BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

A UTOPIA NEGATIVA: LEITURAS DE SOCIOLOGIA DA LITERATURA

Jacob J. Lumier




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A Reificação

Para investigar a possibilidade de tal homologia é pre-ciso ter em conta o seguinte:

1) – como transposição do coeficiente de realidade do indivíduo para o objeto inerte, a reificação é um proces-sus psicológico permanente, agindo secularmente no âm-bito da produção para o mercado;

2) – o aspecto concreto das estruturas reificacionais acompanha a periodização da sociologia econômica se-guinte:

(a) – fase da economia liberal se prolongando até o começo do século XX, caracterizada por manter ainda a função essencial do indivíduo na vida eco-nômica (e por extensão na vida social).

Note-se que toda essa análise decorre da inter-pretação do modelo de sociedade liberal clássica como comportando uma interpenetração do aspecto econômico e do aspecto psicológico.

A referência sociológica principal é a constatação de que a regulação da produção e do consumo em termos de oferta e demanda se faz por um modo implícito e não consciente, impondo-se à consciên-cia dos indivíduos como a ação mecânica de uma força exterior.

Desta forma, todo um conjunto de elementos fundamentais da vida psíquica desaparece das cons-ciências individuais no setor econômico para delegar suas funções à categoria preço, que aparece como uma propriedade nova e puramente social dos obje-tos inertes, os quais, por sua vez, passam então a guardar as funções ativas dos homens, a saber: tudo aquilo que era constituído nas formações sociais pré-capitalistas pelos sentimentos transindividuais, pelas relações com os valores da afetividade que ul-trapassam o indivíduo, incluindo o que significa mo-ral, estética, caridade, fé.

Daí porque no romance clássico os objetos têm uma importância primordial, mas existem somente por meio do trato que lhe dão os indivíduos.

→Entretanto, essa situação muda (b) – na fase dos trustes, monopólios e do capital financeiro, ob-servada no fim do século XIX e, notadamente, no começo do século XX, tornando-se acentuada a su-pressão de toda a importância essencial do indivíduo e da vida individual na interior das estruturas eco-nômicas.

→Na (c) - fase do capitalismo de organização, observado depois dos anos de 1930 pela intervenção estatal impondo os mecanismos de auto-regulação da produção em torno dos bancos centrais independentes, se constata, em modo correlativo à supressão progressiva da importância essencial do indivíduo, não somente a independência crescente dos objetos, mas a consti-tuição desse mundo de objetos em universo autô-nomo, tendo sua própria estruturação.

A forma estética romanesca compreende a ironia como afir-mação da tomada de consciência do caráter inautêntico do herói e de toda a esperança ou busca possível.

Ao parecer de teoria sociológica, a contribuição de Lu-cien Goldmann pode ser considerada sociologia da redu-ção ao implícito, abrangendo uma análise dos temas, dos personagens e igualmente da ambiência do autor, em especial a sociologia do romance como forma estética literária.

Admite-se que o romance se caracteriza como a histó-ria de uma busca por valores humanos autênticos que, todavia, se apresenta sob um modo degradado ou inau-têntico, em uma sociedade cumulativamente degradada ou inautêntica desde o ponto de vista existencial.

No tocante ao herói, tal estado de degradação ou de-cadência se manifesta em princípio pela mediação , no caso, redução dos valores autênticos ao nível implícito, precipitando o seu desaparecimento como realidades manifestas.

Tem-se a premissa de que toda a forma literária sob o aspecto propriamente estético nasce da necessidade de exprimir um conteúdo essencial, de tal sorte que a situa-ção ética do escritor constituirá um elemento da obra mais interior e profundo do que, por exemplo, a percep-ção de um público leitor.


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