SAÚDE DO TRABALHADOR: UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA EM BELÉM-PA

SAÚDE DO TRABALHADOR: UMA ANÁLISE SOBRE A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO HOSPITAL OPHIR LOYOLA EM BELÉM-PA

Maria Estrela Costa de Sousa (CV)
Marcelo Santos Chaves
(CV)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das mudanças na sociedade, no campo da organização do trabalho como já fora comentado anteriormente faz-se necessário pensar seriamente o campo da saúde do trabalhador, tendo em vista que o trabalho tem que somar para o crescimento da vida do indivíduo e não degradá-lo. Como afirma Oliveira & Vasconcellos (1992) a discussão da política de saúde do trabalhador deve compreender a extensão da política de saúde, com todas as suas interfaces e todos os seus aspectos de determinação estrutural e conjuntural. Não basta identificar empecilhos e propor superações técnicas, o compromisso deve conter o paradigma do direito à vida.
Nessa compreensão toda a investigação realizada trouxe o entendimento do quanto esse campo é importante e deve ser discutido nos conselhos, organizações e instituições. Com o processo da pesquisa pode-se perceber o envolvimento das profissionais em solucionar os problemas, mas não se contatou medidas de incentivo e distração voltada para o mesmo, não existe momento de relaxamento e integração entre eles no sentido de haver um espaço, destinado para esse fim, inclusive foi até uma proposta de uma das assistentes sociais.
Algumas observações são pertinentes considerar durante esse processo da pesquisa como: a falta de mais participação do psicólogo atuando junto com o assistente social na resolução dos problemas existentes nas clínicas, haja vista que os pacientes chegam ao hospital muitas vezes fragilizado, amedrontados e com baixa estima devido o seu problema de saúde, em detrimento disso, se houvesse uma integração maior do psicólogo haveria melhoria nesse aspecto; a falta de organização do atendimento no ambulatório no sentido aspecto, organizar as fichas do número de pessoas a mais que são atendidas para que seja contabilizado na produção mensal das assistentes sociais, haja vista que se torna injusto uma sobrecarga de atendimento gerando prejuízos a saúde do profissional e não se tenha registro desse atendimento . É inclusive uma questão que deve ser analisada em reunião com a divisão do Serviço Social e a coordenadoria do ambulatório para avaliar propostas de solução.
Também é importante que mais reuniões da divisão de serviço social sejam realizadas não apenas para adotar medidas de mudanças, mas para avaliação das mesmas para saber se estão sendo positivas ou se precisam ser modificadas. Essa é uma construção de saber, de integrar aquilo que é mais necessário e urgente.
Nicolau (2004) considera que a pluralidade de saberes se faz necessária, tanto quanto associar, na sua análise, a conexão entre saber e poder, seja no espaço de formação ou no fazer da prática profissional. Refletir sobre a prática é um ato importante para relacionar o conhecimento de formação e o adquirido no cotidiano institucional com suas exigências e limites.
Outro ponto relevante observado na pesquisa diz respeito às informações contidas nas planilhas do DAME referente ao número de internações nas diversas clínicas do hospital. Nas cinco clínicas que foram realizadas a investigação foi observado que não continha a escolaridade e renda familiar do paciente, e isso é algo imprescindível para uma análise social. Ressalta-se que esses dados são coletados através das entrevistas sociais realizada pela assistente social, a qual fica anexada no prontuário do paciente, porém essas informações não foram encontradas descritas no relatório de internações para estatística.
Observou-se ainda que o prontuário do paciente depois de arquivado no DAME não contém essa ficha social com os dados socioeconômicos, sendo então necessário realizá-la novamente caso o paciente retorne ao hospital depois de um determinado tempo. No entanto, ainda que seja necessário aplicar novamente a ficha social são importantes os dados anteriores para se fazer um comparativo entre as informações caso haja necessidade, por isso sugere-se que essas informações sejam inseridas na estatística do DAME.
Finalmente, é preciso medidas institucionais necessárias para a qualidade de vida no trabalho, objetivando a saúde do profissional. O conceito de qualidade de vida no trabalho segundo Rocha e Fritsch (2002) baseia-se em qualidade com abrangência nos aspectos do trabalho, família, ambiente e grupo social, pois se sabe que a mesma não se restringe apenas ao trabalho. Por isso é importante que se tenham programas voltados para essa área, haja vista que os programas de qualidade de vida estão se tornando parte da cultura organizacional.
Em suma, diante do exposto, acredita-se que se pode melhorar. Assim, é necessário pensar a saúde do trabalhador a partir da reestruturação produtiva e da gestão do trabalho, como consta na disposição para querer concretizá-las. Oliveira & Vasconcellos (1992) afirmam que a possibilidade de executar uma política eficiente está relacionada à formação de quadros não apenas tecnicamente competentes, mas comprometidos também com a questão ideológica.