BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

A UTOPIA NEGATIVA: LEITURAS DE SOCIOLOGIA DA LITERATURA

Jacob J. Lumier




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Fungibilidade

Por contra, a inoperância de tal ideologia (que fixa o tabu em estéril constrição) influindo na fantasia futurista ao fazer sobressair que o rápido e prescrito câmbio de companhia erótica na utopia negativa deriva da cega e o-ficial organização do sexo, que converte o prazer em broma e o nega ao concedê-lo.

Ou seja, é o tabu mesmo que continua vigorando na impossibilidade de mirar cara a cara o prazer, de entre-gar-se plenamente a ele por meio da reflexão. Se esta proibição houvera sido quebrada, se o prazer se tivera li-berado já das malhas da instituição seria capaz de dis-solver a rigidez do The Brave New World como mundo da utopia negativa.

O princípio moral supremo desse mundo pintado na fantasia futurista, seu desiderato, sua culminação é de que qualquer um pertence a qualquer um: é a fungibi-lidade absoluta, que dissolve o homem como ser indi-vidual.

Mera mitologia, a fungibilidade destrói o último Em-Si do homem, seu último tabu e o determina como me-ro Para-Outro, como nulo.

Tendo em conta essa culminação, mas prosseguindo na desmontagem do dispositivo ideológico efetivo que, tornando localizado e restrito o assunto sobre sexo refor-ça ao contrário o tabu, sublinha nosso autor que a culmi-nada situação de anarquia sexual é incompatível com uma ordem totalitária, posto que o conceito de domínio pode definir-se como a disposição de uns sobre os de-mais e não como disposição total de todos sobre todos.

O homem que não é mais senão para outra coisa fica-ria sem dúvida alienado de sua mesmidade, porém seria também liberado da atadura da autoconservação que mantém unido o mundo da utopia negativa tanto quanto o mundo velho.

Segundo T.W. Adorno a pura fungibilidade corroeria o núcleo do poder e prometeria a liberdade em sentido ab-soluto. Dessa maneira sobressai a debilidade da concep-ção de conjunto que vincula o futurismo por um lado e, por outro lado, a ideologia derivada do puritanismo, e que vincula a ambos com o princípio moral da fungibilidade absoluta na utopia negativa.

Fragilidade composicional esta que T.W. Adorno exa-minará partindo da cena principal do romance da fantasia futurista de Aldous Huxley, a saber: o choque erótico dos dois mundos: o da personagem Lenina – que é o protótipo da mulher americana liberada – e o do “selvagem John” que a ama em modo lírico e puramente contemplativo e que, como uma relíquia do humano, pertence ao mundo que ficou às costas da cultura absoluta de massa, (um mundo pintado nessa fantasia como repugnante e defor-mado, à imagem das colônias nudistas em que o sexo se anula também mediante sua desocultação)


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