Krislaine da Cruz de Campos*
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Brasil
Kris-cruzz@hotmail.comRESUMO
O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre o processo de utilização de novas fontes em pesquisas históricas e especialmente no ensino de história através de ações educativas em arquivos, levando em consideração a transição da história tradicional para a nova história que possibilitou novas abordagens e perspectivas historiográficas. Destaca assim a utilização da imprensa, especificamente jornais, como fontes e objetos de pesquisas, como esta nova ferramenta começou a ser aceita por historiadores e pesquisadores em geral, refletindo assim sobre a importância de construção e preservação dos arquivos históricos, como meios de comunicação entre o acervo e a sociedade pesquisadora. Por fim refletiremos como o jornal que ao longo da história tornou-se fonte e objeto de pesquisa, pode também ser utilizado em sala de aula através de novas propostas metodológicas para as aulas de história.
Palavras-chave: Arquivos, Ensino de história, Fontes, Imprensa
ABSTRAC
This article aims to discuss the process of using new sources in historical research and especially in the history of education through educational activities, taking into account the transition from traditional story for the new history that allowed new approaches and historiographical perspectives. Thus highlights the use of the press, specifically newspapers, such as fonts and research objects, as this new tool began to be accepted by histórians and researchers in general, reflecting on the importance of construction and preservation of the historical archives as means of communication between the acquis and society researcher. Finally we will reflect how the newspaper that throughout history became the source and object of research, can also be used in the classroom as new methodological proposals for the lessons of history.
Key-words: Files - history-teaching Sources- Press
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Krislaine da Cruz de Campos (2016): “Ações educativas em arquivos: novas fontes para o ensino de história”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre-diciembre 2016). En línea: 
http://www.eumed.net/rev/cccss/2016/04/arquivos.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss201604arquivos
INTRODUÇÃO
Durante o processo de desenvolvimento do conhecimento histórico, historiadores, pesquisadores e também professores da área de história, entendem como imprescindível o contato com as fontes. No entanto, assim como muitos historiadores se sentiram inseguros em relação à utilização de novas fontes, através da perspectiva da nova história, desligando-se exclusivamente dos documentos escritos, atualmente ainda existem muitos docentes de história na educação básica que se sentem incapazes de adaptarem novas metodologias e didáticas para as suas aulas. Dessa maneira, este trabalho almeja aproximar o “jornal” para além de fonte de pesquisa, com o saber histórico em sala de aula. Destacando a importância de novos métodos para a produção do conhecimento dos alunos, como os arquivos históricos podem contribuir para este processo, assim como também os cuidados necessários para a utilização e preservação destes meios.
A IMPORTANCIA DOS ARQUIVOS PARA A HISTÓRIA
Historiograficamente, até o século XIX é denominado como o período  tradicional da história; neste período historiadores e pesquisadores entendiam  que a história deveria ser verídica e com isso reconheciam como fontes apenas  documentos escritos, preocupando-se apenas com uma história nacional e  internacional, dificilmente em âmbito regional, pois buscavam uma história “total”  dos fatos como foi caracterizada pela nova história. Com isso, marginalizavam  muitos aspectos relacionados as atividades humanas, o contexto não interessava  aos estudiosos desse período, apenas os acontecimentos em específico.   Em  meados do século XX novos debates em relação a história e a novas perspectivas  para a história foram surgindo, dando espaço para uma nova corrente  historiográfica,onde não especificamente existe uma homogeneidade de ideias, mas  que ficou conhecida como “nova  história”. Este novo olhar tinha como objetivos a necessidade de se pensar uma  história não mais fundamentada em grandes nomes e figuras políticas, buscando  entender além dos acontecimentos da história tradicional, as estruturas sobre  estas transformações, considerando personagens, valorizando as mudanças sociais  e econômicas ao longo dos fatos. A nova história nasceu na França com a  terceira geração da escola dos annales, pensando em “novos problemas”, “novas  abordagens” e “novos objetos”. 
   
  A face mais evidente do processo de alargamento do campo de preocupação  dos historiadores foi a renovação temática, imediatamente perceptível pelo  título das pesquisas, que incluíam o inconsciente, o mito, as mentalidades, as  práticas culinárias, o corpo, as festas, os filmes, os jovens e as crianças, as  mulheres, aspectos do cotidiano, enfim uma miríade de questões antes ausentes  do território da história.1   
  Os historiadores dessa corrente historiográfica criticam a noção de “fato  histórico”, que seria como se houvesse uma verdade histórica que caberia apenas  ao historiador, pretendem com isso, uma “história estrutural” diferente da  “história factual”, defendida pela história tradicional, ampliando a noção de  fontes históricas. Esta nova forma de pensar a história além de reconhecer todo  o contexto e figuras que durante muito tempo permaneceram como pano de fundo na  história tradicional, também sente a necessidade de novas abordagens  metodológicas para a compreensão destes novos elementos. Dessa maneira, além de  fotografias, cinema, história oral, entre outras formas de pensar a história, a  imprensa, mais especificamente jornais, também se tornam uma possibilidade para  interpretar a história pelo ponto de vista dos excluídos.   Os  jornais são caracterizados por na maioria das vezes carregarem uma forte influência  política e social sobre suas informações, sua falta de objetividade contribuiu  para uma difícil aceitação dos historiadores em utilizá-lo como fonte principal  de suas pesquisas. Contudo, sabemos que ele pode sim ser uma fonte rica em  informações, desde que saibamos interpretá-lo, e assim como qualquer outra  fonte, mesmo documentos escritos, existe a necessidade de conhecer esta fonte  por inteira. No caso do jornal, questionamentos como, quem estava por traz de  suas entrelinhas? Quem eram os diretores e escritores do jornal? Quais as  posições políticas e sociais destas figuras? Enfim, conhecer o contexto que não  aparece na fonte, pode ser o fator principal para compreensão e utilização da  mesma.  No desenrolar  da nova história, a história da imprensa começa a aparecer em temas de  pesquisas, entre estes a figura do escritor Nelson Werneck Sodré, um dos poucos  a trabalhar sobre a história da imprensa no Brasil até os anos de 1960. Com  isso novas abordagens foram surgindo, até que em meados de 1970 o jornal torna-se  objeto de pesquisa, que até então servia apenas como fonte de confirmação para  informações de outras fontes. Vany Pacheco Borges, Maria Ligia Prado e Maria  Helena Capelato, foram uma das primeiras autoras a utilizarem o jornal como  fonte única ainda na década de 1970. Portanto já faz um tempo que as  peculariedades dos jornais, a simbologia das palavras, a investigação dos  leitores como publico alvo, receptores e transmissores das suas informações,  tem contribuído para uma nova versão da história.   
  Devido  ostentarem a tarefa de representar a sociedade na qual estão inseridos, os  periódicos se tornaram fontes fundamentais para os estudos de temáticas  diversas, que tiveram grande visibilidade histórica graças à permanência de  suas memórias nas páginas dos jornais. 2 
   
  Podemos considerar que  durante todo o século XIX, o jornal foi o principal meio de comunicação, além  de grande influenciador de costumes, posicionamentos e atitudes da sociedade.  Sendo assim, os jornais podem ser considerados fonte de pesquisa não apenas  para fundamentações políticas, mas também para tantos outros fatores  correspondentes aos integrantes das sociedades, como discussões trabalhistas,  movimentações feministas, assim como períodos de grandes desavenças no Brasil  como o período de ditadura militar, onde a imprensa é silenciada em vários  momentos.  Todo esse processo de adaptação do  jornal como fonte e objeto de pesquisa, leva a uma grande preocupação de historiadores  e pesquisadores, a importância da preservação destes documentos. Durante o  século XIX, a Europa reúne diversas reivindicações de historiadores lutando  pela construção de arquivos, antenados com a proteção dos acervos, que por  descuidos e mau usos se perdem ao longo do tempo.
Um  pressuposto muito importante, neste processo de constituição do campo, é o que  diferencia os arquivos de outros conjuntos documentais (como, por exemplo, as  bibliotecas): um arquivo só reúne documentos que estejam intimamente associados  às atividades de uma entidade, ao longo de sua trajetória, não sendo, portanto,  coleção. Mais do que isso: os documentos, no processo de consecução das ações,  são parte delas, e na sua conclusão, seu produto e seu índice. 3
   
  Os arquivos devem  conter a presença do arquivista, tendo como responsabilidade a organização  estrutural do arquivo, cuidados necessários para a proteção destes documentos,  além da presença de um historiador que tem como finalidade contribuir para o  desenvolvimento deste, preocupando-se com a organização histórica do acervo,  facilitando a atividade do pesquisador. Os  arquivos são responsáveis pela preservação e pelo contato da memória de uma  sociedade com os componentes da mesma, são também responsáveis por guardar a história  do desenvolvimento de uma cidade, estado ou país, sejam estes acervos  jornalísticos ou não, devem ter enquanto objetivo valorizar este contato com a  população pesquisadora.   Através da educação patrimonial  podemos aderir diferentes funções aos arquivos históricos, prevalecendo claro,  as funções já estabelecidas pelo local de memórias. Este passa a ser um local a  ser utilizado pela educação não formal, assim como museus, praças públicas,  casa da cultura, entre outras instituições, o arquivo pode ser atribuído à projetos  e ações educativas podendo assim estender as aulas de história para fora da  sala de aula e também da escola. Pois a pesquisa e o contato direto com documentos  e fontes históricas, são tão importantes para os alunos quanto para os  professores, poder associar à teoria a prática pode fazer toda a diferença em  momentos de construção da aprendizagem. 
  Propostas de ações  educativas em lugares não formais de educação ainda estão muito distantes do  cotidiano de professores e alunos da educação básica, principalmente  relacionada à rede pública de ensino, muitas vezes o despreparo e a falta de  recursos financeiros para que estas ações sejam concretizadas, são os  principais fatores para que projetos e iniciativas a realizar-se fora do âmbito  escolar não sejam amadurecidos. Porém, mesmo que em passos lentos estes  “lugares de memórias” vêm sendo utilizado não apenas para fundamentação de  pesquisas, mas também como locais de integração entre história e memória na  aprendizagem dos alunos na disciplina de história. Considerando que essa  aproximação do público escolar em lugar de memória, faz com que o aluno também  se sinta sujeito de sua história. O  professor/ historiador precisa ir além da sua prática enquanto educador e  pesquisador, precisa ir além da relação entre história e memória, o papel de um  historiador está em não se ater se às classificações do tradicional, compete a  ele muito mais que preservar e guardar a memória, seja ela individual, regional  ou nacional, o arquivo não guarda em seu acervo verdades, memórias “completas”,  preserva em seu acervo versões, interpretações de memórias, partes de uma  história que deve estar em constante relação com a sociedade pesquisadora para  que tudo isso tenha sentido. 
   
  Essa  explicação tradicional da relação entre memória e a história escrita, na qual a  memória reflete o que aconteceu na verdade e a história reflete a memória,  parece hoje demasiado simples. Tanto a história quanto a memória passaram a  revelar-se cada vez mais problemáticas. 4
Sendo assim, preservar a memória não significa deixá-la  longe do contato direto com as pessoas; Memória, história e patrimônio cultural  podem sim ganhar diferentes formas e significados, interagindo através das  interpretações do historiador.    Ainda nos dias atuais é muito comum  enxergarmos professores desmotivados e de certo forma cansados com o descaso  pela sua profissão, isto não apenas por parte do governo, para o caso de redes  públicas, como também pela sociedade, os pais ainda acreditam que é dever do  professor e da escola de educar e cuidar dos seus filhos, enquanto os  professores já pressionados por uma difícil carga horária e conteúdos  programáticos a serem cumpridos ao longo do ano letivo, acomodam-se cada vez  mais aos famosos livros didáticos, que em sua maioria apresentam milênios de  anos da história resumidos em algumas páginas.   Dessa maneira podemos refletir  acerca de novas propostas metodológicas para as aulas de história, demonstrar a  educandos e educadores o quanto estes lugares não formais de ensino podem  contribuir para a integração do conhecimento compartilhado. Partindo do  pressuposto de que além de professor deve também ser um continuo pesquisador, considerando  que o processo de aprendizagem não fique apenas entre Professor x aluno, mas  também aluno x professor, onde ambos possam aprender juntos.  Proponho  aqui um projeto de ação educativa em arquivos históricos regionais. Esta seria  uma atividade para ser desenvolvidas com alunos do 9º ano do ensino  fundamental, através do conteúdo de “Guerra Fria”, que está inserido no  currículo escolar da educação básica.  O confronto conhecido como “Guerra  Fria” ocorreu logo após o fim da segunda guerra mundial, de 1947 a 1991 e  diferente do que muitos temiam que se desenvolvesse uma terceira guerra  mundial. O conflito geral em torno de duas superpotências mundiais da época, os  EUA e a URSS. Com o fim da segunda guerra, ambos os lados aceitaram um acordo  onde estabelecia uma distribuição de forças.  Dessa  maneira, o projeto propõe demonstrar aos alunos o quanto este conflito  influenciou em decisões políticas, econômicas e sociais no seu país e na também  no seu município. Considerando que relacionar os conteúdos programáticos para  as aulas de história com a vida dos alunos é de grande importância para a  aprendizagem dos mesmos, podendo entender-se como sujeitos da história.   Nesse  período o Brasil vivia um processo de industrialização e sob forte influência  estrangeira em sua organização política, social e econômica, assim fortalecendo  e propagando o discurso anticomunista gerado nos EUA, aqui no Brasil, onde esse  discurso repercutiu por diversos grupos sociais e regiões do país.   Sendo  assim, esta é uma proposta de ação educativa  visando estender o assunto de “guerra fria” da sala de aula para os jornais no  acervo do arquivo histórico do município. Considerando que os alunos já  conhecem teoricamente o contexto relacionado ao conflito, a turma estará  dividida em duplas, onde cada uma ficará responsável por um ano de publicação  do jornal, entre os anos de 1955 a 1965.    Os  alunos devem identificar nas reportagens os discursos anticomunistas presente  nos jornais, lembrando que o tema já foi abordado em sala de aula, como sendo  um reflexo da Guerra Fria no município; Durante a atividade as duplas irão  fotografar e anotar os pontos que mais lhes chamarem a atenção. A proposta é de  refletir junto aos alunos o quanto este contexto internacional esteve presente  na região, buscando desconstruir a história de grandes heróis nacionais e  levando o aluno a refletir sobre “os dois lados da moeda”.    Sendo assim o projeto de ação educativa em  arquivos tem como objetivos: Perceber a influência internacional na  cidade durante o período pós 45 através do contexto mundial de “guerra fria”;  Identificar o discurso anticomunista na imprensa considerando o papel político  do administrador do jornal; E comparar a linguagem da época expressa nos  jornais com a dos livros didáticos atualmente.   Por  fim, a proposta é de que os alunos desenvolvam novos materiais didáticos para  trabalhar o conteúdo em sala de aula, como charges, histórias em quadrinhos e  até mesmo à possibilidade da criação de um livreto em conjunto com a turma,  onde evidenciem características da guerra fria presentes na cidade,  considerando o anticomunismo influenciado pela imprensa, podendo apresentar  imagens (fotos) retiradas dos jornais, reportagens e também textos produzidos  pelos alunos, propondo uma visão histórica diferente das fornecidas pelos  livros didáticos, colocando-se assim como integrante da história, e  compreendendo o quanto o lugar onde vivem contribuiu para este período  histórico. 
  CONCLUSÃO
Entende-se assim a tamanha dificuldade de aproximação do ensino escolar tradicional com os demais meios e espaços informais de educação, seja pela desvalorização do profissional da educação ou pela falta de apoio e de verbas para a rede pública de ensino. Porém, este trabalho visa compreender tal importância tem para o ensino de história a utilização de metodologias alternativas, onde o professor não se prenda especificamente ao livro didático, pois se sabe que este instrumento apresenta vagamente recortes temporais da história, dificultando a aprendizagem e interpretação do educando. Além disso, existem possibilidades diversificadas para que o ensino possa “parecer” mais claro e objetivo, uma delas, e talvez a mais importante seja que o professor relacione o conteúdo programático com a região onde vivem. Dessa maneira, entende-se que para além das dificuldades existem inúmeras maneiras de não se deixar levar pela “mesmice” em sala de aula, que o professor deve ser um contínuo pesquisador e que professor e aluno podem sim vivenciar uma troca de conhecimento.
REFERÊNCIAS
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  LUCA,  Tania Regina de. História dos, nos e por  meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi. Fontes Históricas. 2.ed, São Paulo: Contexto,2008.
  PRÉVIDI, Giovanni Biazzetto da Silva. Patrimônio e memória nas práticas de  educação patrimonial do arquivo histórico moyses vellinho de Porto Alegre/RS  (1997 a 2005). Porto Alegre, 2011.
  RÉMOND,  Réne. Uma história presente. 2 ed.  Rio de Janeiro: Editora FGV,2003.
  VALLE, Hardalla Santos do;  ARRIADA,Eduardo; CLARO, Lisiane Costa. A  utilização de Fontes no ensino de história: A imprensa na construção do  conhecimento. Momento, Rio Grande, 20(1): 59-72, 2010.
* Graduada em história pela Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC
1 LUCA, Tania Regina de. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi. Fontes Históricas.2.ed, São Paulo: Contexto,2008.p.113
2 BEZERRILL,Simone da Silva. Imprensa e política: Jornais como fontes e objetos de pesquisa para estudos sobre abolição da escravidão.Maranhão:UEMA,2011. p.02
3 GONÇALVES,Janice.Cadernos do CEOM - Arquivo: pesquisa, acervo e comunicação.Chapecó: Argos,2005; n.22, p.81
4 BURKE, Peter.Variedades de história cultural.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. P.70 318p
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