esse foi um dos conhecimentos mais difundidos da contabilidade, sendo considerado o mais relevante da história desta ciência.
Após esse período que a contabilidade teve grande desenvolvimento houve uma estagnação. Hendriksen e Van Breda (2007) afirmam que a partir do final do século XV houve declínio da influência e, consequentemente, poder político e comercial do norte da Itália devido ao descobrimento da América e abertura de novas rotas comerciais. Com isso, os centros comerciais deslocaram-se para a Península Iberica (Portugal e Espanha) e, posteriormente, para Antuérpia e aos Países Baixos.
O período de estagnação teve fim entre os séculos XIX e XX durante a Revolução Industrial. Com isso, ao final do século XIX essa revolução promoveu profundas mudanças no sistema contábil estabelecido por Pacioli, no qual a contabilidade passou a suprir às necessidades das grandes sociedades anônimas industriais que caracterizam nosso mundo (HENDRISKSEN e VAN BREDA, 2007).
No século XIX a contabilidade que até então tinha uma roupagem apenas de escrituração passa a ser conhecida como ciência. Com isso, a contabilidade recebe uma abordagem científica devido a publicação de estudos de renomados escritores, como Francesco Villa (La contabilitá applicata alle amministrazioni private e pubbliche, 1840), Francesco Marchi (I cinuqecontisti: ovvero la ingannevole e Nuovo saggio per la facile intelligenza ed applicazione di quel sistema - 1867) e Giuseppe Cerboni (Primi saggi di logismografia, 1886) (IUDÍCIBUS, 2006; IUDÍCIBUS, MARION e FARIA, 2009).
Mendonça Neto (2007) afirma que importantes doutrinas possuem relevância na história da contabilidade em termos científicos, sendo elas; (a) Materialismo: Relação entre a administração e contabilidade; (b) Personalismo: Contas abertas em nomes de pessoas físicas ou jurídicas. Dever e haver representavam débitos ou créditos dos titulares destas contas; (c) Controlismo: Diferenciação entre o conceito de administração geral e econômica; (d) Reditualismo: O lucro é o que mais interessa como objeto de estudo; (e) Aziendalismo: Integração em uma única disciplina dos conhecimentos da vida econômica da entidade e desenvolvimento de uma teoria a partir do resultado; e, (f) Patrimonialismo: a contabilidade é uma ciência com objeto bem determinado (patrimônio).
Entrando no século XX com ascensão econômica e, consequentemente, influência política os Estados Unidos da América (EUA) adquiriu grande força dentro do contexto das pesquisas cientificas na área contábil. Iudícibus (2006) destaca que o surgimento das gigantescas corporations, principalmente no início do século XX, aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e extraordinário ritmo de desenvolvimento constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-americanas.
A “Escola” Anglo-Saxônica teve grande influência na contabilidade brasileira, principalmente no campo da auditoria, quiçá essa tenha sido a mais antiga influência no sentido da “americanização” do entendimento das normas e dos procedimentos de contabilidade, pois visava fornecer informações a quem precisasse e em contabilidade isso é de grande importância para o “bem-estar” de todos. Essa contabilidade tinha como principal foco a normatizar, padronizar e estabelecer dos princípios contábeis (IUDÍCIBUS, 2006).
No caso americano, Schmidt (2000, apud MENDONÇA NETO, 2007) dividiu essa “Escola” em dois campos sendo que o primeiro se importa muito e tem a preocupação em passar os dados contábeis para o usuário externo para que possam tomar decisões de forma mais eficaz, essa questão tem muito da abordagem positivista que será vista com maiores detalhes ao decorrer do trabalho e o segundo plano se importa principalmente com o usuário interno e suas tomadas de decisões. Como redigido por Octavio.
A mudança de paradigmas na influência das “Escolas” no Brasil teve grande importância na primeira metade do século XX (MENDONÇA NETO, 2007). Com o enfraquecimento da escola italiana, por sua vez, a Americana começou a ganhar mais espaço dentro do Brasil devido a forma em que os dados eram utilizados pelos usuários da contabilidade, com principal foco nos usuários externos para melhor compreensão do que estava sendo estudado.
O desenvolvimento da contabilidade tem é influenciada devido evolução da sociedade, no qual estão relacionadas outras áreas do conhecimento como economia, sociologia, história filosofia dentre outras (MENDONÇA NETO, 2007). Essas áreas do conhecimento tem como foco principal o comportamento e desenvolvimento de áreas constituintes da sociedade, pois conforme a sociedade sabe a importância das informações geradas pela contabilidade tem como consequência maior uso dessas informações com tendência de melhores informações, ou seja, demandando desenvolvimento da ciência contábil.
No Brasil o interesse pela pesquisa histórica contábil existe no país, foi motivado por dois fatores: o aumento do número de programas Stricto Sensu em Contabilidade, principalmente a partir da Lei n° 9394/96 (BRASIL, 1996), e o advento das novas diretrizes curriculares nacionais para os cursos de Ciências Contábeis, com o Parecer CNE/CES no. 289/2003 (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2003), e da Resolução CNE/CES nº. 10/2004 (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2004), que propugnam a formação de profissionais dotados de competências profissionais que reflitam a heterogeneidade das demandas sociais.
A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) tem grande papel na formação de uma Escola brasileira de contabilidade, por mais que ainda não seja totalmente fixada no país. Essa foi a primeira instituição brasileira a ter em funcionamento programa de pós-graduação (PPG) em Contabilidade a nível de mestrado e doutorado no Brasil, sendo que isso foi fundamental para a formação de pesquisadores e desenvolvimento estudos na área contábil (IUDÍCIBUS, 2006).
2.2 A PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL
As origens da pós-graduação no Brasil se dá em 1930 quando as primeiras universidades conseguem angariar professores estrangeiros oriundos de missão acadêmica com o auxílio do governo europeu e outros fugitivos da Segunda Guerra. Estes professores trouxeram o primeiro modelo institucional de pós-graduação no Brasil. É interessante destacar também que o surgimento e a consolidação da pós-graduação no Brasil, assim como do ensino superior de forma geral, foram marcados pela influência externa. Além do modelo norte americano, também houve influências do modelo francês, tanto na institucionalização da pós-graduação, tal como expressa o conteúdo do parecer n. 977/65, como na constituição/criação autônoma das universidades brasileiras, que se serviram de intelectuais estrangeiros para implantar ou consolidar cursos de graduação e pós-graduação (DOS SANTOS; DE AZEVEDO, 2009).
No entanto, ressalta o autor, dada a dinâmica da realidade, aos poucos esse nível de ensino foi tomando contornos particulares às nossas necessidades, na medida em que o sistema foi se tornando mais complexo, mas também na medida em que outras influências se fizeram perceber. A formação de professores e pesquisadores brasileiros no exterior, assim como os acordos de intercâmbio cultural-científico que traziam pesquisadores de vários países para cá, também influenciou a constituição e o padrão assumido pela nossa pós-graduação 
Essas primeiras experiências de pós graduados tiveram pouco impacto no ensino superior brasileiro como um todo. Segundo Balbachevsky (2005) naqueles anos, a pós graduação era uma iniciativa de pequenas dimensões. Ela era encontrada em apenas umas universidades, e mesmo nelas, somente algumas cadeiras forneceriam treinamento pós graduado. Fora do universo acadêmico o seu mérito era pouco reconhecido. Na maiorias do casos, a pós graduação era somente uma das portas de entrada para a vida acadêmica. Apenas em 1965 o Ministério da Educação regulamentou essas experiência, reconhecendo como um novo nível de ensino, além do bacharelado.
A institucionalização da pós-graduação no Brasil pela via legal, como era de se esperar, não foi suficiente, de acordo com o Dos Santos e De Azevedo (2009), para atingir os objetivos traçados naquele momento: formação qualificada de professores para atender à expansão do ensino superior, elevando seu nível de qualidade, estímulo ao desenvolvimento da pesquisa científica por meio da preparação adequada de pesquisadores e formação de técnicos e intelectuais de alto nível para fazer face às necessidades do desenvolvimento nacional em todos os setores.
Com apoios governamentais, segundo Balbachevsky (2005), a pós graduação cresceu em larga escala. Em 1965 quando os primeiros estudos pós graduação foram reconhecidos, o Conselho Nacional de Educação identificou ao todo 38 programas de pós graduação: 27 mestrados e 11 doutorados. Dez anos depois, em 1975, o Brasil já contava com 429 programas de mestrados e 149 de doutorado. O objetivo da Finep como da CNPq naquele momento era desenvolver um leque amplo de áreas de conhecimento, já que a ideia era qualificar professores.
No que diz respeito à pós-graduação brasileira, pode-se dizer que a publicação científica é um fator importante na avaliação dos programas de mestrado e doutorado acadêmico. Isso porque, apesar de diversos fatores influenciarem na qualidade de um programa de pós-graduação (composição e formação do corpo docente, estrutura do curso, linhas de pesquisa, funding externo, etc.) a publicação em periódicos de alta qualificação é um aspecto relevante na atribuição da nota a um programa de pós-graduação (SOARES; RICHARTZ; MURCIA, 2013).
Atualmente, não obstante as boas intenções e os índices notáveis dos dias atuais, já que o programa foi implantado com o objetivo de formar um professorado competente para atender com qualidade à expansão do ensino superior e preparar o caminho para o decorrente desenvolvimento da pesquisa científica, o país ainda não superou o desafio de formar um número suficiente de docentes titulados para este nível (KUENZER e MORAES, 2005). Entretanto, os sucessos alcançados pelo país na pós graduação têm sido motivo de orgulho tanto para a academia brasileira como para as autoridades públicas (BALBACHEVSKY, 2005).
Com isso a crescente qualidade da pós-graduação brasileira deve-se à parceria entre Capes, CNPq e a comunidade científica. Capes e CNPq – agências governamentais criadas em 1951 que têm papel central no sistema de pós-graduação – seguiram caminhos próprios, com insuficiente nível de intercâmbio, para atendimento mais das demandas espontâneas do que daquelas resultantes de um projeto nacional de desenvolvimento social e econômico (DANTAS, 2004).

2.2.1 A PÓS-GRADUAÇÃO EM CONTABILIDADE
A área de Contabilidade como ciência, no Brasil, tem-se expandido nos últimos anos, observando-se uma evolução contínua, em razão de várias mudanças econômicas e sociais, aumento expressivo do número de programas de pós graduação e, consequentemente, o aumento da produção científica, do impacto econômico que ela produz nas organizações e na sociedade, bem como da evolução da Contabilidade em todo o mundo (LEITE FILHO, 2008).
Há alguns anos, contadores e técnicos contábeis experientes, com profundos conhecimentos técnicos e legais rumavam para a carreira acadêmica com a finalidade de difundir as informações adquiridas ao longo de sua vida profissional. Atualmente, o docente de Contabilidade, além de necessitar dos conhecimentos e das habilidades da profissão contábil, necessita de conhecimentos teóricos, estruturais, didáticos e pedagógicos (ANDERE; DE ARAUJO, 2008).
De maneira sucinta, Peleias et al., (2007), na implantação do ensino superior de Contabilidade o governo do Estado de São Paulo instituiu, com o Decreto-lei no 15601/46, a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas - FCEA, instalada como dependência da Universidade de São Paulo. A criação da FCEA, posteriormente denominada Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FEA, lançou as bases do primeiro núcleo de pesquisa Contábil no Brasil, com relevantes contribuições para a área. Além da contribuição para o ensino e a pesquisa contábil no Brasil, a FEA/USP foi pioneira ao instituir, nos anos 1970, a pós-Graduação Stricto Sensu em Controladoria e Contabilidade.
Desde então, segundo Leite Filho (2008), inserem-se os programas de pós-graduação, pois se acredita que é a partir deles que há a formação de pesquisadores, professores, mestres e doutores, que irão contribuir para esta produção de conhecimento. Outro aspecto diz respeito à própria origem dos referidos programas de pós-graduação, linhas de especialização, vocação e definição de linhas de pesquisa em cada um deles, bem como a temática dos principais periódicos e anais de congressos de Contabilidade no país.
 Estudar a educação e a qualidade do ensino, de acordo com Andere e de Araujo (2008), contribuiu para promoção de mudanças e para o progresso da sociedade, principalmente nesse momento de rápida expansão e crescimento dos cursos de Ciências Contábeis no país e de maior oferta de vagas para os professores dessa área.
O crescimento no número de cursos de pós graduação lato sensu em Contabilidade, oferecidos pelo IES, está associado ao surgimento de pesquisas contábeis nessas instituições, sendo as revistas uma maneira encontrada para divulgá-las. Também associou-se o surgimento dessas revistas, nas Instituições de Ensino Superior, à criação de novos cursos de pós-graduação stricto sensu em contabilidade [...]. O aparecimento da maioria dos periódicos nacionais de Contabilidade ocorreu a partir do início dos anos 90, o que pode ser explicado, em parte, pelo fato de os periódicos mais antigos, mais gerais e de divulgação mais abrangente não estarem comportando a produção científica originada com a crescente oferta de cursos de pós-graduação lato sensu em Contabilidade vivida no país, e com os egressos dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Além disso, essa produção aumentou devido, entre outras coisas, à pressão provocada pelos mecanismos de avaliação da CAPES e das Instituições Federais de Ensino Superior para a divulgação da produção docente e discente (OLIVEIRA, 2002).
Desde então, segundo Leite Filho (2008), inserem-se os programas de pós-graduação, pois se acredita que é a partir deles que há a formação de pesquisadores, professores, mestres e doutores, que irão contribuir para esta produção de conhecimento. Outro aspecto diz respeito à própria origem dos referidos programas de pós-graduação, linhas de especialização, vocação e definição de linhas de pesquisa em cada um deles, bem como a temática dos principais periódicos e anais de congressos de Contabilidade no país.
Assim, do ponto vista científico, Borges et al., (2011), a produção realizada da área contábil pode ser englobada em um contexto crítico e ser objeto de análises que vão da concepção, passa pela confecção e chega à divulgação da pesquisa, ou seja, envolve a real colaboração na construção da Contabilidade enquanto área científica. Esse nível de abordagem pressupõe o conhecimento dos conceitos científicos, especialmente da teoria do conhecimento e dos conceitos de epistemologia, muitas vezes ignorados nas pesquisas em contabilidade.

2.3 ESTUDOS ANTERIORES
Considerando os estudos anteriores, existe diversas formas, utilizando-se de metodologias qualitativas e quantitativas para analisar o cenário da expansão dos Programas de Pós-Graduação em Contabilidade, demonstrando características diferentes, corroborando com novos achados para melhor entendimento deste fenômeno. Os cursos de Programas de Pós-Graduação em Contabilidade, são relativamente novos, até o ano de 1998 existiam, apenas, dois programas, o primeiro na Universidade de São Paulo (USP-SP) e o segundo na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), sendo que 1998 a 2008, o crescimento foi gradativo e continuo de novos cursos de pós-graduação em mestrado e doutorado na área contábil (MIRANDA, 2010).
A formação de doutores em Ciências Contábeis pela FEA/USP, foi importante para a formação de pesquisadores e desenvolvimento da pesquisa na área, sendo que entre 1962 e 2005, houve 159 titulados, tendo em vista que a partir do ano 2000, houve um crescimento vertiginoso no número de doutores em Controladoria e Contabilidade formados por esta instituição (CUNHA, CORNACHIOLE JÚNIOR, MARTINS, 2008).
Em um estudo realizado por Souza, Machado e Bianchi (2011), encontraram que a maior parte dos docentes dos Programas de Pós-Graduação em Contabilidade, possui graduação em Ciências Contábeis, seguido por Economia e Administração, demonstrando de que muitos possuem mais de um curso de graduação, sendo que a nível de doutorado os administradores ocupam o segundo lugar. Em complemento, Comunelo (2010), considerando a formação dos docentes de Pós-Graduação em Contabilidade, encontrou que 36,85% destes possuem formação, a nível de graduação, em Ciências Contábeis, e 31,57% em Administração, também foi encontrado que destes docentes, 21,06% possuem formação em Ciências Contábeis e Administração.
Em estudo realizado, por meio de questionários, Cunha, Cornachione Júnior e Martins (2010) verificaram que os docentes vinculados aos PPG em Ciências Contábeis se graduaram em média com 24,4 anos, sendo que 55,3% cursaram Ciências Contábeis; 22,0% Administração, e; 14,4% Economia. Já Santana, Nganga e Leal (2014), verificaram a área de formação dos docentes dos docentes vinculados aos Programas de Pós-graduação em Ciências Contábeis, sendo que os programas que apresentam maior proporção de docentes com formação em Ciências Contábeis é a FEA-RP/USP, com 72,73% e FEA/USP, com 69,57%.

3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA  
Os procedimentos adotados neste estudos foram documental e bibliográfico, sendo que a abordagem foi quantitativa devido a utilização de dados quantitativos no qual foram analisados para verificação de quais as características da formação dos docentes nos PPG em Contabilidade.
Os períodos que foram determinados para análise correspondem ao último ano de cada triênio de avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros realizado pela CAPES, no qual foram considerados para análise os anos de 1994; 1997; 2000; 2003; 2006; 2009; 2012 e 2015. Os PPG em Contabilidade considerados para o estudo de acordo com os respectivos períodos de avaliação. Para isso os PPG em contabilidade foram discriminados pela data de funcionamento por meio do Portal da Sucupira. A organização desses dados foi realizada em planilhas de Excel®, do Pacote Office 2013 da Microsoft Corporation.

Com as universidades organizadas de acordo com o período de funcionamento, foram coletados, por meio do Portal Sucupira, os dados dos docentes que estão vinculados a cada PPG em Contabilidade em todos os períodos em que cada instituição teve o seu programa de pós-graduação em funcionamento. Foram considerados os docentes que possuem vínculo de Colaborador ou Permanente.
Foram coletados os dados dos docentes por meio da Plataforma Sucupira e Plataforma Lattes, no qual esses dados também foram tabulados em planilhas do software Excel®, do Pacote Office 2013 da Microsoft Corporation.

Foram extraídos os dados da formação de cada docentes sendo o curso de graduação, mestrado e doutorado, além de que se esse docente participou ou não de doutorado sanduíche. Isso foi realizado em cada PPG em Contabilidade e período analisado. Os docentes que cursaram mais de um curso de nível de graduação, mestrado e doutorado tiveram toda a formação considerada.
Os dados foram separados e utilizados para comparações, no qual foram listados o número de PPG em Contabilidade existentes e o total de docentes permanentes e colaboradores vinculados a esses programa com a finalidade de verificar os períodos em que houve crescimento e expansão dos PPG em Contabilidade.
Docentes que possuem diferentes áreas de formação, quanto a nível de graduação, mestrado e doutorado, é relevante para que estes tenham uma visão holística do conhecimento no momento do exercício da profissão, principalmente na área de pesquisa.
Nesse sentido, foi analisado o número de docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação nas áreas Contabilidade, no qual foi verificado, considerando o período de 1994 a 2015: (i) número de docentes para cada período analisado; (ii) docentes, em média, por universidade do número de docentes que possuem graduação; mestrado, e/ou; doutorado, em contabilidade; (iii) proporção de docentes que possuem formação em Ciências Contábeis nestes três níveis (graduação, mestrado e doutorado); (iv) Considerando cinco grupos (Ciências Contábeis; Administração; Economia; Engenharia de Produção, e; Outras Áreas) qual o número de docentes, em média por universidade, a nível de graduação, mestrado e doutorado.
Para tanto, foi utilizada a análise descritiva para o cálculo da proporção, média e desvio-padrão e analise bivariada de Analysis of variance (ANOVA), com objetivo de verificar se existe divergência significativa dos conjuntos e, de forma complementar, o teste de Tukey Significant Difference (TSD), tendo em vista que este demonstrou se existe diferença significante ao nível de 5% entre o entre os períodos analisados, de forma individual.

3.2 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
A Contabilidade teve grande crescimento e expansão, no contexto brasileiro, nos últimos anos de forma continua, sendo que o crescimento dos Programas de Pós-Graduação foi uma consequência deste processo, contribuindo para o desenvolvimento da Ciência Contábil na academia e nas organizações em geral (LEITE FILHO, 2008). A partir das instalação do Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), de forma pioneira foi essencial para a formação de profissionais a nível de mestrado e doutorado em território brasileiro.
Diante disso, foi utilizada a análise descritiva para o cálculo da proporção, considerando a variável analisada, como medida de tendência central a média e, como medida de dispersão, foi utilizado o desvio-padrão de todas as variáveis em que foram calculadas as médias.
A análise descritiva é fundamental fonte de análise para diferentes áreas, sendo que para a contabilidade esta análise é utilizada para fins empresariais e meio de cálculo para geração de resultados com finalidade de atender problemas de pesquisas no meio acadêmico (SWEENEY; WILLIANS; ANDERSON,2013). Para tanto, na estatística descritiva, são utilizadas medidas de tendência central, no qual Hoffmann (2006) e Levi; Fox e Forde (2012), afirmam que estas medidas tem com finalidade em demonstrar um valor que represente determinado grupo de dados observáveis.
Uma destas medidas de tenência central é a média, sendo que esta é obtida a partir da soma de todos os valores de uma variável dividida pelo número de todas as observações (FÁVERO et al., 2009). Assim, a média consiste em um valor que representa a variável, mas é fundamental que esta medida esteja acompanhada por uma medida de dispersão, adequada a análise a ser efetuada. Fávero et al. (2009), complementa que as mediadas de tendência central não tem capacidade de mensurar a variabilidade de um conjunte de dados, e por este motivo, é fundamental para análise descritiva que seja calculada uma medida de dispersão.
Para Triola (2014), existem diversos métodos para calcular estas medidas, tais como: amplitude, desvio-padrão e variância. Nesse sentido, foi escolhido o desvio-padrão como medida de dispersão para este estudo. O desvio-padrão consiste na raiz quadrada da variância, sendo que demonstram se as observações da amostra possuem valores próximos ou não a média (FÁVERO et al., 2009).
Para Fávero et al. (2009), as análises bivariadas são importantes para verificar se estas possuem diferença estatisticamente significante, sendo que uma das formas para verificar esta diferença é realizar o teste de Analysis of variance (ANOVA), no qual verifica se um conjunto de variáveis possuem diferença significativa. Entretanto, esta análise, não demonstra a diferença entre as variáveis, de forma individual, somente se o conjunto de variáveis apresentam diferença estatisticamente significante. Por esse motivo, para verificar a diferença significativa entre as variáveis, individualmente, foi realizado o teste TDS (Tukey Significant Difference).
Diante disso, o número de docente, considerando os períodos analisados foram submetidos a ANOVA, sendo que este foi realizado com a finalidade de verificar se os períodos, de forma conjunta, apresentam diferença significativa ao nível de 5%. Devido ao fato de que a ANOVA não apresenta quais períodos são diferentes (P<0,05), entre si, os dados foram submetidos ao teste TDS (Tukey Significant Difference), considerando cada PPG em Contabilidade em cada período, individualmente, analisado foi testado com a finalidade de identificar se existe diferença significativa (P<0,05). Todos os testes de médias com a finalidade de identificar diferença significativa (P<0,05) foram realizados por meio do software R Core Team® (2016).
Para tanto, foram utilizadas em planilhas de Excel®, do Pacote Office 2013 da Microsoft Corporation, no qual foram organizados os dados de cada PPG em Contabilidade e calculados as médias e desvios-padrão de cada período.

 

 

 

 

Com o cálculo da tabela pode-se analisar os dados e comparar quais foram as características de cada período e se apresentam diferenças significativas, prevendo tendências para os próximos períodos dos PPG em Contabilidade.
Também a Tabela 3 foi adaptada e originou a Tabela 4 com a finalidade de determinar as médias das formações de Contabilidade, Administração, Economia e Engenharia de Produção a nível de graduação, mestrado e doutorado. Essas áreas foram escolhidas devido a serem correlatas a área contábil. As demais áreas do conhecimento foram classificadas como Outras Áreas.

Foram calculadas as médias e respectivos desvios-padrão da formação dos docentes dos PPG em contabilidade de cada período das áreas de conhecimento discriminadas na Tabela 4. Esses resultados foram submetidos ao teste de média para verificar se existe diferença significativa (P<0,05) por meio do software R Core Team® (2016). Também foi calculado a proporção dos docentes que realizaram doutorado sanduiche, tendo em vista que isso aproxima instituições brasileiras e estrangeiras em prol do desenvolvimento da ciência.
4 RESULTADOS

Os programas de pós-graduação (PPG) em contabilidade até o ano de 1.998 eram concentrados na cidade de São Paulo com o programas de pós-graduação a nível de mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), bem como o programa de pós-graduação a nível de mestrado e doutorado em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).
Esses programas foram os primeiros para a formarem mestres e doutores em contabilidade no Brasil, sendo que por um longo período foram as únicas instituições responsáveis pela formação e qualificação destes profissionais.

Observa-se poucos PPG em Contabilidade em funcionamento no Brasil até o ano de 2003, no qual existiam somente seis instituições que tinham PPG em Contabilidade sendo cinco a nível de mestrado e um a nível de mestrado e doutorado. Além disso esses eram concentrados nas regiões sul e sudeste do Brasil.
 A partir do triênio com término em 2006 percebe-se aumento no número de PPG em Contabilidade, passando de seis para onze programas em funcionamento. Esse fenômeno também ocorre nos triênios posteriores, sendo que o número total de PPG em Contabilidade em funcionamento passa a ser de 17 (dezessete) em 2009, 19 (dezenove) em 2012 e, por fim, 27 (vinte e sete) em 2015. Com isso, observa-se expansão no número de PPG em Contabilidade a partir da segunda metade da década de 2000, assim sendo um aumento no número de programas em funcionamento existentes de 350% entre os triênios de 2003 e 2015.
Isso revela uma tendência que o número total de docentes em relação aos PPG em Contabilidade existente é muito forte, sendo que não houve grande diferenças a partir do ano de 2009, 2012 e 2015, no qual foram os primeiros triênios que tinham PPG em Contabilidade em funcionamento a nível de doutorado sem ser na FEA/USP. Não houve grande mudança na reta, pois ainda ocorre a expansão dos PPG em Contabilidade por meio do funcionamento de novos programas em regiões como o Nordeste e Centro-Oeste brasileiro.
Nesse sentido, verificou-se, considerando o valor médio total dos cursos de Pós-Graduação em Contabilidade, que houve aumento abrupto no número de docentes a partir do triênio correspondente ao ano de 2009, no qual, pela primeira vez, o número de docentes, em média, por universidade foi acima de dez. Números acima de dez docentes para cada Programa de Pós-Graduação, em média, ocorreu, novamente nos triênios posteriores (2012 e 2015).
Para tanto, verificou se houve diferenças, em média, do número de docentes por PPG em Contabilidade, em média, de cada universidade, bem como, o número de graduações, mestrados e doutorados cursados e concluídos por estes docentes, sendo que isso foi calculado a partir da Análise de Variância, onde foi verificado se houve diferença ao nível de significância de 5%.

 

Os docentes apresentam, em média e, respectivo, desvio-padrão maior número de graduações concluídas quando comparado com o número médio de docentes vinculados aos PPG em Contabilidade, pois muitos docentes concluíram mais de um curso a nível de graduação. No entanto o número médio de mestrados concluídos pelos docentes é menor do que o número médio dos docentes vinculados aos PPG em Contabilidade, isso porque muitos docentes não concluíram o mestrado passando para a modalidade de doutorado direto.
Considerando os dados a partir da ANOVA, verificou-se que todos os conjuntos analisados, Graduação, Mestrado, Doutorado e Número de Docentes em média por universidade, possuem diferença significativa. Nesse sentido, o teste TDS, demonstrou a diferença significativa entre os períodos de cada conjunto analisado.
Por meio da análise do teste TDS, verificou que o número de docentes em média por PPG em Contabilidade não apresentou mudanças ao longo do períodos analisados, no qual houve diferença significativa (P<0,05) entre os anos de 1994 e 2015, primeiro e último período analisado, respectivamente. Isso comprova, que houve aumento no número médio de docentes para cada universidade considerando o primeiro e último triênio da amostra, tendo como causa a expansão dos cursos de Pós-Graduação em contabilidade a nível de doutorado, sendo que com a expansão dos cursos de doutorado em Contabilidade no Brasil, as universidades expandiram o número de docentes, provocando este aumento quando comparado os anos de 1994 e 2015.
 Também, os anos de 2000, 2003 e 2006 tem nas suas médias diferença significativa (P<0,05) quando comparado com 2015, pois os PPG em Contabilidade que surgiram entre nos triênios com término em 2000, 2003 e 2006, geralmente, iniciaram seu funcionamento com poucos docentes vinculados, diferentemente de 2015. O triênio correspondente a 2015, apresenta como principal característica, Programas de Pós-Graduação em Contabilidade consolidados, juntamente com novos programas que estão sendo criados, principalmente em cidades do interior, e, consequentemente, maior número de docentes por universidade, a nível de significância de 5%, quando comparado com os períodos de 2000, 2003 e 2006.
Outo fator para haver diferença significativa (P<0,05) entre os períodos de 2000, 2003 e 2006 quando comparados com 2015 deve-se ao fato que o último período avaliado tinha em funcionamento 12 (doze) PPG em Contabilidade com cursos a nível de doutorado, sendo que isso demanda maior número de docentes, sendo eles: UNISINOS, FURB, UFSC, UFPR, FEA/USP, FEA-RP/USP, UFRJ, UnB, UFPB e UFC. Diferentemente dos períodos entre 2000 e 2006 que havia somente um PPG em Contabilidade que tinha em funcionamento curso a nível de doutorado, sendo o da FEA/USP.
Também, foi comparado o número de docentes que cursaram a graduação em Ciências Contábeis; mestrado em Contabilidade/Controladoria e Contabilidade/Ciências Contábeis, e; doutorado Contabilidade/Controladoria e Contabilidade/Ciências Contábeis, considerando o último ano de cada período do triênio de avaliação da CAPES.
Os resultados são semelhantes aos encontrados, quando comparado o número de docentes entre os períodos, no qual no qual períodos que correspondem aos anos em que houve o início da descentralização dos PPG em Contabilidade na cidade São Paulo, geralmente, 2000, 2003 e 2006 são diferentes significativamente (P<0,05) ao ano de 2015. Isso porque com menor número, em média de docentes, vinculados ao programas entre 2000 e 2006, logo, ocasionou menor número de cursos concluídos a nível de graduação, mestrado e doutorado, em média, nos PPG em Contabilidade no Brasil.
De forma concomitante, os períodos correspondentes ao ano de 2000, 2003 e 2006, também apresentam diferença significativa ao nível de 5%, quando comparados com o ano de 2012, quando comparado o número de docentes, bem como o número que cursaram graduação em Ciências Contábeis, a nível de graduação, mestrado e doutorado. Isso demonstra que a criação de Programas de Pós-Graduação, a nível de doutorado, foi a causa para o aumento do número de docentes que possuem formação em Contabilidade (graduação, mestrado e doutorado).
Com o surgimento de PPG em Contabilidade a partir do triênio com término do ano 2000 houve a necessidade de docentes para esses programas, no qual esses foram constituídos por docentes com áreas diferentes da contabilidade.

 

A Tabela 7 apresenta a formação da área contábil entre os docentes de PPG em contabilidade no Brasil a nível de graduação, mestrado e doutorado, no qual os períodos correspondentes ao término do triênios, 1994 e 1997 demonstram índices superiores a 60% de formação a nível de graduação e doutorado na área contábil dos docentes dos programas de pós graduação. Nesses períodos, 1994 e 1997, tinham 44,44% e 53,85%, respectivamente, docentes com mestrado em contabilidade. Isso porque alguns docentes não realizaram o mestrado e fizeram a modalidade do doutorado direto.
As características dos PPG em Contabilidade desses períodos foi rompida a partir da descentralização dos cursos de PPG em Contabilidade, até então instalados apenas no município de São Paulo. Para o aumento do número de PPG em Contabilidade no Brasil foi necessária a vinculação de docentes de outras áreas de formação acadêmica, quando comparamos a proporção dos formados na área contábil a nível de graduação, mestrado e doutorado com a totalidade de docentes.
A partir do período do término do triênio em 2000 até 2015 os docentes com formação acadêmica a nível de graduação e mestrado em Contabilidade circunda por volta de 50%, para a graduação, e 40%, para o mestrado. No entanto a proporção de docentes com formação a nível de doutorado em Contabilidade apresentaram queda a cada triênio analisado. A proporção do ano 2000 era de 58,06%, passando para 42,75% de docentes vinculados com formação a nível de doutorado em Contabilidade.
Com a expansão da PPG em Contabilidade houve a necessidade de doutores, sendo que muitos desses eram de áreas distintas ou com formação a nível de graduação em contabilidade, mas por falta de grande número de cursos existentes muitos docentes tiveram formação em áreas correlatas, como Administração, Economia e Engenharia de Produção. Isso porque, até o ano de 2007 o único curso de doutorado na área contábil em funcionamento no Brasil era ofertado pela FEA/USP, a qual esta instituição, foi a única a ofertar esse curso por 32 anos.
A partir do ano de 2007, surgiram outros cursos de doutorado no Brasil, constituindo um marco, tendo em vista que a formação de doutores em Contabilidade era centralizada na cidade de São Paulo. Mesmo com o surgimento de novos cursos de doutorado em Contabilidade a maior parte destes não possuíam formados, somente discentes em processo de formação. Nesse sentido, os novos cursos de Pós-Graduação em Contabilidade, a nível de mestrado, tendem a procurar profissionais com formação a nível de doutorado em outras áreas, correlatas ou não a Contabilidade.
Com a formação de doutores em Contabilidade, pelos novos Programas de Pós-Graduação a nível de doutorado, pode-se aumentar a proporção de docentes com esta formação nos cursos de Contabilidade/Controladoria e Contabilidade/Ciências Contábeis a nível de mestrado e doutorado. Esse processo, pode ocorrer de forma gradual, tendo em vista que para a formação deste profissional, é necessário vários anos.
Para analisar a participação da contribuição das áreas de conhecimento na formação dos docentes dos PPG’s em Contabilidade a nível de graduação foi realizado o seguinte comparação por meio de testes médias.

 

 

 

 

A Tabela 8 apresenta as médias e os respectivos desvios-padrão do número de graduações cursadas pelos docentes vinculados aos PPG em Contabilidade. Quando comparado as médias das áreas quatro áreas de conhecimento, sendo que destes conjuntos, quando realizada a ANOVA, somente Contabilidade e Outras áreas apresentam divergência significativa ao nível de 5%. Em contraste, não foram encontradas evidências de diferença significativa, ao nível de 5%, nas áreas de conhecimento referente a Administração, Economia e Engenharia de Produção.
Já no teste TDS, as áreas de conhecimento: Administração, Economia, Engenharia de Produção e Outras áreas não apresentam diferença significativa (P<0,05) entre os anos de 1994 e 2015. As áreas correlatas e não correlatas a Contabilidade foram e, são importantes, para a expansão e desenvolvimento dos PPG em Contabilidade, sendo que são importantes em pontos específicos, principalmente algumas disciplinas que são direcionadas a uma linha de pesquisa, dos cursos ofertados por estes programas.
Quando comparado os primeiros (1994 e 1997) e últimos (2012 e 2015) dois períodos, não foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% do número de docentes cursaram graduação em Ciências Contábeis, Administração, Ciências Econômicas e Outras áreas. Isso porque a maior parte dos Programas de Pós-Graduação em Contabilidade desses períodos já tinham, pelo menos 3 anos de existência, sendo que isso é um fator relevante em períodos como 2003, 2006 e 2009.
O períodos correspondentes aos anos de 2003, 2006 e 2009, apresentaram divergência, quando comparado o número de docentes que se graduaram em Ciências Contábeis com o ano de 2015. Devido à expansão dos Programas de Pós-Graduação em Contabilidade, entre o período de 2003 a 2009, foram vinculados docentes com graduação em outras áreas, além de que esses Programas, que surgiram nesse período, tinham menor número de docentes, quando comparado com os novos cursos de mestrados que surgiram a partir de 2013.
Nesse sentido, considerando os oito períodos analisados, os docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, apresenta em média, o maior número de graduações em Ciências Contábeis, seguida de Outras Áreas, Administração, Economia e Engenharia de Produção. Até o triênio de avaliação de 2009, não foram encontrados docentes que possuem graduação em Engenharia de Produção.
Também é importante a análise dos testes de médias da formação destes docentes a nível de mestrado e doutorado, demonstrando a importância de outras áreas para os PPG em Contabilidade.

Os resultados demonstram que existe diferença significativa, ao nível de 5%, por meio da ANOVA, quando analisada a área de conhecimento da Contabilidade e Economia. Por outro lado, não apresentam divergência, ao nível de 5%, as demais áreas do conhecimento (Administração; Engenharia de Produção e, Outras áreas). Nesse sentido, foi realizada o teste de Tukey Significant Difference, a fim de verificar quais períodos das áreas de conhecimento, em Contabilidade e Outras áreas, apresentam divergência.
Quando analisado os valores pelo teste de Tukey Significant Difference, verificamos que não houve diferença estatisticamente significante ao nível de 5% (P<0,05) em todas ás áreas, exceto Contabilidade. As demais áreas (Administração, Economia, Engenharia de Produção e Outras Áreas) não apresentam diferença entre médias. Contudo, nota-se que há grande diferença, quando observado o valor absoluto das médias entre a formação a nível de graduação e mestrado em duas áreas, sendo: Administração e Outras Áreas.
Analisando-se os últimos três períodos (2009; 2012, e; 2015), percebe-se maior número de docentes, em média por universidade, com formação a nível de Mestrado em Administração, quando comparado, com o mesmo curso a nível de graduação, sendo que uma das causas é que os docentes graduados em Ciências Contábeis cursaram Administração a nível de mestrado. Uma das hipóteses para esse fenômeno, é que devido ao baixo número de Programas de Pós-Graduação em Contabilidade, muitos profissionais optaram em realizar o curso de Mestrado em Administração, por este apresentar maior número de programas, quando comparado com Contabilidade.
Do mesmo modo, houve o mesmo processo quando observado o número de docentes que cursaram a Graduação ou Mestrado em Outras Áreas, sendo que ocorreu o processo inverso ao da área de Administração. Quando considerando os últimos três peírodos (2009; 2012, e; 2015), percebe-se que existem maior número de docentes, em média por universidade, que possuem formação em Outras Áreas a nível de mestrado, chegando a 4,4 em 2015, em contrapartida estes números não se mantiveram, sendo apenas 1,8 no mesmo período, quando considerado a formação em Outras Áreas a nível de Mestrado.
Também, destaca-se o aumento do número de cursos realizados, a nível de Mestrado em Contabilidade, pelos docentes dos Programas em Pós-Graduação em Contabilidade/Controladoria e Contabilidade/Ciências Contábeis, em média por universidade. Entre 2006 e 2015, verificou-se aumento na média, passando de 3,0 (±2,2), em 2006, para 5,9 (±2,4), em 2015.
Quando testado por meio do teste de médias, os resultados apontam que os anos de 2006 e 2015 possuem diferença estatisticamente significante ao nível de 5%, no qual isso indica uma possibilidade de aumento, nos próximos períodos, do número de docentes que cursaram Contabilidade a nível de Mestrado, em média por universidade.
Em complemento, é importante destacar o aumento médio de mestrados cursados pelos docentes na área de Contabilidade a partir de 2000, sendo que os Programas de Pós-Graduação criados entre 2000 e 2015 possuem docentes formados em Contabilidade, a nível de Mestrado, em Programas de Pós-Graduação que surgiram a partir de 2000.
Nesse sentido, também foram verificadas se houve diferenças entre as médias de docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Contabilidade universidade, entre 1994 e 2015, no qual os dados constam na Tabela 10.

Dentre as áreas de conhecimentos analisados por meio da ANOVA, apenas, o conjunto, Outras áreas apresentou diferença significativa, ao nível de 5%, quando analisado a média de formação, a nível de doutorado, dos docentes vinculados aos PPG em Ciências Contábeis.
Para tanto, foi realizado o teste TDS, no qual os resultados apontam que não existe divergência significante, ao nível de 5%, no número de formações, a nível de doutorado, dos docentes vinculados aos programas, considerando os períodos de 1994 a 2015, em nenhuma das áreas avaliadas. Contudo, a tendência que nos próximos triênios ocorra aumento, em média, do número de doutores em Contabilidade/Controladoria e Contabilidade/Ciências Contábeis, tendo em vista a interiorização dos cursos a nível de Mestrado em Contabilidade no Brasil e surgimento da expansão a nível de doutorado.
A tendência dos próximos períodos dos PPG em Contabilidade tenham maior número de docentes que possuam titulação em cursos de doutorado em Contabilidade, tendo em vista que último ano do triênio analisado, 2015, havia em funcionamento 10 (dez) programas que ofertavam o curso de doutorado em Contabilidade. Desses 10 (dez) cursos de doutorado 8 (oito) iniciaram seu funcionamento durante o triênio de avaliação da CAPES correspondente ao período de 2013 a 2015. Isso é fundamental para a descentralização dos cursos de doutorado de Contabilidade no Brasil, sendo até então com sedes no sul e sudeste, com exceção do bem sucedido programa em rede da UnB/UFPB/UFRN que a partir de 2014 cumpriu seu papel em consolidar em cada uma dessas instituições um PPG em Contabilidade.
Com isso, o curso a nível de doutorado em Contabilidade a partir do triênio finalizado em 2015 sofre o mesmo processo em que os cursos a nível de mestrado tiveram a partir do triênio finalizado no ano de 2000 com a expansão e desenvolvimento dos PPG em Contabilidade. Isso é fundamental para qualificação dos docentes em Contabilidade e expansão dos PPG em Contabilidade, bem como para os cursos a nível de graduação e especialização.
Para melhor formação dos docentes é fundamental que esses tenham experiência e proximidade com outras universidades durante a formação nos cursos de pós graduação, principalmente fora do Brasil. Por esse motivo foram analisados os docentes que participaram de doutorados sanduiches.

 

Os PPG em Contabilidade possuem como característica terem docentes vinculados que não participaram de doutorado sanduiche, sendo que isso dificulta o desenvolvimento nas pesquisas na área contábil. Os dados revelam que menos de 10% desses docentes fizeram doutorado sanduíche entre o período de 2006 a 2015, no qual nesse período houve a criação de 16 (dezesseis) PPG em Contabilidade.
Com isso, há necessidade desses docentes realizarem pós-doutorados fora do Brasil para terem proximidade com universidades estrangeiras com a finalidade internacionalizar as pesquisas na área de contabilidade no Brasil. Isso pode ser feito por meio de parcerias que são fundamentais para a consolidação e desenvolvimento das pesquisas efetuadas em contabilidade pelas universidades brasileiras.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisar a Contabilidade, considerando a ótica do ensino, é importante para verificar como ocorreu o desenvolvimento desta ciência em uma localidade. Com isso, este estudo buscou analisar qual a formação dos docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis durante o período de 1994 à 2015, sendo que para isso foi considerado como período de analise o último ano do triênio da CAPES.
Os resultados iniciais demonstraram crescimento do número de cursos em Pós-Graduação em Contabilidade no Brasil, no ano de 2000, onde surgiram cursos, a nível de mestrado, fora da cidade de São Paulo, sendo a primeira descentralização destes cursos no Brasil. A partir deste momento, sempre houve expansão no número de Programas de Pós-Graduação (PPG) no Brasil, na qual esta expansão propiciou a criação de 25 programas, em funcionamento, entre 1997 e 2015. Também, devido a criação e consolidação da PPG em Contabilidade, ao longo deste período, teve como consequência o aumento no número de docentes, em média, por universidade, passando de 4,5, em 1994, para 15,07, em 2015.
Nesse sentido, observou-se qual o número de graduações, mestrados e doutorados cursados pelos docentes, em média, por universidade. Observou-se que o número de graduações é bem acima do número de docentes vinculados aos PPG em Contabilidade, nos primeiros períodos analisados (1994 e 1997), sendo que em 2015, a maior parte dos docentes possuem, somente, uma formação em curso superior. Também, verificou-se que o número de cursos de mestrados realizados pelos docentes é inferior ao de doutorado, sendo que isso é resultado de que estes realizaram a modalidade de Doutorado Direto, principalmente nos dois primeiros períodos analisados (1994 e 1997). Entretanto, nos últimos dois períodos (2012 e 2015), o número de cursos realizados a nível de mestrado e doutorados são próximos, porque não foi uma prática comum, considerando a carreira profissional, dos docentes terem aderido a modalidade do Doutorado Direto.
Também, foi analisado a proporção de docentes que possuem Graduação, Mestrado e Doutorado e Ciências Contábeis, sendo que nos primeiros períodos analisados (1994; 1997, e; 2000) o índice de docentes que cursaram Ciências Contábeis, a nível de graduação, era acima de 60%. Entretanto essa proporção diminuiu e se manteve por volta dos 50%. Em consonância, houve queda na proporção dos docentes que realizaram o curso de Mestrado e Doutorado ao longo do período analisado.
Foi analisado o número de graduações em média por universidade, considerando quatro grupos (Contabilidade, Administração, Economia, Engenharia de Produção e Outras Áreas), dos docentes. Encontrou-se diferença significativa no número de graduações em Ciências Contábeis, quando comparado o ano de 2003; 2006, e; 2009 com, o último período, 2015. As demais áreas (Administração, Ciências Econômicas, Engenharia de Produção e Outras Áreas), não apresentaram diferença significativas, sendo que isso consiste em uma possibilidade, quanto ao aumento do número de docentes com graduação em Ciências Contábeis nos próximos triênios.
De forma concomitante, foi realizado o mesmo procedimento com a formação dos docentes a nível de mestrado e doutorado. Quando analisado a formação dos docentes, em média, por universidade, observou-se que, somente, existe divergência entre o período de 2015 e 2006, quando comparado a formação em contabilidade a nível de mestrado. Já as demais áreas, a nível de mestrado não apresentaram divergências nas médias, bem como, quando realizada a mesma analise a nível de doutorado, onde os resultados apontam que não existe diferença significativa ao nível de 5%, do número de docente, em média por universidade, quando analisados as quatro áreas de formação consideradas neste estudo.
Em complemento, foi verificado o número de docentes de que realizaram “Doutorado Sanduíche”, tendo em vista a inserção dos pesquisadores brasileiros em universidades em outros países, visando a integração e internacionalização destes pesquisadores. Entretanto, poucos docentes vinculados aos PPG em Contabilidade realizaram Doutorado Sanduíche, sendo que a proporção é decrescente entre os períodos de 2000 e 2015.
O presente estudo possui como limitação a avaliação dos Programas de Pós-Graduação em Contabilidade de forma regional, enfatizando as características do crescimento dos PPG em Contabilidade por cada universidade, considerando os triênios de avaliação da CAPES. Diante disso, sugere-se para futuras pesquisas, considerar, individualmente, as instituições que tem Programas de Pós-Graduação em Contabilidade em analises longitudinais.

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* Graduando em Ciências Contábeis da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD)

** Graduando em Ciências Contábeis da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD)

*** Graduanda em Ciências Contábeis da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD)

**** Graduando em Ciências Contábeis da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD)

***** Docente do curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD)


Recibido: 21/09/2017 Aceptado: 27/09/2017 Publicado: Septiembre de 2017

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