BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

ENERGIA, ECONOMIA, ROTAS TECNOLÓGICAS. TEXTOS SELECIONADOS

Yolanda Vieira de Abreu y otros




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CAPITULO V. GERAÇÃO DE ENERGIA EM COMUNIDADES ISOLADAS: CASO DA COMUNIDADE BOA ESPERANÇA

Joel Carlos Zukowski Junior

RESUMO

A energia elétrica tem sido considerada um bem fundamental para o progresso. No entanto, apesar dos programas governamentais para universalizar a disponibilidade deste bem, o Brasil ainda tem muitas comunidades isoladas em que não há disponibilidade de energia elétrica ou energia disponível por tempo suficiente para que ela seja aplicada em outras atividades além da produtiva. Este isolamento se faz, principalmente, devido às condições territoriais. Além deste aspecto, a falta de estrutura produz outro isolamento muito mais danoso, o social. Para promover a inclusão social e o desenvolvimento sustentável alguns requisitos são necessários, dentre eles destaca-se a disponibilização de energia elétrica por períodos maiores que às oito horas do dia comercial e a custo competitivo. Este trabalho tem como objetivo mostrar um estudo de caso da disponibilização de energia elétrica para uma comunidade isolada na região do Jalapão, comunidade Boa Esperança, município de Mateiros, Estado do Tocantins. Foi instalado um sistema híbrido eólico-fotovoltaico com capacidade de gerar 9676,80 kWh anualmente. Esta energia tem como finalidade melhorar o processo produtivo, para tanto foi instalado na oficina comunitária. Além disto, propiciar espaço fora do horário de trabalho para ações sociais da comunidade no galpão da oficina comunitária coma disponibilização de energia firme durante 24h/dia. Os resultados mostraram que o sistema pode ser sustentável desde que a comunidade aproveite o potencial de geração de energia para o processo produtivo.

Palavras-chave: Fontes Renováveis de Energia, Energia Solar, Geração de Energia Descentralizada, Energia Eólica, Sustentabilidade.

5.1 INTRODUÇÃO

Quando se fala em comunidades isoladas, vem a mente regiões remotas do planeta ou grupo de pessoas vivendo no meio da floresta amazônica. No entanto, o conceito de isolamento deve ser encarado não somente como isolamento físico por falta de acesso por estradas pavimentadas ou por pistas convencionais de pouso.

Pode-se definir isolamento como a falta de acesso à possibilidade de crescimento econômico, social e político, além de acesso físico a outras localidades. Pode-se acrescentar, ainda, inacessibilidade a educação formal.

Sob este ponto de vista, o Brasil tem muitas localidades isoladas, principalmente, é claro, na região norte do país. Um dos critérios para avaliar o grau de isolamento é a disponibilidade de energia elétrica, fator alavancador do desenvolvimento nos vários aspectos citados porque trás possibilidades diversas, desde acesso ao conhecimento (TV, internet etc.) até melhorias nos processos produtivos.

Segundo Rossi (2007) na maioria dos países as propriedades rurais e comunidades isoladas não são servidas pela rede de distribuição de energia elétrica. O Brasil tem como meta levar energia elétrica às comunidades isoladas e quilombolas como forma de promover o desenvolvimento e a inclusão social através do PROGRAMA NACIONAL DE UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO E USO DA ENERGIA ELÉTRICA – LUZ PARA TODOS (MME, 2004).

Para tanto várias tecnologias estão sendo testadas. Para que este programa tenha sucesso, as comunidades precisam ter condições de arcar com os custos da utilização desta energia, seja da rede de distribuição, seja por geração independente. Ao se referir a comunidades isoladas da Amazônia legal, Santos & Zukowski Jr. (2007) falam de comunidades nos estado do Pará, Amazonas, e outros do extremo norte do Brasil, inclusive no Estado do Tocantins, onde, sob a ótica inicialmente apresentada, tem regiões isoladas ou comunidade quilombolas onde não havia energia elétrica disponível.

Este trabalho apresenta um estudo de caso onde uma comunidade isolada foi selecionada para receber um sistema de geração de energia híbrido solar e eólico. O Problema: Situação da comunidade antes do projeto. O estado do Tocantins está entre as unidades da federação que compreendem a Amazônia Legal. A tabela 01 mostra as localidades que fazem parte do parque do Jalapão e estão em torno dele.

O Município de Mateiros está localizado a leste do Parque Estadual do Jalapão, abrangido pela zona de entorno da unidade. Nesta zona está a sede do Município e a região de Boa Esperança. Esta localidade tem uma população de 246 pessoas em 54 residências, todos são produtores rurais e artesãos (PROBIO, 2002). Por se tratar de uma localidade junto ao Parque do Jalapão, o potencial turístico é muito grande.

Dentre os vários problemas e necessidades desta localidade destacam-se a falta de energia elétrica. A disponibilidade deste bem poderá alavancar o desenvolvimento local através do aumento da visitação por turistas, da produção, da implantação de micro-agroindústrias, dentre outros.

Neste caso apresenta-se uma pequena central de geração de energia elétrica utilizando o sistema solar fotovoltaico associado com geradores eólicos com a finalidade principal de promover o desenvolvimento de pequenas localidades agrícolas. A principal motivação foi evitar o êxodo rural, a pobreza e melhorar a qualidade de vida dos moradores da região em questão. Fazê-lo sem tecnologia é praticamente impossível. No entanto, a maior parte das tecnologias disponíveis depende da oferta de energia elétrica.

Em localidades com potencial turístico, como esta, implantar um sistema sustentável de geração de energia elétrica é fundamental para alavancar o crescimento da localidade. Bem como propiciar meios para o desenvolvimento sustentável. A tabela 02 mostra algumas necessidades mais urgentes apresentadas pelos moradores da região, onde, a maioria não pode ser satisfeitas sem a disponibilização de energia elétrica.

Da tabela 02 verifica-se que a instalação de uma central de geração de eletricidade para esta localidade pode propiciar um aumento na produtividade, melhoria na qualidade de vida através do aumento das fontes de renda dos moradores pela agregação de valor. Os sistemas de geração de energia elétrica através de células fotovoltaicas e geradores eólicos apresentam um custo inicial alto, comparado com micros centrais hidrelétricas. No entanto, a manutenção no primeiro tipo de sistema é praticamente zero, a vida útil dos equipamentos é superior a 20 anos. Em longo prazo, este tipo de tecnologia é economicamente viável. Além disso, esta região não é servida por rios que possibilitem a instalação deste tipo de sistema.

Dentre as ações necessárias destaca-se o treinamento dos moradores para operarem de forma adequada e segura a central de geração de energia elétrica para garantir a vida útil do sistema e a disponibilidade de energia firme. Associado a isto, avaliou-se os impactos sócio-econômicos e ambientais do sistema de geração de energia elétrica eólico-solar.


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