A CRISE MUNDIAL E OS IMPACTOS NA ECONOMIA FLORESTAL DO ESTADO DO PARÁ-AMAZONIA-BRASIL.

Regio Pantoja Da Silva
Heriberto Wagner Amanjás Pena

1.2. Participação dos produtos florestais na pauta das exportações paraenses

Ao longo deste estudo serão abordadas questões acerca do setor florestal, importante para a Balança Comercial do nosso Estado, e que causa grandes impactos sócio-econômicos e ambientais, gerando muita discussão e polêmicos nos mais diversos grupos sociais.
Estudos da SBPC mostram que o Brasil poderá superar em produção a Malásia em 2012 e a Indonésia em 2017, e que o mercado madeireiro entrará em colapso a partir de 2010, devido a possibilidade de a Malásia deixar de exportar a partir de 2018, e possível saída da Indonésia em 2030. É neste cenário que o Brasil desponta como o possível beneficiário, por meio da chamada “janela de oportunidades”, ainda que o ambiente interno precise de ajustes importantes em áreas políticas, fiscal, sócio-ambiental, tecnológica e de Infraestrutura, para que sejam preenchidas as lacunas deixadas por estes países, além da crise que o setor está enfrentando no momento.
Abordagem mundial do setor mostrou a Indonésia como o maior produtor mundial em 2004, com 66,14 milhões m³ ano – 27% da produção mundial, logo em seguida a Malásia, com 52,17 milhões m³ ano – 21%, seguindo de perto o Brasil, com 48,60 milhões m³ ano – 20%. Contudo, de acordo com estudos feitos pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), e analisando o período entre 1998 e 2004, verifica-se uma forte tendência de queda em relação ao pico de produção por parte da Indonésia (28%), e da Malásia (35%). Já com o Brasil, verificou-se um sentido de ordem inversa em relação aos anteriores, como o aumento de 47% em sua produção. Portanto, em 2004, o Brasil já ocupava posição de destaque neste cenário por ser o único com chances de aproveitar estas mudanças.
Apesar de uma queda na produção de 7,5% entre 1998 e 2004, a região da Ásia/Pacífico ainda é a maior produtora de madeira tropical do mundo, com 67%, ficando a América Latina/Caribe em segundo, com 25%, e a África com apenas 8% da produção mundial.

 

Tabela 01: Principais produtos exportados pelo Estado do Pará
Período: Janeiro a Abril de 2006 e 2007

Produtos

 

2006

2007

Var. %

 

U$$ FOB

%

U$$ FOB

%

2007/2006

MINERAIS

1.477.227.880

82,72

1.962.472.028

81,71

32,85

Hematita

545.396.898

30,54

713.301.831

29,70

30,79

Alumínio & Derivados

352.018.171

19,71

387.127.120

16,12

9,97

Alumina & Oxidos

185.630.600

10,39

370.390.923

15,42

99,53

Ferro-gusa

140.856.697

7,89

147.029.282

6,12

4,38

Caulim

91.391.576

5,12

81.744.415

3,40

-10,56

Bauxita

58.598.771

3,28

57.063.588

2,38

-2,62

Manganês

14.897.379

0,83

21.579.549

0,90

44,85

Silício

13.733.943

0,77

17.940.896

0,75

30,63

Minério de Cobre

74.703.845

4,18

166.294.424

6,92

122,60

TRADICIONAIS

290.557.258

16,27

385.485.996

16,05

32,67

Madeira

195.934.039

10,97

274.363.083

11,42

40,03

Pasta Química de Madeira

51.372.455

2,88

49.894.814

2,08

-2,88

Pimenta

12.175.328

0,68

20.175.039

0,84

65,70

Couros e Peles

4.780.880

0,27

14.004.765

0,58

192,93

Peixes

4.324.078

0,24

8.253.655

0,34

90,88

Palmito em conserva

2.590.878

0,15

4.136.982

0,17

59,67

Castanha do Pará

2.003.995

0,11

3.814.042

0,16

90,32

Sucos de Frutas

1.665.942

0,09

3.420.494

0,14

105,32

Camarões Congelados

5.301.854

0,30

3.328.976

0,14

-37,21

Móveis e Art. de Madeira

1.865.957

0,10

1.909.668

0,08

2,34

Papel

2.207.941

0,12

1.607.183

0,07

-27,21

Dendê

6.333.911

0,35

577.295

0,02

-90,89

NÃO TRADICIONAIS

8.580.695

0,48

23.243.967

0,97

170,89

Bovinos vivos

8.363.996

0,47

22.487.725

0,94

168,86

Soja

216.699

0,01

756.242

0,03

248,98

SUBTOTAL

1.776.365.833

99,47

2.371.201.991

98,72

33,49

OUTROS

9.489.998

0,53

30.683.542

1,28

223,33

TOTAL

1.785.855.831

100,00

2.401.885.533

100,00

34,49

    Fonte: Sistema ALICE/SECEX – 28/05/2007
Não obstante os atuais entraves e empecilhos que atingem o setor (e que, portanto, chegam a ser encarados como supostas ameaças) como: o atraso na liberação dos planos de manejo para obtenção de matéria-prima para a indústria de base florestal por parte do Governo, os altos encargos trabalhistas e tributários, bem como invasões destas áreas de manejo pelos chamados “sem-toras”, o setor vem se destacando continuamente na economia paraense. Um exemplo: em 2006 foram exportadas 320 mil toneladas de madeira nos quatro primeiros meses. No mesmo período de 2007, foram 376 mil. Este número poderia ser maior se houvesse solucionado tais problemas dos planos de manejo, havendo desta forma maior de quantidade de matéria-prima para comercialização, tanto no mercado interno como no mercado externo.
Dentre os principais produtos exportados do Pará, a madeira se encaixa como produto tradicional na pauta paraense. Na comparação com o início de 2011 caiu de 10,97% para 5,06%, perdendo espaço para os chamados produtos não tradicionais, dando um salto de 0,48% para 8,28% no início de 2011, de acordo com os dados do CIN/SECEX.

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