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A UTOPIA NEGATIVA: LEITURAS DE SOCIOLOGIA DA LITERATURA

Jacob J. Lumier




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O Sempre Igual e a Contradição da Coisificação

A desarticulação dos dispositivos ideológicos que Theodor W. Adorno empreende no ensaio crítico sob o “Admirável Mundo Novo” , tomado como romance-fantasia sobre o mundo administrado da comunicação social, domínio do Sempre Igual, desenvolve duas linhas complementares da reflexão estético-sociológica . Tor-na-se claro que sem desarticular o ideológico dificilmente se perceberá que a Crítica da Cultura é atualizada pelo futurismo e no horizonte do futurismo. Portanto, a neu-tralização das alternativas obtida nessa desmontagem constitui um meio para contrarrestar e pôr em relevo as conexões da utopia negativa (a qual eterniza o Sempre Igual), quer essas conexões apontem os traçados para a nova sociedade ou apontando-os bloqueiem dela os ca-minhos.

Como sabem , uma das lacunas alimentando a utopia negativa se põe ao compor silenciando as necessidades ainda-não-satisfeitas pela sociedade como algo inútil.

Nesse silenciar constata-se o "praticismo" valorizado no mundo administrado da comunicação social e impondo a adaptação das necessidades ao interesse da oferta de produtos e aos controles racionais.

Trata-se de uma compulsão à satisfação das necessi-dades que se faz ela mesma uma necessidade de produ-zir para as necessidades harmonizadas.

Um dos focos da desarticulação do ideológico futurista é desmontar esse equívoco em imaginar que tal compul-são "praticista" possa permanecer atuando na nova soci-edade.

Ao compor silenciando as necessidades ainda-não-satisfeitas pela sociedade como algo inútil – e fincando pé na orientação idealista ao preservar a idéia equivoca-da de "objetividade da satisfação" – a fantasia futurista não-questiona o praticismo. Tal é a pegada dos dispositi-vos ideológicos.

O problema da luta contra a cultura de massa se equaciona pondo em relevo a conexão que existe entre a cultura massi-ficada e a função social de reconciliar os homens com as más condições de vida e de afastá-los da crítica destas, função conservadora esta permitindo que o mundo se fixe como cristalizado.

Seja como for, a confrontação do preservar dessa idéia equivocada de objetividade põe em relevo o procedimen-to de Theodor W. Adorno para tirar da fantasia futurista as categorias da Crítica da Cultura, em especial as confi-gurações do imaginário da nova sociedade.

Com efeito, ao mesmo tempo em que desarticula as separações conjugadas no ideal de uma esfera superior da cultura, Theodor W. Adorno deixa ver o seu procedimen-to por seleção diante da fantasia futurista. Tanto é assim que este autor porá de lado como sendo não inteiramente aproveitável, ou melhor, como residual na reflexão estéti-co-sociológica as descrições que, por sua vez, ao invés de prolongarem pela imaginação da nova sociedade as linhas já existentes, servem apenas para eternizar certos aspectos do estado de coisas, ainda que estes figurem um contraste para a utopia negativa.


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