BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

A UTOPIA NEGATIVA: LEITURAS DE SOCIOLOGIA DA LITERATURA

Jacob J. Lumier




Esta página muestra parte del texto pero sin formato.

Puede bajarse el libro completo en PDF comprimido ZIP (158 páginas, 763 kb) pulsando aquí

 


A Satisfação das Necessidades

Dentre essas idéias a serem desarticuladas figura a “objetividade da satisfação”, preservada na postura que repele a “falsa necessidade” e que traz consigo a monta-gem de uma série de separações impostas em torno da esfera (econômica) da satisfação das necessidades, na ânsia de estabelecer a todo o custo a distinção entre necessidades materiais e necessidades ideais.

O equivoco desta montagem decorre da orientação i-dealista que, (a) pretendendo repelir a neutralização da cultura separada do processo material de produção, tal como ocorre na cultura de massa com suas necessidades imaginárias, (b) incorre em várias separações conexas na medida em que, por sua vez, (c) tenta colocar como cor-reção uma esfera superior de cultura, (d) agasalhando um conceito de “necessidade invariável”, em molde biológico e supra-histórico, (e) compreendendo neste conceito a in-tensificação e o refinamento da consciência, ou amplia-ção do conhecimento, na trilha da substituição da felici-dade pelo Bem supremo.

Por contra, mas na direção dessa aspiração à valori-zação da cultura, Theodor W. Adorno remarca, confir-mando sua orientação sociológica crítica, que, estando toda a necessidade humana mediada em sua concreta manifestação, o aspecto estático das necessidades que surge no mundo da comunicação -- sua fixação na repro-dução do Sempre Igual, bem como a interpenetração de “necessidade autêntica” e “necessidade falsa” -- é algo que, desde o ponto de vista da sociologia corresponde a uma fase da produção material a qual assumiu um caráter estacionário devido às restrições sobre o mercado e so-bre a concorrência.

No momento em que a produção se ponha limitada-mente ao serviço da satisfação das necessidades, in-clusive daquelas produzidas pelo sistema da indústria cultural, “as próprias necessidades se transformarão de-cisivamente” (...), “ficará claro um dia que os homens não necessitam das pequenas ilusões que lhes subministra a indústria cultural” (...); “a idéia de que o cinema, por e-xemplo, é necessário para a reprodução da força de tra-balho ao mesmo título em que o é a habitação e a alimen-tação não é verdadeira senão em um mundo que dispõe os homens exclusivamente para a reprodução da força de trabalho e impõe sobre suas necessidades a harmonia com o interesse da oferta de produtos e com os controles racionais”.

Com certeza é um equívoco imaginar que, em uma no-va sociedade, tal compulsão à satisfação das necessida-des (isto é, tal necessidade de produzir para as necessi-dades harmonizadas pelo Sempre Igual) possa permane-cer atuando em corrente.

Portanto, é sobre esse espírito praticista impondo a adaptação das necessidades ou silenciando as necessi-dades ainda não satisfeitas pela sociedade, como algo inútil, que se faz a crítica, que se põe em relevo como não tendo sido questionado na fantasia futurista, em sua orientação idealista ao preservar a idéia da objetividade da satisfação .


Grupo EUMEDNET de la Universidad de Málaga Mensajes cristianos

Venta, Reparación y Liberación de Teléfonos Móviles