 
      
   O objetivo  desta seção é oferecer uma descrição de como se realizará a análise dos setores  exportadores do Brasil e Coréia do Sul na dinâmica do comércio internacional.  as dimensões e as mudanças significativas na composição desse comércio exigem  um tratamento diferenciado quando, o que se pretende é auferir comparações  entre setores exportadores de duas economias.
  Para  alcançar os objetivos propostos de analisar a inserção dos setores exportadores  presentes no item 1.2 deste trabalho se fará uso de indicadores quantitativos  adequados e desenvolvidos por metodologia da Cepal com intuito de medir em  essência a dinâmica de inserção destacando os pormenores e a  heterogeneidade,  comparativa das duas  economias.
O estudo da  dinâmica dos setores exportadores do Brasil e Coréia do Sul se apoiará no  método comparativo e histórico. A escolha do método comparativo compreende uma  decisão que pretende explicar semelhanças e diferenças entre caminhos opostos  de decisão de estratégias econômicas, ou orientações econômicas. Tem-se o  propósito de comparar fatos de natureza análoga, a fim de se detectar o que é  comum a eles. 
              A  escolha deste método é importante em vista de que o mesmo permite ser utilizado  para explicar, ainda que sob condições adversas como: distancias geográficas,  distinções culturais, políticas e econômicas, um ponto de semelhança e divergência  entre os fatos.
              Por  seguinte, além do método comparativo, este projeto se baseará no histórico,  pretendendo compreender como os fatos e acontecimentos ocorridos no passado  estejam sendo projetados no que diz respeito as suas influências na sociedade  contemporânea, segundo paradigmas e categorias políticas, econômicas,  culturais, entre outras (FACHIN,2003).
            A análise do dinamismo das  exportações do Brasil e Coréia do Sul tem a finalidade principal, em análise  econômica, de revelar a posição competitiva de seus setores exportadores a  partir de suas estratégias de inserção no comércio internacional. A comparação  do dinamismo externo desses países é proposital, pois, adotaram a substituição  de importações no inicio de suas industrializações, são países de  industrialização tardia conhecidos como os novos países industrializados e o  setor externo sempre foi um componente importante da demanda agregada.
              A estrutura das exportações de  Brasil e Coréia do Sul será analisada a partir da matriz de competitividade e  especialização destacando: a mudança na estrutura das exportações de cada país;  as variações na participação de mercado de um setor ou grupo de setores; as  modificações na importância das importações mundiais. Portanto, a combinação  das mudanças na estrutura de comércio desses países, com as modificações do  padrão do comercio internacional, determina em grande medida os modelos de  comércio e a competitividade.
              Outro componente da análise em que  os resultados foram interpretados diz respeito, ao posicionamento do Brasil e  Coréia do Sul nos mercados mundiais a partir de quatro conceitos de setores em  que compõem a estrutura exportadora desses países, a saber: setores ótimos;  oportunidades perdidas; setores em declínio e setores em retrocesso que serão  definidos no capítulo metodologia. As exportações desses países foram  direcionadas ao mercado importador descrito pelo quadro-1 a seguir conhecidos  como países industrializados.
              Nesse sentido, as exportações de  Brasil e Coréia do Sul foram destinadas para esse grupo de 24 países, compondo  o mercado importador mundial e as mudanças na estrutura de demanda  internacional também são dadas pelos países descritos no quadro-1. A análise do  dinamismo de Brasil e Coréia do Sul se fará com base no crescimento da demanda  internacional para aqueles setores mais competitivos assim como os ganhos e  perdas de mercado no período analisado para esses dois países.
  Quadro 1 – Descrição do mercado importador  para as exportações de Brasil e Coréia do Sul no período de 1985 a 2000.
| Mercado Importador (Países Industrializados) | ||
| Europa Ocidental | América do Norte | |
| Alemanha; | Islândia; | Canadá | 
| Áustria; | Itália; | Estados Unidos | 
| Bélgica e Luxemburgo; | Noruega; | 
 | 
| Dinamarca; | Países Baixos; | Outros Países Industrializados | 
| Espanha; | Portugal; | Austrália | 
| Finlândia; | Reino Unido; | Israel | 
| França; | Suécia; | Japão | 
| Grécia; | Suíça; | Nova Zelândia | 
| Irlanda; | Mônaco; | 
 | 
Fonte: TradeCAN, 2002.
              
              Para perceber melhor o dinamismo  setorial das exportações de cada país a análise se dividiu em três períodos,  interpretando dados mais agregados a um dígito correspondente a seção do SITC e  os dados com maior nível de desagregação a quatro dígitos correlativo ao  subgrupo do SITC. Os períodos foram: 1985/1990 antes da abertura da economia  brasileira; o período pós-abertura brasileira e início do plano real 1990/1995  e por ultimo 1995/2000 caracterizando a vigência do atual plano real. 
              A análise da situação de  competitividade é sensível aos períodos de tempo e aos níveis de agregação  setorial, nesse sentido as tendências de longo prazo identificadas foram  interpretadas a partir da sua base de dados especificados. As mudanças  estruturais nas exportações de Brasil e Coréia do Sul no período de 1985 a 2000  revelam trajetórias de inserção e políticas de promoção diferentes e mesmo  opostas no comercio internacional. 
              As mudanças estruturas no comércio internacional nos últimos quinze  anos têm reforçado uma diferenciação no quadro de inserção externa de Brasil e  Coréia do Sul. As experiências recentes de desenvolvimento desses países,  marcadamente diferenciadas quanto as suas políticas de industrialização  permitem perceber esta evidência e nesse sentido países em desenvolvimento que  querem se beneficiar das oportunidades apresentadas pela transformação do  mercado internacional tem que estabelecer estratégias governamentais que  contemplem tanto o esforço de desenvolvimento tecnológico interno como  políticas que busquem maximizar a transferência de tecnologia a partir das  diversas modalidades de vinculação destes países com as empresas  transnacionais.
              Isto significa dizer que as  modificações no âmbito estrutural do comércio internacional operam modificações  na demanda e oferta dos países que o integram e mesmo identificam as  fragilidades pelas quais esses paises se inserem nesse sistema. As mudanças  naturais das forças do livre mercado internacional são insuficientes para  retirar da inércia às empresas domésticas de países em desenvolvimento como  Brasil e Coréia, pela presença no mercado das assimetrias. 
              A saída desta inércia segundo a  interpretação alternativa, até mesmo de uma mudança da inconsistência de  estratégias de industrialização como a substituição de importações que se  mostra fragilizada a partir das mudanças estruturais na década de oitenta,  seria uma intervenção estatal para corrigir estas falhas de mercado,  pertencentes ao próprio sistema capitalista de produção e conduzir uma política  industrial a setores com demanda em forte expansão no comércio internacional.
Com o  propósito de contribuir para a analise do dinamismo internacional mediante um  indicador que enfoque o critério de participação de mercado, a CEPAL, conta com  um extenso banco de dados estatísticos de comercio exterior a partir de 1977  para 89 países e 20 agrupações regionais que estão organizados segundo o  Standard Internacional Trade Classification (SITC).
  A principal base de informações a ser utilizada e operacionalizada  se fundamenta no Banco de dados das Nações Unidos para o comércio (COMTRADE),  na classificação dos produtos exportados em 4 categorias de acordo com a  evolução da demanda internacional entre o período de 1985 e 2000, se utilizará  à classificação padrão do comércio internacional, procurando estabelecer uma  análise em três períodos de tempo para perceber melhor a dinâmica das  exportações, a desagregação dos setores será de um e quatro dígitos, procurando  trabalhar com dados extremamente agregados e concomitantemente buscando  identificar especificidades das estruturas produtivas, e identificar o que é  comum a eles.
  Os dados brutos que formam o COMTRADE são valores em dólares  correntes das importações anuais, por produto e país de origem e compreendem  90% do comércio internacional. Os dados originais do COMTRADE antes de entrar  na base de dados do TradeCAN, se processam de duas formas. Primeiro se calculam  as agrupações regionais. TradeCAN oferece duas agregações amplas: as  importações do mundo industrializado e as importações do mundo em vias de  desenvolvimento, sendo que cada uma destas se subdivide em três grupos de  países.
  A segunda forma que os dados se processam antes de entrar no  TradeCAN é o calculo de promédios moveis de três anos. Somente o ultimo ano  (atualmente o 2000), da série de dados, é um promédio de dois anos. Todos os  anos, exceto o 2000, se referem ao ano central de uma serie de três. Assim  1990, é o promédio anual das importações  do período 1989-1991. 
  A vantagem de trabalhar com promédios moveis de três anos, em  substituição aos eventuais dados anuais é que evitam as flutuações cíclicas e  se enfatizam as mudanças estruturais. Nesse sentido, TradeCAN é uma base de  dados e um programa analítico que facilita a analise das tendências estruturais  de longo prazo, na competitividade de curto prazo.
              Os dados sobre os valores e  quantidades das exportações do Brasil e Coréia do Sul compreendem o período de  1985 a 2000 permitindo uma visão multidimensional dos dados a fim de  compreender o processo de inserção externa desses países. As estruturas  exportadoras são classificadas através de códigos usando-se vários sistemas  numéricos de dígitos, quanto maior for à escala de dígitos igual também será o  grau de especificação do produto. Nesse sentido, um ou dois números do dígito  representam dados extremamente agregados, estes esquemas de códigos são  revisados ocasionalmente e permite inferir melhores conclusões com maior nível  de especificidades.
              1. O Sistema Harmonized (SH),  o sistema harmonizado de designação e de  codificação de mercadorias, ou simplesmente Sistema Harmonized, é um método  internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de  códigos e respectivas descrições.
              Este Sistema foi criado para  promover o desenvolvimento do comércio internacional, assim como aprimorar a  coleta, a comparação e a análise das estatísticas, particularmente as do  comércio exterior. Além disso, o HS facilita as negociações comerciais  internacionais, a elaboração das tarifas de fretes e das estatísticas relativas  aos diferentes meios de transporte de mercadorias e de outras informações  utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio internacional.
              O Sistema Harmonized entrou em vigor  no período de janeiro de 1988, mediante o convenio internacional do Sistema  Armonizado de Designação e Codificação de Mercadorias. Este convênio estabelece  que por SH deverá entender-se “a nomenclatura que compreende as partidas,  subpartidas e os códigos numéricos correspondentes, as notas de seções, de  capítulos e subpartidas, assim como as regras gerais para interpretação do  Sistema Harmonizado”.  
              A composição dos códigos do HS, formado por seis dígitos, permite  que sejam atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem, matéria  constitutiva e aplicação, em um ordenamento numérico lógico crescente e de  acordo com o nível de sofisticação das mercadorias.
              2. O  Standard International Trade  Classification (SITC) que foi  baseado na Liga das Nações da lista mínima de produtos para estatística do  comércio internacional publicada em 1938. O conselho econômico e social da ONU  incitou suas nações de membro para usar o SITC como padrão para as estatísticas  de comércio.
              Em  1950 as Nações Unidas modificaram esta classificação com intuito de ajudar a  equiparar a forma em que se levaram a cabo as consolidações das estatísticas do  comercio exterior, o objetivo maior era estabelecer comparações, pois, o  importante incremento de transações de mercadorias que se estava produzindo na  época pedia uma classificação mais adequada. Desde então o SITC foi revisado  diversas vezes.
              A primeira revisão, Rev. 1 do SITC, foi publicada em 1960, o  segundo, Rev. 2 do SITC, foi publicada em 1975, e a terceira Rev. 3 do SITC,  foi publicado em 1985, que aliás é considerado o nível de agregação mais  utilizado na análise do comércio internacional. Cada vez que, o conselho  econômico e social incitou seus membros a adotarem a revisão mais nova como o  padrão para as estatísticas de comércio compilando. 
              A estrutura geral do Sistema Padrão  do Comércio Internacional (SITC) se classifica da seguinte forma: seção;  divisão; grupo e subgrupo. As seções estão constituídas por apenas um dígito, a  exemplo da seção 1 que corresponde a bebidas e tabaco. As divisões apresentam  dois dígitos na sua constituição, como exemplo os dígitos 11 correspondem a  tabaco, já é possível notar um grau de especificação maior do produto.
              Os grupos apresentam-se constituídos  por três dígitos e com maiores graus de especificação em relação à seção e  divisão, como exemplo os códigos 111 correspondem a bebidas não alcoólicas. Os  subgrupos são constituídos por quatro dígitos e dessa forma apresentam um maior  grau de especificação dos produtos, a exemplo da codificação 1121 que  corresponde a vinhos de uvas frescas. A classificação padrão do comercio  internacional consta atualmente de 10 seções, 63 divisões, 233 grupos e 786  subgrupos.   
  Quadro-2  Classificação padrão do comércio internacional dividida em dez seções,  organizadas a um dígito (agregado)
| HEADING | DESCRIÇÃO | 
| 0 | comidas e animais vivos destinados ao consumo imediato | 
| 1 | bebidas e tabaco | 
| 2 | materiais crus, não comestíveis, menos combustíveis | 
| 3 | combustíveis de minerais, lubrificantes e materiais relacionados | 
| 4 | animais, óleos vegetais e gorduras. | 
| 5 | substâncias químicas e produtos relacionados | 
| 6 | bens fabricados, classificados principalmente por material | 
| 7 | maquinarias e equipamentos de transportes | 
| 8 | artigos fabricados múltiplos | 
| 9 | artigos e transações não classificadas em outro lugar | 
Fonte : Elaborado pelo autor sobre a base do programa computacional Análise da Competitividade dos países (TradeCAN, 2002).
Neste trabalho, as analises se processarão ao nível de 1 e 4 dígitos, ou seja, procurando estabelecer comparações entre os setores exportadores de forma mais agregada possível e também com o maior grau de especificação dos produtos.
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