A CRISE MUNDIAL E OS IMPACTOS NA ECONOMIA FLORESTAL DO ESTADO DO PARÁ-AMAZONIA-BRASIL.

Regio Pantoja Da Silva
Heriberto Wagner Amanjás Pena

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Modelo Teórico

Utilizando-se das variáveis adotadas da teoria econômica, e de acordo com os postulados da teoria Keynesiana, o modelo teórico que será utilizado para esta pesquisa é composto pelas variáveis entre o fluxo de comércio, taxa real de câmbio, o produto interno bruto, e a variável dummy, conforme abaixo:
FCOM = f ( TRC +, PIB +, VD)
FCOM = Fluxo de Comércio;
TRC = Taxa real de câmbio;
PIB = produto interno bruto;
VD = VARIAVEL DUMMY.
A partir deste modelo, utilizaremos dados destas variáveis referente ao período de 2000 a 2011, conforme abaixo:
Tabela 12 - Valor exportado para os Estados Unidos distribuídos por ano


ANO

VALOR EXPORTADO U$$ milhões

Taxa de câmbio: real (R$) / dólar americano (U$$) - média

PIB EUA – U$$ Bilhões

VD

PIB U.E.

Exportações EUA                U$$ milhões
(NCM 4409)

2000

17,6519811

0,603988044

23,02214407

0

6.695.200.000,00

17.782.481,00

2001

17,90025044

0,854245101

23,03401749

0

6.695.200.000,00

24.637.009,00

2002

18,01513614

1,071720593

23,06507164

0

8.181.600.000,00

34.954.483,00

2003

18,36184756

1,124117579

23,12025161

0

9.019.100.000,00

51.270.683,00

2004

18,91627371

1,073328668

23,18711908

0

9.940.200.000,00

90.743.089,00

2005

19,19470554

0,88970032

23,23367778

0

11.685.300.000,00

121.344.729,00

2006

19,4263855

0,777166586

23,29816553

0

13.142.800.000,00

148.157.247,00

2007

19,64406956

0,666341086

23,3464841

1

10.282.500.000,00

158.351.576,00

2008

19,55570401

0,606390317

23,38072425

1

11.280.300.000,00

148.064.946,00

2009

19,08930434

0,691545899

23,37085807

1

12.016.000.000,00

91.343.985,00

2010

19,28184481

0,564972842

23,40838853

1

13.424.300.000,00

105.535.293,00

Fonte: Dados da pesquisa – Elaborado pelo autor
Dentre os países pesquisados, optou-se trabalhar os dados apenas dos Estados Unidos, em função de sua representatividade e de sua importância para a corrente de comércio para o Brasil.
Hipóteses
As hipóteses previstas e elaboradas são as que seguem:
H: Ψ = 0 Hipótese Nula, de que a taxa real de câmbio não exerce nenhuma influência sobre o saldo do produto exportado, ceteris paribus;
H: Ψ > 0 Hipótese Alternativa, de que a taxa real de câmbio exerce uma influência positiva no saldo do produto exportado, ceteris paribus:
H: Ψ = 0 Hipótese Nula, de que o PIB não exerce nenhuma influência sobre o saldo da balança comercial do produto, ceteris paribus;
H: Ψ > 0 Hipótese Alternativa, de que o PIB influência positivamente no saldo da balança comercial do produto, ceteris paribus;
H: Ψ = 0 Hipótese Nula, de que o PIB não exerce nenhuma influência sobre o saldo da balança comercial.
H: Ψ > 0 Hipótese Alternativa, de que o PIB influência positivamente no saldo da balança comercial, ceteris paribus;
VD ≠ 0 (Hipótese Bicaudal)

Resultados

           
Analisando algumas variáveis do modelo acima, verifica-se que o R-Quadrado apresentou um resultado elevado, que representa uma boa significância para o modelo gerado, o F de significação está dentro do parâmetro, que é de até 5%. Os coeficientes estão de acordo com os sinais esperados nas hipóteses. Apenas o PIB da União Européia apresentou um resultado diferente do esperado, e o valor-P, que é o valor de probabilidade estão todos dentro do parâmetro de 5%, com exceção da taxa de câmbio que tem um parâmetro até 10%, e neste caso o resultado atende.
Nota-se também que o único caso de hipótese contestada foi em relação ao PIB da União Européia, que neste caso foi invertido. Isto ocorre em função da presença de um potencial importador a ser explorado – PIE, nos últimos anos, que antes não havia e passou a existir, e que não foi captado pelo modelo, pois a crise se deu em meados de 2007, e que reduz o faturamento. O modelo mostra que quando aumenta o PIB da união Européia, neste caso representado por França e Bélgica, há uma queda mais do que proporcional no valor exportado. Isto se explica pela curta série de tempo, e pela baixa representatividade no mercado estudado, até o momento da crise. Isto abre a possibilidade para novos estudos nesta área.
Modelo econométrico utilizado
FCMpat = -247,531 + 0,7028 TRC + 15,0815 PIB EUA – 3,6444 PIB EU – 1,5890VD
Stat – t        (-6,040)   (1,9746)     (5,2945)     (-3,9884)   (-3,2164)
Valor – P    (0,0009)  (0,09573)    (0,0018)    (0,0072)     (0,01821)
R2= 0,9708
R2 Ajustado = 0,9513


Mês

ANO

2007

2009

Variação %

U$$

PESO (kg)

U$$

PESO (kg)

U$$

PESO (kg)

Jan

67.993.292

94.883.976

24.131.715

21.694.794

(-) 64,50

(-) 77,13

Fev

64.410.241

93.006.749

30.911.262

33.786.053

(-) 52,00

(-) 63,67

Mar

63.592.812

80.961.789

30.695.136

31.042.305

(-) 51,73

(-) 61,65

TOTAL

195.996.345

268.852.514

85.738.113

86.523.152

(-) 56,25

(-) 67,81

Fonte: AIMEX – 2009 Ass. das Indústrias Exportadoras de Mad. do Estado do Pará

Resultados

Houve impactos negativos sobre o faturamento do produto estudado. Mesmo com a crise financeira, os EUA continuam sendo o melhor país para a exportação do produto em questão, pois a cada variação de 1% no PIB norte-americano, a demanda pelo produto estudado aumenta em 15,08%, caracterizando um bem altamente elástico, com agregação de valor e conteúdo tecnológico, saindo de uma linha de produtos tradicionais e entrando numa linha de industrialização.
  Embora haja a constatação da recuperação de alguns países no último ano, verifica-se que o valor exportado ainda é bastante inferior ao faturado no período pré crise.
  Em relação a variável Dummy, nota-se uma queda em média de 1,58% a cada ano, de acordo com o resultado obtido do modelo. Esta queda é proveniente durante a crise do setor dos últimos quatro anos. Traduzindo este resultado em números chegaremos a uma perda de 17%, calculando o Log na base 10, e em torno de R$37 milhões de dólares de perda ao longo do período da crise norte-americana.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMBIENTE, Ministério do. Plano Amazônia Sustentável. Brasilia: Maio, 2006.
BECKER, Bertha K. (Bertha Koiffmann). Amazônia: geopolítica na virada do lll milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2004
CASTILHO, Costa, Maria Cristina. Gestão da Comunicação: terceiro setor, organizações não governamentais, Responsabilidade social e novas formas de cidadania. São Paulo: Atlas, 2006
CONTIÑAS LOPES, José Manoel / 2005. Exportação Brasileira: A real participação das empresas Aduaneiras. 2005.
      DEPLA, MDIC/SECEX. Metodologia aplicada para a elaboração da publicação Exportação Brasileira por parte de Empresa, 2011
EXTERIOR, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; EXTERIOR, Secretaria de Comércio; EXTERIOR, Departamento de Planejamento e Desenvolvimento no Comércio. Balança Comercial Brasileira: dados consolidados. Janeiro – Junho, 2011.
FROES, César; Melo Neto, Francisco P. de. Empreendedorismo Social: Uma transição para a sociedade sustentável. Primeira edição, Rio de Janeiro, Qualitymark, 2002.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. / 2000. Organização Orientada para a estratégia. Rio de Janeiro. Campus, 2000.
KRUGMAN, Paul R.; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: Teoria e Prática. São Paulo. Makron Book, 2000.
      MACHADO, Mario. Blog Coisas Internacionais – Opiniões e Análises em Relações Internacionais – Teorias econômicas sobre o comércio internacional – síntese do modelo ricardiano. Março, 2007.
MUNDI, Index. Produto Interno Bruto (PIB) (bilhões $) dos Estados Unidos.  Disponível em http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?c=us&v=65&l=pt acessado em 01/09, 00:02h.
O LIBERAL, Jornal. Caderno Poder. pag. 12. Editado no dia 08/04/2010 – Belém – Pará.
PARÁ, Centro Internacional de Negócios do; FIEPA. Desempenho do Comércio Exterior Paraense: dados consolidados. Janeiro – Maio, 2011.
PENA, Heriberto Wagner Amanajás. O câmbio como instrumento de política econômica: uma proposta de modelagem do setor externo brasileiro. Belém. UNAMA, 2001.
SCHUMPETER, Joseph Alois. Teoria do desenvolvimento econômico: Uma investigação sobre lucros, capital, credito, juro e o ciclo econômico. São Paulo. Abril Cultural, 1982.

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