BIODIESEL NO BRASIL EM TRÊS HIATOS: SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL, EMPRESAS E LEILÕES. 2005 A 2012.

Hugo Rivas de Oliveira
José Eustáquio Canguçu Leal
Yolanda Vieira de Abreu

2.2.3. Fontes alternativas de energia


As energias alternativas são a saída para o problema energético do mundo e se elas não são economicamente viáveis, isto se deve ao fato de que no custo do petróleo não estarem embutidos os custos devastadores que o seu consumo impõe a sociedade (BERMANN, 2001).
As fontes alternativas de energia, sem dúvida, terão uma participação cada vez mais relevante na matriz energética global nas décadas vindouras, podendo chegar a 10% em 2020. No setor de transportes, as principais montadoras mundiais estão comercializando veículos híbridos (associando motores a explosão e elétricos), e trabalhando seriamente no desenvolvimento dos modelos a hidrogênio, onde as células a combustível fazem a conversão de energia (TOLMASQUIM, 2003).
Neste contexto, a energia solar é das promissoras. Segundo Russomano (1987), está pode ser definida como a energia transmitida pelo Sol sob a forma de radiação eletromagnética; ela é, na realidade, a origem de todas as formas de energia, pois até os combustíveis fósseis dela se utilizaram em sua gênese.
O uso da energia solar vem crescendo em suas diversas alternativas de aproveitamento: térmica a baixas temperaturas, térmica a altas temperaturas e fotovoltaica, tanto para aplicações rurais isoladas quanto para uso urbano interconectado a rede elétrica. A indústria de fabricação de sistemas eólicos e solares vem apresentando um crescimento vertiginoso, com taxa anual médio acima dos 30% (TOLMASQUIM, 2003).
Internacionalmente a geração de energia através da conversão fotovoltaica tem sido preferível à alternativa via térmica. A sua modularidade, favorecendo sistemas distribuídos já demonstra aplicações importantes para regiões isoladas e poderá ser crescentemente importante para aplicações de maior porte em 10-20 anos interconectadas à rede elétrica (JANNUZZI, 2003).
A geração de energia elétrica por meio da conversão fotovoltaica é menos agressiva ambientalmente por que elimina, pelo menos, duas etapas importantes do processo de geração de eletricidade, quando são utilizadas usinas termoelétricas convencionais ou nucleares. A primeira etapa do ciclo de uma usina movida a carvão, óleo combustível ou nuclear está relacionada à produção, transporte e armazenamento do combustível. Os processos de produção, particularmente do carvão, provocam enormes impactos ambientais. No processo de transporte, o impacto ambiental devido aos possíveis derramamentos de óleo. Em usinas termoelétricas a carvão ou a óleo, a conversão da energia química é feita mediante sua combustão que normalmente libera grandes quantidades de poluentes e gases provocadores do aquecimento global. Finalmente, na conversão nuclear não está adequadamente resolvida a questão do repositório final do lixo nuclear. Porém, na tecnologia fotovoltaica atual, ainda existem impactos ambientais importantes na fase de produção dos módulos, que é uma tecnologia intensiva em energia, durante a operação, caso ocorra incêndio (liberação de substâncias perigosas), e finalmente no fim da vida útil de uma central fotovoltaica com o lixo resultante (TOLMASQUIM, 2003).
O Brasil recebe elevados níveis de incidência da radiação solar praticamente durante todos os meses do ano (TOLMASQUIM, 2003). Mesmo com essa grande vantagem, necessita desenvolver uma estratégia de pesquisa e desenvolvimento para essa área visando:
a) analisar as necessidades tecnológicas e viabilidade econômica para a produção de silício de grau solar (a indústria de painéis fotovoltaicos utiliza restos de silício de “grau eletrônico”, mais caro) no país;
b) apoiar o desenvolvimento de células e painéis solares no país a partir de silício de “grau solar”;
c) desenvolvimento e produção de componentes/ sistemas eletrônicos, conversores, inversores para painéis fotovoltaicos;
d) desenvolvimento de mecanismos regulatórios e tarifários para incentivar a criação de um mercado para essa tecnologia (como é feito em diversos países) e
e) criação de normas técnicas e padrões de qualidade (JANNUZZI, 2003).
Não diferente da energia solar, a eólica também é considerada como forma renovável e não poluente. Provém da força dos ventos e pode ser considerada uma manifestação da energia solar, pois os ventos se originam das diferenças de temperatura das massas de ar (RUSSOMANO, 1987).
O perfil da evolução da energia eólica na década de 90 indica perspectivas promissoras para o crescimento da indústria eólica mundial para as próximas décadas. Cada vez mais, países em todo o mundo encontram na energia eólica um importante complemento da geração de energia elétrica de forma limpa e ecologicamente correta (TOLMASQUIM, 2003).
Para Tolmasquim (2003), no Brasil a dinâmica tecnológica de produção de energia eólica está dispersa em ações isoladas de universidades, centros de pesquisas e concessionárias, com uma produção científica e tecnológica que somente ganhou destaque a partir do final da década de 70 e ao longo da década de 80.
O aproveitamento dos ventos para a geração de energia elétrica apresenta, como toda tecnologia de produção de energia, algumas características ambientais desfavoráveis como, por exemplo: impacto visual, ruído audível, interferência eletromagnética, ofuscamento e danos a fauna, ainda em que pequena escala. Essas características negativas podem ser significativamente minoradas, e lógicas. Uma das características ambientais favoráveis da energia eólica está na não necessidade do uso da água como elemento motriz ou mesmo como fluido de refrigeração. Apresenta também vantagem de não produzir resíduos radioativos e não ter emissões gasosas. Além disso, cerca de 99% de uma área usada em um parque eólico pode ser utilizada para diversos fins, como a pecuária e atividades agrícolas (TOLMASQUIM, 2003).
A geração de energia elétrica através dos recursos hídricos no Brasil, não é nova, se deu a partir do final do século XIX, com base em centrais de pequeno porte, da ordem de algumas centenas de quilowatts, construídas e operadas principalmente por prefeituras e empresas particulares (TOLMASQUIM, 2003).
No Brasil, sempre a energia hidráulica foi dominante, uma vez que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo em recursos hídricos. Fato comprovado pelo crescimento na geração de eletricidade onde o país cresceu a uma taxa média anual de 4,2% entre 1980 e 2002 (GOLDEMBERG; LUCON, 2007).
Atualmente, o crescimento do setor elétrico brasileiro é dos mais elevados do mundo sob a ótica de qualquer país em desenvolvimento. O número total de consumidores no país, tanto na área industrial, comercial, como residencial, não deixa de crescer, assim como também as grandes oportunidades e as grandes hidrelétricas vêem como forma de atender essa demanda (TOLMASQUIM, 2003).

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