ANÁLISE DOS ASPECTOS DE REPRESENTAÇÃO, AUTO-REAPRESENTAÇÃO, NARRATIVIDADE E MARGINALIDADE NA CRÔNICA BRASILEIRA

Cleber José De Oliveira

Introdução

Como se verá este livro se constrói a partir de análises comparativas de crônicas produzidas entre os anos de 1950 a 2009, com intuito de apontar as possíveis mudanças nas relações discursivas desse período a partir do gênero crônica. Além disso, aponta aspectos dos narradores e as formas de narrativa nesse gênero, de representação e auto-representação de comunidades marginalizadas e ainda a crônica que é produzida sob o rótulo de literatura marginal.    
A crônica entendida como gênero é o objeto de estudo que utilizamos para entrever estas fronteiras. A noção de gênero é tomada a Bakhtin (2000): enunciados relativamente fixos usados para que se promova a comunicação literária na contemporaneidade brasileira, entendida esta como uma nova forma de sociabilidade e de comunidade. “Tais gêneros serão, por sua vez, resultantes muitas vezes da crise de representação pela qual passou a literatura modernista para a contemporânea – que conformou suas próprias regras de sociabilidade, sua própria comunidade literária (PEREIRA, 2006).
Bakhtin (2003), entende que a mudança na estrutura dos gêneros correspondem a mudanças nas relações de comunicação que os engendra, e vice-versa. Isso quer dizer que é possível que alguns aspectos fundamentais das relações de comunicação literária dos dois períodos, a saber, a contemporaneidade e o período modernista, deve ter sofrido inflexões profundas, de tal forma que se manifestam dentro dos próprios gêneros. A partir disso caberá então propor comparações entre os gêneros, no caso algumas crônicas de autores como Ferréz, Arnaldo Jabor, Luis Fernando Veríssimo, Rubem Braga e tentar entrever elementos que confirme essa hipótese geral.
 Esses cronistas são tomados como exemplares das relações sociais e das convenções literárias e discursivas, de seus respectivos tempos e espaços, a saber: Modernismo e Contemporaneidade. A proposta é comparamos, desse modo, os respectivos cronistas no intuito de encontrar aquelas características que citamos acima. Para isso tomo importantes obras dos referidos autores para analises: Ai de ti, Copacabana, de Rubem Braga, que apesar de ter sido publicada em 1999 é composta por textos escritos entre as décadas de 1950 e 1960, é considerado pela critica um clássico do Modernismo. De Arnaldo Jabor escolhemos dois livros (na verdade seus dois primeiros livros de crônicas), Amor é prosa sexo é poesia, publicada em 2004, e Pornopolítica: paixões e taras na vida brasileira, publicada em 2006. Cronista de um tempo ruim (2009), de Ferréz, e a crônica “Provocações” (1999), de Veríssimo.
Feito isso, escolhi um conjunto de crônicas, um corpi, para um e outro autor, que pudessem ser comparados, segundo a proposta. As crônicas de Braga são, como se verá, o ponto de partida. Passamos assim à análise das crônicas com intuito de perceber possíveis diferenças ou continuidades, perguntando em que medida o gênero crônica vai sofrer mutações na crônica publicada em livro de Jabor em relação à crônica modernista clássica de Rubem Braga. Faremos isso, sobretudo, indagando os motivos destas continuidades e destas mutações. No limite, entrevendo um aprofundamento ou uma ruptura dos procedimentos modernistas ali presentes.

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