O CÂMBIO COMO INSTRUMENTO DE POLÍTICA ECONOMICA : UMA PROPOSTA DE MODELAGEM DO SETOR EXTERNO BRASILEIRO.

Heriberto Wagner Amanajás Pena

4 - O  JURO  COMO  UMA  DAS  CONDICIONANTES  DOS INVESTIMENTOS

            Sabemos que a taxa de juros como variável econômica, sofre total influência das políticas econômicas (Fiscal, Monetárias e Cambiais), aqui iremos descrever tais modificações na taxa de juros de acordo com as políticas adotadas. No entanto, trataremos apenas as políticas monetárias e cambiais.

            Quando um dos principais executores da política econômica o Banco Central do Brasil (BACEN), faz política monetária, ou seja, aumenta ou diminui a base monetária e concomitantemente provoca variações no mesmo sentido dos meios de pagamento, o objetivo almejado é o de expansão da demanda agregada da economia, ou também de contração dessa economia em nível indesejável. Todavia, a expansão ou contração da demanda agregada da economia se manifesta através da variação da taxa de juros que altera os vários fluxos de capitais, inclusive o externo. Dessa forma, podemos dizer que a quantidade ofertada de moeda determinará o patamar das taxa de juros e esta por sua vez o fluxo de investimento, que podem ser produtivos ou especulativos.

            Por seguinte, caso a política monetária adotada seja expansionista, o efeito sobre a economia deve ser o de expansão dos investimentos produtivos, da demanda agregada, do nível de emprego... isto porque ao expandir a quantidade ofertada de moeda conseqüentemente diminui a taxa de juros e o que se torna um ambiente propício e favorável aos investimentos é baseado nessas expectativas a decisão por parte da classe empresarial é que seja realizado os gastos de investimentos. Todavia existem outros instrumentos de política monetárias que agem no mesmo sentido, como por exemplo (open-market, reserva compulsória, operações de redesconto e a própria taxa de juros). No entanto, caso o Governo fizesse uso de uma política restritiva e assim decida vender títulos públicos de seu ativo ao setor privado da economia, os resultados seriam opostos ao de uma expansão da oferta monetária e ficariam assim descritos:

 A  segunda política que influência sensivelmente a taxa de juros é a cambial. A política econômica revela uma relação direta entre a taxa de juros e a atração por capitais estrangeiros que se estabelecem domesticamente em busca de melhores rentabilidades e retornos esperados. No entanto, a relação entre a taxa de câmbio e a taxa de juros se expressa de forma inversa, de tal modo que dado o regime cambial adotado a taxa se manter apreciada, a atração de capital estrangeiro deverá ser feita através de uma elevação da taxa de juros doméstica, no sentido de compensar a fuga de divisas provocada pela valorização da moeda nacional, o que representa uma baixa taxa de câmbio. Por seguinte, essa elevação na taxa de juros irá afetar diretamente o ingresso de capitais no país, com o aumento também da renda recebida do exterior, ou seja, o nível de divisas aumenta e o equilíbrio do balanço de pagamentos se torna financiado pelo capital estrangeiro. A grande questão de todo esse raciocínio, é que valorizada a moeda nacional cai a competitividade das empresas nacionais e com ela as exportações, de tal modo que para se equilibrar o balanço de pagamento se torne necessário um financiamento do setor  externo por um aumento via taxa de juros doméstica, esses empréstimos ou capitais especulativos que irão reforçar os níveis de reserva, um dia terão que sair sob a forma de obrigações aos compromissos estrangeiros e o que é pior, a juros elevadíssimos, o que torna fragilizada a nossa economia, uma vez que mais empréstimos terão que ser  feitos para que o equilíbrio do balanço de pagamentos seja realizado posteriormente.

            Por seguinte, dada a relação entre a taxa de juros e a taxa de câmbio, o que nós defendemos é que a economia adote um regime cambial em que a taxa de câmbio seja ideal para promover o crescimento das exportações dando maior competitividade aos produtos nacionais no mercado externo, gerando assim divisas e dessa forma promover um crescimento econômico sustentado sem pressionar a taxa de juros e a inflação, de modo a não incentivar os investimentos especulativos no lugar dos produtivos. Todavia, mais importante do que promover o aumento do volume das exportações e gerar divisas para as nossas reservas cambiais, a fim de que não se dependa dos capitais estrangeiros para equilibrar o balanço de pagamento, pois com a política cambial favorável aos exportadores nacionais o saldo em transações correntes mantendo-se,  tudo o mais constante tenda a ser superavitário e dessa forma não gerar pressões sobre a taxa de juros e portanto, conseguir chegar a um crescimento da economia sustentado, sem pressões, desalinhamentos  e ataques especulativos contra a moeda nacional.

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