BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

A UTOPIA NEGATIVA: LEITURAS DE SOCIOLOGIA DA LITERATURA

Jacob J. Lumier




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A Limitação Ideológica da Concepção do Futuro

Desse modo, deve distinguir inicialmente o comentário sobre a limitação ideológica da concepção do futuro, co-mo tarefa de “decifrar a faticidade do que não é” por meio de prolongamentos do existente combinados a uma lógica corretiva.

A apreciação que Theodor W. Adorno nos passa sobre a noção mesma de utopia já destaca o limite desta noção como inevitável recaída na filosofia da identidade, no ide-alismo. Desta sorte, mostra-se sempre falha “a irônica correção lógica” que busca sempre Aldous Huxley nos seus prolongamentos das linhas existentes. Tanto mais que por este engodo são montados os inverossímeis prognósticos simbólico-religiosos do “The Brave New World”, preservando assim intacta diante das catástrofes previsíveis a tendência para a irracionalidade da civiliza-ção técnica.

Quer dizer, há um truque nessa notada recaída na filo-sofia da identidade que leva a preservar oculta a tendên-cia para a irracionalidade.

Por trás de esse preservar no implícito deve-se distin-guir a atitude da grande burguesia ao afirmar soberana-mente que defende a sobrevivência da economia do lucro não por interesse próprio, mas por todos os homens; por-que “se eles não tivessem que trabalhar tanto como têm não saberiam o que fazer com o tempo livre”.

Se está, portanto, diante de uma sabedoria de frieza que carece de conteúdo cognitivo por coisificar não o mundo, mas os homens, tomando-os como dados exterio-res na medida mesmo em que, nessa relação cognitiva, a burguesia deifica o observador como instância livre.

Dessa mesma sabedoria fria releva a ficção do futu-ro, releva o caráter fictício da preocupação com “a des-graça que poderia infringir ao homem a utopia realizada ao desaparecerem do mundo a fome e a ansiedade”.

Por sua vez, essa ficção do futuro esconde uma trans-posição aos que ainda estão por nascer da culpa pelos males do presente, esconde o dogma do sempre foi assim e sempre será igual em que se resume a crença protes-tante de que: como o homem está manchado pelo pecado original e, portanto, não é capaz de Bem suficiente na Terra, a mesma melhoria do mundo se deforma em peca-do.

E Theodor W. Adorno conclui que o romance de Aldous Huxley fracassa devido à debilidade própria de seu con-teúdo efetivo: a indispensabilidade de um esquema vazio inevitável, a saber: a disposição de que (a) – “a transfor-mação dos homens não podendo ser calculada e esca-pando à imaginação antecipatória”, (b) – adota-se a esco-lha em substituí-la pela caricatura dos homens de hoje.

Nada obstante, note-se que não é a fantasia que fracassa, mas somente a mirada raciocinante para o futuro como tal. Quer dizer, ao pôr em relevo o vazio desta mirada como reencontrando o caráter artístico da ficção do futuro, Theodor W. Adorno sublinha que o futurismo se deixa aproveitar como perspectiva de reflexão estética já no momento desta ficção por instaurar o marco zero da mesma: a ausência de faticidade da estética da fantasia futurista . Será exatamente do confronto teó-rico de sua filosofia desmitologizadora orientando a re-flexão estética, por um lado, com essa fantasia futurista sobre o mundo administrado e a civilização técnica, por outro lado, fantasia esta igualmente desmagizadora a prolongar as linhas já existentes que conforme o disse Theodor W. Adorno tirará as categorias de análise, os quadros operativos da Crítica da Cultura.

Mais além da desmontagem da ideologia como sabe-doria de frieza, no aproveitamento da fantasia futurista como perspectiva de reflexão estética deve distinguir a desarticulação de certas idéias interligadas a tal constru-ção fantástica que sucumbem igualmente à ideologia e cuja neutralização teórica se faz indispensável para pôr em relevo a cuidadosa qualidade daquela construção fan-tástica, tal como Theodor W. Adorno a examina ao inte-grá-la na utopia negativa.


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