Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


A ARTE DE ASSISTIR TELEVISÃO: HOMOGENEIZAÇÃO OU RESISTÊNCIA CULTURAL?

Autores e infomación del artículo

Laura Duarte Marinoski*

Denise Rosana da Silva Moraes**

Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil

lauramarinoski@hotmail.com

Resumo: É inegável que o mundo vem sendo transformado pelas tecnologias, mais precisamente, a partir do século XIX, com a Revolução Industrial, em que as mídias se acentuaram no cotidiano, intervindo de maneira direta na sociedade. Esse veículo, a mídia televisiva, tem possibilitado mudanças significativas nos padrões de vida, pois reestruturaram poderosamente as formas de acesso à informação e à comunicação com outras pessoas, ou seja, uma nova esfera pública, agora informatizada. Neste artigo, o objeto será a mídia televisiva, tendo em vista o grande alcance que essa mídia tem sobre a população, e o capital simbólico do qual é dotada, a ponto de tornar-se autoridade em muitos assuntos. Nesse contexto destaca a cultura da comunicação como um campo de forças com relações antagônicas, no sentido de luta para transformar ou conservar a realidade. Assim, é fundamental, tendo em vista a repercussão dessa mídia, compreendê-la nesta ampla gama de cenários que está em curso, tendências e lutas sociais que são apresentadas e que assumem movimentos distintos na recepção e apropriação dos seus telespectadores, pois as maneiras complexas pelas quais os produtos da mídia são recebidos pelos indivíduos, estão diretamente submetidas ao tecido cultural da vida cotidiana. Conforme expõe Cevasco (2003) na obra Culture and Society, Williams estabelece como uma nova maneira de intervir na sociedade as realizações da classe trabalhadora: os sindicatos, os partidos políticos, a luta pelo socialismo. Enquanto o da classe vigente é o individualismo rentista, o modo de vida expresso por essas instituições está baseado na coletividade, na solidariedade, em que as melhorias sociais podem ser vistas como sinônimo de desenvolvimento humano por abarcar os interesses de uma parte substanciosa da população, com vistas à abolição das classes sociais, diluídas em humanidades. Dessa forma, alicerçada no campo teórico dos Estudos Culturais, por meio de revisão bibliográfica, esta investigação, objetiva problematizar a recepção e apropriação das mensagens desta mídia. Assim, indaga: a arte de assistir televisão pode resultar em homogeneização ou resistência cultural? Neste escopo analisa o movimento cultural que a televisão privilegia, seus porta vozes, e consequentemente, sua significância à manutenção das relações vigentes ou a revolução da ordem estabelecida. A cultura, na sociedade moderna, está sendo mais explorada, as fronteiras antes insuperáveis são transgredidas, as possibilidades de encontro entre grupos são maiores, a televisão demonstra isso. Portanto, urge a necessidade de reflexão a respeito dos movimentos de recepção e apropriação dos conteúdos apresentados pela televisão, a fim de provocar movimentos que propiciem a crítica e com isso construam saberes. Romper com as intenções lucrativas que muitos administradores da mídia TV buscam, é propiciar brechas para a revolução cultural, pois enquanto receptores potencialmente críticos, pode-se ao problematizar a tela, contribuir para expor suas fissuras, e incoerências, com isso não colaborar com sua intencionalidade capital. Considera que os receptores, as chamadas massas, intervém e contribuem na sociedade a partir dos conteúdos veiculados, durante o processo comunicativo; que mesmo a mídia televisão sendo altamente ideológica, por suas fendas, na programação, passam possibilidades de análises e desvelamentos, e aí pode se dar a revolução.

Palavras – chave: Comunicação, Cultura, Estudos Culturais, Mídia TV, Recepção.

THE ART OF WATCHING TV: HOMOGENIZATION OR CULTURAL RESISTENCE?

Abstract: One cannot deny that the world has been transformed by technologies, more precisely from the 19th century on with the Industrial Revolution, when media became commonplace in the lives of people, exerting direct intervention upon society. Television media, a vehicle per se, has been opening way to significant changes in life standards, for it powerfully restructures the access to information and to communication with other people, thereby creating a new public sphere, now source-coded. This paper's object will be television media, because of how far it extends its reach over the population and the symbolic capital it is invested with, so much indeed it is the authoritative source in many respects. The culture of communication is explored herein as well, as a force field with antagonistic relationships in the axis of a struggle to either transform or conserve society. Seeing the repercussion of media, it is thus fundamental to understand it in this wide range of ongoing settings, tendencies and social struggles that are showed, which is perceived in different movements of reception and appropriation by viewers, since the complex ways through which media products are received by individuals are directly subjected to the cultural fabric of everyday life. As stated by Cevasco (2003), in Culture and Society, the accomplishments of the working class are a new way to intervene in society: the unions, the political parties, the struggle for socialism. While the upper class is grounded on an earnings-centered individualism, the way of life expressed by these institutions is based on community and solidarity, where social improvements can be seen as a synonym for human development for meeting the interests of a substantial amount of people, aiming at abolishing social classes. Hence, anchored on the theoretical field of Cultural Studies, and by means of a literature review, this investigation aims at problematizing the reception and appropriation of messages from the media. In this sense, can the art of watching TV result in homogenization or cultural resistance? Also debated: the cultural movement privileged by television, its spokespeople, and, consequently, its significance to the maintenance of existing relationships or the revolution against established order. Culture in modern society is being further explored. Frontiers – before insurmountable – are transgressed. The possibility of likely-minded people coming together is higher. Television demonstrates all that. Therefore, there stands out the need to reflect on the movements of reception and appropriation of contents broadcast, in order to provoke movements that make way for criticism, which then builds knowledge. Dissociating from the revenue-guided intentions sought by many TV businesspeople means to open gaps for a social revolution, for as potentially critical receptors one can problematize the viewed contents, contributing to exposing its cracks and incoherence, which further means to not collaborate with its purposes of capital. Receptors, or the so-called masses, are herein considered to intervene and contribute to society from the broadcast contents during the communicative process, and although television media is highly ideological, which is perceived by the cracks, it allows for analyses and uncovering, which is where revolution begins.

Keywords: Communication, Culture, Cultural Studies, Television Media, Reception.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Laura Duarte Marinoski y Denise Rosana da Silva Moraes (2017): “A arte de assistir televisão: homogeneização ou resistência cultural?”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (enero-marzo 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/01/televisao.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1701televisao


1. Introdução
            O mundo em que vivemos está caracterizado pela convergência da globalização e das tecnologias; estabelecemos relações com esses veículos, sem darmo-nos conta construímos referências pautadas na influência que a mídia exerce sobre a sociedade em geral. Os códigos culturais transmitidos pelos meios de comunicação constituem, pautam, normalizam e normatizam as vivências em diferentes espaços sociais, pelo modo como são lidos, percebidos ou mesmo recebidos pelas pessoas (FISCHER, 2007).
Para este contexto de reflexões elegemos a mídia TV por ter uma forte presença na contemporaneidade, conforme Bourdieu (1997, p. 23): “A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das cabeças de uma parcela muito importante da população.” A partir das telas são transmitidos conceitos de humanidades, que podem se aproximar ou se distanciar dos valores defendidos por quem está do outro lado da fronteira, seus receptores.
Para abordar a temática que envolve a televisão, no seu movimento de homogeneização ou resistência cultural, este artigo está fundamentado nos Estudos Culturais - EC, pois conforme Kellner (2001), um dos objetivos dos EC é analisar de  que modo a cultura da mídia afeta o público, que espécie de efeito real os produtos midiáticos exercem, que espécie de potenciais efeitos contra-hegemônicos e quais as possibilidades de resistência e luta. O caminho metodológico será com base na revisão bibliográfica.
Objetivamos compreender a mídia televisiva nesta ampla gama de cenários que está em curso, tendências e lutas sociais que são apresentadas; analisar os movimentos distintos na recepção e apropriação dos telespectadores, num movimento dialético; observar criticamente as maneiras complexas pelas quais os produtos da mídia são recebidos pelos indivíduos, estando urdidas diretamente ao tecido cultural da vida cotidiana.
            Por estar diante de um instrumento que, conforme afirma Bourdieu (1997), é capaz de atingir todo o mundo, consideramos urgente a necessidade de compreender seu poder simbólico e quais os possíveis movimentos que podem ser desenvolvidos por aqueles que recebem essa comunicação.
            Nesse escopo o texto está organizado da seguinte forma: inicialmente apresentamos, mesmo que de maneira breve, a mídia televisiva e sua inter-relação com a cultura, analisamos ainda, ancoradas em autores que pesquisam a recepção, os movimentos distintos acerca da recepção e da apropriação da mídia TV como propagador de possibilidades de superação, vindas das massas.

2. A mídia televisiva como propagadora de cultura

            Adentramos a temática proposta com a afirmação de Fischer apud Rocha (2005, p. 33) em que nos convida a pensar a respeito da grande influência dos meios de comunicação na formação de culturas globalizadas, em que “(...) sons, imagens, textos – atingem tão amplas camadas da população e tão diferenciados públicos, ao mesmo tempo que, cada vez mais, falam diretamente à intimidade das pessoas, traz novos problemas para os pesquisadores da cultura e da educação.”
            A mídia foi constituída, mais precisamente a partir do século XIX, como uma grande produtora de enredos, evocando em nós novas formas de construir as identidades, tentando nos conduzir a modos de pensar e agir. Conforme expõe Fischer (2007), os meios de comunicação, são instrumentos tecnológicos que transmitem imagens e sons a partir de códigos culturais.
Esclarece Cevasco (2003) que, desde o século XVIII, cultura passou a designar o processo de desenvolvimento intelectual ou espiritual. Forma ainda entendida na contemporaneidade. Entretanto, pouco tempo antes da Segunda Guerra Mundial, o estudo da cultura estava menos ligado ao sentido de posse por parte de um grupo seleto, e mais ligado ao sentido antropológico, cultura como modo de constituir a vida, conforme explicita Hall (1997, p. 15):

Os seres humanos são seres interpretativos, instituidores de sentido. A ação social é significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam: não em si mesma mas em razão dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar, organizar e regular sua conduta uns em relação aos outros. Estes sistemas ou códigos de significado dão sentido às nossas ações. Eles nos permitem interpretar significativamente as ações alheias. Tomados em seu conjunto, eles constituem nossas “culturas”. Contribuem para assegurar que toda ação social é “cultural”, que todas as práticas sociais expressam ou comunicam um significado e, neste sentido, são práticas de significação.

            Para Raymond Williams (1921-1988), importante precursor  na fundação dos EC, o século XX já acusava a necessidade de repensar a cultura com uma concepção mais inclusiva na sociedade em transformação. Nesse contexto, as palavras-chave são democratização e interculturalidade, por reconhecermos o mundo das tradições, dos diversos saberes e manifestações vivenciadas atualmente, e por isso a necessidade de adotarmos uma postura com princípios de participação e respeito mútuo nas práticas sociais de comunicação, no marco que Speiser (1999) denomina la unidad en la diversidad1 .
Apontamos então as concepções antropológicas de cultura apresentadas por Thompson (2009), denominadas como descritiva e simbólica. A primeira como “conjunto de crenças, costumes, ideias e valores, bem como os artefatos, objetos e instrumentos materiais, que são adquiridos pelos indivíduos enquanto membros de um grupo ou sociedade.” (THOMPSON, 2009, p. 173). A segunda concepção o autor apresenta:

(...) cultura é o padrão de significados incorporados nas formas simbólicas, que inclui ações, manifestações verbais e objetos significativos de vários tipos, em virtude dos quais os indivíduos comunicam-se entre si e partilham suas experiências, concepções e crenças. (THOMPSON, 2009, p. 176)

            Vemos uma transposição do modo de entender cultura, não mais aquela que paira sobre a realidade abstrata, capaz de abarcar uma minoria, como muitos estudiosos pensavam, mas a interconexão de modos de vida significativos para toda a sociedade, caracterizados por valores e hábitos diversos que formam a humanidade.
            Conforme expõe Cevasco (2003) na obra Culture and Society, Williams estabelece como uma nova maneira de intervir na sociedade as realizações da classe trabalhadora: os sindicatos, os partidos políticos, a luta pelo socialismo. Enquanto o da classe vigente é o individualismo rentista, o modo de vida expresso por essas instituições está baseado na coletividade, na solidariedade, em que as melhorias sociais podem ser vistas como sinônimo de desenvolvimento humano por abarcar os interesses de uma parte substanciosa da população, com vistas à abolição das classes sociais, diluídas em humanidades.
            Não expomos a bandeira de uma cultura comum, e sim o reconhecimento das possibilidades, e com isso a necessidade de dar condições para que todos sejam produtores de cultura, e não apenas reprodutores. Neste campo pensamos sobre a relevância dos meios de comunicação na atualidade, uma vez que eles compõem a cultura descritiva, no sentido de objetos adquiridos pelos indivíduos enquanto membros de uma sociedade, e também simbólica, pois a partir deles constroem suas crenças e concepções.

A cultura, em seu sentido amplo, é uma forma de atividade que implica alto grau de participação, na qual pessoas criam sociedades e identidades. A cultura modela os indivíduos, evidenciando e cultivando suas potencialidades e capacidades de fala, ação e criatividade. A cultura da mídia participa igualmente desses processos, mas também é algo novo na aventura humana. As pessoas passam um tempo enorme ouvindo rádio, assistindo à televisão, frequentando cinemas, convivendo com músicas, fazendo compras, lendo revistas e jornais, participando dessas e de outras formas de cultura veiculada pelos meios de comunicação. Portanto, trata-se de uma cultura que passou a dominar a vida cotidiana, servindo de pano de fundo onipresente e muitas vezes de sedutor primeiro plano para o qual convergem nossa atenção e nossas atividades, algo que, segundo alguns, está minando a potencialidade e a criatividade humana. (KELLNER, 2001, p. 11)

             Importante reconhecer a dimensão que a cultura assumiu na compreensão humana com a era tecnológica, que possibilita que produtos culturais, modelos de vida, sejam difundidos/vendidos por várias partes do mundo. E conforme esclarece o autor, por vezes interferindo negativamente nas nossas possibilidades enquanto sujeitos criadores. O jogo de som e imagem atuando como componentes atraentes e agradáveis para manter-nos como receptores passivos da imensa quantidade de informações que são transmitidas.
            Kellner (2001) enfatiza ainda a relação que a mídia televisiva estabelece com a vida diária, a dominação, o que permite enxergarmos uma tentativa ou a realização, da relação de poder. Um terreno que busca a unificação de valores, em detrimento da interculturalidade, esta como o respeito mútuo às diferenças e o reconhecimento do enriquecimento que propicia a diversidade.
Diante da realidade pluricultural, assinalamos a forte presença da televisão na contemporaneidade e a cultura proferida por esta mídia, em que a partir de imagens, sons e espetáculos ajuda a tecer a vida cotidiana, até mesmo fornecendo o material com que as pessoas forjam sua identidade; constroem o senso de moralidade, de classe, de etnia, produzindo uma cultura comum para grande parte dos indivíduos. Conforme expõe Kellner (2001), a programação apresentada pelos meios de comunicação frequentemente é agradável, usando o espetáculo para seduzir o público e levá-lo a identificar-se com certos sentimentos, disposições e opiniões.
A fim de compreendermos melhor a importância do espetáculo na ação midiática, vejamos o que Debord  (1997, p. 21) diz a respeito.

Se o espetáculo, tomado sob o aspecto restrito dos “meios de comunicação de massa”, que são sua manifestação superficial mais esmagadora, dá a impressão de invadir a sociedade como simples instrumentação, tal instrumentação nada tem de neutra: ela convém ao automovimento total da sociedade. Se as necessidades sociais da época na qual se desenvolvem essas técnicas só podem encontrar satisfação com sua mediação, se a administração dessa sociedade e qualquer contato entre os homens só se podem exercer por intermédio dessa força de comunicação instantânea, é porque essa “comunicação” é essencialmente unilateral; sua concentração equivale a acumular nas mãos da administração do sistema os meios que lhe permitem prosseguir nessa precisa administração. A cisão generalizada do espetáculo é inseparável do Estado moderno, isto é, da forma geral da cisão na sociedade, produto da divisão do trabalho social e órgão da dominação de classe. [...] O espetáculo é a conservação da inconsciência na mudança prática das condições de existência.

            O espetáculo se configura na expressão superficial da ação midiática e tem uma intencionalidade ao conduzir determinadas informações. Conforme explicita o autor, vemos o interesse na manutenção do sistema vigente, que tem como característica a cisão, através da unilateralidade em que poucos comunicam para muitos, e a ocultação da realidade que caracteriza o todo.
            A televisão acaba por se caracterizar no mundo moderno como instrumento para a fabricação de teias de significação para os seres humanos. Em que o desenvolvimento dos meios de comunicação tomou tal proporção que provocou a reelaboração do caráter simbólico da vida social, em que um conjunto de circunstâncias previamente dadas propicia inclinações no constituir-se sujeito.
            Isso se dá naquilo que Bourdieu apud Thompson (2011, p.42),chama de “capital simbólico cultural”, e que, portanto detém o “poder simbólico”, que se consagra na capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações e produzir eventos por meio da produção e da transmissão de formas simbólicas. Ou seja, quando analisamos de forma aprofundada a questão, fica visível aos interesses de que classe a televisão está servindo, enquanto instrumento extremamente poderoso na difusão da informação.
           
Os espetáculos da mídia demonstram quem tem poder e quem não tem, quem pode exercer força e violência, e quem não. Dramatizam e legitimam o poder das forças vigentes e mostram aos não-poderosos que, se não se conformarem, estarão expostos aos risco de prisão ou morte. (KELLNER, 2001, p. 10)

            Assim, a construção de valores e hábitos é elaborada de maneira tendenciosa, numa luta desigual com as questões humanas. Ademais, os discursos midiáticos estão disponíveis para um grande número de destinatários, invadindo cotidianamente as vidas de muitos indivíduos. “[...] desenvolvimento de instituições de comunicação de massa e de educação de massa, que criaram as condições para a produção em larga escala e a ampla circulação de formas simbólicas.” (THOMPSON, 2009, p. 211)
            Na forma de ação desta mídia é possível observar uma concepção de cultura homogeneizadora, em que as formas simbólicas estão inseridas em contextos sociais organizados, e, aos nossos olhos, enquanto telespectadores, podem se tornar invisíveis, por vezes promovendo a despolitização. Bourdieu (1997) esclarece com relação a isso que, através da rapidez e superficialidade das imagens e sons, não conseguimos fazer uma leitura mais aprofundada. “É aí que a crítica simplista é perigosa: ela dispensa todo o trabalho que é preciso fazer para compreender fenômenos [...].” (BOURDIEU, 1997, p. 63)
            Permitimo-nos então uma leitura mais aprofundada da televisão, em que nossas potencialidades na construção de outros saberes, de novas significações, possam ser instigadas. Conforme Speiser (1999), um novo paradigma social, em que os sujeitos se sintam e saibam que são parte ativa da sociedade, sem que tenham passado por assimilações forçosas.
             É inegável a avalanche de sons e imagens que vivemos atualmente sem nos darmos conta muitas vezes, pois a TV como fonte de informação parece estar naturalizada no cotidiano. O que dá brechas para a construção de uma identidade de recepção passiva, sem meios que permitam uma ação sobre tudo o que é transmitido.

Numa cultura contemporânea dominada pela mídia, os meios dominantes de informação e entretenimento são uma fonte profunda e muitas vezes não percebidas de pedagogia cultural: contribuem para nos ensinar como nos comportar e o que pensar e sentir, em que acreditar, o que temer e o que desejar – e o que não. Consequentemente, a obtenção de informações críticas sobre a mídia constitui uma fonte importante de aprendizado sobre o modo de conviver com esse ambiente cultural sedutor. (KELLNER, 2001, p. 10)
           
            No instrumento são expostos modelos para serem seguidos, conceitos explanados como verdades absolutas. E então retomamos a cultura como entendimento de vida, ou seja, o modo como o assunto é abordado e a profundidade que muitas vezes não lhe é dada, indica os significados e valores que o grupo que administra a mídia considera a respeito das humanidades, que somos nós, do lado de cá da fronteira, ou da tela, os receptores.
            A cultura, na sociedade moderna, está sendo mais explorada, as fronteiras antes insuperáveis são transgredidas, as possibilidades de encontro entre grupos são maiores, a televisão demonstra isso.
            Contudo, há que se ter cuidado na forma como assimilamos a cultura difundida. Por vezes as concepções e modo de vida não estão de acordo com o nosso contexto social, o que nos permite defender o lado da fronteira que ocupamos como diz Massey (2009, p. 235) “Trata-se de uma posição genuinamente política de tomada de posição, e não a aplicação de uma fórmula (...).” Até porque, conforme expõe Bourdieu (1997, p. 25): “Os jornalistas têm ‘óculos’ especiais a partir dos quais vêem certas coisas e não outras; e vêem de certa maneira as coisas que vêem. Eles operam uma seleção e uma construção do que é selecionado”.
            Entender o movimento cultural dialético que vivemos é fundamental na construção das nossas identificações, ainda mais quando destacamos o conceito não essencialista de Hall (2014) sobre identidade, esta como um processo construído por meio da diferença e em constante transformação. Cientes do poder simbólico da TV, conforme trabalha Bourdieu (1997), que está a serviço de uma cultura que nem sempre se correlaciona com a nossa, compreendemos que é também, potencialmente repleta de possibilidades de comunicação, pode propiciar nesse movimento, a construção de identidades significativas, pelo simples fato de não concordamos com o que está posto.
            Com esse contexto, destacamos Certeau (1995, p. 239) ao dizer que:

A cultura é uma noite escura em que dormem as revoluções de há pouco, invisíveis, encerradas nas práticas, mas pirilampos, e por vezes grandes pássaros noturnos, atravessam-na; aparecimentos e criações que delineiam a chance de um outro dia.

            Posicionamento que vai ao encontro das possíveis identidades construídas na relação antagônica com a televisão. A partir da pluralidade cultural contemporânea, as possibilidades de criação aumentam, assim também como a cultura difundida pela televisão. Que mesmo inflexível ou dissimulada nos gestos cotidianos, este instrumento ajuda a reforçar a necessidade de dialogarmos ainda mais sobre humanidades, ou seja, ao refletirmos criticamente sobre seu conteúdo, construímos ainda que silenciosamente, revoluções culturais.
            Ainda sobre a cultura difundida pela mídia TV, destacamos um posicionamento de Bourdieu (1997, p. 24-25):

(...) a televisão pode, paradoxalmente, ocultar mostrando, mostrando uma coisa diferente do que seria preciso mostrar caso se fizesse o que supostamente se faz, isto é, informar; mas de tal maneira que não é mostrado ou se torna insignificante, ou construindo-o de tal maneira que adquire um sentido que não corresponde absolutamente á realidade. (...) O princípio de seleção é a busca do sensacional, do espetacular. A televisão convida à dramatização, no duplo sentido: põe em cena, em imagens, um acontecimento e exagera-lhe a importância, a gravidade, e o caráter dramático, trágico.

            Há necessidade da atração, pois palavras comuns não atraem o burguês, nem o povo. É preciso a cultura de palavras extraordinárias. As palavras condicionam visões, distorcem imagens, com o objetivo de alcançarem intenções, que acima de tudo está no lucro. “(...) em última instância, pode-se dizer que o que se exerce sobre a televisão é a pressão econômica.” (BOURDIEU, 1997, p. 19) E conforme, expões Cevasco (2003, p. 70) “(...) percepção facilitada pela sociedade dos meios de comunicação de massas é que a produção cultural sempre esteve ligada a processos de dominação e de controle social.”
            Nesse contexto histórico que nos encontramos, caracterizado pela abrangência dos meios de comunicação e alto grau de desenvolvimento da televisão, a análise crítica dos valores e significados que são difundidos, torna-se crucial, na luta pela humanidade e subjetividade que nos constitui.
            Uma cultura que se propõe a servir aos interesses capitalistas não representa o interesse daqueles que não querem sofrer a dominação cultural, a existência inculcadora de um único posicionamento como representação da verdade. Portanto, demanda ainda mais atenção enquanto sujeitos, conforme esclarece Thompson (2009, p. 167):

A comunicação de massa é, certamente, uma questão de tecnologia, de mecanismos poderosos de produção e transmissão; mas, também, é uma questão de formas simbólicas, de expressões significativas de vários tipos, que são produzidas, transmitidas e recebidas por meio de tecnologias desenvolvidas pela indústria da mídia. Assim, a emergência e o desenvolvimento da comunicação de massa pode ser vista como uma transformação fundamental e contínua das maneiras como as formas simbólicas são produzidas e circulam nas sociedade modernas. (...) a produção e a circulação das formas simbólicas se tornaram desde o fim do século XV, cada vez mais e de uma forma irresistível, parte de um processo de mercantilização e transmissão que é, agora, de caráter global.
           
            Visualizamos a influência das formas simbólicas que são utilizadas a partir do poder da televisão, que em consonância com a realidade desigual que vivemos, criam estruturas de produção e transmissão que indicam caminhos pautados unicamente em interesses econômicos, a degradação do ser para o ter – a cultura do consumo, a reafirmação da sociedade cindida em classes, que nada tem a ver com a concepção intercultural de sociedade proposta por Speiser (1999).
            Nesse ponto destacamos a sociedade do espetáculo (DEBORD, 1997), alimentada de maneira incisiva pela televisão, que Hall (1997, p. 17) aponta como uma “estandartização” dos produtos culturais, em que as tecnologias acabam por padronizar e apagar as particularidades e diferenças locais, produzindo uma cultural mundial homogeneizada.
            Para tanto, se faz necessária uma leitura crítica que esclareça sobre a sociedade como um terreno de dominação, mas também de resistência. Conforme alerta Kellner (2001, p. 12) sobre a necessidade de um estudo cultural que se preocupe “(...) com os progressos do projeto democrático, examinando o modo como a cultura da mídia pode constituir um terrível empecilho para a democratização da sociedade, mas pode também ser uma aliada, propiciando o avanço da liberdade e da democracia.”   

3. Os distintos movimentos de recepção e apropriação da mídia TV

            O reconhecimento da cultura no plural torna-se um convite para a ocupação dos espaços sociais, entre eles o da televisão, com o objetivo de superação da tendência à homogeneização cultural muitas vezes provocada por esse instrumento. Conforme evidencia Moraes (2013, p. 30): “(...) a revolução tecnológica tem proporcionado não só uma submissão aos ditames do capitalismo, como a possibilidade de subversão pelas massas.”
            Estamos diante de um campo de relações antagônicas, em que as possibilidades existem, contudo, nem sempre favoráveis ao objetivo que se quer atingir, o de propagação do conceito plural de cultura através da mídia TV, que conforme explanamos, ainda está a serviço da minoria que detém o capital, o poder da comunicação em grande escala e a tentativa constante de hegemonia.

(...) o conceito de hegemonia elaborado por Gramsci, possibilitando pensar o processo de dominação social já não como imposição a partir de um exterior e sem sujeitos 2, mas como um processo no qual uma classe hegemoniza, na medida em que representa interesses que também reconhecem de alguma maneira como seus as classes subalternas. E “na medida” significa aqui que não há hegemonia, mas sim que ela se faz e desfaz, se refaz permanentemente num “processo vivido”, feito não só de força mas também de sentido, de apropriação do sentido pelo poder, de sedução e de cumplicidade. (MARTÍN-BARBERO, 2003, p. 116)
           
            Entretanto por essas fendas passam as possibilidades de desfuncionalização da ideologia, em que propicia um campo de luta por espaços que signifique maior representatividade às classes populares. Uma representatividade que permite expressar seu modo de pensar e viver, em que sobrevivem apesar da cultura hegemônica, a impugnar a lógica de expropriação cultural que não alimenta a diversidade.
            Analisamos o movimento cultural que a televisão privilegia seus porta vozes, e consequentemente, sua significância à manutenção das relações vigentes. No movimento do contraditório é possível perceber a tentativa de despolitização, impondo uma aparência tediosa à vida política, desviando as atenções para o espetáculo, a fim de causar um desencantamento durante o processo vivido.
            Assim, destaca-se na cultura da comunicação um campo de forças com relações antagônicas, no sentido de luta para transformar ou conservar a realidade. É fundamental, tendo em vista a repercussão dessa mídia, compreendê-la nesta ampla gama de cenários que está em curso, tendências e lutas sociais que são apresentadas e podem assumir movimentos distintos na recepção e apropriação dos seus telespectadores, pois as maneiras complexas pelas quais os produtos da mídia são recebidos pelos indivíduos, estão diretamente submetidas ao tecido cultural da vida cotidiana. Coadunado com isso, ressaltamos Thompson (2009, p. 179):

Mas os fenômenos culturais também estão implicados em relações de poder e conflito. As ações e manifestações verbais do dia-a-dia, assim como fenômenos mais elaborados, tais como rituais, festivais e obras de arte, são sempre produzidos ou realizados em circunstâncias sócio-históricas particulares, por indivíduos específicos providos de certos recursos e possuidores de diferentes graus de poder e autoridade; e estes fenômenos significativos, uma vez produzidos ou realizados, circulam, são recebidos, percebidos e interpretados por outros indivíduos situados em circunstâncias sócio-históricas particulares, utilizando determinados recursos para captar o sentido dos fenômenos em questão. Entendidos desta maneira, os fenômenos culturais podem ser vistos como expressão das relações de poder, servindo, em circunstâncias específicas, para manter ou romper relações de poder e estando sujeitos a múltiplas, talvez divergentes e conflitivas, interpretações pelos indivíduos que os recebem e os percebem no curso de suas vidas cotidianas.
           
            O autor chama atenção para uma questão importante no entendimento dos movimentos que a televisão pode suscitar, ou seja, a arte de assistir televisão, que está intrinsecamente ligada ao entendimento de vida, aos significados e valores dos telespectadores, pode estabelecer a homogeneização ou provocar, especialmente naqueles que defendem suas fronteiras, e vêem na mídia TV uma transgressão aos seus direitos, a resistência cultural. Em que podem por isso, compreender criticamente o que está sendo apresentado e agir em prol da revolução.
            Apesar do poder simbólico que é gerado pelo meio de comunicação, ainda assim não é suficiente para que haja um único entendimento, pois os contextos sociais são distintos, divergentes e conflitantes, dos quais os fenômenos culturais são recebidos e apropriados com o mesmo movimento.
            Conforme diz Jaques Le Goff apud Martín-Barbero (2003, p. 71): “O povo, palavra vaga, pouco querida dos historiadores. E, contudo, hoje voltamos a descobrir a realidade e o peso histórico de atores sociais de contornos mal definidos: os jovens, as massas, a opinião pública, o povo.” Sentimos uma mudança na perspectiva histórica sobre a cultura popular, suas vozes hoje representam a manutenção ou a mudança, não são mais só ruídos, são vozes audíveis. Neste cenário de movimentos contrários, podem assumir o intercâmbio e a resistência.
            Para muitos pode soar o caos da modernidade, em que a diversidade, a luta pela igualdade, faz com que muitas vozes comecem a se manifestar. Para outros, sentem como se não estivessem sendo ouvidos. Entretanto, a homogeneização já não paira com tanta tranquilidade, a caixa-preta3 que emite sons com jogo de imagens atraentes não é a representação de todos, uma fronteira é estabelecida por aqueles que não concordam, e com isso tiram do espetáculo televisivo o conteúdo da sua manifestação.

Esse caos-e-instabilidade, que é fundamental, determinante e irredutível, é, ao mesmo tempo, naturalmente, o pior contra o qual lutamos com leis, regras, convenções, política e hegemonia provisória, mas ao mesmo tempo é uma oportunidade, uma oportunidade de mudar, de desestabilizar. Se houvesse estabilidade contínua, não haveria necessidade de política e isso vai até o ponto em que a estabilidade não é natural, essencial ou substancial, que a política existe e a ética é possível. O caos é, ao mesmo tempo, um risco e uma oportunidade. (DERRIDA, apud, MASSEY, 2009, p. 216)

            Em meio a ânsia de dominar as diferentes humanidades que compõem a sociedade, a ânsia de resistir a essa dominação, a existência de um caos . A leitura da mídia TV foi além da homogeneização, com possibilidades e oportunidades para uma articulação social que ameaça, gera instabilidade, por meio do debate, da ação e da resistência.
            Um risco não só para aqueles que sofrem a contrariedade do movimento intercultural, mas também para aqueles que lutam por uma estabilidade que lhes traga a segurança da democracia, do direito a voz e vez. Sem a aceitação do status quo esses sujeitos apoiam-se, conforme explicita Martín-Barbero (2003), em constantes tentativas de construção de uma realidade que permita dar conta da complexa dinâmica dos processos culturais contemporâneos. Kellner (2001, p. 11) esclarece sobre esse cenário ao dizer que:

(...) o público pode resistir aos significados e mensagens dominantes, criar sua própria leitura e seu próprio modo de apropriar-se da cultura de massa, usando sua cultura como recurso para fortalecer-se e inventar significados, identidades e forma de vida próprios.

            Portanto, apesar do bombardeio de espetáculos que a mídia televisiva produz, por meio da interlocução com os autores desse tema, podemos perceber que seus telespectadores não se resumem em uma massa amorfa, mas sujeitos capazes de trabalhar e reelaborar o conteúdo oferecido, o produto cultural vendido, em maneiras totalmente alheias às intenções ou aos objetivos dos produtores.
            A capacidade de resistência a essa mídia televisão está cada vez maior quando pensamos nas tensões de classe, raça, sexo, nessa sociedade pluricultural. Pois, por mais encantador que seja o poder simbólico, ainda assim são terrenos de disputa, em que a realidade não coincide com a mensagem vendida e, portanto, pode produzir efeitos contrários, propiciando o avanço em prol da interculturalidade televisiva. Para Moraes (2013) a respeito da cultura digital, o contexto atual imprime a necessidade de que sejamos produtores das informações e conhecimentos veiculados pela mídia TV, para que assim possamos construir possíveis cenários de mudanças.
            Parafraseamos Kellner (2001) ao expressar que buscamos hoje, uma pedagogia crítica da mídia televisiva, cujo objetivo é possibilitar que os sujeitos compreendam a cultura e a sociedade em que vivem por meio de reflexões críticas acerca da manipulação da mídia TV. Isso pode contribuir para construir novas identidades de resistência, para que assim possa provocar formas diferentes de comunicação. Um movimento que confirme os múltiplos significados e valores existentes na contemporaneidade e fomente a democracia, igualdade e uma sociedade midiatizada realmente intercultural.
             
Considerações finais

            A arte de assistir televisão retoma primeiramente questões culturais evidenciadas a partir da Revolução Industrial, em que os meios de comunicação propiciaram a interação entre diversos modos de vida. Para além de conhecimentos eruditos, a cultura foi aprofundada no seu caráter eminentemente humano, em que costumes e valores passaram a ser constituídos também como saberes.
            Nesse ínterim vemos a mídia TV assumindo um papel preponderante na cotidianidade, a partir de seu poder simbólico estabelece modos de pensar e agir. E conforme evidenciado por autores que estudam a cultura e a mídia, a concepção apresentada por esse instrumento objetiva muitas vezes a homogeneização daqueles que estão do outro lado da fronteira, os telespectadores. Seu conteúdo muitas vezes não coaduna com o cenário pluricultural que estamos imersos, produzindo discursos que confirmam e legitimam a sociedade cindida em classes.
            Portanto, urge a necessidade de reflexão a respeito dos movimentos de recepção e apropriação dos conteúdos apresentados pela televisão. A fim de provocarmos movimentos que propiciem a crítica e com isso construam saberes. Romper com as intenções lucrativas que muitos administradores da mídia TV buscam, é propiciar brechas para a revolução cultural, pois enquanto receptores potencialmente críticos, podemos ao problematizar a tela,  contribuir para expor suas fissuras, e incoerências, com isso não colaborar com sua  intencionalidade capital.
           
Referências Bibliográficas

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CEVASCO, Maria Elisa. Dez Lições sobre Estudos Culturais. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003

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KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia.Bauru, SP: EDUSC, 2001.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: U.F.R.J., 2003.

MASSEY, Doreen B. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009

MORAES, Denise Rosana da Silva. O programa mídias na educação e na formação de profesores/as: limites e posibilidades. 2013. 222 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá.

ROCHA, Cristianne Maria Famer. A escola na mídia: nada fora do controle. 2005. 302 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: Uma teoria social da mídia. 12. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

* Tem formação em Nível Médio na modalidade Normal, pedagoga pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE e mestre em Sociedade, Cultura e Fronteiras pela mesma universidade

** Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1991) Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (2006). Estágio de doutorado sandwich na Universidade Católica Portuguesa UCP/Lisboa/Portugal ( 2012) Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (2013). Professora Adjunta da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. UNIOESTE Centro de Educação, Letras e Saúde Campus de Foz do Iguaçu. Docente do Curso de Pedagogia do Mestrado e Doutorado Acadêmico Interdisciplinar em Sociedade, Culturas e Fronteira. Experiência na área de Educação, Tecnologias e Mídias; Formação inicial e continuada de professores/as Didática Prática de Ensino Avaliação e gestão educacional

1 Grifos do autor.

2 Grifos do autor.

3 Grifo nosso.


Recibido: 18/10/2016 Aceptado: 01/02/2017 Publicado: Enero de 2017

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