Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


EXPERIÊNCIAS COM AVALIAÇÕES NO ENSINO SUPERIOR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO LICENCIADO PLENO EM GEOGRAFIA A PARTIR DA CONCEPÇÃO DOS ALUNOS

Autores e infomación del artículo

Luiz Carlos Bastos Santos*

Universidade Federal do Pará, Brasil

luizcarlosbs@ufpa.br

RESUMO
Na esfera institucional, principalmente no meio acadêmico, houve uma consolidação da avaliação como ferramenta capaz de traduzir em resultados mensuráveis as atividades de ensino desenvolvidas, porém, ao invés de contribuir com o processo de ensino e aprendizagem, a avaliação parece estar se apresentando como o momento de maior angustia do curso. Nesse cenário, o presente trabalho tem como objetivo averiguar a concepção de alunos do ensino superior sobre o processo de avaliação educacional nesse estágio escolar, analisar como a avaliação pode contribuir com a formação profissional dos alunos, e conhecer quais os meios avaliativos que utilizaram com maior frequência durante o curso de graduação e com quais deles mais se identificaram. Para estruturação desse trabalho primeiro foi realizado um levantamento bibliográfico sobre estudos que consideravam o ponto de vista do aluno sobre avaliação no ensino superior, e da mesma forma foram pesquisados trabalhos que abordavam a avaliação na ótica do docente. Foram aplicados, a alunos do curso de Licenciatura Plena em Geografia da Universidade Federal do Pará, (12) questionários constituídos por (6) perguntas abertas. Para analise dos dados utilizou-se uma abordagem descritiva. Como resultado verificou-se que, na concepção dos alunos, a avaliação é uma importante ferramenta que permite detectar as principais limitações que cada aluno possui com relação à aprendizagem, e que algumas atividades avaliativas contribuem com a preparação do aluno para a realização da defesa do TCC. Concluiu-se que a avaliação no ensino superior vem sendo pensada pelo professor, ficando a participação do aluno condicionada, exclusivamente, a sua execução.
Palavras-chave: Avaliação, Ensino Superior, Aprendizagem, Formação Profissional, PARFOR.

ABSTRACT
In the institutional sphere, especially in the academic world, there was a consolidation of evaluation as a tool cable of translating the teaching activities developed into measurable results, but instead of contributing to the teaching and learning process, evaluation seems to be presenting itself as the Moment of greatest distress of the course. In this scenario, the objective of this study is to investigate the conception of higher education students about the process of educational evaluation in this school stage, to analyze how the evaluation can contribute to the professional formation of the students, and to know which evaluation means they used with greater During the undergraduate course and with those who have identified the most. For the structuring of this work, a bibliographical survey was carried out on studies that considered the student's point of view on evaluation in higher education, and in the same way were searched works that approached the evaluation from the point of view of the teacher. They were applied, to students of the Full Degree in Geography of the Federal University of Pará, (12) questionnaires consisting of (6) open questions. A descriptive approach was used to analyze the data. As a result, it was verified that, in the students' conception, the evaluation is an important tool that allows to detect the main limitations that each student has in relation to learning, and that some evaluation activities contribute to the student's preparation for the defense of the TCC. It is concluded that the evaluation in higher education has been thought by the teacher, being the participation of the student conditioned, exclusively, its exe
Key Words: Evaluation. Higher education. Learning. Professional qualification. PARFOR.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Luiz Carlos Bastos Santos (2017): “Experiências com avaliações no ensino superior e suas contribuições para a formação profissional do licenciado pleno em geografia a partir da concepção dos alunos”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (enero-marzo 2017). En línea:
http://www.eumed.net/rev/cccss/2017/01/alunos.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1701alunos


1 INTRODUÇÃO

            Cotidianamente nossas ações são avaliadas, quer sejam por recursos formais ou não, essa prática já está impregnada em nossos hábitos sociais e culturais. Na esfera institucional, principalmente no universo acadêmico, houve uma consolidação dessa ferramenta como meio capaz de traduzir em resultados mensuráveis as atividades de ensino desenvolvidas.
            No meio acadêmico a ação avaliativa vem se confirmando como um instrumento de repressão, forçando os alunos a se “interessarem” pelas aulas. Nessa perspectiva, a avaliação ao invés de contribuir no processo de ensino e aprendizagem passa a se apresentar como o momento de maior angustia do curso (RESENDE; ROCHA, 2010).
            Nesse cenário, torna-se importante averiguar qual a concepção de alunos do ensino superior sobre o processo avaliativo nesse estágio escolar, analisar como a avaliação pode contribuir com a formação profissional dos alunos, e conhecer quais os meios avaliativos foi utilizado com maior frequência durante o curso de graduação e com quais deles mais se identificaram.
            É comum pensar que os alunos de ensino superior visualizam a avaliação como uma vilã no processo de ensino e aprendizagem, porém é importante conhecer como realmente os alunos percebem essa ferramenta no meio acadêmico, e quais considerações manifestam sobre a sua contribuição para formação como profissionais da educação.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
            Para estruturação desse trabalho, inicialmente, foi realizada uma revisão de literatura, sobre estudos que consideravam o ponto de vista do aluno sobre a avaliação no ensino superior, isso possibilitou uma melhor assimilação dos conceitos que foram acionados. Da mesma forma foram pesquisados trabalhos que abordavam a avaliação na ótica do docente. Nesta senda, o apoio teórico aconteceu a partir dos trabalhos de Barros e Camargo (2009), Camargo (1997), Matos et. al., (2013), Andriola (2011), Gatti (2003), dentre outros.
O levantamento de dados secundários, mobilizado neste estudo, foi importante para conflitar os discursos dos dois agentes (aluno e professor), que estão imediatamente envolvidos nesse processo, e possibilitou visualizar um possível conflito conceitual sobre o assunto, instigando algumas inquietações norteadoras para a construção do questionário, além de guiar na escolha do público alvo, sendo, os alunos do quinto semestre do curso de Licenciatura Plena em Geografia, do Plano Nacional de Formação Docente (PARFOR), do Campus Universitário de Altamira, da Universidade Federal do Pará, pelo fato de serem alunos e ao mesmo tempo profissionais da educação e, por isso, passam por uma situação impar sobre a temática, sendo avaliados durante suas aulas e usando a ferramenta avaliação durante o desenvolvimento de suas atividades profissionais, mesmo que em outro nível de ensino, o básico.
            Foi aplicado o total de (12) doze questionários constituído por (6) seis perguntas abertas, conforme esclarece Marconi e Lakatos (2003) que as perguntas abertas permitem que o informante se expresse livremente sobre o assunto, prestando informações e emitindo opiniões, isso possibilita investigações mais profundas e precisas.
Para análise dos dados utilizou-se uma abordagem descritiva que reúne procedimentos de organização de dados, além de sua divisão em unidades ou categorias, empreendendo um esforço de síntese, na busca por padrões e na identificação de aspectos importantes para o entendimento do tema em estudo (GODOY, 2000, p. 11).
           
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 A CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO DESCRITA PELOS ALUNOS
            Concepção é um termo que possui múltiplos significados. Por tanto, sobre esse termo, nesse trabalho, optou-se por considerar a interpretação que Matos et. al, (2013) lhe atribui, sendo:
O termo concepção é usado para se referir a sistemas complexos de explicação, uma rede complexa de ideias, conceitos, representações e preconceitos. Dessa forma, as concepções podem informar a maneira como as pessoas percebem, avaliam e agem com relação a um determinado fenômeno (MATOS et. al., 2013, p. 174).
Com esse entendimento, o primeiro passo na interpretação do trabalho foi extrair, através da análise dos questionários, a concepção que os alunos de ensino superior possuem sobre a avaliação. Verificou-se que houve o predomino da sua descrição associada a uma importante ferramenta que permite detectar as principais limitações que cada aluno possui com relação à aprendizagem do assunto estudado.
            Foi possível apreender na analise das informações que, os alunos percebem a necessidade do professor e do aluno empreenderem conjuntamente uma ação harmônica em relação ao processo avaliativo, para garantir que ambos contem com essa ferramenta no processo de ensino e aprendizagem de forma efetivamente orientadora, evitando com isso que a avaliação se torne um mero mecanismo de seleção.
A avaliação já não é apenas um instrumento para atribuir nota a um estudante numerado no diário de classe. Ela preocupa-se com um aluno que possui nome, características próprias de velocidade de aprendizado, habilidades e competências únicas, interagindo com um professor motivado a observar as etapas desta dinâmica e que também é avaliado no processo educacional (BARROS; CAMARGO, 2009, p. 5).
            Dessa forma, torna-se possível perceber que a concepção descrita pelos alunos investigados possui simetria com a ideia apresentada por Barros e Camargo (2009). Pois ambos os argumentos indicam a avaliação no ensino superior como uma alternativa que auxilia o processo de ensino e aprendizagem. Em apoio a essa interpretação Leitão, Passerino e Wachowicz (2003, p. 12) afirmam que “A avaliação formativa comunica ao professor e ao aluno o processo de aprendizagem, no sentido de avançar, replanejar, redirecionar e retomar aspectos significativos para o processo educativo”.

3.2 CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR
O desenvolvimento das atividades educacionais no ensino superior requer do professor a construção de um planejamento prévio. Isso, regularmente, está previsto no regimento das instituições de ensino. O professor de ensino superior ao assumir uma disciplina deve tomar uma serie de decisões, entre elas está os critérios de avaliação a serem utilizados, assim, os procedimentos referentes à avaliação devem ser previstos pelo professor durante a construção do planejamento de ensino. Dependendo da forma como esse processo é construído, ele pode não permitir que a avaliação seja usada como forma de acompanhamento, mas, com o objetivo estrito de medir se o que foi aplicado foi absorvido ou não pelo aluno (GIL, 2008).
Com uma perspectiva diferenciada, Camargo (1997) descreve em seu trabalho que adotou no desenvolvimento de suas atividades de ensino, com turmas de cursos de ensino superior, a postura de priorizar a construção participativa do processo avaliativo como forma de articular ensino e avaliação, e que por fim conseguiu chegar a uma metodologia de estudos que representava os anseios da classe e as decisões coletivas.
É bastante comum identificar estudos que orientam a necessidade da avaliação ser pensada de forma participativa, ou seja, que as atividades avaliativas considerem os anseios dos alunos, respeitando os objetivos do professor e da instituição. Sendo essa, a fórmula ideal para que a avaliação contribua exponencialmente com o processo de ensino e aprendizagem. Porém, a presente pesquisa detectou na argumentação dos alunos que tal prática não é comum. Recorrentemente, as metodologias de atividades avaliativas são pensadas unicamente pelo professor que na sequencia impõe, ao aluno, a sua execução (PONTES, 2007; NOVELLO; LAURINO, 2012).
Todavia, é sabido que, principalmente no ensino superior, os alunos são bem ativos no que concerne à reivindicação de seus direitos. Muitos professores, que não desejam criar atritos com seus alunos, procuram abrir espaço para uma discussão com os alunos a melhor forma de avaliação, sendo essa uma prática comum, especialmente, em instituições privadas (OLIVEIRA; SANTOS, 2005, p. 44).
Considerando o contexto apresentado, foi possível compreender por meio do tratamento dos dados coletados com a aplicação dessa pesquisa que os alunos preferem que as avaliações aconteçam em diferentes etapas durante todo o transcurso da disciplina, pois com essa perspectiva, no ponto de vista dos alunos, ela contribuirá significativamente com o processo de ensino ao qual estão submetidos. Porém, se ela é aplicada em um único momento, que habitualmente é no final da disciplina, ela poderá não oferecer os resultados que os agentes envolvidos esperam obter por meio dessa ferramenta (PAIVA, 2008).
Para os alunos, as contribuições da avaliação poderá se traduzir em resultados positivos não apenas para a categoria “aluno”, mas também para os professores. No entanto, para que isso se consolide, a avaliação deve ser praticada numa perspectiva de continuada, ou seja, por meio de uma metodologia em que ela ocorra durante o desenvolvimento de toda a disciplina, com a realização de mais de uma atividade avaliativa e em diferentes momentos. Compartilhando desse mesmo entendimento, Andriola (2011) afirma que:
[...] a avaliação pode proporcionar aos docentes novos questionamentos e debates sobre sua prática, sobre o porquê de suas ações, em um trabalho conjunto com os demais atores institucionais, a fim de crescerem uns com as experiências dos outros (ANDRIOLA, 2011, p. 48).
Dessa forma é possível concluir que os alunos de ensino superior têm claro que a avaliação contribui não apenas com aqueles a quem ela é direcionada. Ela tem a capacidade de reorientar a todos os envolvidos, do aluno até os gestores da instituição, confirmando que se ela acontecer na perspectiva de avaliação continuada, todos os agentes envolvidos poderão ser beneficiados (ISHIMOTO, 2010).
Como resultado da análise dos dados registrados pelos alunos sobre o que pensam em relação às contribuições da avaliação no ensino superior, foi possível constatar que, para eles, algumas atividades avaliativas, durante o curso de graduação, contribuem significativamente para suas alterações emocionais, gerando um estado de preparação e segurança para a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), destacado pelos alunos como a avaliação mais complexa do ensino superior.

3.3 CONTRIBUIÇÕES PARA A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Cabe destacar que a presente pesquisa foi aplicada com um público que, estando na condição de aluno no ensino superior, são ingressos em um curso de graduação com a finalidade especifica de qualificá-los para continuarem atuando na educação, ambiente no qual, a avaliação é uma prática permanente (PEREIRA; WASSEM; CALDAS, 2013).
Nesse sentido, foi considerado também, na interpretação dos dados da pesquisa, como a experiência com avaliação no ensino superior influência o uso dessa ferramenta em suas atividades no cotidiano profissional. Para tanto, considerou-se ainda o que Ribeiro e Escrivão Filho (2011) afirmam:
[...] a avaliação deveria contemplar instrumentos e estratégias que o levassem ao domínio da aprendizagem, para que possam aprender a aprender, um atributo que lhes será bastante útil em suas futuras carreiras (RIBEIRO; ESCRIVÃO FILHO, 2011, p. 49).
É importante destacar que foi identificado como um anseio dos alunos, que as atividades avaliativas no ensino superior sejam marcadas por experiências positivas, pois, conforme interpreta - se do trabalho dos autores citados acima, não é apenas o conteúdo que é necessário aprender que vem incluído em uma avaliação, mas a expectativa de que ela contenha características que provoquem o desenvolvimento profissional do aluno.
Em qualquer área de atuação, o conhecimento profissional representa o conjunto de saberes que habilita o individuo para o exercício de sua profissão, que o torna capaz de desenvolver todas as suas funções. Esse conhecimento constrói-se na formação inicial e continuada e é aprimorado na prática diária de sua profissão (OLIARI et. al., 2012, p. 2).
Considerando a interpretação feita dos questionários aplicados aos alunos, que indicavam levarem consigo as experiências adquiridas durante o curso de graduação e sua posterior adaptação e uso de tais técnicas, observou-se que eles consideram essa fase acadêmica não só como formação profissional, mas como um processo de qualificação continuada, com influência direta na modelagem de suas atuações profissionais.
Nas licenciaturas, essa questão da avaliação torna-se ainda mais delicada: esses cursos formam professores e, assim, devem preparar de forma mais aprofundada os futuros profissionais no que se refere à avaliação da aprendizagem, bem como possibilitar a eles a vivência de práticas diferenciadas e inovadoras de avaliação (BERBEL; VASCONCELLOS; OLIVEIRA, 2006, p. 137).
As autoras destacam o quanto é relevante que se tenha atenção ao se trabalhar à avaliação em cursos de licenciatura, pois se trata de um público que, frequentemente, absorverá essas práticas e as reproduzirão em suas atuações profissionais, assim, experiências positivas com práticas avaliativas durante a graduação poderá ser uma excelente oportunidade de construção de um ambiente de novas experiências nessa temática.

3.4 EXPERIÊNCIAS COM AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR
Em face da discussão levantada sobre avaliação no ensino superior, considerou-se relevante apresentar os dados obtidos nesta pesquisa com relação às principais atividades avaliativas vivenciadas pelos alunos até essa fase do curso de graduação (quinto semestre letivo), sendo elas: Seminário, Relatório de aula de campo, Provas, Resenha, Fichamento e Resumo. Cumpre destacar que as atividades apresentadas não estão relacionadas na ordem de relevância indicada pelos alunos.
Verificou-se nos questionários uma grande ocorrência na indicação da prova como atividade avaliativa com maior aplicação, com ênfase ao fato desta forma avaliativa ser apresentada durante a maioria das disciplinas como a principal ou o único meio avaliativo. A preferência pelo uso dessa atividade avaliativa pelo professor é confirmada por Gatti (2003) ao constatar em seu trabalho que:
Dados obtidos com professores mostram que não há uma maneira universal, única ou melhor para avaliar os alunos em classe. As provas são vistas pelos docentes como um instrumento que “mede” a aprendizagem e são praticamente o único tipo de instrumento de que se valem para a avaliação. Analisando dados de pesquisa com professores nota-se que varia o grau em que estes usam as provas como meio de ensino e também de aprendizagem, como forma de obter informações relevantes sobre o processo de ensino. Na verdade, poucos têm em mente estas questões, baseia em concepções nem sempre claras sobre o que julga que os alunos devam ter retido, sintetizado ou inferido dos conteúdos tratados. Encontra-se um certo percentual de professores que pensam que as provas em si são instrumentos de aprendizagem (GATTI, 2003, p. 100).
Destaca-se que foi predominante a indicação do seminário como a atividade avaliativa com a qual os alunos mais se identificaram no ensino superior. Provavelmente isso ocorra pelo fato dessa modalidade de atividade propiciar maior liberdade para o aluno na coleta de informações sobre um determinado assunto e na sequencia poder lidar com os dados coletados, contando inclusive com o apoio de recursos didáticos, multimídias e do professor. Dessa forma, pode-se resumir que, para os alunos, essa modalidade oferece maior segurança para o seu desenvolvimento (LIBÂNEO, 2003).
É possível interpretar pelos resultados dessa pesquisa que a aplicação de atividades avaliativas no ensino superior não está acontecendo de forma participativa. Há uma contraposição entre o que os professores usam como forma avaliativa e o que os alunos desejam. Os professores optam, predominantemente, pela prova como meio avaliativo, enquanto os alunos preferem o seminário.
Na concepção dos alunos o seminário pode contribuir muito mais com a aprendizagem do que a prova que é aplicada apenas no final da disciplina e exige um acumulo de todo o conteúdo estudado. O seminário possibilita o exercício da aprendizagem por ser uma atividade que se compõe de diferentes fases e envolve atividades individuais e coletivas, além de contar com a orientação do professor em todas as etapas de sua realização (MASETTO, 2005, p. 87).
Assim percebe-se que a experiência dos alunos com avaliação no ensino superior vem acontecendo de forma diversificada, como relacionado anteriormente neste trabalho. Os alunos vivenciam uma diversidade de experiências com avaliações nesse estágio de suas vidas acadêmicas, porém, sente-se que a metodologia nesse nível de ensino ainda está muito presa ao uso da prova como a principal ferramenta capaz de traduzir ao professor e a instituição o desempenho dos alunos nas disciplinas, consequentemente, em seu curso, o que pode não projetar o resultado real da aprendizagem.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
            Neste trabalho foi possível confirmar que na concepção dos alunos do ensino superior, do curso de Licenciatura Plena em Geografia, do PARFOR, a avaliação é uma ferramenta indispensável, com possibilidades de contribuir significativamente no processo de ensino e aprendizagem.
            No entanto, notou-se que, predominantemente, as metodologias de aplicações das atividades avaliativas são pensadas unicamente pelo professor e submetidas ao aluno, em contracenso a esse fato, os alunos preferem que essa etapa acadêmica seja construída de forma participativa, entre professor e aluno. Porém, percebe-se o status inerte dos alunos, que parecem aguardar que essa iniciativa aconteça por parte do professor.
            Por fim, a avaliação se confirma como uma das atividades de maior relevância no ensino superior, principalmente nos cursos de licenciaturas, pois, as experiências adquiridas nessa fase acadêmica podem influenciar na atuação do profissional com relação ao uso dessa ferramenta que poderá servir de referência e serem reproduzidas em seus ambientes de trabalho. No entanto, a avaliação nesse nível acadêmico, não vem sendo praticada de acordo com os anseios dos alunos.

REFERÊNCIAS
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* Mestre em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal do Pará. Técnico Administrativo Educacional da Universidade Federal do Pará / Campus Universitário de Altamira.

Recibido: 20/02/2017 Aceptado: 09/03/2017 Publicado: Marzo de 2017

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